Corpo de médico morto a pauladas no Amapá é sepultado em Brasileia

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Foi enterrado, na manhã dessa segunda-feira (1º), o corpo do médico acreano Jailson de Amorim Mariano, de 31 anos, no cemitério São João Batista, na cidade de Brasileia, interior do Acre, local onde ele desejava ser enterrado.

Ele morreu no último sábado (30) no Hospital de Clínicas Dr. Alberto Lima (Hcal), no Amapá, e foi transladado para o estado acreano. A vítima permaneceu internada durante uma semana mas não resistiu aos ferimentos.

Como ele manifestava o desejo de ser enterrado em sua cidade natal, a família fez uma mobilização nas redes sociais com pedido de doações para trazer o corpo do médico para o estado acreano.

“Há alguns meses minha cunhada tinha ido pra lá visitar ele. Numa conversa informal entre eles, comentou: ‘mãe, se acontecer algo comigo aqui a senhora leva meu corpo [para o Acre]. Nem que seja só as cinzas’. Tinha feito esse pedido para ela. Não sei como entraram nesse assunto, acho que foi porque minha cunhada não queria que ele ficasse lá, queria que ele trabalhasse aqui”, contou ao g1 Elayne Amorim, tia do médico.

Segundo relatos, Jailson Mariano estava indo embora com a família do balneário, no Distrito de Lontra da Pedreira, quando um homem apareceu alterado. O suspeito teria tentado agredir o cunhado de Jailson, que revidou com um empurrão que o fez cair.

Então, teria iniciado uma confusão generalizada, resultando nas pauladas no médico. Além dele, outros familiares também foram feridos por outras pessoas. O médico ficou internado, no hospital onde trabalhava, em estado grave desde o dia do crime.

“Ele foi tentar ajudar, só que nisso, como foi uma confusão generalizada, chegou esse rapaz com um pau e começou a bater nele. Ele não tinha como se defender e acabou ficando em estado grave e morreu na manhã de ontem [sábado, 30]”, lamentou a tia do profissional.

Jailson Mariano mudou para a capital do Amapá, Macapá, em dezembro de 2021, com a família. A mulher dele é natural do estado amapaense e iria ficar perto dos parentes. O médico era formado na Bolívia, tinha retirado o registro no Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) ano passado.

Com a autorização para trabalhar, profissional se mudou para o Amapá com a mulher e a filha de 5 anos. “Não sei se ele conseguiu um contrato ou passou em um concurso. Sei conseguiu o CRM para poder atuar”, complementou.

Elayne falou também que a mãe do médico viajou, na última sexta (29), para o Amapá para ficar com o filho. Após a morte, a família tenta levantar a quantia de R$ 105 mil para pagar o traslado do corpo.

“Já conseguiram parte do dinheiro. O corpo vai direto para a Brasileia porque acredito que o enterro vai ser amanhã de manhã [segunda,1º]”, concluiu.

O Alto Acre

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