quinta-feira, 19 junho 2025
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Ifac abre inscrições para curso do projeto de iniciação tecnológica “Eu Programo Robôs”

O Instituto Federal do Acre (Ifac), por meio do campus Rio Branco, está com inscrições abertas para o curso “Produção à Análise de Dados e Machine Learning”, ofertado gratuitamente dentro do projeto de iniciação tecnológica “Eu Programo Robôs”.

O projeto é fruto de uma parceria com o Centro Internacional de Tecnologia de Software do Amazonas (Cits.Amazonas) e a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (Facto) e tem como objetivo capacitar alunos como agentes de desenvolvimento de soluções em robótica e integração de sistemas automatizados voltados para ambientes Smart e Indústria 4.0 no Acre.

Vagas – Ao todo, estão disponíveis 40 vagas, destinadas a estudantes do ensino superior ou pessoas que já concluíram a graduação.As aulas do curso serão realizadas no campus Rio Branco, em formato presencial, das 18h30min às 21h. De acordo com o edital, o resultado preliminar será divulgado no dia 25 de junho, e a lista final de aprovados está prevista para o dia 27 de junho.

Edital e inscrição – Mais informações sobre o processo seletivo, critérios de participação e cronograma estão disponíveis no edital:

Acesse o edital completo

As inscrições devem ser realizadas de forma online até o dia 24 de junho, por meio do formulário eletrônico disponível no link:

Acesse o formulário e inscreva-se

Estudante denuncia que gado apreendido na propriedade da família está solto na BR: “Pode causar acidente, matar uma pessoa”

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A estudante de Medicina Mariana Rodrigues denunciou, por meio de suas redes sociais, supostos maus-tratos a um rebanho bovino de propriedade da sua família, localizado dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes, em Xapuri, no Acre. Segundo a acadêmica, os animais foram apreendidos durante a Operação Suçuarana, conduzida por agentes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e desde então estariam sendo mantidos em condições inadequadas.

O gado pertence ao produtor rural Gutierri Rodrigues, pai da denunciante. A apreensão teria ocorrido no último sábado, com o transporte dos animais realizado no domingo. No entanto, Mariana afirma que, até esta terça-feira, 17, os animais estavam confinados em um curral sem alimentação adequada, expostos ao sol e em situação de abandono.

“Esse gado estava preso desde sábado em curral. Acordamos com vídeos do gado todo na estrada. A gente não sabe como aconteceu. O gado não é mais responsabilidade nossa, agora é do ICMBio. É muita irresponsabilidade. Esse gado pode causar um acidente na BR, matar uma pessoa inocente ou até sofrer mais ainda”, desabafou a estudante em vídeo publicado online.

Ela ainda relata que entre os animais há bezerros e garrotes, alguns destinados ao abate, que estariam visivelmente debilitados. Mariana também questiona a ausência de atuação de órgãos como o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (IDAF) e do Ministério Público. “O IDAF vendo tudo isso, com veterinário lá, não falou nada. O gado está fraco, judiado. Já tinha ficado preso antes, mais de um dia no curral. Tenho certeza que vai ter gado que não vai levantar mais”, afirmou.

A Operação Suçuarana tem como foco combater atividades ilegais dentro da Reserva Chico Mendes, incluindo desmatamento e criação irregular de gado. A Resex é uma área de proteção ambiental onde práticas como a pecuária extensiva são proibidas ou rigidamente controladas. Até o momento, o ICMBio não se pronunciou sobre a denúncia. Também não houve manifestação por parte do Ministério Público do Acre ou do IDAF.

Notícias da Hora

Prefeitura de Manoel Urbano abre processo seletivo para contratação de psicólogos

A Prefeitura de Manoel Urbano, no interior do Acre, lançou o edital do 7º Processo Seletivo Simplificado para a contratação temporária e formação de cadastro de reserva de psicólogos para atuação na Secretaria Municipal de Saúde. O certame oferece duas vagas imediatas e quatro para cadastro de reserva, com remuneração de R$ 4.213,06 para uma jornada semanal de 40 horas.

