quarta-feira, 18 junho 2025
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Senador Alan Rick e bancada federal cobram suspensão das ações do ICMBio na Reserva Chico Mendes

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O senador Alan Rick (União Brasil-AC), coordenador da bancada federal do Acre, acompanhado dos deputados federais Roberto Duarte, Eduardo Veloso, Ulysses Araújo e Zezinho Barbary, esteve nesta terça-feira, 17, em audiência na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, para tratar da situação crítica vivida por pequenos produtores na Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre.

O grupo foi recebido pelo secretário-executivo da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gustavo Ponce, a quem foi entregue um ofício e um pedido da bancada federal pela suspensão imediata das operações coercitivas conduzidas pelo ICMBio na região. Segundo os parlamentares, produtores rurais da Resex vêm sofrendo com apreensão e abate de gado, destruição de currais e ameaças de expulsão de áreas que ocupam há décadas, herdadas de pais e avós que foram os primeiros extrativistas da reserva.

“A criação da Resex Chico Mendes, ainda em 1990, foi uma resposta urgente à comoção internacional provocada pelo assassinato de Chico Mendes. Mas, ao longo do tempo, percebe-se que erros de concepção e ausência de políticas públicas deixaram milhares de famílias à mercê da repressão, em vez de apoio para transição a práticas sustentáveis”, afirmou o senador Alan Rick.

Durante a reunião, o líder da bancada federal senador Alan Rick, sugeriu a criação de uma mesa interministerial para mediar um acordo que respeite a legislação ambiental sem sacrificar a subsistência das famílias. Também foi reiterada a necessidade de revisão do modelo de gestão das reservas e o apoio a projetos de lei que consolidam a prática da pecuária sustentável em áreas extrativistas.

“O decreto que criou a Resex não proíbe a criação de animais. Esses produtores não são criminosos. São pais e mães de família que, diante do declínio da atividade extrativista, buscaram alternativas para sobreviver. Eles precisam de crédito, tecnologia e regularização, não de punição”, destacou o senador.

Alan Rick lembrou ainda que, no ano passado, entregou equipamentos agrícolas a produtores da reserva, como tratores, roçadeiras e beneficiadoras de arroz, para fomentar a produção local. “O que falta na floresta não é só fiscalização. É Estado. É política pública.”

A Secretaria de Relações Institucionais comprometeu-se a responder à bancada dentro de 48 horas sobre as medidas que podem ser adotadas.

“Estamos lutando por uma solução pacífica e justa. O Acre precisa de esperança, e não de repressão”, concluiu o senador.

Socorro Neri promove audiência pública no Acre para enfrentar desigualdades na educação rural e indígena

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Deputada federal lidera debate inédito no estado e cobra soluções estruturantes para garantir o direito à educação com dignidade nas regiões mais isoladas do Acre e da Amazônia

A deputada federal Socorro Neri conduziu, nesta terça-feira (17), em Rio Branco, uma audiência pública da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, com foco nos desafios da oferta educacional em áreas rurais e indígenas do Acre. O encontro reuniu autoridades, lideranças e representantes de órgãos de controle para discutir soluções concretas que assegurem educação com dignidade e estrutura adequada a estudantes que vivem em comunidades remotas.

Durante o evento, a parlamentar destacou em sua fala que é preciso olhar com seriedade para a realidade dos estudantes da Amazônia e agir com firmeza.

“Precisamos garantir que o direito à educação aconteça com dignidade e qualidade para todos os estudantes. O que realizamos hoje foi uma escuta ativa e propositiva. Nosso próximo passo será levar os encaminhamentos à Comissão de Educação e buscar financiamento, inclusive por meio de emendas parlamentares e de comissão”, declarou a deputada.

O secretário de Educação do Acre, Aberson Carvalho, destacou que o debate também serve para chamar a atenção do país às especificidades da Amazônia:

“Esse seminário dá voz ao Acre e à Amazônia. As dificuldades enfrentadas aqui são históricas. O valor destinado a um aluno rural em São Paulo é o mesmo de um aluno que passa até 4 horas de barco para chegar à escola no Acre. Isso é uma distorção. Precisamos de um olhar que considere essas realidades com justiça”, afirmou.

