Nesta segunda-feira (15), pais, alunos e membros da comunidade escolar da Escola Jornalista Armando Nogueira, em Rio Branco, realizaram uma manifestação em apoio à ex-diretora Ada Cristina, afastada de suas funções devido à distribuição de alimentação da merenda escolar para funcionários da instituição.
Felipe Souza Melo, representando os alunos, expressou indignação, referindo-se ao afastamento como um ato covarde, destacando o compromisso de Ada com o direito dos estudantes à alimentação adequada. ” A verdade é que a Ada está sofrendo por lutar pelo nosso direito de uma boa alimentação, pelo direito de todo mundo se alimentar. É triste saber que a diretora está sendo calada, covardia “, declarou.
Embora afastada, Ada Cristina permanece na escola, sem direcionamentos claros sobre seu futuro profissional. Ela contesta as alegações que levaram ao seu afastamento, afirmando que tem respostas que a inocentam de todas as acusações.
Segundo a ex-diretora, a oferta de alimentação aos funcionários visa garantir que os alunos não fiquem desassistidos durante o intervalo, reduzindo riscos como o uso de drogas ou comportamentos inadequados. Ela também explicou a utilização da biblioteca para armazenar alimentos devido à falta de refrigeração adequada na cantina.
Nilde Mesquita, ex-coordenadora que assumiu interinamente a direção, ressaltou os desafios enfrentados pela escola, incluindo problemas de infraestrutura, como laboratórios sem energia e fios expostos, representando riscos à segurança dos alunos.
A Secretária de Educação, Cultura e Esportes (SEE) emitiu uma nota na manhã desta segunda-feira dizendo que a responsável do recebimento e verificação de qualidade da carne é do colégio.
Leia abaixo a íntegra da nota:
A Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes (SEE), a respeito da qualidade da carne fornecida aos alunos da escola de ensino integral Armando Nogueira, vem esclarecer que:
A responsabilidade do recebimento da carne e da verificação da qualidade é da gestão da escola, de acordo com o contrato.
À Secretaria de Educação cabe licitar, indicando as especificações, priorizando sempre a qualidade do alimento que deseja receber, e pagar pelo produto que solicitou.
Assim sendo, se está chegando outro tipo de carne que não o licitado pela SEE, cabe à equipe gestora informar e, inclusive, não receber o produto, comunicando o fato ao Departamento de Alimentação Escolar da Secretaria.
Esclarece, ainda, que não é por conta de “denúncias” que tenha feito em relação à qualidade da carne que a gestora em questão está sendo afastada do cargo, mas, é por conta do não cumprimento dessas e de outras responsabilidades inerentes ao cargo que qualquer gestor poderá ser afastado ou responder, inclusive, processos administrativos.
Por fim, a SEE informa que será aberto processo administrativo interno para apurar a denúncia em relação à qualidade da carne fornecida à escola e reafirma o compromisso em fornecer uma alimentação da melhor qualidade a todos os estudantes e, ainda, o respeito com a transparência em todos os processos que envolvem a Educação.
Aberson Carvalho
Secretário de Estado de Educação, Cultura e Esportes