As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas presencialmente ou por meio de procuração autenticada entre os dias 17 e 20 de junho, na sede da Secretaria Municipal de Saúde, localizada na Rua Paulo VI, no Centro da cidade. Entre os documentos exigidos estão cópias de RG, CPF, comprovante de endereço, registro profissional no Conselho Regional de Psicologia (CRP) e currículo com comprovações.

A seleção será feita em duas etapas: análise curricular, prevista para o dia 23 de junho, e entrevista, marcada para 30 de junho. Ambas têm caráter eliminatório e classificatório. Para ser aprovado, o candidato deverá obter pelo menos metade da pontuação total.

O processo seletivo tem validade de um ano, podendo ser prorrogado por igual período. Os resultados e eventuais convocações serão publicados no Diário Oficial do Estado do Acre. Há reserva de vagas para pessoas com deficiência.

O edital completo está disponível no site da Imprensa Oficial do Estado do Acre, na edição do dia 17 de junho.

MP ajuiza ação para que o Estado implemente uso de câmeras corporais por PMs

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O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio da Promotoria de Justiça Especializada de Tutela do Direito Difuso à Segurança Pública, ajuizou ação civil pública para obrigar o Estado do Acre a implementar, de forma efetiva e estruturada, a política pública de uso de câmeras corporais por policiais militares.

A medida visa garantir maior transparência nas ações policiais, produzir provas confiáveis, prevenir abusos e proteger os direitos de cidadãos e dos próprios agentes públicos.

A ação é resultado do procedimento preparatório instaurado em abril de 2023 para apurar a aquisição e uso de câmeras operacionais portáteis pelas forças de segurança do estado.

No decorrer da investigação, o MPAC requisitou diversas informações à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e ao Comando-Geral da Polícia Militar, mas constatou ausência de planejamento concreto e atrasos na resposta às diligências.

A Polícia Militar chegou a realizar testes técnicos em 2021, reconhecendo a viabilidade do uso das câmeras. No entanto, a iniciativa não avançou para fases efetivas de aquisição ou normatização. Embora tenha sido citada a intenção de adquirir mais de quatro mil dispositivos, não houve definição de cronograma, orçamento ou diretrizes operacionais.

O MPAC também destaca que o Estado do Acre não adotou medidas para garantir a prioridade orçamentária da política nem buscou alternativas de financiamento.

“A utilização de câmeras corporais por agentes de segurança pública é reconhecida como uma medida eficaz na promoção da transparência, na prevenção de abusos e na proteção tanto dos cidadãos quanto dos próprios policiais”, destacou o promotor de Justiça Rodrigo Curti.

Os pedidos

Na ação, o MPAC pede que o Estado adote o uso obrigatório das câmeras durante atividades com potencial risco à liberdade, integridade física ou patrimonial das pessoas, como abordagens, operações ostensivas, cumprimento de mandados judiciais, prisões em flagrante e outras ocorrências sensíveis.

Também foi requerida a gravação contínua e ininterrupta das imagens, até que se estabeleça, com respaldo técnico e jurídico, outro modelo de acionamento.

O MPAC requer, ainda, a apresentação de um plano público e detalhado de implementação, com cronograma de aquisição e distribuição dos equipamentos, critérios de priorização, protocolos de uso e mecanismos de responsabilização por descumprimento das normas.

O plano também deverá prever a divulgação periódica de dados sobre a política em portal oficial, além do envio mensal de relatórios ao Judiciário e ao Ministério Público.

Ascom MPAC

Manoel Moraes critica operação do ICMBio em Xapuri e cobra soluções sustentáveis para produtores da Resex Chico Mendes

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O líder do governo na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), deputado Manoel Moraes (Progressistas), usou a tribuna durante a sessão desta terça-feira (17) para manifestar solidariedade às famílias afetadas pelas recentes operações do ICMBio no município de Xapuri. O parlamentar classificou a ação como “desnecessária” e com uso de “força desproporcional”.

