O governo federal anunciou na última semana que concederá reajuste de 5% aos servidores públicos federais, a partir de 1° julho deste ano. O anunciou não agradou as categorias e repercutiu na Câmara dos Deputados em pronunciamento feito pelo deputado federal Leo de Brito (PT-AC), nesta segunda-feira, 18, que rechaçou a proposta.
“É um verdadeiro desrespeito esse reajuste que foi anunciado por Bolsonaro para os servidores públicos, no valor de 5%, para os servidores e servidoras públicas federais. A realidade é que perdemos, literalmente, de 30 a 40% nos salários ao longo dos últimos anos”, pontuou.
O deputado acreano lembrou que há seis anos os servidores públicos federais não têm reajuste salarial e o governo federal alega que não concede por não ter recursos.
“O governo diz que não tem dinheiro. Mas na verdade, ele tem dinheiro para o orçamento secreto. Foram R$ 18 bilhões para o orçamento secreto. Enquanto isso, os servidores públicos têm sofrido com a inflação que está corroendo os salários. Principalmente com os altos preços dos alimentos, dos combustíveis, gás de cozinha e da energia elétrica”, destaca Brito.
Leo de Brito frisa que há outro ponto que preocupa com relação ao reajuste anunciado: a fonte do recurso. “Até agora, não foi anunciado de onde virão os recursos para cobrir esse reajuste e isso poderá comprometer as verbas de setores estruturantes”, alerta.
O parlamentar conclui reafirmando que as categorias de servidores federais devem manter-se mobilizados, reivindicando reajuste real, que seja condizente com as perdas reais.
“Precisamos ficar permanentemente mobilizados para que seja feita justiça para com os servidores públicos federais que têm papel fundamental no cuidado e nas execuções das políticas públicas no nosso país. Eu vou continuar no Congresso lutando por isso incessantemente”, finalizou.
Segundo a proposta do governo, o reajuste de 5% será para servidores federais do Executivo, do Judiciário, Legislativo, Ministério Público e Defensoria.
“Bolsonaro já enganou as forças de segurança federal [Polícia Penal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal] dizendo que concederia reajuste de 20% a 30% para a categoria e não cumpriu. Na próxima semana, as forças de segurança da União estão articulando para fazer uma assembleia e tratar sobre mais essa traição de Jair Bolsonaro”, disse Brito.