terça-feira, 8 julho 2025
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Defensoria garante volta de motorista ao aplicativo após bloqueio sem explicação

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Bloqueado sem explicação, trabalhador buscou a Defensoria Pública e voltou a dirigir após decisão da Justiça

A Defensoria Pública do Acre acionou a Justiça para garantir que o motorista de aplicativo Mauderley Barreto Fernandes Sabala, de 46 anos, pudesse voltar a trabalhar após ter sua conta suspensa sem aviso ou justificativa por uma plataforma digital de transporte.

Segundo ele, o bloqueio aconteceu de forma repentina, após uma corrida feita durante a madrugada, no fim de 2022. “Apareceu a mensagem que eu tinha sido suspenso definitivamente. Eu não fiz nada de errado. Liguei, mandei e-mail, tentei tirar meus dados da conta, mas nem isso me deixaram fazer”, contou.

Mauderley relatou que tentou resolver a situação diversas vezes sozinho, sem sucesso. Só decidiu buscar ajuda jurídica após incentivo de colegas que também haviam passado por situações semelhantes. “Eu nem ia entrar na Justiça. Entrei porque meus colegas disseram: ‘Vai atrás de um sim, porque o não você já tem’.”

Na ação, apresentada pelo Núcleo de Promoção e Defesa do Consumidor, a Defensoria argumentou que o bloqueio atingiu diretamente o direito ao trabalho e à dignidade do motorista, que sustentava a família com o serviço. Ele também é pai de uma criança com epilepsia e autismo, que depende de acompanhamento médico contínuo.

“A gente gasta muito com exame, remédio e consulta. Só no mês passado, foi mais de dois mil reais. O médico dele é particular, porque na rede pública não tem mais”, explicou.

A Justiça reconheceu a urgência do caso e, no dia 26 de maio, determinou que a empresa reativasse a conta de Mauderley em até 24 horas, sob pena de multa diária de R$ 500. A decisão foi tomada 11 dias após o início do processo, e também garantiu gratuidade da Justiça e a inversão do ônus da prova, obrigando a empresa a apresentar documentos sobre o caso.

Com o retorno à atividade, a rotina da família voltou ao normal. “Na quinta-feira, quando recebi a notícia, eu chorei igual criança. Foi a melhor notícia que eu recebi nos últimos anos. Eu sabia que ia poder voltar a pagar minhas contas e cuidar da minha família”, disse.

Para a Defensoria Pública, a exclusão sem justificativa concreta ou chance de defesa não só prejudica a renda dos trabalhadores, como também viola princípios básicos de respeito à dignidade humana e ao direito ao trabalho. A instituição reforça que empresas que atuam com motoristas parceiros devem garantir mecanismos transparentes e justos nas relações com esses profissionais.

Assessoria

Homem é sentenciado por ataque a mulher em trilha de parque de Rio Branco

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A Justiça do Acre condenou, na terça-feira (10), Guilherme Silva da Cruz a sete anos de prisão em regime fechado por tentativa de estupro. O crime ocorreu em janeiro deste ano, no Horto Florestal, em Rio Branco, e teve como vítima uma mulher que fazia exercícios pela manhã.

De acordo com a denúncia, o ataque aconteceu por volta das 9h20, enquanto a vítima caminhava com seu cachorro por uma trilha do parque. Ela foi surpreendida por Cruz, que utilizou uma pochete para imobilizá-la pelo pescoço, com o objetivo de arrastá-la para o matagal. A mulher desmaiou ao tentar se defender, e o agressor fugiu levando o celular dela, abandonado posteriormente nas imediações.

O acusado foi localizado e preso ainda no mesmo dia, escondido em um terreiro no bairro Tancredo Neves. À época, ele afirmou que sua intenção era apenas subtrair o aparelho para pagar uma dívida relacionada ao tráfico de drogas.

A juíza Isabelle Sacramento, responsável pelo caso, considerou que a alegação não se sustentava diante das provas, entre elas o laudo do corpo de delito, que apontou sinais de esganadura e múltiplos hematomas. Segundo a sentença, a violência empregada comprova que o objetivo inicial era o abuso sexual, frustrado pela resistência da vítima.

Por se tratar de um réu reincidente, a magistrada determinou o cumprimento da pena em regime fechado. A decisão ainda é passível de recurso.

