sexta-feira, 22 agosto 2025
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Ciopaer realiza resgate aeromédico de criança em estado grave em Brasileia

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A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp), por meio do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), realizou neste domingo, 20, o resgate aeromédico de um menino de 12 anos, morador do município de Brasileia. A ação rápida garantiu o transporte seguro do paciente até a capital para atendimento especializado.

O secretário adjunto de Justiça e Segurança Pública, Evandro Bezerra, destacou a importância da agilidade na resposta da equipe do Ciopaer. “Essa operação mostra a importância de termos uma equipe treinada e estrutura aérea disponível. A agilidade no atendimento, especialmente em casos graves como esse, pode fazer toda a diferença na vida do paciente”, afirmou.

O chamado foi feito pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A equipe médica solicitou apoio aéreo para realizar a transferência do garoto, que se encontrava em estado grave no Hospital Regional de Brasileia. De acordo com o prontuário médico, o paciente apresentava um quadro de cetoacidose diabética, uma complicação séria relacionada ao diabetes, exigindo atendimento de urgência em unidade de maior complexidade.

Diante da gravidade do caso e da necessidade de atendimento especializado, o Ciopaer deslocou uma aeronave até Brasileia para efetuar o transporte aeromédico. A criança foi encaminhada ao Pronto-Socorro de Rio Branco, onde permanece sob cuidados médicos intensivos.

Agência de Notícias do Acre

MP do Acre apura morte de mulher atingida por linha com cerol em Cruzeiro do Sul

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O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) instaurou uma notícia de fato para investigar as circunstâncias da morte de Jéssica Souza dos Santos, ocorrida na tarde do último sábado, 19, no bairro João Alves, em Cruzeiro do Sul.

Segundo relatos de testemunhas, a vítima trafegava de motocicleta quando foi atingida no pescoço por uma linha com cerol. O impacto foi fatal, e Jéssica morreu ainda no local, antes da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

A prática do uso de linhas cortantes é proibida no estado desde a entrada em vigor da Lei Estadual nº 4.394, de 2024. A norma veda a posse, o uso, a fabricação, a comercialização e a importação de cerol e similares, além de estabelecer regras para a prática segura de atividades com pipas.

O caso também pode configurar crime previsto no artigo 132 do Código Penal, que pune quem expõe a vida ou a saúde de outra pessoa a perigo direto e iminente, com pena de detenção de três meses a um ano, sem prejuízo de outras responsabilizações penais mais graves, a depender da apuração dos fatos.

Prefeitura de Rio Branco prorroga prazo para conclusão de viaduto na Avenida Ceará

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A obra do elevado Mamedio Bittar, em construção na confluência das avenidas Ceará e Dias Martins, em Rio Branco, teve seu prazo de conclusão prorrogado por mais cinco meses. Com isso, a nova data prevista para o término dos trabalhos é 6 de dezembro deste ano.

A prorrogação foi formalizada por meio do 3º Termo Aditivo ao Contrato nº 01160060/2024, publicado na edição desta segunda-feira (20) do Diário Oficial do Estado. O contrato é executado pela empresa Albuquerque Engenharia e tem valor global de R$ 24.399.000,00.

A Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Seinfra), afirma que a intervenção é estratégica para melhorar o fluxo viário e a mobilidade urbana na capital acreana. A construção do viaduto, que terá 278 metros de extensão, é considerada uma das principais obras de infraestrutura em andamento na cidade.

A contratação foi realizada por meio da Concorrência Eletrônica nº 006/2024 e o aditivo está fundamentado no artigo 111 da Lei nº 14.133/2021, que rege licitações e contratos administrativos. Segundo a Seinfra, o elevado deverá contribuir para desafogar o trânsito em uma das áreas com maior concentração de veículos da capital.

