Jogo do Tigre: influenciadores são presos no PR; motoboy ficou milionário e chamou atenção da polícia

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Um novo jogo online ilegal que promete lucros extraordinários em um curto prazo de tempo tem chamado atenção na internet: é o “Jogo do Tigre”. A polícia descobriu uma rede de influenciadores envolvidos que atua no recrutamento para o esquema. São pessoas que alegam ter vencido no jogo e aparecem exibindo seus sucessos nas redes. No entanto, segundo a investigação, trata-se de uma atividade criminosa de apostas que vem causando prejuízos a diversas vítimas.

O quarteto composto por Eduardo Campelo, Gabriel, Ezequiel e Ricardo acumulou riqueza por meio do “Jogo do Tigre”, ou mais precisamente, fazendo a sua divulgação. Du Campelo chegou a declarar em um vídeo: “Estou dizendo que essa plataforma está incrível. R$ 1.500”. Este é apenas um exemplo das propagandas veiculadas por esses influenciadores.

Sérgio Staut Júnior, diretor da faculdade de direito da UFPR, explica ao G1 que esses jogos não são regulamentados no Brasil. “São considerados jogos ilegais, de azar, e muitas vezes esses jogos são em sites fora do Brasil. Já as bets elas têm uma regulamentação, tem uma lei que permite esse tipo de aposta, em que você aposta no resultado. Se vai ser positivo ou negativo para um time, se o sujeito fez um gol”, esclarece.

Início da investigação

Só que a propagação desses conteúdos sobre o “dinheiro fácil” conquistado pelos influeciadores chamou a atenção da polícia no estado do Paraná. “Eles eram motoboys, pessoas comuns e num curto espaço de tempo apareceram com diversos carros importados, viagens internacionais”, relata Thiago Dantas, delegado da Polícia Civil do Paraná, ao G1.

A autoridade conta que o grupo lucrava promovendo plataformas online associadas ao “Fortune Tiger” -ou ‘jogo do tigrinho’ – o que ocorria sob contrato com a plataforma. Eles faturavam em torno de 5 mil e 15 mil por uma campanha de sete dias. Em suma, os influenciadores se encarregavam de fazer promoções, rifas e dar dicas sobre os jogos, angariando novos participantes.

Já as pessoas que queriam jogar fazem suas inscrições na plataforma, depositam uma quantia de dinheiro e participam das apostas. Ainda, a polícia ressalta que existem variações do aplicativo com outros animais, mas o propósito permanece o mesmo.

No último dia 19, Gabriel, Eduardo e Ricardo foram detidos. Já Ezequiel ainda não foi localizado. Durante a operação, carros e dólares em dinheiro foram apreendidos. A polícia estima que o grupo tenha gerado uma movimentação financeira de R$ 12 milhões ao longo de seis meses.

Os advogados dos quatro acusados no Paraná disseram ao Fantástico que os influenciadores são inocentes e não têm controle algum sobre as plataformas. Gabriel, Eduardo e Ricardo foram liberados em 29 de novembro e no mesmo dia uma mensagem foi compartilhada nas redes sociais: “A rifa, rapaziada, vocês sabem sou a pessoa mais honesta do mundo, vou sortear”, declarou Duda Campelo.

 

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