terça-feira, 9 setembro 2025
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Acusado de matar ex-esposa ameaça pais da vítima e é visto no bairro Taquari, em Rio Branco

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O principal suspeito de assassinar a tiros Janice da Rocha Lima, de 40 anos, no último dia 9 de abril, segue foragido. Gilberto Francisco, de 55 anos, teria sido visto nesta quinta-feira (10) transitando em uma motocicleta vermelha modelo Yamada Leander pelo bairro Taquari, em Rio Branco, onde residem os pais da vítima. A presença do suspeito na região gerou apreensão entre familiares e vizinhos, especialmente devido a ameaças recentes que teriam sido feitas por ele contra os pais de Janice, ambos idosos.

Segundo relatos da família, Gilberto Francisco não apenas matou a ex-companheira e feriu o filho dela, Jhonatas Lima Pinto, de 21 anos, como também teria ameaçado acabar com toda a família. Os pais da vítima, temendo pela própria segurança, pediram medidas de proteção às autoridades.

O feminicídio aconteceu dentro do apartamento de Janice, no bairro 6 de Agosto, em Rio Branco. O crime ocorreu cerca de uma semana após a separação do casal, que conviveu por vários anos. Conforme apurado, Gilberto não aceitava o fim do relacionamento e tentava reatar com a vítima.

Na noite do crime, ele chegou ao local em uma moto vermelha, invadiu o imóvel e efetuou pelo menos cinco disparos. Janice foi atingida no rosto e no peito, morrendo no local. Já o filho dela foi baleado nos dois braços e segue internado no Pronto-Socorro da capital.

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso. Além do feminicídio, a Polícia Civil confirmou que Gilberto também é investigado por envolvimento em outros homicídios ocorridos no estado do Ceará, o que pode ampliar a complexidade da sua ficha criminal e o grau de periculosidade.

Imagens do suspeito foram divulgadas e qualquer informação sobre o seu paradeiro pode ser repassada, de forma anônima, ao Disque-Denúncia 181 ou 190.

Número de homicídios cai 31% em Rio Branco no primeiro trimestre de 2025, aponta Polícia Civil

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A Polícia Civil do Acre (PCAC), por meio do Departamento de Inteligência, divulgou o Relatório de Homicídios e Feminicídios referente ao município de Rio Branco, com dados apurados entre 1º de janeiro de 2024 e 28 de março de 2025.

De acordo com o levantamento, em 2024 foram registrados 74 homicídios dolosos na capital acreana. Os crimes se distribuíram ao longo do ano da seguinte forma: 16 em janeiro, 9 em fevereiro, 7 em março, 3 em abril, 3 em maio, 4 em junho, 5 em julho, 2 em agosto, 4 em setembro, 9 em outubro, 6 em novembro e 6 em dezembro.

Em 2025, até o final de março, a PCAC contabilizou 22 homicídios: 7 em janeiro, 6 em fevereiro e 9 em março. Em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram registrados 32 homicídios, o número representa uma redução de 31%.

A queda nos índices também é observada nos casos de feminicídio. Em 2024, foram cinco ocorrências, uma em cada um dos meses de janeiro, junho, outubro, novembro e dezembro. Este ano, até o momento, nenhum caso foi registrado.

Para o diretor de Inteligência da PCAC, delegado Nilton César Boscaro, a divulgação desses dados é essencial para o planejamento das ações de segurança.

“Os dados estatísticos relacionados a homicídios e feminicídios são fundamentais para orientar o gestor público, o emprego de verbas e as estratégias operacionais, além de servirem como fonte para estudos acadêmicos”, afirmou.

O secretário de Justiça e Segurança Pública, José Américo Gaia, atribuiu os avanços a um conjunto de medidas adotadas ao longo de 2024.

“Essa diminuição é fruto do trabalho intenso das forças de segurança, com apoio da sociedade civil. Reforçamos o policiamento, ampliamos ações preventivas e fortalecemos programas de apoio às vítimas. A integração entre os órgãos e a valorização dos nossos profissionais também foram decisivas”, destacou.

