Sem ter como pagar o aluguel, famílias de imigrantes venezuelanos que estão em Rio Branco, capital do Acre, foram despejados da casa onde viviam. Com a saída, os imigrantes passaram a ocupar um prédio abandonado, no bairro Base.
No Acre, os venezuelanos buscam refúgio da crise que atingiu o país nos últimos anos. Com a entrada, é comum encontrá-los nos semáforos pedindo ajuda financeira para bancar as despesas pessoais.
O estado e a prefeitura de Rio Branco já receberam uma recomendação do MP-AC para construir um abrigo para os indígenas instalados no estado. No último dia 28, o governo acreano recebeu uma representante da União para debater as formas de ajuda e atendimentos aos refugiados.
O encontro ocorreu em Rio Branco com representantes do Ministério Público (MP-AC), Defensoria Pública, Secretaria de Estado de Assistência Social, dos Direitos Humanos e de Políticas para as Mulheres (SEASDHM) e outras instituições de Direitos Humanos do estado.
Mesmo com a visita e promessas de ajuda, não foi construído um espaço para instalar esses refugiados. Uma equipe da Rede Amazônica Acre esteve, na segunda-feira (17), no prédio e mostrou a situação das famílias venezuelanas.
Trinta e duas pessoas, entre adultos e crianças, estão no espaço. “Não temos nem água, tivemos que pedir do vizinho para cozinhar algo”, disse o imigrante Aléx Ribeiro.
Em nota, o governo diz que os encaminhamentos estão sendo feitos juntamente com o governo federal, que analisa a situação do Acre já que no momento o estado não dispõe de abrigos para auxiliar esses migrantes.
Porém, garantiu que todas as medidas estão sendo tomadas para o atendimento adequado dessas pessoas.
Condições sub-humanas
Com a estrutura comprometida, o local não oferece nenhuma segurança para ao moradores. Vizinhos informaram que o prédio está desocupado há três anos.
Por falta de uso, criminosos levaram portas, janelas e, com o tempo, a estrutura ficou comprometida devido à infiltração da água da chuva e também por causa das rachaduras. O local também não dispõe de luz elétrica.
Foi possível notar que, além dos adultos, diversas crianças estão expostas e vivendo em condições sub-humanas bem próximo do Centro da capital acreana.
A representante do Conselho Indigenista Missionário, Ivanilda Santos, que tem acompanhado a situação dos imigrantes desde o início, disse que a assistência dada aos venezuelanos por parte dos órgãos governamentais não tem sido suficiente para que eles vivam com dignidade.
“Tem fornecido algumas cestas básicas. É o que o governo tem feito até o momento. Quanto a questão do abrigo, não tem resposta. Não se sabe se vai ter, se vai acontecer, isso não tem”, lamentou.
G1