sexta-feira, 4 julho 2025
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Polícia de MS captura um dos criminosos mais procurados do Acre, acusado de ser “matador de facção”

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Em uma ação coordenada entre as polícias civis do Acre e de Mato Grosso do Sul, foi capturado na manhã desta sexta-feira, 4, um dos criminosos mais procurados do estado acreano. Identificado como “Smyth”, o foragido foi localizado e preso por agentes da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) do Mato Grosso do Sul.

“Smyth” era alvo de três mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça do Acre. O primeiro diz respeito à sua participação no homicídio de Luke Paulo de Aguiar Rosa, de 27 anos, considerado um dos líderes de uma facção criminosa atuante na região da Baixada da Sobral, em Rio Branco. Luke foi baleado no dia 13 de março de 2023, durante um tiroteio com membros de uma facção rival na rua Eldorado, no bairro Plácido de Castro, vindo a falecer dias depois, em 17 de março, na Unidade de Terapia Intensiva do Pronto-Socorro da capital.

O segundo mandado é referente ao assassinato de Pedro Silva de Souza, ocorrido em novembro de 2022. A vítima foi atraída para uma emboscada no bairro Cabreúva, também em Rio Branco, onde acabou executada a mando da facção da qual Smyth fazia parte.

O terceiro mandado é relacionado à sua atuação como executor de homicídios em prol de uma organização criminosa que, entre o fim de 2022 e o início de 2023, expandiu seu domínio sobre diversos bairros da capital acreana, especialmente na região da Baixada da Sobral, que concentra cerca de 18 bairros.

Além dos mandados já cumpridos, Smyth é investigado em pelo menos outras quatro ocorrências de homicídios, cujas apurações estão em andamento pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa do Acre.

A prisão foi possível graças ao trabalho de inteligência da DHPP do Acre, que repassou informações estratégicas à equipe da DHPP do Mato Grosso do Sul, possibilitando a localização e a detenção do suspeito.

O delegado Alcino Ferreira Júnior, titular da DHPP do Acre, destacou a importância da cooperação interestadual para o enfrentamento ao crime organizado. “A prisão de Smyth representa um duro golpe contra a criminalidade violenta no estado do Acre. É resultado de um trabalho conjunto e coordenado entre as polícias civis, demonstrando que o crime não tem fronteiras, mas tampouco a investigação criminal. Seguiremos firmes no propósito de identificar, localizar e capturar todos os envolvidos em homicídios e ações criminosas em nosso estado”, afirmou o delegado.

Smyth deve ser transferido para o Acre nos próximos dias, onde responderá pelos crimes cometidos e pelas investigações em curso. A Polícia Civil reforça o compromisso com a segurança da população e a responsabilização de todos os envolvidos em atos de violência.

Fonte: Ascom Polícia Civil

Agora é lei: abandono de idoso ou pessoa com deficiência terá pena maior

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Quem for condenado pelo crime de abandono de idoso ou pessoa com deficiência poderá passar a cumprir pena de 2 a até 5 anos de prisão, mais pagamento de multa. Se esse abandono resultar na morte da pessoa, a pena será de 14 anos de reclusão. Se resultar em lesão grave, poderá haver reclusão de 3 a 7 anos, além de multa.

Essas penas são determinadas pela Lei 15.163, sancionada sem vetos pelo presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, e publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (4).

Antes da nova lei, a pena geral era de reclusão de 6 meses a 3 anos e multa. A norma teve origem em um projeto de lei apresentado pelo deputado Helio Lopes (PL-RJ) e apoiado por outros parlamentares. O texto (PL 4.626/2020) foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 18 de junho, com emendas do Senado Federal.

Os deputados concordaram com as alterações do Senado, que aumentaram as penas e excluíram a competência dos juizados especiais para o crime de  apreensão de crianças e adolescentes sem ordem judicial ou flagrante de ato infracional.

O crime de maus-tratos, punido anteriormente com detenção, passa a ter a mesma pena geral. Nos agravantes de lesão corporal grave ou de morte (antes punidos com reclusão de 1 a 4 anos e reclusão de 4 a 12 anos, respectivamente), agora as penas serão de 3 a 7 anos e 8 a 14 anos, respectivamente.