Ascom Polícia Civil

Calegário propõe criação de Frente Parlamentar para combate a crimes virtuais

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Durante a sessão ordinária desta quarta-feira (9), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado Fagner Calegário destacou a importância da audiência pública realizada no dia 28 de março, que discutiu os impactos dos crimes cibernéticos na sociedade. A audiência foi proposta em parceria com a seccional acreana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e presidida pelo advogado Rodrigo Aiache.

Calegário enfatizou que a audiência foi um marco para a discussão do tema no Estado e que, a partir desse debate, foi possível avançar para a formalização de medidas concretas. “O que me traz aqui hoje é a necessidade de dar seguimento ao que foi tratado na audiência pública. Protocolamos hoje a criação da Frente Parlamentar com a assinatura de Vossa Excelência e de outros colegas parlamentares, com o objetivo de combater os crimes virtuais de forma articulada”, explicou.

O parlamentar reforçou ainda, que os crimes cibernéticos têm causado prejuízos significativos à sociedade acreana e que o Poder Legislativo tem o dever de atuar de forma proativa na construção de políticas públicas de enfrentamento. “Queremos, com essa Frente Parlamentar, reunir especialistas, instituições e a sociedade civil para discutir estratégias e criar instrumentos legais que fortaleçam o combate a esses crimes”, finalizou.

Afonso Fernandes alerta sobre riscos do Acre virar “corredor de exportação” e critica precariedade da BR-317

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Durante sessão na Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac), nesta quarta-feira (9), o deputado estadual Afonso Fernandes (PL) fez um alerta em relação ao Quadrante Rondon, uma das cinco rotas estratégicas de integração do Brasil com países da América do Sul. Segundo o parlamentar, é preciso garantir que o Acre não seja transformado apenas em um “corredor de exportação” para outros estados brasileiros.

“A gente precisa estar atento para que o Acre não se torne apenas um corredor. Muita coisa precisa ser feita, muita infraestrutura precisa ser construída”, afirmou Fernandes, destacando o potencial da rota que atravessa o território acreano e se conecta aos portos do Peru, encurtando em até 14 dias o tempo de viagem para o mercado asiático.

O discurso do deputado veio após uma viagem aos municípios do Alto Acre, onde ele visitou propriedades rurais que fornecem matéria-prima para empresas como Acreaves e Dom Porquito. Na ocasião, Fernandes reforçou a importância do fortalecimento da cadeia produtiva local e da infraestrutura necessária para escoamento da produção.

O parlamentar também não poupou críticas ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), especialmente em relação às condições da BR-317. “Fazer uma crítica ao Dnit. A ida de Rio Branco a Assis Brasil é uma aventura, porque você saiu de um buraco e cai em outro. Eu não estou falando de Sena Madureira, Feijó, mas é sobre o projeto que está em curso”, criticou.

Proposta de CPI para investigar influência de casas de apostas no futebol: “Não se fala só de flores nesta Casa”, diz Afonso Fernandes

No grande expediente o deputado retornou à tribuna para anunciar que irá protocolar, nos próximos dias, um requerimento para criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar possíveis relações entre casas de apostas esportivas, conhecidas como bets, e membros do futebol, como jogadores, treinadores e dirigentes.

“Quero novamente usar a tribuna e os microfones desta Casa para dizer que não se fala só de flores aqui. É preciso também exercer o papel de investigador nesta Casa”, afirmou o parlamentar.

A motivação para a proposta da CPI veio após a deflagração, na manhã desta terça-feira, de uma operação no estado de Goiás que investiga um esquema de manipulação de resultados envolvendo apostas esportivas. A investigação, que se estende a pelo menos outros cinco estados, já resultou na prisão de 16 pessoas e movimentou cerca de R$ 11 bilhões, de acordo com o deputado.

“Mesmo que não haja nenhum envolvimento do futebol acreano, de jogadores, de dirigentes ou de treinadores com esse tipo de prática, a gente precisa levantar essa voz aqui nesta Casa, para que, se não houver, não venha a haver”, destacou, reforçando a necessidade de atuação preventiva por parte da Aleac.

A possível CPI promete aprofundar o debate sobre a influência crescente das bets no esporte nacional e busca proteger a integridade do futebol no estado.