Servidor federal do Ibama, com histórico de atuação no município, Moraes afirmou conhecer de perto a realidade das comunidades da região, principalmente da área conhecida como Maloca. Segundo ele, muitos moradores sequer sabiam que viviam dentro da área da Reserva Extrativista Chico Mendes. “Eles não são invasores. São filhos, netos, pais que vivem ali há décadas buscando uma vida melhor. Eu mesmo trabalhei em Xapuri e só em 2006 colocaram a primeira placa dizendo que aquela área era reserva”, relatou.

O parlamentar fez duras críticas ao formato da operação, que envolveu agentes fortemente armados. “A forma como foi conduzida essa ação, com homens fortemente armados, não se vê nem em favelas do Rio de Janeiro. Isso não é o Acre que defendemos”, disse.

Manoel Moraes destacou ainda que apresentou ao ICMBio e à Coordenação da Amazônia um projeto de recuperação ambiental elaborado em parceria com professores da Universidade Federal do Acre e juristas locais. A proposta inclui alternativas sustentáveis, como reflorestamento com café, consórcios de madeira e gado, uso de cercas elétricas e recuperação de áreas de preservação permanente.

O deputado também cobrou agilidade na regulamentação da lei estadual que trata da compensação ambiental para pequenas propriedades fora das áreas de reserva. “Temos cobrado a Secretaria de Meio Ambiente. Sei que não é fácil, porque há conflito com normas federais. Mas a Assembleia fez sua parte e vai continuar insistindo para que essa lei entre em vigor o quanto antes”, reforçou.

Ao encerrar seu discurso, o líder do governo direcionou críticas ao Congresso Nacional, que, segundo ele, é o grande responsável pela crise que atinge o setor produtivo acreano. “O único culpado de tudo isso é o Congresso Nacional, que criou leis ruins para o Acre e não quer mudar. Mas nós aqui da Assembleia vamos continuar lutando. Não existe problema sem solução, e nós vamos encontrar essa solução com vocês”, finalizou.

“Respeitem quem trabalha”: deputados se unem contra operações federais em áreas rurais

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Com presença dos produtores rurais da Reserva Extrativista Chico Mendes na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) na manhã desta terça-feira, 17, os deputados estaduais repudiaram as ações da operação e defender alternativas para a regularização fundiária e ambiental no Acre.

O deputado estadual Tadeu Hassem criticou a escolha do Acre para a realização da operação justamente na semana do Dia Mundial do Meio Ambiente. “Eles poderiam ter escolhido qualquer outro estado. Mas escolheram o Acre, justamente o pequeno produtor. Até nisso fomos prejudicados”, declarou.

Hassem ainda afirmou que as ações colocaram em risco a integridade física dos moradores e prejudicaram economicamente a cadeia produtiva local. “Já tem caminhoneiro que não quer mais prestar serviço, frigorífico em Brasília que não aceita mais o animal para abate, e enquanto isso nossas crianças passam fome”, completou.

O deputado Pedro Longo também criticou a atuação do Ibama e relatou casos em que servidores federais se recusaram a apresentar mandados judiciais durante as ações. “Destruição de currais sem mandado judicial, isso é inaceitável. Essa área onde estão atuando nem sequer fazia parte da reserva originalmente. Essas pessoas estavam ali de boa fé, trabalhando”, afirmou.

Longo defendeu a transformação de parte da Reserva Chico Mendes em projeto de assentamento para garantir aos moradores o direito de produzir legalmente. “Consultem os moradores se eles querem viver de extrativismo ou se querem produzir. A resposta será quase unânime: eles querem produzir”, concluiu.

O deputado Pablo Bregense apontou ainda outra preocupação: o avanço do crime organizado na fronteira. Segundo ele, a retirada da Força Nacional de áreas estratégicas estaria deixando cidades acreanas vulneráveis. “O crime organizado está batendo palma para essa operação. Tiraram a Força Nacional da fronteira de Plácido de Castro e deixaram apenas 12 policiais. É a página mais triste que o Acre escreveu na minha geração”, lamentou.

Já o deputado Edvaldo Magalhães destacou que a Assembleia Legislativa aprovou uma lei que permite a compensação ambiental utilizando florestas públicas estaduais, justamente para regularizar propriedades de pequenos produtores. No entanto, segundo ele, o governo do Estado ainda não regulamentou a aplicação da medida.