Esse crime é caracterizado por expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância em ambiente de educação, ensino, tratamento ou custódia, privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis ou abusando de meios de correção ou disciplina. No Estatuto da Pessoa Idosa, o texto atribui iguais penas a esse tipo penal, caracterizado de maneira semelhante no Código Penal.

Fonte: Agência Senado

IOF: Moraes suspende decretos e determina audiência de conciliação

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes suspendeu nesta sexta-feira (4) os efeitos de decretos da Presidência da República e do Congresso Nacional que tratam do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

“Concedo a medida cautelar, ad referendum do plenário desta suprema Corte, para suspender os efeitos dos decretos presidenciais 12.466/2025, 12.467/2025 e 12.499/2025, assim como do Decreto Legislativo 176/2025.”

Na decisão, Moraes determina ainda a realização de uma audiência de conciliação entre o governo federal e o Congresso Nacional sobre o tema. A audiência está agendada para o dia 15 de julho na sala de audiências da Corte, em Brasília.

“Comunique-se ao presidente da República e ao presidente do Congresso Nacional, para ciência e cumprimento imediato desta decisão, solicitando-lhes informações, no prazo de cinco dias.”

Conforme consta na decisão, também devem participar do encontro a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Advocacia-Geral da União (AGU). “Após a realização da audiência de conciliação, será analisada a necessidade de manutenção da medida liminar concedida”, destacou o ministro.

A decisão

No documento, Moraes lembra da importância da harmonia entre os poderes, além da independência entre eles. Também cita “fortes argumentos que indicam a existência de razoabilidade na imediata suspensão da eficácia dos decretos impugnados”.

“Inclusive porque esse indesejável embate entre as medidas do Executivo e Legislativo, com sucessivas e reiteradas declarações antagônicas, contraria fortemente o artigo 2º da Constituição Federal que, mais do que determinar a independência dos poderes, exige a harmonia entre eles, como princípio básico e inafastável de nosso Estado Democrático de Direito em busca do bem comum para toda a sociedade brasileira.”

Entenda

No fim de maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou decreto que aumentava o IOF para operações de crédito, de seguros e de câmbio. O documento fazia parte de medidas elaboradas pelo Ministério da Fazenda para reforçar as receitas do governo e atender às metas do arcabouço fiscal.

No início de junho, o governo reverteu parte das elevações do IOF, mas editou uma medida provisória (MP) que aumenta outros tributos. Também em junho, a derrubada do decreto foi pautada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta. Cerca de duas horas após ter sido derrubado, o decreto também foi rejeitado em votação simbólica no plenário do Senado Federal.

Na última terça-feira (1º), a Advocacia-Geral da União (AGU) protocolou ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) no intuito de reverter a derrubada do decreto. Segundo o ministro da AGU, Jorge Messias, a ação declaratória de constitucionalidade (ADC) foi apresentada após solicitação feita por Lula e com base em estudo técnico e jurídico solicitado ao órgão na semana anterior.

O ministro Alexandre de Moraes foi escolhido relator da ADC protocolada pela AGU para reconhecer a validade do decreto editado pelo presidente. Moraes vai comandar o caso porque já atua como relator de dois processos que tratam do assunto. As ações foram protocoladas pelo PL e pelo PSOL. Não há data para decisão do ministro.

 

Cooperativa de Rodrigues Alves investe no mercado de derivados da banana e comemora selo para comercialização fora do estado

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Durante a Expoacre Juruá 2025, um dos destaques entre os expositores vem de uma cooperativa de Rodrigues Alves, que aposta na produção e comercialização de produtos derivados da banana como alternativa de geração de renda e valorização da agricultura local.

Jairo, representante da cooperativa, contou com entusiasmo que o grupo já possui o selo que permite a venda dos produtos para outros estados.

“Nós temos produtos derivados da banana e nós conseguimos nosso selo para vender fora do estado”, destacou ele, comemorando a conquista que amplia as possibilidades de crescimento e visibilidade para os cooperados.

Jairo, representante da cooperativa, contou com entusiasmo que o grupo já possui o selo que permite a venda dos produtos para outros estados/Foto: Folha do Acre

A participação na Expoacre Juruá também é vista como estratégica para a cooperativa. Para Jairo, o evento representa uma oportunidade única de exposição dos produtos para um público diversificado, formado por consumidores e empresários.