Também participaram da audiência: Mauro Braga (presidente da UNDIME/AC e secretário municipal de Educação de Feijó), Maria de Fátima Miranda (vice-presidente do Conselho Estadual de Educação), Vômea Araújo (presidente da UNCME/AC), Francisca Arara (secretária de Povos Indígenas), Laélia Lima (representante do TCE/AC) e Abelardo Townes (promotor de Justiça do MPAC).

Ao final do encontro, Socorro Neri reafirmou seu compromisso com a defesa da educação pública e com a construção de caminhos reais para a superação das desigualdades

“Seguiremos mobilizados para transformar a escuta em ação. A educação é um direito e um dever do Estado. O Acre e a Amazônia não podem mais esperar.”

Construção do Complexo Viário gera empregos e impulsiona a mobilidade urbana na capital

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Mesmo em fase de execução, a construção do Complexo Viário, em Rio Branco, provoca um impacto social significativo, principalmente pela geração de empregos diretos e indiretos que movimentam a comunidade local.

O processo emprega desde operários e engenheiros até fornecedores de materiais, criando uma cadeia produtiva que impulsiona a economia. O setor da construção civil, por sua abrangência e capacidade de absorver mão de obra, destaca-se como um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento econômico sustentável.

O Complexo Viário é fruto de convênio entre o governo do Acre, por meio da Seop, e o governo federal, via Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), vinculada ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). O investimento total supera R$ 22 milhões, sendo mais de R$ 18 milhões provenientes de emenda parlamentar e R$ 4 milhões de contrapartida do Estado.

O fiscal da obra, José Alves, destaca que os trabalhos seguem em ritmo constante, com a execução do estaqueamento da trincheira, ou seja, a concretagem das estacas hélice contínua, etapa fundamental para viabilizar o rebaixamento da Avenida Ceará.

“Paralelamente, seguimos com os serviços de desapropriação e demolição das edificações localizadas no perímetro da intervenção. No trecho que vai do Hospital de Olhos Paulo Velloso até o Terminal Central de Ônibus, serão construídas duas pistas simples, conhecidas como alças de apoio, voltadas exclusivamente para a circulação de ônibus, a fim de melhorar a fluidez do transporte público”, explica.

Uma das quatro alças previstas já foi concluída, no prazo estipulado em conjunto com a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Rio Branco (RBTrans) e o Ministério Público do Acre (MPAC), que definiram entre 20 e 30 dias para a entrega de cada estrutura.

Segundo Alves, 45 trabalhadores estão diretamente envolvidos na obra, contribuindo não apenas com mão de obra qualificada, mas também impulsionando a economia local, com a aquisição contínua de insumos.

Impulsionando a economia

Entre esse grupo de trabalhadores está o topógrafo Hélio Silva e Silva, que há um ano trabalha na empreitada. “Acho de extrema importância obras como essa, porque assim a gente gera economia para a cidade. Uma construção de grande porte movimenta muito a economia, porque precisa de muitos trabalhadores e os trabalhadores precisam de locomoção, fardamento; é uma engrenagem, um conjunto que envolve muitas coisas”, destaca.

O fiscal diz ainda que a obra vai melhorar a infraestrutura da área central, trazendo benefício para o transporte. E explica que o topógrafo é responsável pela implantação do projeto no plano real, após o planejamento no software. “É importante ter uma topografia dentro da obra, para que não haja erros. Também trabalhar dentro dos orçamentos, planejar conforme o projeto e garantir mais qualidade pro serviço”, explica.

Encarregado da obra, Cristiano Luiz Gomes relata que está sendo finalizada a concretagem. E aborda as perspectivas de trabalho: “Em breve vamos contratar mais pessoas. Isso ajuda bastante, principalmente porque há muita gente procurando trabalho aqui. A gente não consegue empregar todo mundo, mas, conforme a necessidade, vai contratando”.

Verão vai acelerar construção

O governador do Acre, Gladson Camelí, tem intensificado a cobrança por agilidade na execução da obra e exigido resultados concretos, para que as entregas à população se deem o mais rápido possível.

“O verão já chegou; é ‘o ano do executar’, como já mencionei. Não podemos perder nenhum minuto e vamos fazer ações em todo o estado, para que a gente possa cada vez mais diminuir as dificuldades, aumentar as esperanças e reconhecer a missão que ainda existe à frente”, diz.