 

Pesquisa aponta que 51,5% dos rio-branquenses estão empregados

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A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Acre (Fecomércio/AC) analisou os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) divulgados recentemente pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) referentes ao mês de abril. Os dados indicam que o país atingiu saldo positivo durante o mês com 257.528 postos de trabalho formais. Ao longo do mês, foram 2.282.187 admissões contra 2.024.659 desligamentos.
Os setores que mais contrataram foram:

· Serviços, com 1.062.130 admissões e 926.021 desligamentos, mantendo um saldo positivo de 136.109 postos formais de trabalho;

· Comércio, com 531.662 admissões e 483.622 desligamentos e saldo positivo de 48.040;

· Indústria em geral, com 360.591 admissões e 325.523 desligamentos, com destaque para a indústria de transformação que mais contratou nesse setor;

· Construção: com saldo positivo de 31.199 postos formais.

No estado do Acre, o estoque de empregos formais em fevereiro foi de 106.867, admitindo 4.660 trabalhadores e desligando 3.900 deles, mantendo um saldo positivo de 760 postos. Resultado 0,68% maior do que o observado no mês anterior, quando o estoque atingiu 111.008 postos.

Dos 22 municípios acreanos, Rio Branco liderou o número de contratações, atingindo 2.978 postos. No entanto, o volume de desligamentos em toda a capital foi de 2.806 trabalhadores, com saldo positivo de 172 novos postos formais. Rio Branco foi o município que mais contratou, mas também o que mais desligou.

De todos os municípios, Cruzeiro do Sul teve seu saldo de 359 postos formais, seguido por Sena Madureira, com saldo de 330 postos.

Todos os municípios registraram saldo positivo ao longo do mês, exceto Bujari, Capixaba e Jordão, indicando que houve mais desligamentos do que contratações.

Do total de 4.660 admissões ocorridas no Acre em abril, aproximadamente 2.168 foram no setor de serviços, enquanto que o comércio respondeu por 1.085 postos formais.

Na pesquisa realizada em abril pela Federação do Comércio em parceria com o Instituto Data Control sobre o mercado de trabalho na capital, na opinião dos empresários do comércio, “83% deles indicam como causa principal que interfere no volume de contratações é o crescimento do mercado informal. Dos trabalhadores formais, 62,3% pedem desligamento espontâneo e, consequentemente, migram para outro setor ou saem em busca do mercado informal. De acordo com o assessor da presidência da Fecomércio Acre, Egídio Garó, “esse comportamento interfere nos resultados do Estado, o que justifica o aumento no volume de trabalhadores no setor de serviços e a diminuição no comércio”, afirmou.

Ao mesmo tempo em que a pesquisa ouviu os empresários do comércio, também ouviu a população. Foram 200 entrevistas na cidade de Rio Branco.

Desse montante, 51,5% afirmam que estão trabalhando atualmente, enquanto 29,1% informam não exercer ocupação. Desses 51,5%, 66,3% deles afirmam trabalhar na atividade formal, enquanto que 33,7% exercem alguma atividade na informalidade. Um número expressivo para a economia local.

Os trabalhadores que não estão à procura de emprego somam 25% dos entrevistados, enquanto que a maioria, 29,2%, afirma que faz trabalhos eventuais há mais de dois anos.

Para Egídio Garó, “essa tendência de redução nos postos de trabalho formais no comércio acreano tende a aumentar para os próximos períodos, seguindo a tendência dos meses anteriores, o que pode ser intensificado por conta das políticas econômicas do País. Por outro lado, a expansão da atividade industrial, da agricultura e uma política de juros livres podem minimizar esse impacto, permitindo a geração do emprego formal em todo o Estado”, finalizou Garó.

Empresários acreanos têm boas expectativas com o Dia dos Namorados, diz pesquisa

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A pesquisa realizada pela Federação do Comércio, em parceria com o Instituto Data Control, buscou a opinião dos empresários do comércio em relação ao Dia dos Namorados.

Foram entrevistados 102 empresários na cidade de Rio Branco, ouvindo segmentos distintos como: vestuário, calçados, variedades, cosméticos, artigos para presentes em geral, entre outros. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Dos empresários ouvidos, 91,2% têm ótimas expectativas quanto ao impacto das vendas para o Dia dos Namorados, considerada uma das cinco datas mais importantes do calendário do comércio brasileiro.

