sexta-feira, 25 julho 2025
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Câmara aprova projeto de criação de novos cargos no STF; bancada acreana se divide

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A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira, 9, o Projeto de Lei 769/2024, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal (STF), que cria 160 funções comissionadas de nível FC-6 e 40 cargos de técnico judiciário para atuação como agentes da polícia judicial. A proposta agora segue para análise do Senado Federal.

O texto aprovado inclui um substitutivo do relator, deputado Defensor Stélio Dener (Republicanos-RR), e tem como objetivo, segundo o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, reforçar a estrutura dos gabinetes ministeriais com servidores mais qualificados. As novas funções comissionadas de nível FC-6, com remuneração de R$ 3.256,70, substituirão as atuais FC-4 (R$ 2.056,28) e FC-3 (R$ 1.461,81).

Atualmente, cada ministro do STF, exceto o presidente, conta com 31 servidores no gabinete, sendo 20 efetivos — dos quais 17 têm funções comissionadas. Porém, apenas uma dessas é do nível FC-6. Com a proposta, cada gabinete passará a ter 16 dessas funções, e as de níveis inferiores serão redistribuídas a outras áreas do tribunal, com prioridade para setores ligados à atividade-fim da Corte.

O impacto orçamentário estimado com as novas FC-6 é de R$ 7,8 milhões por ano nos exercícios de 2025 e 2026. Já os custos relacionados à criação dos 40 cargos de agente da polícia judicial ainda não foram detalhados. Conforme o projeto, as despesas serão cobertas pelas dotações orçamentárias do próprio STF, previstas no Orçamento Geral da União, observando os limites da Lei Orçamentária Anual (LOA) e da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Votaram a favor da proposta os deputados Antônia Lúcia (Republicanos), Zé Adriano (PP) e Meire Serafim (União Brasil). Em oposição, se posicionaram Socorro Neri (PP), Zezinho Barbary (PP), Roberto Duarte (Republicanos), Coronel Ulysses (União Brasil) e Eduardo Velloso (União Brasil).

Deputados aprovam projeto que institui plano de custeio para equacionar déficit da Previdência Estadual

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A Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), aprovou nesta quarta-feira (9), durante sessão extraordinária, a Mensagem Governamental nº 2303, que trata do plano de custeio para o equacionamento do déficit atuarial do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) dos servidores públicos do Estado do Acre. Mais cedo, a matéria foi devidamente discutida e aprovada nas Comissões. A proposta, de relatoria do deputado Eduardo Ribeiro (PSD), também altera a Lei Complementar nº 154, de 2005, que institui o regime previdenciário dos servidores estaduais.

Segundo o relator, a medida segue diretrizes previstas em legislação federal e visa dar estabilidade financeira ao sistema, garantir os pagamentos futuros de aposentadorias e pensões e permitir que o Estado obtenha certidões de regularidade fiscal e previdenciária, condição essencial para acesso a recursos federais.

“A proposta cria dois fundos distintos: um de repartição, para os servidores que ingressaram até 30 de junho de 2022 e os aposentados e pensionistas atuais; e outro de capitalização, para os novos servidores, que entraram no Estado a partir de 1º de julho de 2022. O projeto também aumenta a contribuição patronal de 14% para 28%, sem alterar alíquota dos servidores nem regras de tempo de contribuição”, explicou Eduardo Ribeiro.

O deputado também destacou que a proposta não representa uma reforma previdenciária nos moldes tradicionais, pois não altera direitos adquiridos nem impõe novos encargos aos servidores públicos. “Não há prejuízo ao servidor, e a medida busca apenas o reequilíbrio do sistema e o cumprimento das normas nacionais”, garantiu.

Edvaldo Magalhães critica proposta: “não resolve a crise do sistema”

Apesar da aprovação do projeto, o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) fez duras críticas à proposta, classificando-a como uma medida paliativa que apenas visa garantir a emissão de certidões para o Estado. “Isso aqui não é uma reforma da Previdência, embora seja tratado como tal. A matéria não enfrenta o problema de fundo: o rombo crescente do regime atual. Apenas segrega os fundos e cria um novo sistema para os servidores que ingressaram após 2022, deixando os demais no mesmo limbo de colapso progressivo”, alertou o parlamentar.