O fiscal José Alves destaca que o avanço, com o verão, deve se acelerar ainda mais. “Vamos intensificar os serviços e também, com o fechamento total da Avenida Ceará, no trecho entre a Rua José de Melo e Floriano Peixoto até a Rua Marechal Deodoro, conseguiremos trabalhar com mais tranquilidade e segurança, pois os veículos serão direcionados para rotas alternativas, conforme projeto de sinalização temporária elaborado pela Seop [Secretaria de Estado de Obras Públicas] e aprovado pela RBTrans e MPAC”, detalha.

Para o agente, a obra vai ajudar substancialmente o fluxo nesse trecho. Será eliminado o semáforo no cruzamento da Avenida Ceará com a Avenida Getúlio Vargas, e, com as alças de apoio, chamadas de pistas simples, o fluxo no trecho terá mais fluidez.

“Embora as condições de trabalho na via sejam bem complexas por conta do volume de carros e por ser uma via que recebe todos os tipos de veículos, estamos conseguindo avançar. O governador Gladson tem se esforçado muito para que a Seop e todos os agentes envolvidos tenham todas as condições de trabalho e liberdade para sempre fazer o melhor e mais rápido, sempre de forma técnica”, acrescenta.

Expansão do setor

Um estudo econômico divulgado pelo Fórum Empresarial do Acre, no início deste ano, avaliou a geração de empregos na construção civil no estado. O levantamento apontou um panorama diversificado em 2024, com grande variabilidade no Crescimento Líquido do Emprego (CLE) entre os municípios. Marechal Thaumaturgo destacou-se com a melhor performance, registrando um CLE de 28%, reflexo de uma forte dinâmica econômica impulsionada por projetos de construção.

Outros municípios, como Bujari (13%), Brasileia (10%) e Acrelândia (5%), também apresentaram desempenhos expressivos, com mercados de trabalho em expansão e saldos positivos entre admissões e demissões.

O estudo ainda apresenta uma série de recomendações para o fortalecimento do setor e a ampliação dos empregos, como o estímulo à realização de obras públicas e a construção de estradas e habitações populares — especialmente em municípios com baixo índice de CLE, como forma de impulsionar o índice de emprego e dinamizar as economias locais.

Também é destacada a importância da capacitação da mão de obra, por meio da implementação de programas de treinamento técnico voltados para as demandas específicas da construção civil. A medida busca ampliar a qualificação e a empregabilidade dos trabalhadores, sobretudo em regiões com baixos estoques de profissionais especializados e com incentivos fiscais disponíveis. Muitas dessas diretrizes já foram incorporadas por diversas secretarias estaduais, reforçando o compromisso do governo com o desenvolvimento econômico e a inclusão produtiva.

Fonte: Agência de Notícias do Acre

TCE-AC mobiliza instituições em reunião sobre enfrentamento ao período seco e queimadas ilegais no Acre

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Com foco no fortalecimento das ações preventivas e no alinhamento de estratégias para conter os impactos do período seco no estado, o Tribunal de Contas do Acre (TCE-AC) realizou, nesta terça-feira (17), uma reunião interinstitucional que reuniu representantes de órgãos ambientais, instituições de controle, segurança pública e autoridades do sistema de Justiça.

 

A iniciativa integra o processo de construção do Pacto Interinstitucional para o Fortalecimento das Ações Integradas de Prevenção, Controle e Combate ao Desmatamento e às Queimadas Ilegais no Estado do Acre. Durante o encontro, foram apresentados planos de ação, ferramentas de monitoramento e propostas de cooperação com o objetivo de evitar uma nova crise ambiental como as registradas nos últimos dois anos.

 

A presidente do TCE-AC, conselheira Dulce Benício, destacou a gravidade da situação e o papel do Tribunal como articulador institucional.

 

“Esse encontro é muito importante. A conselheira Naluh Gouveia é a relatora da área ambiental para o biênio 2025-2026 e está chamando os órgãos para esse diálogo técnico justamente porque já estamos em pleno verão amazônico, enfrentando dificuldades reais. O Tribunal precisa receber os planos dos nossos jurisdicionados, entender quais medidas estão sendo tomadas e, com as demais instituições de controle, buscar soluções concretas. Estamos diante de desafios que não permitem ação isolada. Falamos de possíveis faltas de água, alimentos e do agravamento da saúde da população. Precisamos agir juntos”, afirmou Dulce.