Câmara de Assis Brasil aprova reforma administrativa que extingue secretaria da Mulher e Juventude

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Com intuito de promover uma reforma administrativa na estrutura da Prefeitura de Assis Brasil, a Câmara Municipal aprovou, por maioria dos votos, o Projeto de Lei Complementar nº 344/6367/GAPRE. A proposta enviada pelo Executivo, prevê a reorganização dos órgãos da administração direta, com a criação de novas nomenclaturas e atribuições para cargos comissionados. Entre as mudanças, está a extinção da Secretaria da Mulher e Juventude.

A votação foi marcada por divergências entre os parlamentares. Votaram a favor do projeto os vereadores Gilson da Costa Dias, Jurandir Rodrigues de Araújo, Juracir Pacheco de Moraes, Wendell Gonçalves Marques e Francisco Furtado de Moura — todos da base do prefeito. Já os votos contrários vieram de Gilsandro Alexandre de Castro, Jesus Sebastian Lopez Cardoso e Veronice Pereira das Neves, que questionaram a extinção de uma secretaria voltada a públicos vulneráveis e o aumento de cargos comissionados em meio a restrições orçamentárias.

Na justificativa enviada à Casa Legislativa, o prefeito Jerry Correia Marinho argumenta que a proposta visa modernizar a gestão pública, corrigir distorções salariais e adequar a estrutura administrativa às demandas atuais. A mensagem destaca que as mudanças seguem os princípios constitucionais da legalidade, proporcionalidade e eficiência. Apesar da aprovação, o projeto deve continuar gerando debate entre os parlamentares e a sociedade civil, especialmente quanto ao impacto da extinção de políticas públicas voltadas às mulheres e à juventude.

Comunidades de matriz africana realizam encontro estadual no Cine Teatro Recreio, em Rio Branco

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Nos dias 18 e 19 de julho, o Cine Teatro Recreio, no centro de Rio Branco, foi palco do 3º Encontro Estadual de Comunidades Tradicionais de Matriz Africana do Acre. Com participação expressiva de representantes de terreiros, lideranças religiosas, pesquisadores e autoridades públicas, o evento teve como foco a construção coletiva de políticas públicas voltadas às populações tradicionais, além do enfrentamento ao racismo religioso, ambiental e institucional.

Organizado pela Federação das Religiões de Matriz Africana do Acre (FEREMAAC), pelo Centro de Cultura e Pesquisa Alámòjú e pela Renafro/Acre (Rede Nacional de Religiões de Matriz-Africana e Saúde), o encontro reuniu vozes de diferentes territórios do estado com o objetivo de fortalecer a articulação dos povos de terreiro e garantir direitos historicamente negados.

Entre os presentes, estiveram o promotor de Justiça Thalles Ferreira, titular da Promotoria Especializada de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania do Ministério Público do Acre (MPAC), e Joelma Pontes, diretora de Direitos Humanos da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH). Também participaram o babalorixá e doutor em bioética pela UFRJ, Babá Adailton de Ogum (Ilê Asé Omiojuaro), e o doté Thiago Soares, mestre em antropologia pela PUC Minas e conselheiro nacional de saúde.

A programação contou com mesas temáticas e painéis que abordaram questões como mecanismos de combate à intolerância religiosa, SUS e as relações com as Casas de Axé, o Plano Nacional de Saúde Integral da População Negra e estratégias de superação do preconceito e discriminação.

Além da mobilização política e espiritual, o evento teve apoio logístico e financeiro de diferentes atores, entre eles o Governo do Estado do Acre, o deputado estadual Edvaldo Magalhães — responsável por destinar emenda parlamentar para a realização —, a SEASDH, o deputado Fagner Calegário, o grupo Alagbê Òkàn e o Restaurante do Gaúcho.

O encontro foi encerrado com a reafirmação do compromisso das lideranças presentes em manter viva a tradição dos povos de terreiro, ampliar os espaços de diálogo com o poder público e combater todas as formas de violência religiosa. Para os organizadores, o evento representa um marco no processo de resistência e construção de um Acre mais plural, diverso e comprometido com a justiça social.