Acrelândia convoca aprovados em processo seletivo para atuar na educação infantil

A Prefeitura de Acrelândia publicou nesta quinta-feira (10), no Diário Oficial do Estado, a convocação de quatro candidatos aprovados no processo seletivo simplificado do Programa Caminhos da Educação do Campo: Primeira Infância. A iniciativa visa contratar bolsistas para atuar na educação infantil em regime semipresencial, com atendimento domiciliar em áreas rurais de difícil acesso.

Conforme o edital, foram convocadas as candidatas Gecilda Matias da Silva (nota 100), Francisca das Chagas de Aguiar Silva (70), Jaququeline Silva Melo de Araújo (55) e Rejane da Silva Bezerra (50), todas classificadas para o cargo de agente de educação.

Os convocados devem comparecer até o dia 11 de abril, das 7h às 13h, ao Departamento da Secretaria Municipal de Educação, localizado na Rua Sete Quedas, no centro da cidade, em frente à concha acústica do calçadão, para apresentação dos documentos exigidos.

A contratação ocorrerá mediante assinatura de termo de compromisso entre as partes e será válida até 31 de dezembro de 2025. Os requisitos para contratação incluem nacionalidade brasileira, quitação com as obrigações eleitorais e militares (para homens), idade mínima de 18 anos, atestado de sanidade física e mental, e ausência de impedimentos legais como demissão por improbidade administrativa.

 

Iapen deflagra operação e cumpre mandados de prisão no interior do Acre

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Autoridades penitenciárias do Acre deflagraram uma operação para reforçar a fiscalização de pessoas submetidas ao monitoramento eletrônico na região do Purus, interior do estado. A ação, conduzida pela Divisão de Monitoramento Eletrônico (DME) do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), resultou no cumprimento de dois mandados de prisão e na instalação de uma tornozeleira eletrônica.

A operação ocorreu nas primeiras semanas de abril nos municípios de Sena Madureira e Manoel Urbano. Segundo o Iapen, o objetivo foi garantir que indivíduos sob medidas cautelares estivessem cumprindo as determinações impostas pelo Judiciário, além de executar ordens pendentes de prisão e ampliar o uso de tecnologias de vigilância.

Em Manoel Urbano, além da prisão de um dos alvos, foi instalada uma tornozeleira eletrônica como parte da execução de um mandado judicial. O outro mandado foi cumprido em Sena Madureira, a terceira maior cidade do estado.

De acordo com o Iapen, o uso de dispositivos eletrônicos de monitoramento, como tornozeleiras, tem se mostrado uma alternativa eficaz para acompanhar o deslocamento e o comportamento de apenados fora do regime fechado. A medida visa não apenas desafogar o sistema prisional, mas também assegurar maior controle por parte do Estado sobre o cumprimento de penas e medidas protetivas.

“O Brasil que o mundo não vê”: Alan Rick escreve artigo sobre falta de saneamento na Amazônia

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O Brasil que o mundo não vê

Quando se fala em Amazônia, o mundo pensa em biodiversidade, clima e floresta. Mas poucos enxergam o que existe sob a copa das árvores: milhões de brasileiros vivendo sem o mínimo necessário para uma vida digna. Em pleno século 21, falta o básico — água tratada, coleta de esgoto, destino adequado para o lixo. O Brasil que o mundo aplaude pela floresta esconde uma Amazônia invisível. E no centro dela está o Acre e a ausência quase total de saneamento básico.

A Amazônia brasileira apresenta alguns dos piores indicadores de saneamento do país e, infelizmente, do mundo. Os números são comparáveis aos de regiões extremamente pobres da África. Trata-se de uma realidade inaceitável, especialmente diante do potencial econômico, social e ambiental da região.

O Acre, um dos estados mais afetados por essa situação, figura entre os piores índices nacionais. Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, 2022), apenas 47% da população tem acesso à rede de abastecimento de água tratada, enquanto menos de 15% possuem acesso à coleta e tratamento de esgoto. Embora a coleta de resíduos sólidos ocorra em boa parte dos municípios, a destinação final ainda depende de lixões a céu aberto. Esse dado, longe de ser uma estatística fria, representa sofrimento humano concreto, doenças evitáveis e um alto custo social. Diarreias, dengue, leptospirose e outras enfermidades se alastram pela ausência de infraestrutura mínima.