 

A reunião contou com apresentações técnicas da SEMEIA, da Defesa Civil Municipal, do SAERB e do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), além da exibição de uma ferramenta de prognóstico territorial desenvolvida em parceria com o IMAZON e da estratégia da ATRICON para o controle externo ambiental. Foi ainda proposta a criação de um Grupo Técnico Interinstitucional, que terá como função compilar os planos de ação, identificar lacunas, sobreposições e subsidiar as decisões da Sala de Situação do Governo com base em dados integrados.

 

Presente no evento, a procuradora de Justiça Rita de Cássia, do MPAC, ressaltou a importância da articulação neste momento crítico:

 

“A realização deste evento no Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca é muito simbólica. Estamos fazendo exatamente o que deve ser feito: discutir medidas efetivas para conter o desmatamento e evitar eventos climáticos extremos, que estão cada vez mais frequentes. No ano passado, diante da crise da fumaça, o Ministério Público ingressou com uma ação civil pública contra o Estado, o IMAC e o IDAF. O que nos foi apresentado como plano de ação, porém, foi apenas uma carta de intenções, sem metas ou cronograma. O receio é de que vivamos novamente as mesmas tragédias ambientais, com impactos especialmente graves para os mais vulneráveis, como idosos e crianças”, alertou.

 

Já o coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, coronel Cláudio Falcão, alertou para o crescimento dos focos de calor na capital, com índices de poluentes já acima dos limites recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS):

 

“Infelizmente, já registramos focos de calor tanto na zona urbana quanto rural. Na semana passada, o nível de poluentes chegou a cinco vezes o tolerado pela OMS. Em 2023, esse número chegou a ser 40 vezes maior. Estamos revisando nosso plano de contingência, mapeando as áreas mais suscetíveis ao fogo e articulando com Corpo de Bombeiros e Energisa para proteger redes elétricas, hospitais e áreas de captação de água. É hora de agir de forma coordenada”, reforçou.

 

Além dos expositores, participaram da reunião representantes de diversos órgãos e entidades convidadas, como IBAMA, ICMBio, Polícia Federal, CGU, TCU, Tribunal de Justiça, secretarias estaduais e municipais de Agricultura, Saúde e Educação, Ministério do Meio Ambiente, Ministério Público de Contas, entre outros.

 

Atuação técnica do TCE-AC por meio da 8ª COECEX

 

A 8ª Coordenadoria Especializada de Controle Externo (COECEX) do TCE-AC, responsável pelo acompanhamento das políticas públicas ambientais no Estado e nos municípios, desempenha papel estratégico na prevenção e no enfrentamento aos efeitos das mudanças climáticas.

 

Dados críticos sobre queimadas no Acre:

 

•2023: 6.562 focos de queimadas

•2024: 8.658 focos — um aumento de 31,94%

•Os impactos das queimadas incluem:

▪ Ambientais: perda de biodiversidade e degradação de ecossistemas

▪ Sociais: problemas respiratórios, deslocamento de comunidades

▪ Econômicos: prejuízos à agricultura e extrativismo

 

Ato nº 9, de 2 de setembro de 2024:

 

Emitido pelo TCE-AC, o documento alerta o governador e prefeitos sobre a necessidade de adotar ações administrativas imediatas para conter o avanço das queimadas e mitigar os efeitos da estiagem extrema, recomendando:

 

•Fortalecimento do poder da Polícia Ambiental;

•Criação de planos de educação ambiental e de contingência;

•Apoio a campanhas públicas e ações conjuntas com a Defesa Civil;

•Garantia de acesso à água potável e serviços essenciais nas áreas atingidas;

•Inclusão de recursos específicos nas Leis Orçamentárias Anuais para combate à crise ambiental.

 

Ações planejadas para 2025:

 

•Auditorias operacionais no IMAC e SEMA sobre controle de desmatamento e gestão das Unidades de Conservação (março a dezembro).

•Fiscalização do SAERB, com foco na crise hídrica em Rio Branco.

•Levantamento de diretrizes sobre saneamento e resíduos sólidos.

•Participação no Painel Clima Brasil e ClimateScanner, iniciativas que avaliam periodicamente as ações governamentais diante da crise climática.

 

A coordenadora da 8ª COECEX, conselheira Naluh Gouveia, reforça que as ações de controle externo ambiental em curso têm como base a Resolução ATRICON nº 02/2021 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU:

 

“O Tribunal de Contas do Acre está vigilante e atuante. Nossas auditorias, alertas e articulações com os demais órgãos têm como meta proteger a vida, os recursos naturais e garantir políticas públicas eficazes para enfrentar esta emergência ambiental com seriedade e transparência”, pontuou.

