Moradores da comunidade do Ramal da Aparição, na zona rural de Marechal Thaumaturgo, estão enfrentando dificuldades há mais de dois meses devido ao isolamento causado pelo igarapé Pão de Índio, que apartou o ramal, impossibilitando o acesso. Segundo uma moradora, que preferiu não se identificar, cinco famílias, cerca de 20 pessoas, estão ilhadas, sem condições de escoar suas produções, como farinha e feijão.

“São cinco casas lá que estão ilhadas. Mas isso já está com mais de dois meses e ninguém resolve nada. Eu já falei com o secretário de obra, o prefeito, a esposa do prefeito, e o vice-prefeito, e eles não estão nem aí. O inverno está chegando e a nossa farinha e feijão estão prontos para colher, mas não conseguimos tirar os produtos. Máquina e diesel tem, mas não fazem nada porque não querem”, desabafou a moradora.

Ela também relatou que outros moradores estão passando por um ramal alternativo, mas as famílias isoladas continuam sem explicações sobre por que o problema não foi resolvido. “Eles passam por outro ramal, e nós ficamos sem resposta. Não entendemos por que não consertam, é uma coisa pequena, que eles resolveriam em um dia. Mas ninguém dá explicação.”

A comunidade pede providências urgentes da Secretaria de Obras para garantir o acesso às propriedades e evitar que a situação se agrave com a chegada do período de chuvas.

O Rio Acre voltou a apresentar queda em seu nível e amanheceu nesta sexta-feira, 11, com 1,43 metro em Rio Branco, conforme apontam dados da Defesa Civil Municipal. Nas últimas 24 horas, o manancial baixou 10 centímetros, mantendo a oscilação registrada nos últimos dias.

Na quinta-feira, o nível do rio havia subido para 1,53 metro, após uma chuva considerável na capital acreana, de quase 50 milímetros.

A seca extrema persiste e a região continua em estado de alerta máximo. Nesta sexta-feira, 11, não foi registrada precipitação na cidade, agravando ainda mais a crise hídrica que afeta Rio Branco e outras áreas ao longo da Bacia do Rio Acre.

Ao menos oito dos dez rios que compõem a bacia seguem em condições críticas, com volumes de água muito abaixo do normal. A escassez hídrica tem causado prejuízos no abastecimento de água para a população e comprometido a produção agrícola local, afetando diretamente mais de 387 mil pessoas na capital acreana.

A pior cota mínima histórica foi registrada no último dia 21 de setembro, quando o rio atingiu 1,23 metro, o nível mais baixo já registrado.

A Gazeta do Acre

A Secretaria Municipal de Cuidados com a Cidade (SMCCI) de Rio Branco finalizou uma operação de limpeza no Igarapé São Francisco, recolhendo cerca de 36 toneladas de lixo ao longo de quase 11 quilômetros. A iniciativa, que teve início em 15 de setembro, também abrangeu parte do Igarapé Batista e visou enfrentar o problema do descarte inadequado de resíduos na região.

O material retirado do leito dos igarapés foi variado, incluindo pneus, garrafas PET, latas de cerveja e até carcaças de fogões e geladeiras. A presença desses itens reflete uma questão preocupante de poluição ambiental que afeta a qualidade da água e a saúde dos ecossistemas locais.