Nos últimos anos, foram estruturados projetos-piloto para apoiar estados da Amazônia na adoção de novos modelos de saneamento básico. Um dos exemplos mais avançados está no Amapá, que já apresenta resultados promissores, com investimentos previstos de R$ 4,8 bilhões e metas de universalização. O modelo, baseado em Parcerias Público-Privadas (PPPs), prevê que a oferta de água tratada salte de 38% para 99% em pouco mais de uma década, além de uma expansão robusta da rede de esgotamento sanitário.

Esse exemplo comprova que, quando há vontade política, planejamento técnico e articulação institucional, é possível transformar a realidade. A estagnação em outras regiões da Amazônia, por outro lado, reflete escolhas que precisam ser urgentemente revistas. Modelos ultrapassados e ineficientes ainda persistem, bloqueando avanços essenciais, agravando vulnerabilidades e perpetuando a exclusão.

É preciso romper esse ciclo.

Tenho me dedicado a essa causa não por vaidade política, mas porque conheço de perto o sofrimento das famílias que vivem sem água limpa, sem esgoto, sem dignidade. Por isso, tenho buscado abrir caminhos, promover diálogos e apoiar alternativas que tornem possível mudar essa realidade. Um passo importante tem sido a construção de uma parceria público-privada para a gestão dos resíduos sólidos no Acre, com apoio técnico e o envolvimento direto dos 22 municípios do estado.

Além disso, é fundamental compreender que sem saneamento básico, o desenvolvimento urbano simplesmente não acontece. Não há como construir casas dignas onde não existe rede de água e esgoto. Programas de moradia popular precisam incluir infraestrutura sanitária desde a origem. Caso contrário, as casas viram paliativos temporários em vez de soluções definitivas. Estados e municípios devem se antecipar com estudos técnicos, porque sem planejamento de saneamento, não há política habitacional eficaz.

A situação se agrava quando se considera que, sem saneamento, não é possível acessar políticas públicas fundamentais, como o programa Minha Casa, Minha Vida. A legislação exige que os empreendimentos tenham ligação com redes de água e esgoto, o que inviabiliza projetos em locais desprovidos dessa infraestrutura. Não se trata apenas de uma exigência técnica: é um bloqueio ao sonho de milhares de famílias de baixa renda que esperam por uma casa digna. O que deveria ser um avanço rumo à inclusão social acaba travado pela falta de planejamento e de prioridade. E na Amazônia, onde as carências são maiores, essa negligência perpetua o ciclo da pobreza e da invisibilidade.

Os impactos ambientais também são alarmantes. A ausência de saneamento polui rios, contamina o solo e compromete ecossistemas já fragilizados por outros fatores. Além disso, o prejuízo à saúde pública é incalculável. Cada real investido em saneamento gera uma economia de cinco reais na saúde pública, segundo a Organização Mundial da Saúde. Estamos falando de doenças que já deveriam ter sido erradicadas: verminoses, hepatite A, dengue, chikungunya, leptospirose. E até aquelas viroses sem nome, que lotam os postos de saúde e ninguém sabe ao certo de onde vêm, mas vêm, sim, da ausência de saneamento.

Investir em saneamento não é apenas melhorar indicadores econômicos ou ambientais. É garantir saúde, dignidade e qualidade de vida para milhões de brasileiros. É também atrair investimentos, gerar empregos, valorizar imóveis e impulsionar o desenvolvimento sustentável. É um ciclo virtuoso que começa com o básico e que tem impacto direto sobre o futuro daquela região e de quem vive nela.

A Amazônia precisa ser definitivamente incluída na agenda global de desenvolvimento sustentável, com o saneamento como um de seus pilares centrais. Este é um chamado às lideranças políticas, empresariais e sociais a abraçarem esse desafio com coragem.

O futuro da Amazônia não depende só da proteção das árvores, mas também da dignidade de seu povo.

O Brasil invisível não pede só água limpa. Pede respeito, pede prioridade.

Alan Rick é senador da República pelo União Brasil/AC

“Frankenstein” é preso em Rio Branco condenado por assalto a bancos, homicídios e sequestros

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A Polícia Civil do Acre, por meio da Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), prendeu na tarde da última quarta-feira, 9, um dos criminosos mais procurados do Espírito Santo, conhecido no mundo do crime como “Frankenstein”. A prisão aconteceu no bairro Estação Experimental, em Rio Branco, e é resultado de uma ação integrada entre a Polícia Civil do Acre e a do Espírito Santo.