“É uma parte muito importante onde a gente vem expor nossos produtos. Aqui é onde passa todas as pessoas, os empresários, e perguntam sobre, e isso é muito importante”, disse.

Com produtos como banana chips, doces, geleias e outros itens derivados da fruta, a cooperativa mostra que é possível agregar valor à produção agrícola familiar, incentivando o empreendedorismo rural e fortalecendo a economia regional.

Homem é preso por descumprir medida protetiva e por mandado de prisão em aberto, no bairro Ayrton Senna

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Na tarde desta quarta-feira, 03 de julho de 2025, por volta das 14h40, a Rádio Patrulha 101, pertencente ao 1º Batalhão da Polícia Militar, recebeu informações de que um foragido da Justiça estaria em uma residência localizada na Travessa Campo Novo, n.º 358, no bairro Ayrton Senna, em Rio Branco.

De acordo com a denúncia, o indivíduo identificado pelas iniciais E.A.F. estaria no local, Travessa Campo Grande, bairro Ayrton Senna. A equipe realizou consulta nos sistemas de segurança, confirmando a existência de um mandado de prisão em aberto contra o suspeito, pendente de cumprimento.

Além disso, foi constatado que E.A.F. teria descumprido medida protetiva expedida em favor de sua ex-esposa. A ordem judicial determinava que ele mantivesse distância mínima da vítima e se abstivesse de qualquer tipo de contato, inclusive de forma indireta. O descumprimento reforçou a gravidade da ocorrência, sendo este um fator relevante para a condução do caso à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM).

A equipe da RP 101 deslocou-se até o endereço informado, onde localizou o suspeito. Ele recebeu voz de prisão no local e foi devidamente cientificado dos motivos de sua detenção. Em seguida, foi conduzido à DEAM e apresentado à Polícia Civil para as providências legais.
A Polícia Militar destaca a importância do respeito às medidas protetivas como instrumento essencial para a proteção das vítimas de violência doméstica e reafirma seu compromisso com o cumprimento das decisões judiciais.

Detran do Acre notifica motoristas para entrega imediata da CNH cassada

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O Departamento Estadual de Trânsito do Acre (Detran/AC) divulgou, por meio do Edital de Notificação de Aplicação da Penalidade de Cassação do Direito de Dirigir nº 02/2025, que condutores que tiveram o direito de dirigir cassado devem entregar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no prazo de 48 horas.

A medida, publicada pela presidência do órgão, ocorre após a tentativa de notificação postal não ter sido concluída. A determinação tem base no artigo 256, inciso V, do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e na Resolução nº 300 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

Os motoristas notificados devem comparecer à Divisão de Suspensão e Cassação de CNH, localizada na Avenida Estrada Dias Martins, nº 894, bairro Jardim Primavera, em Rio Branco, obedecendo ao prazo estipulado. Caso não façam a entrega do documento dentro do prazo, o bloqueio será efetuado no Registro Nacional de Carteira de Habilitação (Renach), conforme prevê a legislação.

O Detran alerta que dirigir com a CNH cassada é infração gravíssima e crime de trânsito, sujeito a multa, apreensão do veículo e detenção de seis meses a um ano ou multa, como tipificado nos artigos 162, inciso II, e 309 do CTB.

Ainda segundo o edital, os condutores que tiverem o direito de dirigir cassado poderão solicitar reabilitação, desde que cumpram os requisitos previstos no artigo 147 do Código de Trânsito Brasileiro e nas normas complementares.

Mais informações podem ser obtidas junto à Divisão de Suspensão e Cassação de CNH do Detran/AC.

 

Aleac promove audiência pública para discutir o movimento das comunidades terapêuticas no Acre

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A Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac) realizou nesta quinta-feira (3), uma audiência pública para debater o Movimento das Comunidades Terapêuticas (CTs) no Estado. O encontro, que aconteceu no plenário do Poder Legislativo, é fruto do requerimento nº 64/2025, de autoria da deputada Michelle Melo (PDT).

A audiência reuniu representantes do poder público, entidades civis e especialistas para discutir o papel das comunidades terapêuticas no acolhimento, recuperação e reinserção social de pessoas com dependência química. A iniciativa que nasceu de uma construção coletiva no gabinete da parlamentar, visa também promover o diálogo sobre a regulamentação, fiscalização e desafios enfrentados por essas instituições no território acreano.