Contudo, 7,8% dos entrevistados não têm boas expectativas, por conta de o produto ou serviço oferecido não ser consumido na data, a exemplo de materiais de construção, peças e acessórios, entre outros.

Sendo a expectativa positiva para a data, o comércio local (27,5%) pretende atrair o consumidor com promoções mais atrativas, frete grátis e outros regalos; além de trazer o cliente até a loja para conhecer os produtos disponíveis (25,5%) e investir mais nos sistemas online de comercialização.

A expectativa para 83,5% do comércio é que o consumidor disponha de R$ 100,00 a R$ 300,00 como valor médio de gasto, havendo ainda a percepção de que o movimento para a data, em 2025, será maior do que o observado no ano anterior, sendo considerado melhor para 57,4% dos empresários ouvidos.

A pesquisa também levantou as preocupações dos mesmos. Para 39,2% deles, o endividamento é a maior barreira para o consumo, seguido pela falta de dinheiro (também causada pelo endividamento), o desemprego para 15,7% e, por fim, os preços praticados, que dependem do custo da matéria-prima, sendo essa a opinião de 13,7% dos empresários.

De acordo com assessor da presidência da Fecomércio Acre, Egídio Garó, “essas respostas têm como base o momento econômico atual, as altas taxas de juros e a reforma tributária, que ainda causa preocupações na maioria dos empresários”, afirma Egídio Garó.

A pesquisa também ouviu o consumidor, suas expectativas e dificuldades, buscando a opinião de 205 consumidores com renda de até R$ 4.000,00, com concentração na faixa de R$ 1.400,00 de renda.

Para a data de 2025, 36,1% dos entrevistados pretendem realizar compras. Os dados são um pouco menores do que os observados no ano anterior, quando 46% afirmaram que fariam gastos para a data.

Contudo, sendo uma das datas mais relevantes para o comércio, o movimento de gastos ainda será maior do que o observado em 2024.

Azul vai cancelar voos entre Rio Branco e Porto Velho a partir de julho

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A companhia Azul, que está com pedido de recuperação judicial desde 28 de maio deste ano nos Estados Unidos (Chapter 11), decidiu pela suspensão de quatro voos, a partir de julho deste ano. Uma das rotas afeta a população rondoniense que ficará sem o voo entre Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC). Essa rota foi iniciada no final de outubro do ano passado.

A ligação entre Rondônia e Acre através de avião encurta a viagem que por terra demora em média 7 horas. De avião o mesmo trajeto é feito em média de uma hora. O fluxo entre os dois estados é grande devido a relação histórica entre os moradores. O voo para Rio Branco é ainda, a alternativa para buscar outras rotas com preços de passagens mais viáveis para os rondonienses.
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Conforme divulgado pelo Último Segundo, a partir de 11 de agosto, a Azul deixará de oferecer voos sem escalas entre Belo Horizonte (Confins) e Curaçao, no Caribe. Na mesma data a empresa vai suspender as decolagens entre as cidades de Araxá (MG) e Patos de Minas (MG).

Outro cancelamento é para o voo entre Campinas e Paris. A companhia justificou sua decisão pela pouca procura por esse voo durante o inverno europeu, o que estava causando prejuízo. Em abril de 2026 a Azul pretende retomar os voos, mas a operação só ocorrerá no verão europeu.

Ainda em agosto a companhia excluirá os voos diretos entre Manaus e Fort Lauderdale, na Flórida. A companhia também suspenderá a rota Fort Lauderdale/Curação. Em setembro, a Azul não terá mais voos diretos entre Campinas e Assunção.

Com informações Rondonia ao Vivo

PF cumpre mandado em Rio Branco contra comercialização de imagens de abuso sexual infantil

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A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (11/6), a Operação Bad Vibe, com o objetivo de coibir a comercialização de arquivos com imagens de abuso sexual infantojuvenil, dando cumprimento a um mandado de busca e apreensão na cidade de Rio Branco/AC.

Essa fase da investigação teve como finalidade identificar elementos que corroborem a participação do investigado nos fatos criminosos, além de possíveis coautores.

Na ação, o investigado foi preso em flagrante por armazenar grande quantidade de conteúdo de abuso infantojuvenil em seu celular, que também era utilizado para a comercialização desse material.