Edvaldo lembrou que já havia defendido medidas mais profundas em discussões anteriores, como a destinação do excedente de arrecadação para capitalização da Previdência, propostas que, segundo ele, foram rejeitadas pela base governista. “Não há nenhuma medida estrutural aqui. Nenhuma. A única motivação real é obter a certidão. Se o Estado não precisasse da certidão, esse projeto sequer estaria em debate. E o fundo antigo, deficitário, segue seu caminho rumo à falência”, concluiu.

Pedro Longo defende uso de créditos de carbono para capitalização da Previdência

Durante a discussão da matéria, o deputado Pedro Longo (PDT), que preside a Comissão de Serviço Público da Aleac, também se manifestou. Ele reconheceu o caráter emergencial da medida e defendeu que, futuramente, o Estado adote medidas estruturantes mais amplas, como o uso de novas fontes de receita.

“Os créditos de carbono devem, pelo menos em parte, ser destinados à capitalização da Previdência. O Estado precisa da certidão de regularidade previdenciária, senão caímos no pior dos mundos: sem acesso a emendas federais, sem empréstimos e com risco até de não pagar salários. Esta é uma solução emergencial para evitar o colapso. Mas, no futuro, temos que priorizar o investimento dos recursos disponíveis na área previdenciária”, destacou.

O pedetista também sugeriu que o Estado busque compensações junto à União por conta das áreas federais protegidas, que impactam diretamente a arrecadação e a capacidade de investimento local, conforme previsto no Código Florestal.

Projeto que atualiza estrutura e nomenclaturas da Acreprevidência também é aprovado

Na sequência das discussões sobre a reestruturação do sistema previdenciário estadual, os deputados também aprovaram a Mensagem Governamental nº 2313, de relatoria do deputado Eduardo Ribeiro (PSD). A proposta altera a Lei nº 1.688, de 8 de dezembro de 2005, que criou o Instituto de Previdência do Estado do Acre, a Acreprevidência, promovendo atualizações técnicas, mudanças de nomenclatura e adequações na estrutura do instituto.

Um dos principais pontos do projeto é a substituição das antigas menções ao “Fundo de Previdência Social do Estado do Acre” pelas novas classificações de “Fundo em Repartição” e “Fundo em Capitalização”, alinhando o texto legal à estrutura previdenciária aprovada nas matérias anteriores.

Além disso, a proposta amplia o mandato dos membros indicados para o conselho do instituto. Com a nova redação, o mandato dos representantes suplentes será de 4 anos, com possibilidade de recondução, substituindo o modelo anterior de dois anos.

Outro ajuste importante trata da nova nomenclatura da equipe de perícia, que passará a se chamar “Junta de Avaliação Biopsicossocial”, em substituição ao termo anterior, garantindo maior abrangência e adequação à realidade funcional da instituição.

Votação da Reforma da Previdência de Rio Branco ficará para depois do recesso parlamentar

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O aguardado projeto de lei que trata da Reforma da Previdência dos servidores públicos municipais de Rio Branco será encaminhado à Câmara Municipal apenas no segundo semestre de 2025. A confirmação foi feita pelo vereador Márcio Mustafá (PSDB), líder da Prefeitura na Casa Legislativa, durante sessão ocorrida nesta quinta-feira, 10.

Segundo Mustafá, apesar das especulações de que o projeto seria enviado ainda no início de julho para votação antes do recesso, previsto para começar no dia 17, o texto ainda está sendo finalizado pelo Executivo.

A proposta deverá seguir os trâmites regimentais após o recesso, sendo primeiramente analisada pelas comissões competentes e debatida em audiências públicas, antes de ser levada à votação no plenário. A expectativa é que a matéria gere amplas discussões entre os parlamentares, representantes dos servidores e a sociedade civil.