O investigado, identificado com as iniciais E.S.A., de 52 anos, usava documentos falsos com o nome de Gustavo Sérgio Alves e vivia na capital acreana desde 2017, onde levava uma vida de alto padrão, apresentando-se como empresário. Segundo o delegado titular da DENARC/AC, Saulo Macedo, o criminoso era monitorado há semanas após o repasse de informações pela unidade capixaba.

“A DENARC do Espírito Santo nos informou sobre um foragido de longa data que estaria escondido aqui. Ele é um criminoso bastante influente naquele estado e confirmamos que estava vivendo em Rio Branco sob identidade falsa, morando em uma casa de alto padrão no Conjunto Tangará e com um estilo de vida muito acima da média. A operação teve sucesso também graças à celeridade do Poder Judiciário acreano, por meio da Vara de Juiz de Garantias, que foi fundamental para a rápida expedição dos mandados de prisão e de busca e apreensão.” explicou o delegado.

A ficha criminal de “Frankenstein” é extensa. Ele é apontado como membro de uma organização criminosa especializada em roubos a bancos, com atuação em cidades do interior de diversos estados brasileiros. Entre os crimes atribuídos a ele estão assaltos a instituições financeiras, homicídios, sequestros e tráfico de drogas. Em uma de suas condenações, ele foi responsabilizado pelo roubo de uma agência da Caixa Econômica Federal.

Além disso, “Frankenstein” tem histórico militar, pois ele já foi fuzileiro naval e, segundo as investigações, chegou a dar treinamento militar para integrantes do tráfico. O homem foi condenado a quase 40 anos de prisão e, mesmo após ser preso, continuou atuando na organização criminosa, o que motivou sua transferência, anos atrás, para o presídio federal de Catanduvas.

O cumprimento dos mandados de prisão exigiu uma operação de alto risco, envolvendo equipes da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE) e do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAER). A ação foi realizada por volta das 13h30 na residência do foragido.

Durante o cumprimento do mandado de busca, foram encontrados 14 cartões bancários, documentos diversos em nome falso e um carro de alto valor. As equipes também identificaram indícios de que ele era responsável por remessas de drogas do Acre para o Espírito Santo. As investigações continuam para confirmar a extensão dessa atuação.

“As fontes de inteligência apontam com segurança que ele era peça-chave no tráfico interestadual. A apuração sobre essas conexões segue em curso”, ressaltou Saulo Macedo.

A cooperação entre as delegacias de repressão ao narcotráfico dos estados foi fundamental para o sucesso da operação. A troca de informações faz parte da Rede Nacional de Enfrentamento ao Narcotráfico (RENARC) uma iniciativa do Ministério da Justiça que busca integrar as DENARCs em todo o país para combater o crime organizado com mais eficiência.

A prisão de ontem representa um duro golpe na estrutura da criminalidade interestadual e reforça a importância do trabalho em rede entre as polícias civis dos estados brasileiros.

Com informações Ascom Polícia Civil

Ex-presidente do PP Jovem é exonerado do governo após ser preso pela Polícia Federal

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Preso pela Polícia Federal na última quarta-feira (9) durante a Operação Renitência, o ex-militante do Progressistas Hélio Nascimento Júnior foi exonerado do cargo comissionado que ocupava na Secretaria de Estado de Saúde do Acre. A exoneração foi assinada pela vice-governadora Mailza Assis (PP) e publicada no Diário Oficial do Estado nesta quinta-feira (10).

Nascimento exercia desde janeiro de 2023 uma função de chefia com remuneração superior a R$ 11 mil mensais. Ao longo do período em que esteve nomeado, o servidor recebeu mais de R$ 300 mil dos cofres públicos.

A investigação conduzida pela Polícia Federal aponta que o grupo do qual Hélio Júnior faria parte atuava no tráfico de drogas oriundas do Peru e da Bolívia, com entrada pelo Acre e destino ao Estado de Santa Catarina. A operação cumpriu mandados de prisão e de busca em diversas cidades, incluindo Rio Branco, Brasiléia, Epitaciolândia, Palhoça e São José.