O envolvido poderá responder pelos crimes de armazenamento e comercialização de material contendo abuso infantojuvenil.

URGENTE: Justiça do Acre suspende decisão do TCE que afastava Secretário de Educação

Em decisão liminar proferida na madrugada desta quarta-feira, 11, o Tribunal de Justiça do Estado do Acre (TJAC), por meio do Desembargador Luís Camolez, suspendeu os efeitos da medida cautelar que havia determinado o afastamento do Secretário de Educação e Cultura do Estado do Acre, Aberson Carvalho, por 30 dias. A decisão anterior havia sido tomada de forma monocrática pela Presidente do Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE/AC), Dulcinéia Araújo, com base em representação do Ministério Público de Contas.

A medida foi analisada em sede de plantão judicial após o Estado do Acre impetrar Mandado de Segurança alegando violação à autonomia administrativa do Poder Executivo e abuso de poder. A representação que embasou o afastamento do secretário teve origem em denúncia veiculada pelo programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo, 08, a respeito das condições precárias de uma escola rural na comunidade Limueiro, no município de Bujari.

Na reportagem, foram exibidas imagens de uma unidade escolar funcionando, há dois anos, em um antigo curral, sem piso adequado, paredes ou água encanada. Segundo a matéria, a única professora da escola acumulava funções de educadora e merendeira, utilizando água cedida por vizinhos e improvisando sanitários com baldes.

Apesar da gravidade dos fatos noticiados, o Desembargador relator entendeu que o afastamento do secretário, sem o devido processo legal e sem decisão judicial, caracteriza violação ao princípio da separação dos poderes. Segundo a decisão, o Tribunal de Contas tem funções de controle técnico e fiscal, mas não possui competência constitucional para interferir na nomeação ou exoneração de agentes políticos, atribuição que cabe exclusivamente ao Chefe do Executivo.

A decisão enfatiza que medidas restritivas como o afastamento cautelar de gestores públicos devem ser analisadas pelo Judiciário, resguardadas as garantias legais e constitucionais. “A medida de afastamento, ainda que temporária, interfere diretamente na organização administrativa do Poder Executivo, configurando ingerência indevida do controle externo em área de competência privativa do governador”, afirmou o magistrado.

O relator também destacou que o controle exercido pelos Tribunais de Contas tem natureza administrativa, não jurisdicional, e citou doutrina e jurisprudência no sentido de que afastamentos cautelares de agentes políticos somente podem ser determinados pelo Poder Judiciário, conforme alteração trazida pela Lei n. 14.230/2021 (nova Lei de Improbidade Administrativa).

Com a decisão, o Secretário Aberson Carvalho permanece no cargo até o julgamento definitivo do Mandado de Segurança. A autoridade apontada como coatora, ou seja, a Presidente do TCE/AC, deverá se abster de praticar qualquer novo ato relacionado ao afastamento do secretário com base nos mesmos fatos e fundamentos.

O processo será redistribuído a um dos desembargadores do Pleno Jurisdicional do TJAC para julgamento definitivo, após manifestação da Procuradoria-Geral de Justiça. As partes foram intimadas para se pronunciarem sobre a inclusão do processo em julgamento virtual.

Confira abaixo os principais pontos da decisão:

– Suspensão imediata da decisão do TCE/AC que afastava o Secretário de Educação;

– Reconhecimento da competência exclusiva do Judiciário para medidas restritivas contra agentes políticos;

– Preservação da autonomia administrativa do Executivo estadual;

– Adoção de cautela institucional diante de denúncia grave, sem violação a garantias legais.

A medida liminar representa, segundo o Tribunal, uma forma de resguardar o equilíbrio entre os Poderes e assegurar a legalidade dos atos de controle da administração pública.

Socorro Neri diz que não naturaliza situação, menciona problemas históricos e reafirma confiança no trabalho de Aberson

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A deputada federal Socorro Neri (PP) se posicionou nesta terça-feira, 11, sobre a reportagem exibida pelo programa Fantástico, da TV Globo, que mostrou estudantes de uma escola rural no município do Bujari, no interior do Acre, assistindo aulas em uma estrutura improvisada dentro de um curral. Em nota pública, a parlamentar demonstrou sensibilidade com a situação, mas ponderou que o problema não é recente nem exclusivo da atual gestão estadual.