MPAC realiza ação conjunta para coibir venda e uso de linhas cortantes em Rio Branco

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O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio da Promotoria de Justiça Especializada de Tutela do Direito Difuso à Segurança Pública, realizou nesta segunda-feira, 7, uma ação de conscientização e fiscalização conjunta com a Polícia Militar e o Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/AC), com o objetivo de coibir a venda de linhas cortantes utilizadas para empinar pipas.

A atividade integra a campanha “Cerol Mata”, que visa alertar a população sobre os riscos do uso de materiais cortantes, como o cerol e a linha chilena, na prática de soltar pipas. Além da conscientização, a ação tem caráter fiscalizatório, visando identificar e retirar do comércio produtos proibidos por lei.

O uso de cerol, linha chilena ou de outros materiais cortantes representa grave risco à segurança pública, podendo causar ferimentos graves, amputações e até mortes em decorrência de acidentes com pedestres, ciclistas e motociclistas.

Durante a fiscalização, foram inspecionados estabelecimentos comerciais em Rio Branco para verificar a existência e a comercialização desses produtos. A iniciativa visa prevenir acidentes e reforçar o cumprimento da legislação vigente.

Desde 2024, está em vigor no Acre a Lei Estadual nº 4.394, que proíbe a posse, uso, fabricação, comercialização e importação de linhas cortantes no estado. A norma também estabelece critérios para a prática segura da soltura de pipas, reconhecida como atividade esportiva, que deve ocorrer em locais apropriados e de forma regulamentada.

Ascom MPAC

Por falta de recursos, Associação Família Azul pode fechar as portas em 2026

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Após anos sendo o único refúgio terapêutico gratuito para dezenas de crianças, adolescentes e adultos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Acre, a Associação Família Azul do Acre (AFAC) anunciou que poderá encerrar suas atividades em dezembro de 2025. A razão: falta de emendas parlamentares e apoio financeiro para manter a estrutura que, só em 2024, garantiu mais de 7 mil atendimentos especializados.

A triste notícia foi comunicada oficialmente durante uma assembleia com pais e responsáveis no início de julho. E o impacto da decisão afetará entre as mais de 100 famílias beneficiadas pela entidade.

“Hoje a gente vive uma angústia. A gente tentou de tudo, mas até agora 2026 chegará sem nenhum recurso assegurado. Só temos R$ 20 mil em conta, o que cobre apenas oito meses de aluguel”, desabafou Heloneida, coordenadora-geral da AFAC.

Além do fim da instituição, o mês de julho já marca o encerramento da natação terapêutica, uma das atividades mais esperadas pelas crianças.

Entre as dezenas de famílias impactadas está a de Renata Oliveira, de 36 anos, mãe do pequeno Lucas Oliveira, de seis. Foi por meio da associação que ela conseguiu o laudo de autismo nível 1 do filho, algo que o SUS não disponibilizava e tampouco havia previsão para acontecer.

“Ele é nível 1, mas isso não quer dizer que não precise de apoio. Aqui, ele teve acesso à psicóloga, atividades motoras. Eu não tenho como pagar por isso. É angustiante saber que vai acabar. Chega a ser desesperador saber que ficaremos sem esse apoio importante”, diz.

Outra mãe, Carla Menezes, também compartilhou sua experiência. Sua filha, Manuela Menezes, de apenas três anos, chegou na associação sem dizer nenhuma palavra.

“Ela era totalmente não verbal. A gente se sentia perdido, sozinho. Depois de três meses de terapia aqui, ela começou a repetir palavras, imitar sons. Isso parece pequeno pra muita gente, mas pra nós é um milagre. Ver esse espaço fechar é como se arrancassem de nós a única esperança”, conta emocionada.

A AFAC sobrevive, ano após ano, com recursos de emendas parlamentares, dinheiro que depende de indicações políticas. Sem um financiamento fixo e contínuo, o futuro da associação tornou-se insustentável. E mesmo com a prestação de contas clara e um impacto visível, até o momento, não houve garantias para 2026.

