27 abril 2024

Novas crateras podem surgir em bairros de Rio Branco, alerta geógrafo

Redação Folha do Acre

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O geógrafo e professor Doutor da Universidade Federal do Acre, Waldemir Lima dos Santos, afirmou durante entrevista à imprensa acreana que há a possibilidade de surgirem novas crateras em Rio Branco neste período chuvoso.

Vale lembrar que no dia 4 de janeiro deste ano, após fortes chuvas na capital acreana, uma enorme cratera surgiu no bairro Ayrton Senna.

Após o ocorrido, a Prefeitura de Rio Branco vem empreendendo obras no local, na tentativa de conter o estrago, e a Defesa Civil municipal monitora 62 bairros com áreas de risco de desmoronamento para que não ocorra o mesmo.

“Não existe obra mal feita que possa justificar o problema de deslizamento apresentado. A abertura da cratera está relacionado à diversas variáveis que agem em conjunto. Inicialmente, é um bairro localizado numa planície de inundação do rio Acre, onde a deposição de materiais finos (argila, silte e areia fina) são constantemente depositados a cada cheia e seca do rio. Quando enche leva material, quando seca, o material se deposita. Passado o tempo, as pessoas foram ocupando e dando origem ao bairro e construindo em cima de um material que não tem consistência e é bastante friável e fácil de ser mobilizado. A mobilização do material fica mais facilitado com a presença da água em subsuperficie. Algum vazamento na canalização de águas sejam pluviais ou servidas e a declividade do terreno ajudam a acelerar a ocorrência do problema”, disse o professor ao site ContilNet.

O geógrafo complementou afirmando que “há que se considerar, ainda, que desbarrancamentos ou deslizamentos são movimentos de massa que ocorrem, como no caso do bairro Ayrton Senna, logo após a inundação, quando há o rebaixamento do nível das águas, por um processo de desmonte hidráulico. Portanto, não há falar-se em ‘obras mal feitas’, e sim, em um processo natural de evolução da paisagem proporcionada pelas características geomorfológicas e potencializadas pelos picos de cheia e seca do rio Acre”.

 

 

 

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