Deputada Michelle Melo denuncia falta de apoio do Estado às comunidades terapêuticas

Em sua fala, a deputada Michelle Melo reforçou o reconhecimento ao trabalho das comunidades terapêuticas, classificando a atuação dessas instituições como uma verdadeira missão de vida. “Não é um trabalho, não é um emprego. É uma missão, é um propósito de vida”, afirmou. Para a parlamentar, o papel das casas terapêuticas vai além do acolhimento: “Muitas pessoas sequer sabem o que são essas casas. Elas se tornaram verdadeiras aliadas das políticas públicas, especialmente diante da ausência de uma rede pública estruturada para acolhimento”, pontuou.

Michelle também criticou a ausência de políticas governamentais voltadas ao fortalecimento dessas entidades, afirmando que a negligência do poder público criou um vácuo na assistência às pessoas em situação de dependência química. Segundo ela, mais de 300 vagas foram perdidas no Acre nos últimos anos com o fechamento de casas terapêuticas por falta de apoio financeiro e orçamentário. “Hoje, se uma pessoa em situação de rua quiser sair da dependência, a que porta ela pode bater? Não há acolhimento efetivo. As comunidades terapêuticas estão tentando suprir esse vácuo, mas falta uma política de Estado para garantir continuidade e estrutura. A verdade é que o governo não está preocupado com os invisíveis, com os dependentes químicos, não está preocupado com quem precisa da ajuda política”, destacou.

Secretaria Municipal de Saúde reconhece fragilidade da rede e propõe parceria com comunidades terapêuticas

A diretora de Políticas de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Jocelene Soares de Souza, iniciou sua fala reconhecendo os desafios enfrentados pela gestão no atendimento à população em situação de rua, especialmente pessoas com dependência de álcool e outras drogas. Segundo ela, mesmo após apenas seis meses à frente da pasta, já é possível constatar a fragilidade da rede de atenção psicossocial no município. “Hoje nós não temos suporte suficiente para atender um morador de rua que queira sair da dependência. A rede está fragilizada e temos apenas um CAPS em funcionamento”, pontuou. Ela informou ainda que está em andamento a ampliação dessa rede com a criação de um CAPS infantil e o fortalecimento das residências terapêuticas, embora reconheça que essas não substituem o papel das comunidades terapêuticas.

Jocelene relatou que buscou estudar o funcionamento das CTs e reconheceu sua importância como parceiras das gestões municipais e do SUS. “O trabalho de vocês é espetacular, de recuperação de pessoas. Vocês são aliados da gestão”, destacou. Ela também compartilhou experiências pessoais tocantes, como o encontro com uma mulher em situação de rua remexendo no lixo, que a sensibilizou profundamente sobre a urgência da ação do poder público. Ao final, ela reafirmou o compromisso da Secretaria Municipal de Saúde em dialogar e construir políticas conjuntas com as comunidades terapêuticas, especialmente no atendimento a mulheres em situação de vulnerabilidade, com ações específicas como o uso do implante contraceptivo Implanon. “Contamos com esta Casa para regulamentar e fortalecer essas parcerias. Sozinhos, enquanto gestão, não conseguimos fazer tudo”, concluiu.

Pastor Elton denuncia abandono institucional e destaca papel essencial das casas terapêuticas

Representando a Casa de Apoio e Acolhimento a Pessoas em Estado de Vulnerabilidade, o pastor Elton Fonseca destacou a luta diária das comunidades terapêuticas diante do abandono por parte dos poderes públicos. Ele agradeceu à Secretaria Municipal de Saúde, que, segundo ele, tem sido a única a apoiar efetivamente as instituições, inclusive viabilizando a execução de emendas parlamentares. “O cenário é triste e lamentável, porque mesmo prestando um serviço de utilidade pública elevado, as casas terapêuticas seguem invisíveis aos olhos de grande parte do Estado”, lamentou.