 

O evento marca o início de uma atuação técnica coordenada entre instituições, com previsão de assinatura de um Termo de Compromisso Interinstitucional ainda no mês de junho, formalizando as responsabilidades assumidas e estabelecendo mecanismos de monitoramento e avaliação contínua das ações.

Ulysses denuncia na tribuna novos abusos do ICMBio e reforça medidas legislativas em defesa dos produtores do Acre

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O deputado federal Coronel Ulysses (União Brasil-AC) voltou à tribuna da Câmara nesta segunda-feira (16) para relatar os desdobramentos da crise que atinge produtores rurais da Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre. Após visitar pessoalmente o município de Xapuri no último sábado, Ulysses trouxe novas denúncias e classificou a situação como “um dos períodos mais obscuros da história recente do país no que diz respeito ao desrespeito aos direitos fundamentais”.

Segundo o parlamentar, os relatos feitos por moradores da região são graves e apontam para uma sequência de abusos cometidos por agentes do ICMBio durante as operações de fiscalização. Entre os principais pontos levantados estão: expulsões de famílias de suas propriedades sem apresentação de mandado judicial, apreensão de gado e bens pessoais dos pequenos produtores, inclusive animais utilizados no transporte de carga, além do envio de parte desse rebanho para abate em matadouros, sem qualquer previsão de indenização.

Durante a visita de campo, Coronel Ulysses também tentou obter informações oficiais sobre a operação, mas encontrou resistência. Acompanhado por agentes da PRF, ele se deslocou até a base operacional das forças federais, instalada, segundo ele, de forma irônica, dentro da propriedade de um dos produtores desapropriados.

“O que vi foi um verdadeiro aparato de guerra. Helicópteros, Força Nacional, Exército e servidores do ICMBio acampados, com armamento pesado, em pleno solo acreano”, descreveu o deputado durante o discurso. Ele relatou ainda que, ao tentar dialogar com o responsável pela operação, um agente do ICMBio, recebeu a negativa de qualquer esclarecimento, sendo orientado a procurar informações apenas em Brasília.

Para o deputado, a situação escancara a falta de transparência e o excesso de poder na condução das ações ambientais na Amazônia. Ele criticou ainda o que classificou como interesses internacionais por trás da política ambiental brasileira, afirmando que as restrições ao agro nacional servem apenas para proteger o mercado agrícola europeu.

Diante do cenário, Coronel Ulysses reforçou as providências já adotadas: apresentou um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para sustar os atos administrativos do ICMBio, protocolou um Projeto de Lei para anistiar os produtores rurais prejudicados pelas medidas recentes e solicitou a convocação da ministra Marina Silva para prestar esclarecimentos à Comissão de Agricultura da Câmara.

O parlamentar também informou que já pediu à sua assessoria técnica a elaboração de uma proposta de revisão das reservas extrativistas no país, com o objetivo de extinguir aquelas que não cumprem mais suas funções econômicas, sociais e culturais.

“Não vou me calar enquanto os direitos dos acreanos e dos produtores rurais estiverem sendo atropelados. Essa é uma luta que vou seguir até o fim”, concluiu.

Acre realizará reunião de ações integradas para enfrentamento ao período de seca

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O governo do Acre, por meio do Gabinete de Crise, Seca e Estiagem e do Grupo Operacional de Comando e Controle (Gocc), reúne sociedade civil, gestores de órgãos ambientais municipais, estaduais e federal, além de pesquisadores e especialistas, com objetivo de fortalecer as ações integradas para a gestão dos riscos ambientais no período de seca.

A reunião irá apresentar prognósticos relacionados aos possíveis impactos climáticos no Acre nos próximos meses. As informações são fundamentais para o planejamento das medidas destinadas a mitigar os impactos da seca e garantir maior eficiência na resposta aos eventos extremos.

Fundo Amazônia bate recorde ao destinar mais de R$ 1 bilhão em 2025

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O Fundo Amazônia aprovou R$ 1,189 bilhão em projetos no primeiro semestre de 2025 e registrou o melhor desempenho de destinação dos recursos desde a criação do mecanismo em 2009. O resultado foi alcançado depois de dobrar a captação, com adesão de novos doadores e a internalização de R$ 1 bilhão nos últimos dois anos.