Enquanto isso, famílias inteiras já vivem o luto antecipado de um espaço que representa muito mais que terapias, ele representa acolhimento, escuta, dignidade e oportunidade de evolução para quem mais precisa.

“Nós não somos números. Nossos filhos têm nome, história, potencial. Mas ninguém escuta. A AFAC está sendo silenciada não pela falta de demanda, mas pela falta de compromisso com vidas como a do meu filho”, finaliza Renata.

Assessoria

Peão que fraturou coluna durante rodeio passa por cirurgia; médicos ainda não sabem se ele volta a andar

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O peão Dário Câmara, 22 anos, que fraturou a coluna vertebral após cair durante montaria em touros no rodeio da ExpoAcrelândia na última quinta-feira, 3, passou por uma cirurgia na Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo, em Rio Branco.

De acordo com informações de familiares, a cirurgia foi um sucesso o que traz otimismo com a recuperação de Dário.

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O acidente sofrido por Dário foi considero gravíssimo. Ele desmaiou durante a queda e chegou ao Pronto-Socorro de Rio Branco sem os movimentos das pernas.

Apesar da cirurgia ter sido considerada um sucesso, ainda não se sabe se o peão voltará a andar. A equipe médica da Fundação informou que os próximos dias são essenciais para fazer a avaliação da possibilidade da volta dos movimentos.

Acre apresenta redução de 16% nos alertas de desmatamento no primeiro semestre de 2025

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Segundo levantamento feito pelo Centro Integrado de Geoprocessamento Ambiental (Cigma), gerido pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), e baseado em dados oficiais do Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foi registrada uma redução de 16,49% em área total nos alertas de desmatamento, quando comparado ao mesmo período do ano de 2024.

De acordo com os dados oficiais do Inpe, no 1º semestre de 2024 o Acre apresentou 45,53 km² de áreas com alertas. Em 2025 esses valores baixaram para 38,02 km², apresentando uma redução absoluta de 7,51 km², o equivalente a aproximadamente 909 campos de futebol.

A redução dos alertas de desmatamento é resultado das ações coordenadas e da articulação interinstitucional liderada pelo governo do Acre, por meio do Gabinete de Crise e do Grupo Operacional de Comando e Controle (Gocc), que reúnem diferentes órgãos do poder público estadual, municipal e federal, que atuam desde o planejamento até a execução de ações de monitoramento e enfrentamento ao desmatamento ilegal.

O secretário de Estado do Meio Ambiente, Leonardo Carvalho, destaca o trabalho conjunto entre os órgãos envolvidos e o esforço do governo para cuidar do meio ambiente.

“O governo do Acre tem empenhado esforços com ações integradas do Grupo de Comando e Controle, que é composto por diversos órgãos de meio ambiente, das forças de segurança do Estado, Município e do governo federal. Por determinação do governador Gladson Camelí, seguimos atentos, pois nesse segundo semestre entramos em um período de secas no estado, e o governo vem redobrando as ações para redução dos focos de queimada, incêndios florestais e desmatamento ilegal, porque entendemos que cuidar do meio ambiente também é cuidar da saúde, e saúde é vida”.

Compromisso Ambiental

Desde o início do ano, o governo do Acre tem se antecipado ao período de estiagem com um conjunto de ações estratégicas voltadas à mitigação dos impactos ambientais. Um exemplo é a Operação Contenção Verde, iniciativa preventiva e ostensiva de combate a crimes ambientais, coordenada pela Casa Civil em parceria com órgãos estaduais e federais de meio ambiente, forças de segurança e prefeituras.

Outras iniciativas importantes incluem o trabalho dos brigadistas comunitários, que atuam diretamente na prevenção e combate a queimadas e incêndios florestais nas unidades de conservação, e a Operação Fogo Controlado, uma força-tarefa interinstitucional mobilizada durante o verão amazônico para evitar e conter focos de incêndio.