Apesar de ter presidido a juventude do Progressistas no passado, Hélio Nascimento Júnior não ocupava mais cargo formal na estrutura partidária. A cúpula da legenda, no entanto, demonstrou surpresa com a prisão. O vice-presidente estadual do PP, Lívio Veras, declarou que o militante sempre foi visto como “uma pessoa acima de qualquer suspeita”.

“Tomamos conhecimento da prisão e estamos acompanhando os desdobramentos. Acreditamos que todo cidadão tem direito à ampla defesa e ao devido processo legal”, afirmou Veras, que defende cautela até que os fatos sejam esclarecidos.

A operação da PF, que apura também lavagem de dinheiro, resultou na prisão de outros sete investigados e no cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão. A Polícia Federal ainda não detalhou se houve apreensão de drogas ou bens vinculados ao esquema criminoso.

Após denúncia de Duarte, oposição articula CPMI para investigar contratos milionários do governo Lula com a OEI

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A oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Congresso Nacional, se articula para instalar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) com o objetivo de investigar os contratos firmados entre o governo do petista e a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI). O movimento se formou após denúncias feita pelo deputado federal acreano, Roberto Duarte Júnior (Republicanos-AC), inclusive, sendo um dos primeiros parlamentares a levantar o alerta sobre a relação entre o Planalto e a entidade internacional.

Em discurso firme na tribuna da Câmara dos Deputados, Duarte denunciou o que chamou de “escândalo silencioso” envolvendo a multiplicação de contratos da OEI com o governo federal, que, segundo levantamento do jornal Estadão, já somam cerca de R$ 710 milhões desde o início do atual mandato presidencial de Lula. Somente em 2024, segundo o parlamentar, os valores chegaram perto dos R$ 600 milhões, incluindo um contrato de R$ 478 milhões para a organização da COP30 em Belém, assinado sem licitação.

“O povo brasileiro não pode ser tratado como espectador de um teatro diplomático onde o palco é o Palácio do Planalto e o ingresso custa milhões aos cofres públicos”, declarou Duarte, em tom de crítica à falta de transparência nas contratações da OEI. O deputado também apontou a relação próxima entre a entidade e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, que, segundo ele, “ultrapassa os limites institucionais”.

A OEI é uma entidade privada internacional que atua nas áreas de educação, ciência e cultura, promovendo cooperação entre países ibero-americanos. No Brasil, no entanto, a organização ganhou protagonismo e presença crescente no governo federal, com contratos que, de acordo com a oposição, têm sido firmados sem os critérios exigidos a empresas nacionais.

O discurso de Duarte ecoa dentro da articulação da oposição, que trabalha para reunir assinaturas e protocolar uma CPMI para apurar a legalidade e a lisura desses contratos. O movimento é liderado pelo deputado Luciano Zucco (PL-RS), com apoio de outros parlamentares da base oposicionista. A proposta ganhou força após reunião do grupo com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que reforçou a necessidade de fiscalização mais rígida sobre os vínculos entre o governo Lula e a OEI.

“A mesma OEI que virou braço executor de políticas públicas hoje embolsa taxas de administração que passam dos R$ 40 milhões — dinheiro que poderia estar investido na saúde, na educação, na segurança”, denunciou o parlamentar acreano, ao criticar a ausência de licitação nos contratos firmados com a entidade.

A OEI, por sua vez, afirma que os percentuais cobrados são compatíveis com os praticados por outros organismos internacionais e nega irregularidades, alegando que segue regras similares às da legislação brasileira. Os ministérios envolvidos nas contratações também afirmam que os acordos foram realizados dentro da legalidade.

Apesar das explicações, a oposição quer aprofundar as investigações. Para Roberto Duarte, é fundamental garantir a transparência na gestão pública e proteger o dinheiro do contribuinte. “É hora de fazer essas perguntas ecoarem. É hora de exigir respostas. E, mais do que isso, é hora de colocar o povo novamente no centro das decisões, e não à margem dos esquemas”, concluiu o deputado.

Ao encerrar seu pronunciamento no plenário da Câmara, Duarte pediu para que o mesmo fosse encaminhado para divulgação na Voz do Brasil e nos demais canais de comunicação da Câmara dos Deputados. A oposição agora espera que a mobilização pela CPMI avance nas próximas semanas e que a investigação sobre os contratos da OEI se torne pauta no Congresso Nacional.