Professora e titular da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, Neri destacou que a precariedade da oferta educacional em áreas remotas do Acre e da Amazônia é um desafio histórico, agravado pelas dificuldades de acesso por vias fluviais e terrestres, especialmente durante o período de chuvas. Segundo ela, esse cenário obriga o uso de estruturas provisórias e multisseriadas conhecidas como “anexos”, única alternativa para garantir que crianças não fiquem fora da escola.

“Não naturalizo realidade tão grave como a da oferta escolar aqui tratada”, afirmou. No entanto, a parlamentar criticou a tentativa de politização do tema por parte de ex-gestores que, segundo ela, “tentam transformar uma realidade histórica em palanque eleitoral”.

A deputada também questionou a atuação de órgãos de controle que, ao adotarem medidas monocráticas e imediatistas sob o pretexto de cautela, podem acabar promovendo insegurança jurídica e prejudicando a continuidade de políticas públicas essenciais.

Apesar das críticas, Socorro Neri reconheceu os avanços recentes promovidos pela atual gestão da Secretaria Estadual de Educação, como a realização de concurso público, a ampliação da oferta de material didático e uniforme escolar, além de melhorias na alimentação e conectividade dos estudantes.

Como encaminhamento prático, a deputada anunciou que já requereu a realização de uma audiência pública no Acre, por meio da Comissão de Educação da Câmara, para debater a realidade das escolas rurais e indígenas. O objetivo, segundo ela, é “construir soluções que garantam o acesso imediato à educação, com dignidade e qualidade, mesmo nas comunidades mais isoladas”.

Socorro Neri finalizou a nota reafirmando sua confiança na equipe técnica da Secretaria de Educação do Estado e seu compromisso com a busca de recursos, por meio de emendas parlamentares e articulações no Congresso, para enfrentar os desafios estruturais da educação pública acreana.

Veja a nota assinada pela deputada:

Meus amigos, meus colegas educadores, população do nosso Acre.

Assisti a matéria veiculada pelo Fantástico neste domingo, a respeito da oferta escolar precária a estudantes de escola rural no município de Bujari, com a mesma comoção que tomou conta de todos.

Como professora e deputada federal que tem a educação pública como a sua principal bandeira, venho a público manifestar que:

1 – A situação exposta, em maior ou menor gravidade, desnuda a realidade do ensino rural nos rincões do Acre e da Amazônia, especialmente em áreas remotas e de difícil trafegabilidade fluvial e terrestre em grande parte do ano, que impede o transporte escolar de estudantes para escolas melhor estruturadas e impõe a adoção de estrutura provisória para que nenhum estudante tenha o seu direito à educação negado.

2 – Nesse contexto, a forma que todos os governos locais encontraram de garantir que estudantes de pequenas e remotas comunidades tenham acesso à educação, foi por meio de turmas multisseriadas instaladas em estruturas provisórias e, em muitos casos, precárias e inadequadas, às quais são denominadas de anexos por estarem vinculadas a escolas rurais. O atual governo, inclusive, tornou a educação básica pública ainda mais interiorizada, alcançando comunidades e aldeias que ainda não eram atendidas.

3 – Pesquisa rápida em reportagens e registros oficiais, de 1999 a 2018, demonstra que a oferta educacional nesse formato foi marcada pela precariedade da infraestrutura (espaços de madeira improvisados, sem piso ou paredes, sem banheiro, energia elétrica e água potável), ausência de recursos essenciais (merenda e material escolar) ou déficit de profissionais (professores sobrecarregados em turmas multisseriadas e falta de pessoal de apoio).

4 – A triste realidade que chocou a todos nós, portanto, não é nova e sobreviveu a vinte anos de governos que se diziam progressistas e que, hoje, alguns dos ex-gestores ainda tem a pachorra de buscar transformar essa triste e recalcitrante realidade em palanque eleitoral antecipado.

5 – É legítimo que diante de um quadro precário como o apresentado, todos nós passemos a questionar, a cobrar, a nos indignar, a clamar por intervenção e por mais celeridade. O que não cabe é hipocrisia, por parte de antigos gestores, e medida extrema e monocrática por parte de órgão de controle que, travestida de cautelar, promove, na verdade, insegurança e descontinuidade nas ações administrativas necessárias à solução dos problemas constatados.