Gerida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), a ferramenta foi criada para financiar a conservação, monitoramento e desenvolvimento sustentável do bioma.

Em 16 anos de existência foram aprovados projetos que somam R$ 5,6 bilhões e o desembolso para execução alcançou R$ 2,7 bilhões, após os processos de estruturação e contratação.

Com o passar dos anos, os valores foram ampliados alcançando 133 iniciativas, em especial após 2023, quando foram aprovados 23,3% dos projetos que somaram R$ 584 milhões e R$ 947 milhões, em 2024.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou que – em um contexto geopolítico onde os recursos estão sendo direcionados para guerras – o investimento em iniciativas que protegem a vida, a partir de práticas que preservam o meio ambiente, é um bom exemplo da verdadeira guerra que deveria ser travada contra a mudança do clima, a pobreza e a desigualdade.

Ganho ambiental

“Quando o dinheiro vai para as comunidades e não é reembolsado, a gente diz que é um dinheiro a fundo perdido, mas esse é um recurso a fundo ganho. É o ganho social, ambiental, econômico, científico, tecnológico, cultural e o ganho da parceria, da solidariedade”, reforçou.

Além do escalonamento do número de projetos e recursos, o balanço apresentado na segunda-feira (16) também destacou a capilaridade das iniciativas aprovadas pelo Fundo Amazônia, em diferentes regiões do bioma, alcançando comunidades quilombolas, organizações indígenas, extrativistas e agricultores familiares.

Alguns exemplos citados foram o projeto Amazônia na Escola para levar a produção sustentável da agricultura familiar à rede pública de educação. Outro exemplo é o projeto Dabucury – Gestão Territorial e Ambiental na Amazônia Indígena, que alcançou 28 instituições de nove estados da Amazônia Legal. Também os nove editais do projeto Restaura Amazônia, que chamam a atenção por serem iniciativas voltadas às terras indígenas, assentamentos rurais e unidades de conservação, ao longo de uma extensão que abrange do leste do Maranhão ao Acre, passando pelo sul do Pará, Mato Grosso e Rondônia.

Justiça decreta prisão preventiva de falso pastor que matou ex-esposa em Capixaba

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A Justiça do Acre decretou a prisão preventiva do falso pastor Natalino Santiago, acusado de matar a ex-esposa, Auriscleia Lima do Nascimento, de 25 anos, a golpes de terçado na última quarta-feira (11), na zona rural de Capixaba.

Natalino se entregou à polícia de Capixaba e foi encaminhado à Delegacia de Flagrantes de Rio Branco após moradores do município ameaçarem linchar o acusado.

O acusado já havia confessado o crime durante as primeiras etapas da investigação. Conforme apurado, ele não aceitava o fim do relacionamento com a vítima. A prisão preventiva foi decretada após audiência de custódia, realizada logo após sua captura.

Além da gravidade do feminicídio, o juiz responsável pelo caso levou em consideração o histórico criminal do acusado. Natalino tem um passado de violência extrema: ele já foi condenado por dois homicídios anteriores. O primeiro deles aconteceu nos anos 2000, um crime brutal que, à época, ganhou repercussão por sua violência. Anos depois, em 2011, ele voltou a matar, desta vez no bairro Palheiral, em Rio Branco.

Outro fator que pesou na decisão judicial foi o descumprimento de medidas cautelares por parte do acusado. Natalino cumpria pena em regime fechado, mas conseguiu progressão para o semiaberto. No entanto, violou as regras, fugiu e passou a viver com identidade falsa no interior do estado.

Agora, com a nova acusação de feminicídio, a Justiça determinou o retorno imediato de Natalino ao regime fechado. As penas anteriores também foram unificadas, e o histórico de reincidência foi considerado um risco concreto à sociedade. Somadas, as condenações anteriores totalizam 35 anos de reclusão, conforme determinado pela Justiça.

Polícia Civil prende homem acusado de tentativa de feminicídio em Feijó

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Na manhã desta terça-feira, 17, a Polícia Civil do Acre (PCAC), por meio da Delegacia-Geral de Feijó, efetuou a prisão de um homem acusado de tentativa de feminicídio contra sua ex-companheira. A ação foi realizada em cumprimento a um mandado de prisão expedido pelo Poder Judiciário.