“A lei está aprovada e sancionada desde fevereiro, mas até agora o governo não baixou o decreto que autoriza sua aplicação. Temos mais de cinco mil propriedades embargadas que poderiam ser liberadas imediatamente”, denunciou.

O parlamentar defendeu que o Executivo estadual, juntamente com os órgãos ambientais, o Incra e a bancada federal, se mobilize urgentemente para regulamentar a lei e buscar soluções definitivas para o problema. “Só discurso não resolve. O que resolve é ação concreta”, completou.

O deputado Arlenilson Cunha também reforçou o impacto social das ações. “O Acre é um dos estados mais pobres do Brasil. Não podemos aceitar ver nossos produtores sendo humilhados pelo aparato estatal em nome de uma política autoritária e excludente”, criticou.

Já o deputado Marcus Cavalcante fez um pronunciamento emocionado. “É triste ver homens e mulheres de mão calejada, crianças vendo suas casas serem destruídas, seu patrimônio, que foi construído durante uma vida inteira, indo embora. Mas sabe o que é isso? É porque o Brasil, hoje governado pelo presidente Lula, tem a digital da ministra Marina Silva nessa operação. Nós temos que aparecer na Europa, para aqueles que muitas vezes exigem essas operações, como Alemanha e França. Mas a custa da dor e do sofrimento do nosso povo? Não podemos aceitar isso. Tirem o agro desse estado e a miséria vai se instalar de ponta a ponta”, afirmou.

Cavalcante ainda criticou o que chamou de “verdadeiro terror” praticado pelos agentes federais. “Não precisamos de massacre de homens fortemente armados entrando nas propriedades como se fossem bandidos. Isso não é admissível. Vamos perseguir e destruir quem desmatou um ou dois hectares para alimentar a família? Respeitem quem trabalha!”, desabafou.

A deputada Michelle Melo também se posicionou em defesa dos produtores. “A primeira coisa que eu defendo é a vida daqueles que moram na floresta. Eu não quero ver meus amigos passando fome, perdendo os sonhos das suas vidas. Quantos de vocês sustentam famílias inteiras com o que produzem? Esse problema precisa ser prioridade no nosso Estado”, disse.

O presidente da Aleac, Nicolau Júnior, também prometeu apoio e destacou a necessidade de articulação com o governo federal. “O que a Assembleia puder fazer diante do governo estadual, pode ter certeza que nós vamos fazer. São 24 deputados comprometidos com esse assunto. Vamos cobrar providências do IMAAC e da Secretaria do Meio Ambiente”, destacou.

O deputado Emerson Jarude criticou duramente a ação federal. “Eu nunca vi tanta covardia, nem pra desmontar esquema de corrupção, nem pra enfrentar o crime organizado tivemos operações como essa. Parece que produzir no Acre virou crime. E por que essas operações não ocorrem em Minas Gerais, São Paulo ou Rio de Janeiro? É fácil vir aqui, no estado mais pobre, onde deveríamos ser apoiados e não massacrados. O governo federal quer mostrar serviço para fora às custas do sofrimento do nosso povo”, afirmou Jarude.

Já o deputado Eduardo Ribeiro questionou: “Por que o Acre tem que pagar essa conta? Por que escolheram o Acre e não outros estados mais ricos? Porque nossas leis ambientais são mais rígidas, nossos custos são mais altos e agora querem impor mais essa dificuldade. Isso é inadmissível”, frizou.

Tadeu Hassem cobra revisão urgente na lei das reservas ambientais do Acre: “Os tempos mudaram, o povo evoluiu”

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Durante a sessão desta terça-feira (17) na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado estadual Tadeu Hassem (Republicanos) fez um pronunciamento incisivo cobrando a revisão da legislação que rege as reservas ambientais no estado.

Representante da região do Alto Acre, o parlamentar afirmou que as atuais regras estão desatualizadas e não acompanham a evolução social e econômica do Acre.

“Hoje temos aproximadamente 22 áreas de conservação entre reservas federais e estaduais. Mas os tempos mudaram, o Acre cresceu, o nosso povo evoluiu, nossa economia também. Essa lei precisa, urgentemente, ser revista em Brasília”, afirmou.