Elton também relembrou o enfraquecimento da rede de atendimento após a extinção da CADES e a consequente queda no número de acolhimentos em instituições como a Apadeq e a Jocun. “Hoje, sem apoio, casas que antes acolhiam 40 pessoas mal conseguem manter 15. Se um filho seu precisar de ajuda, a que porta ele vai bater? ”, questionou. O pastor frisou que o trabalho realizado nas casas terapêuticas é voluntário, feito por amor e empatia: “Não é um emprego, é uma missão de vida que muitos exercem sem receber um centavo”. Elton encerrou destacando que o cuidado com dependentes químicos não deve ser atribuído apenas às igrejas ou entidades civis, mas sim ao Estado, que falhou em diversas etapas, desde o controle da entrada das drogas até a ausência de políticas eficazes de prevenção e tratamento. “Esse é um serviço público, uma responsabilidade estatal. Nós apenas estamos tentando consertar as falhas que o próprio Estado permitiu”.

Verônica Loureiro emociona ao compartilhar vivência pessoal e cobrar responsabilidade do poder público

Verônica Loureiro, representante da Central de Articulação das Entidades de Saúde do Acre, antiga Cades, trouxe um depoimento pessoal comovente ao relatar a história de superação do seu esposo, que está há 28 anos sóbrio após passar por uma comunidade terapêutica. “Se ele conseguiu, vocês também conseguem. Ninguém nasceu torto. Vocês são filhos amados de Deus”, declarou, incentivando os acolhidos a não desistirem da própria recuperação. Verônica também chamou atenção para a importância do acolhimento familiar no processo de tratamento, ressaltando que muitas comunidades terapêuticas não têm conseguido oferecer essa integralidade por falta de apoio e estrutura.

Ela também criticou a omissão do poder público estadual e municipal em relação às comunidades terapêuticas. Lembrou que, ainda em 2019, foi encaminhado um ofício solicitando recursos para essas instituições, mas a resposta da gestão municipal foi de desprezo. “O prefeito não recebe as comunidades. Quem pode resolver, não quer. Já demonstrou isso ao longo de quatro anos”, afirmou. Ela também responsabilizou o governo do Estado, citando falas que desprezaram o impacto positivo do trabalho realizado. “A recuperação de uma vida não salva só um indivíduo. Ela resgata famílias inteiras e beneficia a sociedade”, concluiu.

Ex-acolhido, Joaquim Bento emociona com relato de superação e fé na continuidade do trabalho

A audiência também foi marcada por emocionantes depoimentos de pessoas que passaram pelo acolhimento em comunidades terapêuticas e conseguiram reconstruir suas vidas. Histórias de superação, como a do ex-residente Joaquim Bento, evidenciaram o impacto transformador do trabalho desenvolvido por essas instituições, que, mesmo com recursos limitados, seguem oferecendo esperança e dignidade a quem enfrenta a dependência química

Joaquim compartilhou um testemunho comovente sobre sua trajetória de superação após 17 anos no mundo da dependência química. Aos 19 anos teve o primeiro contato com as drogas e, durante quase duas décadas, perdeu tudo: família, trabalho e até a vontade de viver. “Eu tinha uma dor na alma. Já não queria mais viver”, relatou. No momento mais crítico, foi acolhido pela Shalom, onde passou por um tratamento de seis meses que transformou sua vida. Hoje, casado e pai de uma menina de oito meses, ele celebra a nova fase: “A comunidade me devolveu a esperança”.

Após a recuperação, Joaquim voltou como voluntário, atuando por quatro anos na coordenação da mesma casa que o acolheu. Lá, pôde testemunhar e participar de outras histórias de transformação, como a de um homem que vivia há dez anos debaixo da ponte e hoje está sóbrio, casado e empregado. “Quando acontece com a gente ou com alguém da nossa família, a gente vê o quanto esse trabalho é importante”, destacou. Para ele, mesmo que os números de recuperação pareçam pequenos, cada vida salva é uma vitória: “Se uma vida for recuperada, já valeu a pena. Louvado seja Deus! ”.

Ao final da audiência, a deputada Michelle Melo apresentou uma série de encaminhamentos concretos para fortalecer o trabalho das comunidades terapêuticas no Acre. Ela propôs a realização de um seminário no dia 28 de agosto, após o recesso parlamentar, para aprofundar o debate e articular medidas práticas. Também sugeriu a criação de um grupo de trabalho entre seu gabinete e representantes das comunidades, com apoio jurídico, para revisar e propor leis específicas, como a de reconhecimento de utilidade pública para todas as casas terapêuticas. A parlamentar ainda defendeu a construção de uma proposta legislativa para integrar as comunidades à rede do SUS e do SUAS, além de institucionalizar a reativação da CADES por meio de uma nova política estadual de atendimento humanizado e Intersetorial.