Nanotecnologia promete imortalidade até 2030: esperança ou ficção científica?

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Essa afirmação — “Nanotecnologia promete imortalidade até 2030” — é provocativa e atrai atenção, mas precisa ser analisada com bastante cuidado e senso crítico. Vamos destrinchar isso em partes:
O que está sendo alegado?
A ideia de que a nanotecnologia poderá oferecer imortalidade até 2030 tem sido popularizada por futuristas como Ray Kurzweil, ex-diretor de engenharia do Google e conhecido por suas previsões ousadas. Segundo ele, avanços em inteligência artificial, biotecnologia e nanotecnologia levariam a uma era de “longevidade radical”, onde poderíamos controlar o envelhecimento e até mesmo reverter a morte celular.
O papel da nanotecnologia
A nanotecnologia médica tem objetivos promissores como:
Nanorrobôs que circulam pelo corpo para reparar células danificadas;
Entrega direcionada de medicamentos em células específicas (como as cancerígenas);
Detecção precoce de doenças antes que se tornem sintomáticas;
Regeneração de tecidos com nanomateriais.
Essas tecnologias estão em estágios experimentais ou iniciais de aplicação clínica.
Imortalidade até 2030? Realidade ou ficção?
Apesar dos avanços, a imortalidade biológica até 2030 é altamente improvável pelos seguintes motivos:
Complexidade do corpo humano: Envelhecimento é um processo multifatorial, ainda pouco compreendido em toda sua totalidade.
Desafios técnicos e éticos: A criação de nanorrobôs autônomos, seguros e eficazes dentro do corpo humano ainda está longe de se concretizar.
Escala e acessibilidade: Mesmo que existam protótipos promissores, torná-los seguros, eficazes e acessíveis para uso em larga escala é um desafio imenso.
Questões filosóficas, sociais e espirituais: A imortalidade levanta debates éticos, religiosos, ambientais e sociais profundos.
O que já é real
Ensaios clínicos com terapias gênicas e regenerativas;
Aplicação de nanopartículas no combate ao câncer;
Impressão 3D de tecidos com componentes nanoestruturados.
Conclusão
A nanotecnologia está revolucionando a medicina e poderá estender significativamente a longevidade humana nas próximas décadas. Mas afirmar que a imortalidade será alcançada até 2030 é, por enquanto, mais especulação futurista do que realidade científica.

TJAC determina reativação de plano de saúde cancelado por inadimplência de uma única parcela

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A Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) decidiu, por maioria, manter o contrato de plano de saúde de Maria da Conceição Gomes da Silva e Lucas da Silva, que havia sido cancelado unilateralmente pela Unimed Rio Branco por inadimplemento de uma única parcela.

O colegiado, sob relatoria do desembargador Roberto Barros, entendeu que o cancelamento violou os princípios da boa-fé objetiva e da função social do contrato, uma vez que a operadora recebeu mensalidades posteriores ao débito que motivou a rescisão. A decisão reformou parcialmente a sentença de primeiro grau, excluindo apenas a condenação por danos morais.

Na origem, a 1ª Vara Cível de Rio Branco havia julgado procedente o pedido dos autores, determinando a reativação do contrato, além de indenização por danos materiais no valor de R$ 691,75 e morais de R$ 3 mil para cada um. A Unimed recorreu alegando a legalidade da rescisão e contestando as condenações.

O relator destacou que, embora a Lei dos Planos de Saúde (nº 9.656/98) permita o cancelamento em casos de inadimplência superior a 60 dias, essa prerrogativa não é absoluta e deve respeitar a boa-fé contratual. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) também foi citada para reforçar o entendimento de que o recebimento de valores após o vencimento gera expectativa legítima de continuidade contratual.

Por outro lado, o colegiado afastou a condenação por danos morais, considerando que o episódio caracterizou mero aborrecimento, sem ofensa aos direitos da personalidade.