Essas ações reforçam o compromisso do Estado com as metas estabelecidas no Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas (PPCDQ-AC), que busca reduzir em 10% ao ano as taxas de desmatamento, até alcançar uma diminuição de 50% até 2027.

Agência de Notícias do Acre

Mãe será indenizada em R$ 50 mil por morte do filho durante abordagem policial em Brasiléia

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A 1ª Câmara Cível responsabilizou o Estado do Acre por uma intervenção policial letal ocorrida em Brasileia. Portanto, o ente público foi condenado a pagar indenização à autora do processo pela morte do seu filho, no valor de R$ 50 mil, à título de danos morais.

O homem portava um terçado em via pública. A testemunha ocular que chamou a polícia, afirmou que ele estava em evidente estado de perturbação mental, munido com o terçado e que chegou a golpear o capô de um veículo que transitava na rua. A versão policial relatou que a situação era de alta periculosidade, representando uma ameaça aos populares e aos próprios agentes públicos.

Na abordagem, a Polícia Militar realizou disparo com arma de fogo. O Estado do Acre afirmou que o ato não foi ilícito, pois a guarnição agiu em legítima defesa para o estrito cumprimento do dever legal.

Ao analisar a questão, o relator do processo, desembargador Roberto Barros, afirmou que embora a intervenção policial fosse necessária, a escolha pela medida letal, diante da possibilidade de técnicas menos agressivas, rompeu com o requisito da proporcionalidade da legítima defesa, portanto não está configurada a excludente de ilicitude.

A pessoa em crise de saúde mental necessita de auxílio. São opções de menor potencial ofensivo: espargidores de pimenta ou armas de eletrochoque, logo o disparo na região torácica revelou-se como uma solução drástica. “Mesmo motivada por uma situação de perigo real, foi desproporcional à ameaça, considerando-se a condição de saúde mental da vítima e o dever do Estado de proteger a vida”, ratificou Barros.

Em seu voto, o relator discorreu ainda sobre a dor da mãe que perdeu o filho de forma trágica e violenta, o que justifica o dano moral e a imposição do dever de indenizar. A decisão foi publicada na edição n.° 7.814 do Diário da Justiça (pág. 1), desta quarta-feira, 9.

Ascom TJAC

Facção Comando Vermelho desafia forças de segurança com pichação em viatura da Polícia Civil no Acre

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Avanço do crime organizado preocupa autoridades e escancara disputa por rotas do narcotráfico na fronteira do Acre

A crescente presença de organizações criminosas no Acre tem acendido o alerta das autoridades, especialmente na região do Juruá, onde o Comando Vermelho (CV) vem consolidando sua atuação como a principal força criminosa. A facção tem expandido sua influência por todos os municípios da região — tanto em áreas urbanas quanto rurais — com foco estratégico no controle de rotas do tráfico de drogas que atravessam a fronteira internacional.

Na madrugada desta quinta-feira (10), um novo episódio chamou a atenção das forças de segurança e da população de Marechal Thaumaturgo: uma viatura da Polícia Civil, estacionada em frente à delegacia, no centro da cidade, foi pichada com as iniciais “CV”, numa aparente mensagem de intimidação. O ato é visto pelas autoridades como uma afronta direta ao sistema de segurança pública.

A ousadia da ação evidencia o nível de organização e a tentativa da facção de demonstrar domínio territorial, em meio à disputa por corredores estratégicos para o narcotráfico internacional.

Diante do ocorrido, a Polícia Civil abriu investigação para identificar os responsáveis pelo crime. Além disso, o policiamento foi reforçado na região, com a intensificação de rondas e ações ostensivas para conter o avanço das facções e garantir a segurança da população.

A situação reforça a complexidade do combate ao crime organizado no interior do estado, onde a atuação criminosa se beneficia da geografia de fronteira e da limitada presença estatal em algumas áreas.