6 – Não naturalizo realidade tão grave como a da oferta escolar aqui tratada. Mas não faço das mazelas históricas do nosso Estado, que remontam a governos anteriores ao atual, argumentos para desconstruir os avanços implementados pelo atual governo na rede estadual de ensino, marcados por recente concurso público, oferta regular de uniformes e material didático aos estudantes, melhoria na oferta da alimentação escolar, investimentos voltados à conectividade de professores e estudantes, melhoria da infraestrutura da rede de ensino, aumento no repasse de dinheiro às escolas, dentre outros.

7 – O caso amplamente divulgado deve motivar debate sério, honesto e transparente de como ofertar educação escolar de qualidade, considerando as condições reais dos rincões do Acre e o orçamento existente.

8 – Como membro titular da Comissão de Educação e da Comissão Especial que analisa o Plano Nacional de Educação para o próximo decênio, tenho atuado para que sejam aportados investimentos que garantam a redução das desigualdades regionais e o acesso digno à educação de qualidade. Nenhuma criança pode ter seu direito de aprender comprometido em decorrência da localidade onde mora.

9 – Estou firmemente engajada com a busca real de solução para a melhoria da educação pública acreana, por meio da destinação de emendas parlamentares, audiências públicas, defesa dos projetos de interesse dos profissionais da educação e da política educacional, participação em frentes e comissões parlamentares.

10 – Assim, diante da gravidade da situação exposta, requeri nesta terça-feira à Comissão de Educação da Câmara dos Deputados a realização de audiência pública no Acre para debater a realidade das escolas rurais e indígenas, na perspectiva de construção coletiva de solução que busque dar conta do acesso imediato à educação em comunidades remotas do Acre, ao tempo em que garanta padrões mínimos de qualidade, dignidade e segurança.

Por último, expresso minha confiança na seriedade e capacidade do secretário de Estado de Educação, professor Aberson Carvalho, e de sua equipe, na adoção das providências necessárias ao saneamento do caso divulgado, e na busca de articular financiamento e logística adequados à resolução de situações semelhantes, de modo a garantir o direito à educação de cada um e de todos os acreanos.

Governo do Acre recorre ao TJ para tentar reverter afastamento de Aberson Carvalho

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O Governo do Acre ingressou, na noite desta terça-feira (10), com um mandado de segurança junto ao Tribunal de Justiça do Estado (TJAC) para tentar reverter o afastamento do secretário de Educação, Aberson Carvalho, determinado de forma cautelar pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-AC).

A medida do TCE foi motivada por uma reportagem exibida pelo programa Fantástico, da Rede Globo, que mostrou estudantes assistindo aulas em um antigo curral, na zona rural do município de Bujari. A presidente do TCE, conselheira Dulcinéa Benício, alegou omissão da gestão e determinou o afastamento por 30 dias.

Na ação, o governo argumenta que a decisão extrapola a competência constitucional do TCE e fere a autonomia do Poder Executivo, além de não garantir o direito à defesa do secretário. O pedido de liminar, assinado pelo procurador Luciano Leitão, também contesta o uso de um precedente do STF, que, segundo o governo, foi interpretado de forma equivocada.

O Estado sustenta ainda que a estrutura improvisada da escola foi montada emergencialmente a pedido da própria comunidade e que uma nova unidade está em fase final de construção. A petição reforça que o afastamento gera instabilidade e pode comprometer a continuidade das políticas públicas na educação.

Polícia realiza operação no complexo prisional de Rio Branco e apreende celulares e cordas

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Na manhã desta terça-feira (10), as forças integradas de segurança pública do Acre realizaram uma operação no Complexo Prisional de Rio Branco. O objetivo da ação foi fiscalizar as celas do Regime Fechado 01.

Durante a operação, foram verificadas as estruturas do local com a intenção de retirar ilícitos em poder dos detentos.

Além da Polícia Penal e suas especializadas, participaram da ação o Grupo Especial de Operações em Fronteira (GEFRON), a Polícia Federal através da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) e a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).

Durante a fiscalização, foram encontrados dois aparelhos celulares, um carregador e cordas improvisadas, também conhecidas como “Teresas”, utilizadas para escalar os muros do presídio.

O Instituto de Administração Penitenciária do Acre (IAPEN) reafirma o compromisso da instituição, bem como garantir o funcionamento e a segurança dos reeducandos dentro do sistema prisional do Acre.