Após escândalo de abuso sexual, Diocese de Rio Branco diz que criou canal para receber denúncias

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Após a divulgação da reportagem denunciando o padre Fábio Amaro, indiciado pela Polícia Civil do Acre por estupro de adolescentes, a Diocese de Rio Branco publicou uma nota, nesta quinta-feira (18), se solidarizando com as vítimas e informou que criou em 2022 um canal exclusivo para receber denúncias de abuso sexual.

A Polícia Civil informou que deve marcar as oitivas na próxima semana e orienta que, caso alguma vítima ou testemunha deseje falar, procure a delegacia mais próxima ou a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).

Na quarta (17), a Rede Amazônica Acre exibiu uma reportagem exclusiva com vítimas do padre. Os crimes teriam sido praticados entre 2008 e 2009, quando o suspeito era pároco em Rio Branco. Na época, o sacerdote teria abusado de um adolescente, que tinha entre 15 a 16 anos, e de uma jovem, de 18, que frequentava a igreja e se confessava com ele.

Apesar das duas denúncias, o padre responde criminalmente apenas pelo estupro do rapaz. Segundo a Polícia Civil, o crime praticado contra a jovem prescreveu. Atualmente, ele mora em Pernambuco e foi ouvido na delegacia da cidade de Arcoverde (PE) a pedido da Polícia Civil do Acre.

Em depoimento, ele negou conhecer as vítimas e alegou também desconhecer até um acordo que teria feito com o bispo Dom Joaquín Pertiñez.

Na nota divulgada nesta quinta, a Diocese informou que o número (68) 9 9205-2946 foi criado em 2022 exclusivamente para receber denúncias de abusos sexuais e estupros praticados no ambiente religioso.

Na publicação, é destacado ainda:

Todas as providências canônicas foram tomadas com a suspensão de ordem imediata do sacerdote e posterior processo de demissão do estado clerical;
A Diocese de Rio Branco não compactua com nenhum tipo de crime,
sobretudo, contra menores de idade;
Desde 2022, a Diocese de Rio Branco dispõe de um protocolo contra abuso de menores e vulneráveis e dispõe ainda de um canal exclusivo para denúncias;

Por fim, a Diocese se solidariza com as vítimas e sempre se colocou à disposição, ao mesmo tempo em que vem contribuindo com a Justiça pela elucidação dos fatos.

Na reportagem exibida pela Rede Amazônica, o bispo Dom Joaquín Pertiñez explicou que, ao saber dos casos, confrontou o padre, que confirmou os crimes, e então ele foi avisado de que teria que renunciar ou seria excomungado. Ainda segundo o bispo, o padre decidiu pedir a renúncia e justificar que precisava mudar de estado por conta da morte do pai.

Sobre o caso não ter chegado na época à Polícia Civil, Dom Joaquim justificou que existe um protocolo do Vaticano que orienta as vítimas a escrever a denúncia de próprio punho em uma carta para que ele vá até a polícia. Conforme o religioso, as vítimas foram orientadas a fazer essa denúncia, contudo, não quiseram seguir com o caso na época.

Com informações G1

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