Com a decisão, foi mantida a condenação por danos materiais, mas excluída a indenização moral. A operadora deverá restabelecer o contrato dos autores e devolver os valores pagos indevidamente.

Motoboys realizam ato em Rio Branco contra uso de linhas de pipa após acidentes graves no Acre

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Trabalhadores de aplicativo que atuam sobre duas rodas vão realizar, nesta segunda-feira, 21, um ato em Rio Branco para chamar a atenção da sociedade e das autoridades para os riscos causados pelo uso de linhas de pipa, especialmente com cerol ou linha chilena. A mobilização ocorre após dois acidentes graves registrados recentemente no Acre: uma mulher morreu parcialmente degolada por uma linha de pipa em Cruzeiro do Sul, no último sábado, 19, e um homem teve o pescoço cortado em Epitaciolândia, na quarta-feira, 16.

O protesto é organizado pela União dos Motoristas de Aplicativos do Estado do Acre. Segundo Paulo Farias, presidente da entidade e motoboy, a categoria defende a proibição da prática, mesmo em locais destinados a soltar pipas.

“Somos contra soltar pipa em todos os ambientes, porque mesmo em áreas distantes, essa pipa viaja para longe, pode cair num local diferente e a linha cortar o pescoço de uma pessoa, se prende a fios, causa curto-circuitos. É como uma arma”, afirmou.

A concentração dos trabalhadores ocorrerá às 11h, na sede da União dos Motoristas de Aplicativos do Estado do Acre, localizada na rua Montreal, bairro Esperança 2. De lá, os participantes sairão em motociata pelas ruas da cidade, com paradas em frente ao Palácio do Governo e à Assembleia Legislativa do Acre.

Apesar da mobilização, a organização informou que não há previsão de interdições no trânsito.

Samu e Ciopaer realizam resgate aéreo de paciente com traumatismo em Porto Walter

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Em mais uma ação integrada entre o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), um paciente em estado gravíssimo foi resgatado por meio de transporte aeromédico, na manhã deste domingo, 20, no município de Porto Walter, interior do Acre.

A vítima, do sexo masculino, se envolveu em um grave acidente de trânsito, decorrente de colisão entre uma motocicleta e um automóvel. Com quadro clínico crítico, o paciente apresentava traumatismo cranioencefálico (TCE) grave, pneumotórax e fratura de base de crânio. A equipe do Samu foi acionada prontamente, realizando a estabilização no local e o procedimento de intubação ainda no município, a fim de garantir condições seguras para o deslocamento.

A operação contou com a aeronave Harpia 03, que decolou com equipe médica especializada, realizando o transporte do paciente até o Hospital Regional do Juruá, em Cruzeiro do Sul, onde ele segue sob cuidados intensivos.

“Chegamos ao local e nos deparamos com um quadro grave. Iniciamos os protocolos de suporte avançado, estabilizamos o paciente, realizamos a intubação e, com apoio da aeronave, conseguimos garantir o transporte seguro e rápido. O tempo foi determinante para a garantia de sobrevivência do paciente até receber o tratamento adequado”, relatou o médico intervencionista do Samu, Abegno Gadelha, que participou da missão.

Porto Walter está situado na região do Juruá e é considerado um dos municípios mais isolados do estado, com acesso exclusivamente fluvial ou aéreo. Nessas localidades, o atendimento médico especializado é limitado, o que torna as ações aeromédicas fundamentais para salvar vidas em situações críticas que demandam transferência imediata para centros hospitalares de referência.

A execução desse tipo de operação é viabilizada por meio da cooperação entre a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), que mantêm uma estratégia integrada para o uso das aeronaves do governo em missões de urgência e emergência. Desde outubro de 2023 o helicóptero Harpia 03 foi disponibilizado de forma definitiva para atender as demandas da região do Juruá, ampliando a capacidade de resposta em ocorrências graves que exigem transporte ágil e especializado.

