A Justiça do Acre rejeitou um recurso da defesa de Jairton Silveira Bezerra e manteve a acusação de feminicídio contra o comerciante, que responde pelo assassinato da ex-esposa, Paula Gomes da Costa. O crime, ocorrido em outubro do ano passado, chocou a população local por ter sido cometido diante da filha do casal, que na época era uma criança.

A defesa do acusado tentou anular a circunstância agravante de que o crime foi presenciado pela menor, alegando falta de provas. No entanto, o juiz Alesson Bráz, da 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar, entendeu que há indícios suficientes de que a menina testemunhou o ataque brutal. O magistrado também negou um pedido de gratuidade processual, argumentando que o réu não comprovou incapacidade financeira para arcar com as custas judiciais.

Segundo os autos do processo, Paula Gomes foi esfaqueada ao menos dez vezes enquanto caminhava na Estrada de Porto Acre, acompanhada da filha e do ex-sogro. Após o crime, Jairton Silveira fugiu levando a menina, mas se entregou à polícia dias depois.

Com a decisão judicial, o caso segue para julgamento no Tribunal do Júri. O Ministério Público do Acre defende a tese de feminicídio com agravantes, o que pode resultar em uma pena mais severa para o acusado caso ele seja condenado. A defesa ainda pode recorrer, mas a expectativa é de que a data do julgamento seja marcada nas próximas semanas.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), em parceria com o Instituto de Administração do Acre (Iapen), realizou uma operação integrada no Complexo Penitenciário de Rio Branco, nesta quinta-feira, 3. A ação consiste em uma revista minuciosa na Divisão de Estabelecimento Penal de Regime Fechado 1, com o objetivo de retirada de ilícitos e combate ao crime organizado dentro das unidades prisionais do estado.

A operação contou com a presença de várias forças de segurança, a Polícia Penal e todas as suas especializadas, Divisão Penitenciária de Operações Especiais (DPOE), Divisão de Operações com Cães (DOC), Divisão de Serviço de Operações e Escolta (DSOE) e Divisão de Monitoramento Eletrônico (DME); além do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer); do Grupo Especial de Operações em Fronteira (Gefron) e; da Polícia Militar, por intermédio do Batalhão de Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e da Companhia de Policiamento com Cães (CPCÃES).

O presidente do Iapen, Marcos Frank Costa, explica que as operações já são parte da programação de rotina das unidades prisionais: “Nós já temos programado um calendário de operações, mas, visando evitar novos casos como os que aconteceram recentemente, tivemos que reavaliar e mudar alguns procedimentos”.

O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, coronel José Américo Gaia, ressalta que ações como esta fortalecem a segurança do sistema prisional: “Esta ação é fundamental para assegurar que nossos presídios sejam locais de ressocialização e não de fortalecimento do crime. Continuaremos a realizar operações como essa, que não apenas visam a retirada de materiais ilícitos, mas também a promoção de um ambiente mais seguro para todos, incluindo os próprios detentos e servidores que atuam nas unidades prisionais. A luta contra o crime organizado é uma prioridade”.

Durante a revista, foram encontrados materiais com pontas (armas artesanais), uma chave artesanal e diversas cartas e bilhetes trocados entre presos com alusão à facção criminosa.

Uma colisão envolvendo três motocicletas deixou uma mulher ferida em estado grave na tarde desta quinta-feira (3), em Cruzeiro do Sul, no Vale do Juruá. O acidente ocorreu na Avenida Lauro Müller e mobilizou equipes do Samu, do Ciftran e da Perícia Criminal.

De acordo com informações repassadas pela polícia, Jonas Silva da Costa pilotava uma Honda CG 150 Fan quando tentou ultrapassar uma Honda Biz. No mesmo instante, Manuel Barroso Monteiro, que conduzia uma Yamaha XTZ 250 Lander, também iniciou uma ultrapassagem.

Durante a manobra, Manuel perdeu o controle da direção, subiu no canteiro central e colidiu contra um tambor de lixo. Ao retornar à pista, bateu na lateral da moto de Jonas, que acabou colidindo na traseira de uma terceira motocicleta, uma CG 150 Fan ESDI, conduzida por Tamires Soares da Silva.