Hassem destacou que sua defesa não é contra o meio ambiente, mas contra a forma como os produtores rurais estão sendo tratados após a operação realizada na Reserva Extrativista Chico Mendes.

“Eu defendo a Amazônia, defendo o extrativismo, mas não da forma como estão tratando nosso povo. O que estão fazendo com os pequenos produtores é desumano”, criticou.

O parlamentar também chamou atenção para os impactos econômicos que a crise ambiental já está causando no Alto Acre. Segundo ele, frigoríficos de Brasileia já deixaram de receber animais, caminhoneiros se recusam a fazer fretes e os insumos estão sendo levados para fora do estado.
“Enquanto isso, as crianças do Acre também precisam se alimentar. Não podemos fechar os olhos para essa realidade”, ressaltou.

Hassem alertou ainda para o risco de conflitos na zona rural. “O produtor tem na sua casa condições mínimas de defesa. E se tivesse acontecido uma tragédia? Se alguém tivesse sido vítima durante essas ações? Essa reflexão é urgente”, afirmou.

Por fim, o deputado reforçou que a Assembleia Legislativa tem responsabilidade sobre o tema e que a criação da Frente Parlamentar em Defesa do Agro será fundamental na luta por mudanças. “Tem gente que pergunta: ‘O que a Assembleia tem a ver com isso?’. Nós somos a casa do povo, é nosso dever lutar por quem vive e produz aqui”, diz.

Sindicalista alerta para possível greve geral dos servidores da Saúde no Acre

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Durante a mobilização realizada na manhã desta terça-feira (17) na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), a sindicalista Alesta, presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, afirmou que a categoria não descarta a deflagração de uma greve geral.

Segundo ela, embora a paralisação desta terça seja apenas uma advertência, os trabalhadores já se articulam para ações mais contundentes diante da demora do governo em finalizar e enviar o novo Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) à Aleac.

“Nós passamos 18 meses negociando o PCCR. O Governo do Estado contratou uma empresa pra construir isso, e a gente quer que o Governo do Estado chegue na Assembleia com o nosso PCCR pronto. Mesmo o limite prudencial estando alto, ele tem que mandar pra cá e mostrar um plano pra baixar esse limite. Porque senão, nós nunca vamos ter PCCR. E o movimento é pra isso: baixar o limite prudencial e o nosso PCCR.”

“Marina e Lula estão se apropriando dos bens do trabalhadores do Acre”, desabafa produtor rural

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Durante um protesto realizado na manhã desta terça-feira, 17, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o produtor rural José Augusto, morador da região da Transacreana, em Rio Branco, se manifestou contra a Operação Suçuarana, realizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) na Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes. A ação tem gerado revolta entre agricultores da região, que alegam abuso por parte das autoridades ambientais.

Representando a Associação dos Pequenos e Médios Produtores Rurais da Transacreana, José Augusto falou à reportagem da Folha do Acre e criticou diretamente a atuação do governo federal e da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Segundo ele, os pequenos produtores estão sendo tratados como criminosos e tendo seus bens confiscados injustamente.

“Sou produtor rural aqui da região da Transacreana e represento, através da Associação dos Pequenos e Médios Produtores Rurais, os produtores rurais dessa região. Ele ainda acusa Lula e Marina de estarem se apropriando de bens dos trabalhadores rurais do Acre. “Marina e Lula estão se apropriando dos bens do trabalhadores do Acre”, desabafou.

Augusto, ainda defendeu os produtores rurais – que segundo ele tem sido tratados como bandidos.