Ascom Aleac

Segurança é reforçada durante Expoacre Juruá, em Cruzeiro do Sul

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Pensando na segurança dos visitantes da feira, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública reforça o policiamento durante a Expoacre Juruá, em Cruzeiro do Sul. O evento começou na última terça-feira, 1º, e segue até o próximo domingo, 6.

O secretário de Estado da Justiça e Segurança Pública, José Américo Gaia, reitera que o efetivo das forças de segurança está empenhado em garantir que a Expoacre Juruá seja tranquila. “Estamos trabalhando para que as famílias que venham visitar o evento possam circular por todos os espaços sem sofrer algum transtorno. Até esta noite, não foram registradas ocorrências”, destacou.

Com um efetivo de aproximadamente 300 militares, envolvendo Polícia Federal, Exército Brasileiro e os órgãos do Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp), o visitante Marcleiton Silva relata que conheceu vários estandes e que as forças policiais estão presentes em todo o parque. “Eu achei muito bacana que tem muita polícia envolvida nesse ambiente. Causa mais segurança para o telespectador que vem aqui prestigiar esse momento”, disse.

O Centro Integrado de Operações Aérea (Ciopaer) também participa do policiamento, realizando voos de monitoramento em todos os dias da Expoacre Juruá. O coordenador do Ciopaer, Sérgio Albuquerque, explica como os voos estão sendo realizados: “Estamos realizando voos de policiamento ostensivo, com a ajuda do farol de busca no parque, dando apoio à Polícia Militar e focando nos locais estratégicos”.

Outro reforço são as câmeras de videomonitoramento instaladas em pontos estratégicos do parque e monitoradas em tempo real pela van de monitoramento e pelo Centro Integrado de Comando e Controle do Juruá (Cicc).

Agência de Notícias do Acre

Frio intenso e tempo seco marcam previsão para o Acre nesta sexta-feira

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O avanço de uma massa de ar polar deve derrubar as temperaturas em todo o Acre nesta sexta-feira (4). De acordo com o pesquisador meteorológico Davi Friale, as informações foram publicadas em seu site de notícias climáticas O Tempo Aqui e indicam que o tempo seguirá firme, ensolarado e sem previsão de chuva em todas as regiões do estado, mas com destaque para o frio intenso, principalmente durante a noite e o amanhecer.

Nas microrregiões do leste e sul, que incluem Rio Branco, Brasiléia e Sena Madureira, o ar polar deixará o céu limpo e o clima seco. A umidade relativa do ar deve atingir índices baixos à tarde, variando entre 35% e 45%, enquanto pela manhã pode chegar a 80%. Ventos vindos do sudeste sopram sem interrupção, com intensidade de fraca a moderada e possibilidade de rajadas.

Já nas regiões centro e oeste, como Cruzeiro do Sul e Tarauacá, o cenário também é de tempo firme e ventilado. À tarde, a umidade varia de 45% a 55% e pode chegar a 90% ao amanhecer. O frio também se fará presente, embora com mínimas ligeiramente mais altas do que na capital e municípios vizinhos.

As temperaturas devem cair significativamente em várias cidades. Em Rio Branco, Senador Guiomard, Bujari e Porto Acre, os termômetros podem registrar mínimas entre 10°C e 12°C e máximas que não passam de 27°C. Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri, Capixaba, Assis Brasil e Santa Rosa do Purus também terão mínimas próximas de 10°C.

Em municípios como Tarauacá e Feijó, as mínimas ficam entre 13°C e 15°C. Já em Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Jordão, as temperaturas variam entre 15°C e 17°C durante a madrugada, com máximas chegando a 28°C ao longo do dia.

Com intercâmbio entre atletas, Nauás Combat marca 3ª noite da Expoacre Juruá com vitória de cruzeirense em casa

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O ringue entrou em campo e o Estádio Arena do Juruá, em Cruzeiro do Sul, foi palco de uma disputa emocionante pelo cinturão do Nauás Combat, que movimentou e levantou a torcida na terceira noite da Expoacre Juruá, nesta quinta-feira, 3. Ao todo, 14 lutadores protagonizaram sete lutas, com golpes compassados aos gritos da torcida.

O evento contou com o apoio do governo do Acre e a participação do público que aprecia o esporte. Maria José Moraes acompanhava o pai, de 85 anos, Raimundo Moraes, que assistia atentamente à competição.

