Quando melhora? Os cenários para a pandemia no Brasil nos próximos meses

Na previsão mais otimista dos especialistas, número de casos e mortes pode cair ainda neste semestre – mas só com a entrega das…

Vacina, vacina, vacina.

O mundo inteiro sabia que essa era a principal forma de combater a pandemia no Brasil. A ciência fez a sua parte e entregou em prazo recorde mais de uma solução. Sem estar protegido contra males como o negacionismo, a busca por uma pílula mágica de tratamento preventivo e a falsa dicotomia entre saúde e economia, o país fez praticamente tudo de errado desde o início na guerra contra o vírus e está fracassando agora também na campanha de imunização. O ritmo diário de vacinação não tem passado de 0,1 para cada 100 pessoas. Israel, maior referência atual no mundo nessa questão, avança onze vezes mais rápido e colhe os frutos desse esforço, com redução de 41% de casos de Covid. Enquanto a nação do Oriente Médio já protegeu mais da metade de sua população com uma dose, o Brasil atingiu até agora apenas 3,5% das pessoas. Não por acaso, vem batendo recordes sucessivos de casos e de mortes, o que levou os hospitais públicos e privados a um nível de exaustão inédito na história.

Tamanho atraso é fruto direto de uma catástrofe de planejamento. Enquanto outras nações já haviam iniciado o processo de imunização no fim do ano passado, o Brasil demorou até o dia 17 de janeiro para começar as aplicações, Até hoje, ela é responsável por oito em dez vacinas aplicadas no Brasil. Desde 18 de janeiro, início da imunização nacional, foram distribuídas irrisórios 18,4 milhões de doses aos postos de saúde e drive-thrus. Sem a CoronaVac, a situação seria ainda pior.

O sufoco atual da vacinação a conta-gotas só começará a ser aliviado a partir do fim de abril, quando a Fiocruz entregará o primeiro lote (30 milhões) do imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford, em parceria com o laboratório AstraZeneca, mas agora formulado e envasado na instituição do Rio de Janeiro. Em paralelo, o Butantan vem aumentando sua capacidade de entrega. Em breve, ao que tudo indica, será a vez de as vacinas da Pfizer e da Janssen engrossarem a lista.

Na quarta-feira, o governo brasileiro oficializou a intenção de compra de 138 milhões de doses dessas fabricantes para 2021. Caso esses contratos sejam realmente assinados (a expectativa é que isso ocorra na próxima semana), o Brasil tem acertado para receber de abril até dezembro 465 milhões de doses, quantidade suficiente para imunizar toda a população (além de CoronaVac, Oxford/AstraZeneca, Pfizer e Janssen, o país firmou acordos com a indiana Covaxin e o consórcio Covax).

Vamos aguardar esperançosos que até o fim de 2021 o cenário da pandemia no Brasil seja positivo.

ADRIANO GONÇALVES
Especialista em Mindset,- Personal Coaching pela Academy of Business and Coaching – Associado IAC –International Association of Coaching
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