“Produtores rurais não são bandidos, são produtores rurais, são homens trabalhadores e mulheres trabalhadoras. Onde eles chegam, o Estado brasileiro chega confiscando todos os bens desses produtores rurais, desses homens que estão no campo, que viveram a vida inteira se dedicando às suas famílias e à sua propriedade, que conseguiram, ao longo do tempo, com as cabeças de gado, produzir algo para alimentar as cidades. E, através do ICMBio, foram lá, destruíram, derrubaram as casas, deixaram esse produtor rural sem nada. Nós não podemos aceitar isso. Nós queremos justiça, mas uma justiça que possa incluir todos os brasileiros. O que nós estamos vendo na reserva Chico Mendes, é o que nunca pensei em ver no Acre. O governo federal, o governo Lula, se apropriando dos bens das pessoas, dos produtores rurais, de pequenos produtores rurais. Isso é inadmissível. Nós não podemos aceitar. Queremos justiça para que se possa sentar, discutir e fazer esse estado crescer. O estado precisa crescer. É pobre. É muito pobre o nosso estado. Para o governo federal vir e confiscar bens de pequenos produtores rurais. Nós não aceitamos isso,” disse o produtor rural.

A manifestação na Aleac reuniu dezenas de produtores rurais que pedem mais diálogo com os órgãos ambientais e soluções que considerem o histórico e a realidade dos moradores da reserva. Eles defendem o direito à permanência nas áreas onde vivem e produzem há décadas, alegando que a atual política ambiental está penalizando injustamente famílias inteiras.

A Operação Suçuarana, que visa combater crimes ambientais na Resex Chico Mendes, tem sido alvo de críticas por parte dos moradores locais, que denunciam a destruição de bens e a falta de diálogo com a população afetada.

“Vamos colapsar a pecuária do Acre se não houver uma solução”, alerta Longo sobre embargos e crise na Resex Chico Mendes

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Durante a sessão desta terça-feira (17) na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado Pedro Longo (PDT) fez um discurso firme em defesa dos produtores rurais do estado, denunciando ações abusivas de fiscalização ambiental e alertando para o risco de colapso na pecuária acreana caso o governo federal não atue com urgência para rever os embargos que atingem centenas de pequenas propriedades.

“Vamos colapsar a pecuária do Acre se não houver uma solução”, afirmou o parlamentar, referindo-se ao bloqueio que impede pequenos criadores de continuar suas atividades. Ele relatou ter recebido informações de que, somente em Feijó, há 700 pequenas propriedades embargadas, afetando diretamente a cadeia produtiva.

O pedetista manifestou profunda indignação com as ações do ICMBio na Reserva Extrativista Chico Mendes, em especial na região de Xapuri. Segundo ele, estão sendo realizadas apreensões de gado e destruição de currais sem mandado judicial, o que classificou como “cenas inaceitáveis”. “Eu vi um deputado federal questionar se a operação era administrativa ou judicial, e o servidor do ICMBio teve a petulância de dizer que não estava autorizado a informar. Isso eu nunca vi na vida”, protestou.

Ex-juiz e conhecedor da região, Pedro Longo destacou que as áreas onde famílias estão sendo expulsas eram consideradas “área branca” e só foram incorporadas à reserva anos após a ocupação por produtores que estavam ali de boa fé. Para ele, a única solução possível é a mudança da legislação federal. “A reserva Chico Mendes é muito grande, tem quase um milhão de hectares. É preciso consultar os moradores: eles querem viver de extrativismo ou querem produzir? A resposta será unânime: todos querem produzir”.

O deputado defendeu a transformação de parte da reserva em projeto de assentamento, com entrega de títulos de propriedade aos produtores e garantia do direito de produzir. “Não dá mais para viver em um regime de escravidão, onde Brasília decide o que o acreano pode ou não plantar”, disse.

Pedro Longo também cobrou a formação de uma força-tarefa, envolvendo o Governo do Estado, a Procuradoria-Geral, a Defensoria Pública e a Aleac, para buscar soluções concretas e imediatas para o problema dos embargos. Segundo ele, é preciso levar ao Congresso Nacional uma proposta que estabeleça um prazo para regularização, garantindo segurança jurídica aos produtores.

Ao final do discurso, o deputado anunciou uma articulação com o ex-ministro da Defesa e ex-deputado federal Aldo Rebelo, relator do Código Florestal, que virá ao Acre nos próximos dias. “O Aldo é, talvez, o maior especialista nos assuntos da Amazônia e no bloqueio que a Amazônia está sofrendo para o seu progresso. Ele virá para ouvir vocês e discutir conosco soluções efetivas”.