“Em um estado com tantos desafios geográficos como o Acre, garantir o acesso à saúde exige esforço conjunto e logística integrada. A parceria entre Saúde e Segurança Pública tem permitido resgates como este, que salvam vidas e demonstram o compromisso do governo com a população, mesmo nos pontos mais remotos do nosso território”, destacou o secretário de Estado de Saúde, Pedro Pascoal.

Agência de Notícias do Acre

Da periferia acreana ao cinema, jovem semeia cultura para transformar comunidades e destaca importância de políticas pública

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“O cinema feito no Acre, pra mim, é o futuro”, enfatiza Gabriel Knoxx, acreano nascido na periferia de Rio Branco e que conquistou destaque nacional como protagonista de Noites Alienígenas, longa lançado em 2022 que lhe rendeu o prêmio de Melhor Ator Brasileiro no Festival de Cinema de Gramado. De volta ao estado, o artista grava seu novo trabalho, Rio Torto, um filme que abordará, com sensibilidade e lirismo, a violência contra a mulher e o papel simbólico do Rio Acre na identidade local.

Filho de empregada doméstica e criado por três mulheres guerreiras da periferia de Rio Branco, Knoxx saiu de casa aos 14 anos. A arte foi o seu abrigo, embora o caminho tenha sido tudo, menos fácil. Viver da arte independente exige resiliência, resistência e persistência.

Antes de subir aos palcos e ganhar projeção, ele enfrentou noites ao relento, fome, e inúmeros “nãos”. E foi sem nenhuma experiência como ator que encarou o teste para Noites Alienígenas, dando vida ao personagem Rivelino, criação do roteirista e diretor Sérgio de Carvalho, paulista com o coração acreano.

Arte que transforma

A virada veio com o filme, mas o sonho de Knoxx vai além. Ele vê na arte um potente vetor de transformação social. “A arte me ajudou a superar essas barreiras de necessidades básicas que agora eu consigo correr atrás dos meus sonhos. Hoje eu consigo viver 100% do cinema e, além disso, faço parte da Mídia Ninja há dois anos. Trabalho na sede da Mídia Ninja, na nave coletiva, com produções de eventos culturais, que pra mim é um sonho realizado”, avalia.

Noites Alienígenas não foi só um marco na sua trajetória. Knoxx acredita que o filme elevou o nome do Acre no cenário nacional e revelou a força da narrativa amazônica. “Acredito que chegou a vez de o Norte colocar a cara também não apenas no âmbito nacional, mas internacional. Precisamos nos posicionar cada vez mais, porque é uma grande potência o cinema do Acre. Temos grandes profissionais cada vez mais experientes e acredito que nossas histórias têm que ser contadas por nós mesmos”, destaca.

Políticas públicas e novas oportunidades

Ao longo da gestão do governador Gladson Camelí, diversos projetos e medidas vêm sendo articulados para impulsionar o setor cultural. Somente no ano passado, a Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM) conseguiu viabilizar R$ 41 milhões por meio das leis de incentivo Aldir Blanc e Paulo Gustavo, além do Fundo Estadual de Cultura, fomentando ações em todo o estado.

Knoxx reconhece a importância desses investimentos: “As leis de apoio, de fomento à cultura são importantes para não ficarmos reféns de ter que vir produtoras de fora pra tentar falar sobre o que a gente passa, vive e contem nossas histórias. Acho que é muito importante isso, deixar nossas histórias em nossas mãos, para que nós possamos contá-las”, enfatiza.

O presidente da FEM, Minoru Kinpara, destaca que 2024 foi um ano de grandes realizações e investimentos no setor cultural e define esse momento como histórico.