“É a primeira vez que eu venho a um evento como esse, mas estou achando bem interessante a estrutura. Meu pai ama ver luta e achei importante este evento, porque tudo que a gente puder articular no âmbito do esporte acaba sendo uma opção para os nossos jovens, e isso é muito valioso”, analisou Maria José, que é professora.

Derlene Silva estava torcendo pelo competidor Marcos Silva. Praticante de boxe, disse que estava ali para incentivar o amigo. “Ele representa sempre muito bem nosso estado. É um ótimo lutador, que já lutou fora. Representou o Acre muito bem e amei o evento, porque sei que o esporte é muito bom para a nossa saúde”, disse.

‘O esporte me salvou’

O atleta Boykan Fênix protagonizou uma das lutas mais emocionantes da noite. Nascido na comunidade do Val Paraíso, em Cruzeiro do Sul, relembrou como o esporte mudou sua vida. “Quero agradecer muito à minha equipe, que me treinou, porque se esforçou bastante e, apesar do trabalho e pouco tempo para treinar, a gente se dedicou para ter essa vitória e mostrar para o povo que aqui, nessa cidade, tem campeão”, disse.

Sobre o evento, o lutador afirmou que foi uma experiência maravilhosa, com intercâmbio entre os atletas, e enalteceu o esporte como impulsionador de mudança de vida: “Quando eu era adolescente, era alcoólatra, estava me afundando, e Deus me mostrou uma saída: o esporte, o MMA. Não largo nunca mais”.

Márcio Dana White, presidente do Nauás Combat, agradeceu o apoio do governo estadual para a realização do evento e disse que as parcerias foram fundamentais para que a competição chegasse à sua vigésima edição.

“No geral, já tivemos atletas da Argentina, do Peru, da Bolívia. Hoje temos, na luta principal, um atleta da Venezuela. O esporte só vem crescendo, e já passaram mais de 180 atletas por todas as edições. Isso mostra como é importante o incentivo do Estado. Hoje, temos atletas que lutam em outros países, mas a base foi feita toda aqui, e o incentivo do governo faz com que o esporte cresça cada vez mais”, destacou.

O presidente reforça ainda o papel social do esporte, ao alcançar o maior número possível de pessoas. “É inclusão social. Muitos desses jovens que estão aqui hoje, que estão treinando e lutando, não estão na marginalidade. Eles foram inseridos na sociedade através do esporte, e muitos deles vivem, financeiramente, por meio do esporte. São professores, são atletas. É esse o trabalho feito aqui, na base, porque a luta no Nauás Combat serve para o cartel mundial profissional”, avaliou.

Cruzeirense foi vencedor do Nauás Combat durante a Expoacre Juruá. Foto: Diego Gurgel/Secom

Cruzeirense venceu

O evento pegou fogo com a luta principal, a mais esperada da noite. O venezuelano Joseph Romero enfrentou o acreano Deusmar Júnior, que saiu vitorioso em casa. Durante três rounds acirrados, eles disputaram o cinturão do Nauás Combat.

Romero perdeu dois pontos por não atingir a pesagem correta e por aplicação de golpe baixo. Durante a luta, por diversas vezes provocou o cruzeirense, que iniciou no esporte por meio de um projeto social de seu professor.

“Foi uma vitória que eu não esperava. Não queria lutar assim, mas depois do golpe ilegal, isso me bloqueou muito na luta. Fiquei com muita dor, mas segui. Me dedico ao esporte, porque ele me tirou dos caminhos errados e me colocou no caminho certo”, contou. Machucado, Deusmar foi orientado até pelo técnico a parar a luta, mas persistiu. “Dei meu melhor. Eu disse que só sairia daqui se fosse morto ou com a vitória — e, graças a Deus, foi com a vitória”, comemorou, em posse do cinturão e envolto na bandeira de Cruzeiro do Sul.

Para quem assistiu tudo de camarote, o evento enalteceu os atletas locais. Nonato Oliveira, de 60 anos, até hoje pratica jiu-jítsu. Para ele, o esporte é um dos pilares para o resgate da juventude: “O esporte salva vidas, e é muito bom poder ter eventos como este no nosso estado. Espero poder ver isso cada vez mais, para que nossos jovens tenham oportunidades”.