Com informações Jurua24horas.com

Justiça determina interdição de instituições psiquiátricas no Acre e proíbe novas internações compulsórias

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A medida busca atender a Política Antimanicomial do Poder Judiciário. Em casos onde já houve a internação em ala psiquiátrica de estabelecimento prisional ou manicômio judicial, a normativa orienta a realização de reavaliação jurídica a cada 90 dias

O Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) tornou pública a Portaria Conjunta nº 208/2025, que determina a interdição parcial de estabelecimentos, alas ou instituições de custódia e tratamento psiquiátrico no Acre, com proibição, desde a porta de entrada do sistema penal, de novas internações, em atenção à Resolução CNJ nº 487/2023.

A Portaria Conjunta editada pela Presidência e pela Corregedoria-Geral da Justiça considera, entre várias outras razões, o princípio da dignidade da pessoa humana, a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais, as diretrizes nacionais de atenção aos pacientes judiciários e execução de medidas de segurança, além do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.116/2015).

Também foram consideradas a atenção às minorias com vulnerabilidades acrescidas e suas interseccionalidades, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), bem como a Política Antimanicomial do Poder Judiciário, prevista na Resolução do Conselho Nacional de Justiça.

O que muda?

Na prática, a diretriz orienta a não colocação de pessoas com transtornos mentais em regimes fechados ou manicômios, lhes garantindo o direito à assistência em saúde de forma humanizada, com apoio da Rede de Atenção Psicossocial do SUS, ou, alternativamente, o encaminhamento a estabelecimentos adequados à efetiva promoção dos tratamentos médicos. A ideia, portanto, é reintegrar essas pessoas, muitas vezes esquecidas em prisões e estabelecimentos manicomiais pela própria família e isolados da sociedade por décadas, lhes oportunizando o gozo de direitos e as mesmas oportunidades conferidas aos demais cidadãos.

Novos critérios para internações já realizadas

Os pacientes que já se encontram em cumprimento de medida de segurança e determinação de internação provisória deverão ter sua situação jurídica reavaliada, no prazo máximo de 90 (noventa) dias, visando atender às estratégias de desinstitucionalização estabelecidas pela Resolução n.º 487/2023.

O cartório da Vara de Execução Penal, por sua vez, deverá identificar e encaminhar aos respectivos magistrados e magistradas para análise da possibilidade de extinção da medida, progressão para tratamento ambulatorial em meio aberto ou transferência para unidade de saúde adequada, todos os processos de execução de medida de segurança que estejam sendo cumpridas em Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, instituições similares ou unidades prisionais; de pessoas que permaneçam nesses estabelecimentos, apesar da extinção da medida ou da existência de ordem de desinternação condicional; e de pessoas com transtorno mental ou deficiência psicossocial que estejam em prisão processual ou cumprimento de pena em unidades prisionais, delegacias de polícia ou estabelecimentos congêneres.

Conforme a normativa, durante as audiências de custódia, sempre que identificados “indícios de sofrimento psíquico, transtorno mental ou qualquer forma de deficiência psicossocial”, as juízas e os juízes deverão aplicar os protocolos de saúde mental e os parâmetros de atuação interinstitucional estabelecidos na Resolução CNJ nº 487/2023, seu Manual e o Protocolo Interinstitucional da Política Antimanicomial, evitando a imposição de medidas que resultem em privação de liberdade em unidades prisionais, hospitais de custódia ou equipamentos congêneres.

Em casos do tipo, o documento prevê que deverão ser priorizados: o encaminhamento voluntário da pessoa custodiada à Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) ou outro serviço de saúde do SUS, conforme avaliação técnica da Equipe de Avaliação e Acompanhamento de Medidas Terapêuticas Aplicáveis à Pessoa com Transtorno Mental em Conflito com a Lei (EAP-Desinst), equipe conectora ou equipe multidisciplinar qualificada, assegurando-se, dessa forma, o cuidado em meio aberto e escuta qualificada, nos termos da Resolução do CNJ.

Ascom TJAC