Segundo as investigações, o suspeito teria desferido diversos golpes de faca na vítima, que precisou ser internada por vários dias devido à gravidade dos ferimentos. Apesar da violência do ataque, a mulher sobreviveu e segue em recuperação.

O crime, de extrema brutalidade, mobilizou a equipe da Polícia Civil desde o momento em que foi registrado. Após a coleta de provas e oitiva de testemunhas, foi possível representar pela prisão do acusado, que agora se encontra à disposição da Justiça.

O delegado Dione Lucas, responsável pela investigação, destacou o trabalho da equipe e reafirmou o compromisso da Polícia Civil no enfrentamento à violência contra a mulher:

“Desde o momento em que tomamos conhecimento do caso, nossa prioridade foi garantir justiça para a vítima e impedir que o agressor permanecesse em liberdade. A tentativa de feminicídio é um crime gravíssimo, e não mediremos esforços para responsabilizar quem atenta contra a vida de uma mulher. Seguiremos firmes na missão de proteger as vítimas e combater esse tipo de violência com todo o rigor da lei”, afirmou o delegado.

A Polícia Civil reforça a importância da denúncia de casos de violência doméstica, destacando que a colaboração da população é fundamental para prevenir tragédias e salvar vidas.

Ascom Polícia Civil

Acreano Thales Falcão integra Programa de Atleta de Alto Rendimento do Exército Brasileiro

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Atleta de vôlei de 30 anos, natural de Sena Madureira, entrou no PAAR em 2020 e anualmente faz reciclagem no Rio de Janeiro. Ele defendeu o Joinville Vôlei na última temporada

O acreano Thales Falcão, 30 anos, atleta de vôlei que na temporada 2024/2025 atuou pelo Joinville Vôlei, integra o Programa de Atleta de Alto Rendimento (PAAR) do Exército Brasileiro desde 2020.

Natural do município de Sena Madureira, no interior do Acre, ele atua na posição de central e desde que passou a fazer parte do PAAR, anualmente precisa cumprir uma semana de reciclagem no Centro de Capacitação Física do Exército e Fortaleza de São João, na Urca, no Rio de Janeiro (RJ). Este ano, ficou na unidade entre os dias 25 e 30 de maio.

– Entrei no programa em 2020 pra representar o Brasil em competições mundiais. Eu pertenço ao PAAR CCFEX. A gente procura fazer (a reciclagem) sempre quando acaba a Superliga, que a gente tem um pouco mais de tempo. Ela é obrigatória pra cumprimento do nosso serviço militar pra manter o condicionamento físico. Quando tem campeonatos, jogos mundiais pra representar o Brasil, a gente se desloca de onde estiver, seja em qualquer lugar do mundo, e vai pra essa missão de representar com excelência o nome do Brasil, o nome das forças armadas, do Exército Brasileiro – destaca.

A última competição em que a seleção de vôlei do Exército Brasileiro participou foi o Campeonato Mundial na China, em 2020. Naquela ocasião, Thales Falcão não esteve presente. A próxima competição está marcada para 2027, os Jogos Mundiais Militares, nos Estados Unidos.

– Infelizmente não tive o prazer de participar porque a logística não ajudou e foi o ano que ingressei também no exército. Fora essas competições teve outras combinações de competição, mas infelizmente, elas não foram efetivadas e realizadas pelo fato de que o Brasil passou por umas dificuldades financeiras e acabou que não deu pra gente se deslocar pra outro país para representar o Brasil nessas competições mundiais.

O acreano fala sobre o sentimento de poder representar o Brasil e o Acre no Exército através do esporte e a importância do processo de reciclagem dentro do PAAR.

– Hoje é um orgulho muito grande estar representando meu país, representando meu estado e estar conciliando isso com o que eu amo, que é jogar voleibol. E através do vôlei estar representando meu país em competições mundial também vestindo as cores do meu país, levando as cores da nossa bandeira pelo mundo afora em competições e até dentro Brasil. Dentro do Brasil, o papel principal do atleta militar é levar a imagem da força, levar a imagem do exército com uma força maior – afirma.

– Hoje posso usufruir de uma estrutura gigantesca do exército brasileiro. Quando estou de férias, a gente vai para a Urca fazer a reciclagem e lá consigo conciliar o treino que favorece a minha modalidade. Consigo treinar vôlei, fazer uma academia, fazer natação, correr na pista de atletismo que está disponível pra gente o tempo inteiro. Consigo, principalmente, usufruir da medicina militar. A gente faz exames de sangue, monitoramento cardíaco e vários outros exames – completa.

