O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou que seis estados da Amazônia expliquem por que 85% dos focos de queimadas estão concentrados em apenas 20 municípios. Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Mato Grosso e Roraima têm 30 dias para apresentar um diagnóstico completo sobre o fenômeno.

A decisão foi proferida após uma segunda audiência de conciliação, que reuniu representantes estaduais, do governo federal e do Judiciário para discutir medidas de combate às queimadas que afetam tanto a Amazônia quanto o Pantanal. Os dados utilizados durante o encontro foram fornecidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e indicam que municípios como Feijó, no Acre, e São Félix do Xingu, no Pará, estão entre os maiores focos de incêndios.

A ordem do STF tem como objetivo obter informações detalhadas para esclarecer as causas por trás dessa concentração, incluindo questões relacionadas ao desmatamento, atividades econômicas na região e a falta de fiscalização adequada. O levantamento solicitado será fundamental para traçar políticas públicas e estratégias de controle mais eficazes, com foco na preservação ambiental e na redução dos incêndios florestais que afetam o bioma amazônico.

A capital do Acre, Rio Branco, atingiu níveis alarmantes de poluição do ar nesta sexta-feira (20), com o Índice de Qualidade do Ar (US AQI) marcando 1045, considerado “perigoso” para a saúde. As informações foram obtidas através da plataforma IqAir, que colabora com organizações como a ONU Meio Ambiente, UN Habitat e Greenpeace na luta contra a poluição. Segundo o monitoramento, a concentração de material particulado fino (PM2.5) chegou a 599,2 µg/m³, refletindo a densa camada de fumaça que encobre a cidade, tornando o céu completamente invisível.

Essa situação crítica resulta das queimadas que se intensificam nesta época do ano, prejudicando gravemente a qualidade do ar e oferecendo riscos significativos à saúde pública, especialmente para pessoas com problemas respiratórios e doenças crônicas. A recomendação é que a população evite atividades ao ar livre e permaneça em locais fechados.

Rio Branco lidera ranking nacional de poluição

De acordo com o IqAir, Rio Branco atualmente lidera o ranking das cidades mais poluídas do Brasil, com um índice US AQI de 460 pontos. Porto Velho, em Rondônia, ocupa a segunda posição com 162 pontos, enquanto Campinas, em São Paulo, registrou 90. São Paulo (77), Manaus (72), Curitiba (61) e Recife (44) também aparecem entre as cidades com os piores índices de qualidade do ar no país.

Além da grave poluição, Rio Branco enfrenta altas temperaturas, chegando a 33°C. No entanto, a visibilidade está comprometida pela espessa fumaça. A umidade relativa do ar é de 27%, com ventos de 9,1 km/h e pressão atmosférica de 1009 mbar. Esses fatores, aliados às queimadas, indicam que a situação de poluição pode permanecer crítica nos próximos dias.

As autoridades locais seguem monitorando a qualidade do ar, mas especialistas alertam para a necessidade de medidas mais rígidas no controle ambiental para mitigar os danos à saúde pública e ao meio ambiente.