“Um investimento sem precedentes na história cultural do Acre. O governo do Estado, por meio da Fundação Elias Mansour, realizou extensas escutas com os nossos fazedores de cultura para entender, em profundidade, como os editais deveriam ser construídos e de que forma os recursos deveriam ser distribuídos. Todo esse processo foi conduzido de maneira democrática, respeitosa, transparente e dentro da legalidade”, ressalta.

Ele afirma que os resultados ganham corpo ao conhecer histórias como a de Gabriel. “O mais valioso é que essas produções culturais capturam nossa memória, nossa identidade, valores e crenças. Ao vivenciar cada uma dessas expressões artísticas, reafirmamos o orgulho pelo nosso estado, pelo nosso querido Acre e por tudo o que nos constitui. A Lei Paulo Gustavo é, sem dúvida, um marco histórico e transformador para a cultura acreana”, conclui.

Além do longa Rio Torto, Knoxx prepara também um curta-metragem contemplado pela Lei Paulo Gustavo, que será gravado no Acre. Seu sonho? Fazer a arte chegar a quem mais precisa.

“Quero abrir casas de cultura dentro de várias comunidades e expandir cada vez mais para que crianças, ao saírem da escola, tenham atividades culturais e possam desenvolver o canto, desenho, violão e trabalhar o melhor delas. Quero voltar para o Acre com esse recurso e poder gerar essa oportunidade para todas as crianças, absolutamente todas, sem nenhuma ficar de fora”, planeja.

Sobre Rio Torto

O novo longa mergulha em um tema doloroso e urgente: o feminicídio. A trama acompanha os momentos de libertação de uma mulher que enfrenta as opressões do patriarcado. Para escapar de um relacionamento tóxico, ela embarca em uma jornada pelo rio, guiada por um catraeiro. Nessa travessia, vai se encontrando — com a ajuda das lições que o próprio rio lhe oferece.

“Em nosso filme, o rio que corta o Acre é um personagem importante. Falamos do contraste entre um urbano caótico e o rio plácido que está presente em nossas vidas, mas que os próprios moradores se esquecem de olhar e cuidar. É um tema sensível. E o filme fala de tempos. Um tempo acelerado da cidade e o tempo do rio. Uma mulher que vive oprimida e a liberdade que ela encontra ao sabor das correntezas. Creio que o público em geral irá gostar. Falamos do Acre atual, mas também do Acre de nossos antepassados”, explica.

Cinema como ferramenta de mudança

Para Knoxx, o sucesso de Noites Alienígenas revelou a potência do Acre e a urgência de novos investimentos na cultura. “Mostrou a força, potência e a importância de novos investimentos em todas as áreas culturais. Colocamos o Acre no mapa do cinema brasileiro, isso não é pouca coisa em um país tão preconceituoso com o povo do Norte. Por isso também é importante a implementação de novas políticas públicas de cultura sérias para que mais e mais gente possa fazer, possa brilhar. Somente através da cultura e da educação poderemos elevar a autoestima de nosso povo.”

E ele acredita: valorização de artistas e ações efetivas são o caminho para que o estado conte sua própria história com protagonismo. “A distribuição melhor de renda e investimentos na força do nosso povo vai fazer com que a gente possa contar nossa própria história e não mais ver e ouvir outros povos com suas narrativas sobre nós. O teatro, a dança, a cultura popular, o cinema, precisam ser priorizados em novas políticas públicas para que possamos ser protagonistas neste país. E o empresário acreano precisa entender que investir em cultura não é gasto, mas investimento.”

Sobre Rio Torto, ele deixa uma última provocação: o filme vai trazer questões que precisam ser debatidas com urgência. “Estamos mostrando relacionamentos tóxicos abusivos, porque as mulheres sofrem nesses ambientes. A gente tem que fazer essa denúncia ao vivo e a cores e espero que esse filme alcance esses lugares, os maiores lugares para que essa denúncia chegue cada vez mais longe e as pessoas tenham consciência desse desafio, que é uma luta que todos devem abraçar.”

Agência de Notícias do Acre