O Acre tem 83,9% das crianças e adolescentes vivendo em situação de pobreza. Isto é o que destaca o relatório “Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil”, lançado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nesta terça-feira (10).
Apesar do percentual alto, o Acre teve uma tímida queda em comparação com 2019, quando o número era de 84,9%.
Os dados apontam ainda que, dos sete estados da região Norte, o Acre fica em quarto lugar com o maior percentual de crianças com algum tipo de privação.
No que diz respeito ao quantitativo de crianças e adolescentes de 0 a 17 anos com privações em 2022, foram analisados os quesitos de educação, informação, moradia, água, saneamento e renda. Destes itens, o Acre está em quatro dos seis com os piores percentuais da região Norte.
No quesito moradia, o estado tem 17,21% das crianças e adolescentes em níveis intermediário e extremo, ficando em terceiro lugar, atrás somente de Roraima, com 25,01%, e do Amazonas, com 24,11%. Já no que diz respeito ao saneamento, o Acre tem 63,41% das crianças vivendo em situações de privação deste direito, em algum nível.
“A pobreza na infância e adolescência vai além da renda, e precisa ser olhada em suas múltiplas dimensões. Estar fora da escola ou sem aprender, viver em moradias precárias, não ter acesso a renda, água e saneamento, não ter uma alimentação adequada e não ter acesso à informação são privações que fazem com que crianças e adolescentes estejam na pobreza multidimensional”, explicou Santiago Varella, especialista em Políticas Sociais do Unicef no Brasil.
O estudo apresenta dados nacionais e por estado, destacando a grande diferença regional com relação à pobreza multidimensional no Brasil. Os estados do Norte e Nordeste apresentam, na pesquisa, os maiores índices de meninas e meninos privados de um ou mais direitos.
Informações G1