Estado presta apoio socioassistencial a casal de imigrantes durante e após nascimento do primeiro filho

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Às quatro da manhã do dia 17 de janeiro de 2021, na Maternidade Bárbara Heliodora em Rio Branco, nascia de parto normal, com 49 cm e pesando 2,850 kg, Abdiel Milán Alarcon Paredes, o primeiro filho do casal de imigrantes venezuelanos Mariangel Carolina Alarcon e Miguel Alexander Paredes Valera.

O casal se conheceu no Peru, em 2019, quando saiu da Venezuela em razão da crítica situação social que o país atravessa. “Saí da Venezuela em 2017 por conta da crise econômica, não tinha trabalho, educação, saúde. Eu era esportista, boxeador, e Mariangel também, jogava softbol”, contou Miguel.

Ambos partiram do Peru em outubro de 2020, pedindo carona para Assis Brasil, cidade acreana que faz fronteira com o país. Os 81 km da estrada de Assis Brasil até Capixaba o casal percorreu a pé, sendo que Carolina estava grávida de seis meses. Chegou a Rio Branco debilitada, com ferimentos nos pés e pernas devido à exaustiva caminhada.

“Tínhamos fome, não comíamos bem, dormíamos na rua, eu sentia muita dores nas pernas. Viemos caminhando porque não tínhamos dinheiro”, relatou Mariangel.


Mariangel percorreu os 81 km de Assis e Capixaba a pé, grávida de seis meses. Foto: Neto Lucena/Secom

“O casal entrou em contato com a monitora do abrigo, Hany Cruz, e imediatamente fomos buscá-los, já estavam há dois dias dormindo na rua. Eles estavam na praça da Revolução, no centro de Rio Branco, levamos para o abrigo Centro Dia e, como Mariangel estava com algumas dores, nós a encaminhamos para a maternidade e já foi iniciado o pré-natal”, relatou a titular da SEASDHM, Ana Paula Lima.

A gestora ressaltou ainda que faz parte das políticas da secretaria acolher e prestar todo serviço socioassistencial a pessoas que estão situação de vulnerabilidade. A SEASDHM, por meio de doações, montou um pequeno enxoval para o bebê, com roupas, fraldas, kit de higiene e outros.

“Me sinto muito bem no Acre, melhor do que esperava. Tive meu bebê e não tínhamos nada, o abrigo nos auxiliou desde o início”, disse.


Secretária Ana Paula Lima com Abdiel: “Acolher faz parte”. Foto: Neto Lucena

Miguel também relata o mesmo sentimento de gratidão. “O mais difícil foi vir caminhado, ela estava grávida, cansada, e nós não podíamos pegar carona. Me sinto bem no Brasil, Rio Branco é um cidade acolhedora e tranquila. Agradeço muito a equipe de trabalho que tem nos ajudado e nos tratado tão bem”, disse Miguel.

Atualmente o abrigo Centro Dia, anexo ao prédio da SEASDHM, acolhe 29 imigrantes que saíram da Venezuela em busca de melhores condições de vida. O abrigo disponibiliza alimentação, segurança, equipe técnica especializada, saúde e apoio socioassistencial. O Estado acolhe também 75 imigrantes venezuelanos indígenas da etnia Warao, na Escola Campos Pereira, na Cidade do Povo, onde estão abrigados desde março de 2020.

ASCOM

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