Sonho de criança

Integrar o Exército Brasileiro esteve nos sonhos de Thales Falcão desde a infância no interior do Acre. E poder realizar esse sonho unido com o esporte é visto por ele como a combinação perfeita.

– Sempre foi um sonho representar o Exército Brasileiro. Quando criança e morava no Acre ainda, em Sena Madureira, tinha muita vontade e um sonho de poder ser militar um dia, mas infelizmente na minha cidade a gente não contava com esse recurso, com essa possibilidade. O vôlei apareceu na minha vida, virei atleta de alto rendimento e cinco, seis anos depois, tive o privilégio de estar representando o Brasil e de me tornar atleta militar. Com isso, hoje consigo realizar o sonho de criança que tinha de ser militar, de representar meu país. Consigo sentir a mesma sensação, o mesmo prazer, o mesmo orgulho sendo atleta militar e fazendo parte do Exército Brasileiro – diz.

Início no vôlei

Thales Falcão começou a praticar vôlei na adolescência em Sena Madureira. Ele se destacou em competições locais e, após participar de uma competição em Porto Velho, capital de Rondônia, foi convidado para ter a primeira oportunidade em um time profissional.

– Descobri o voleibol um pouco tarde pro cenário nacional, mas muito cedo pro cenário acreano, por volta dos meus 16 pra 17 anos. Conheci o voleibol jogando em uma quadrinha de chão de barro no bairro da Vitória, na Igrejinha (em Sena Madureira). Através disso fui convidado pra jogar na Praça 25 de Setembro. Lá tive a oportunidade de ser convidado para jogar num time de Rio Branco, na capital. Fui convidado pra jogar em Porto Velho, representando o time do Acre com meus 17 pra 18 anos, em 2015. Fomos campeões e recebi o convite de um outro atleta que jogava num time de Porto Velho para jogar vôlei profissional – relembra.

– Não pensei, na hora já falei que sim, que aceitaria esse convite. Daí comecei a jogar vôlei profissional. Foi tudo tão rápido, mas Deus sempre teve um propósito na nossa vida, sempre sonhei ter um futuro melhor e hoje, graças a Deus, consigo jogar voleibol e através do vôlei consigo sustentar a minha família – ressalta.

Futuro no Brasil

Thales defendeu o Joinville Vôlei por dois anos, mas não vai seguir no clube para a temporada 2025/2026. Ele tem propostas de algumas equipes e deve definir o futuro nos próximos dias. Existia a possibilidade de fechar com o Juiz de Fora Vôlei, time pelo qual atua seu irmão Marcelo Falcão, mas as partes não chegaram a um acordo. Por enquanto, a certeza é de que vai seguir atuando no Brasil e na próxima temporada os irmãos Falcão estarão na Superliga de Vôlei como adversários.

– Hoje estou em negociação com um time. As coisas estão andando bem, graças a Deus. Infelizmente não deu para jogar no mesmo clube do meu irmão. Não chegamos a um acordo, mas a chance de ficar no Brasil é muito grande, quase que 100%. Estou em negociação com um time aqui no Brasil mesmo pra também ter o privilégio de jogar contra o meu irmão, também estar atuando na Superliga junto com ele. E tenho certeza que vou ver o meu irmão muito e a gente vai atuar na mesma Superliga, isso é certo. Já descartei a possibilidade de ir pra fora do Brasil. Os irmãos Falcão vão estar na Superliga – destaca.

Antes de chegar ao Joinville Vôlei, Thales Falcão atuou pelo Benfica, de Portugal, onde foi campeão nacional vencendo a Taça de Portugal e a Supertaça.

– Saí do Benfica, voltei pro Brasil há dois anos. No Benfica fui campeão nacional, tive a oportunidade de jogar a Liga dos Campeões, uma das competições mais fortes do mundo. Fui campeão da Taça de Portugal, da Supertaça, tive uma passagem muito boa pelo Benfica e retornei ao Brasil para jogar pelo Joinville Vôlei. Representei essa equipe por dois anos. Meu contrato se encerra este mês (de junho) e já vou estar pronto pra assinar com outra equipe – finaliza.

Fonte: Globo Esporte