Com o impacto, os condutores e a passageira da moto de Jonas foram arremessados ao chão. Maria Samara, que estava na garupa, sofreu lesões graves nos braços e pernas do lado esquerdo, além de um hematoma na cabeça. Ela foi atendida por socorristas do Samu e há suspeita de fratura na bacia.

Jonas teve ferimentos leves no braço esquerdo. Manuel sofreu escoriações nas costas e no pé esquerdo. Já Tamires saiu ilesa.

Os três motoristas realizaram o teste do bafômetro, que não detectou presença de álcool. A perícia técnica foi acionada para esclarecer as causas do acidente. Após os procedimentos no local, os veículos foram liberados.

Na noite desta quinta-feira, 3, um ataque violento chocou os moradores do bairro Baixada da Colina, na região do Bosque, em Rio Branco. Gabriel Wanderson das Chagas Andreone Melo, de 29 anos, foi gravemente ferido pela própria esposa, Gislaine Melo da Silva, de 49 anos, enquanto dormia. A técnica em enfermagem aposentada, que aparentemente sofreu um surto psicótico, desferiu múltiplos golpes de terçado contra o marido, atingindo sua cabeça, orelhas, joelhos e o olho direito.

Momentos antes do crime, testemunhas relataram ter visto Gislaine andando pela rua Francisco Ferreira segurando o terçado. A Polícia Militar foi acionada e, ao chegar ao local, encontrou a mulher em estado de extrema agitação. Além de atacar o marido, ela também se feriu com cacos de vidro, sofrendo cortes no pescoço, mãos, punhos e pés. Para evitar mais agressões, os policiais precisaram contê-la à força.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) enviou duas ambulâncias para socorrer os envolvidos. Gabriel foi levado em estado grave ao Pronto-Socorro de Rio Branco. Segundo o médico Bryan Doréa, ele sofreu lesões significativas, incluindo um golpe no olho direito, e precisou de estabilização antes do encaminhamento ao setor de trauma.

Após receber atendimento médico, Gislaine será encaminhada à Delegacia Especializada para prestar esclarecimentos. As autoridades investigam se o surto teve origem em transtornos psiquiátricos pré-existentes ou se houve alguma motivação relacionada a conflitos familiares.

O caso será encaminhado à Justiça, e a acusada poderá responder por tentativa de homicídio, dependendo do laudo médico sobre o estado de saúde de Gabriel e dos depoimentos colhidos. A vítima segue internada, com risco de sequelas permanentes.

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) assumiu as investigações sobre o assassinato do detento Aldair Feitosa da Silva, ocorrido na última terça-feira (1º) dentro do maior complexo penitenciário do Acre. O crime teria sido cometido por Dhionatan Oliveira Silva, que confessou a autoria durante interrogatório na Delegacia de Flagrantes. Segundo ele, a motivação foi uma retaliação contra agressões sofridas por sua esposa e ofensas dentro da prisão.

Aldair, que cumpria pena de 11 anos e 4 meses por um assalto a uma barbearia em 2022, foi atacado ao retornar do banho de sol. De acordo com os primeiros relatos, ele foi estrangulado com uma corda e, em seguida, sofreu múltiplos golpes de estoque, uma arma artesanal frequentemente usada dentro de presídios.

As autoridades não descartam a participação de outros detentos, uma vez que a execução aconteceu em uma área de circulação da unidade prisional.

Embora Dhionatan tenha assumido a autoria, ele ainda não foi formalmente indiciado, pois a DHPP aguarda laudos periciais e pretende ouvi-lo novamente para esclarecer se houve a colaboração de terceiros.

O Ministério Público deve solicitar a transferência de Dhionatan para um regime mais rigoroso. Já a defesa pode argumentar legítima defesa da honra ou até violação de direitos dentro do presídio. Enquanto isso, as autoridades tentam evitar novos episódios de violência enquanto a investigação avança.