Alan Araújo de Lima, 22 anos, envolvido no acidente que resultou na morte de Jonhliane Paiva Sousa, em um acidente de trânsito ocorrido em agosto de 2020, foi o segundo a prestar depoimento na manhã desta quarta-feira, 18, na 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar, em Rio Branco, e fez questão de negar que tenha praticado racha com Ícaro Pinto e qualquer tipo de amizade entre ambos.
O momento auge do depoimento, foi em relação aos abusos, extorsões e ameaças de morte ocorridas durante os 40 dias em que esteve preso na penitenciária Francisco de Oliveira Conde. “Só eu sei o que passei naquele presídio. Tive ameaças, extorsão. Estava em cela com oito pessoas. Dormia na pedra. Fizeram ameaça em dinheiro. A intenção do meu pai era me proteger. Mas se tornou um pesadelo, eles queriam mais. Os advogados levaram R$ 500 em média. Eu pagava para estar vivo. Eu entrei em estado de depressão, perdi mais de 15 kg”, argumentou.
Preso há um ano e 9 meses, sendo que, agora, no Batalhão de Operações Especiais (BOPE), Araújo contou que não faz uso de bebida alcoólica e negou sua participação na morte de Jonhliane. “Eu não bebo, até por não sentir vontade. A bebida faz a pessoa praticar coisas erradas. Não sou santo, não sou. Não cometi crime de racha, nunca fui amigo do Ícaro, não conheço, então creio que em busca da justiça, acabaram criando injustiça comigo”, destacou.
O juiz Alesson Braz questionou se a velocidade de Alan Araújo estava superior a mais de 90 km, mas Araújo negou veementemente. “Se eu cheguei a 80 km foi muito”, afirmou.
Indagado pelo fato de não ter parado no momento exato do acidente, Alan contou que decidiu ir atrás do envolvido, porém, sem sucesso e por essa razão voltou até ao local dos fatos para auxiliar a vítima. “No trajeto estava indo deixar o Eduardo na casa dele e próximo a Assembleia de Deus aconteceu o acidente. Eu fui atrás dele, não achei e voltei ao local para saber como ela estava”, ressaltou.
Entretanto, Araújo se sentiu intimidado e decidiu sair do local do impacto fatal que matou a jovem comerciária. “Cheguei lá, fiquei parado. Me perguntaram o que tinha acontecido e as pessoas insinuaram que havia racha. Me senti mal, não me senti seguro e saí de lá”, argumentou.