quinta-feira, 21 agosto 2025
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Alan Rick responde Bocalom após prefeito questionar projeto de erradicação dos lixões e novo 7º BEC

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O senador acreano Alan Rick respondeu o prefeito Tião Bocalom após o gestor questionar a seriedade do projeto de erradicação dos lixões proposto pelo parlamentar.

Alan Rick também aproveitou para falar sobre o projeto de construção da nova sede do BEC.

Veja a nota de Alan Rick sobre o caso:

Nota do senador Alan Rick

Sobre as declarações do prefeito Tião Bocalom

É com perplexidade — e uma boa dose de paciência cívica — que recebo as recentes declarações do prefeito de Rio Branco. Diante de um projeto sério, construído com base técnica, viabilidade jurídica e recurso garantido por fundo federal, o que se esperava da maior liderança municipal do estado era compromisso. O que se vê, no entanto, é um esforço contínuo para confundir, distorcer e desinformar.

O projeto de erradicação dos lixões foi construído com base em diretrizes do próprio Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), que tem exemplos exitosos, como o do Amapá, e deu origem ao CINRESO/AC, consórcio idealizado justamente para solucionar, de forma integrada, o problema da destinação final dos resíduos sólidos no Acre. Jamais citei valores fechados. O custo de estruturação do projeto pode chegar a R$ 15 milhões, conforme previsão do Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Regional Sustentável (FDIRS) — mas quem banca é o fundo, e **não há ônus para as prefeituras**.

A verdade é que o prefeito se recusa a aderir ao projeto porque já tem um acordo nebuloso com uma empresa de fora do estado, sem transparência, sem acompanhamento do Ministério Público, sem debate nas Câmaras Municipais e sem qualquer estudo técnico minimamente confiável. Um modelo copiado de uma região totalmente diferente da nossa e que, segundo relatos dos prefeitos que estiveram em Timbó (SC), exigiria investimentos iniciais de R$ 5,5 milhões das prefeituras para aquisição de usina com capacidade irrisória de reciclagem — duas toneladas por dia, enquanto só Tarauacá produz 40 toneladas diariamente. Temos Rio Branco com 210 toneladas/dia. No Acre, são 607 toneladas/dia. O estado é o 2º do país que menos recicla, segundo levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).

A matemática, como a gestão, não fecha.

Sobre o 7º BEC, mais uma vez, o discurso não acompanha a realidade. A desapropriação foi prometida há mais de um ano, e até agora o terreno sequer foi formalizado. O Exército aguarda. A cidade espera. E o prefeito responde com o que melhor sabe oferecer: desculpas.

O papel de um senador da República é propor soluções, articular recursos e cobrar resultados. Isso incomoda quem prefere manter as coisas como estão. Mas seguimos firmes.

Nosso mandato vai seguir incomodando quem se acostumou a explicar a paralisia com discursos prontos.
O Acre merece mais.

Servidor público sofre acidente com moto após colisão com adolescente que empinava bicicleta no Acre

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Um acidente envolvendo um servidor público e um adolescente chamou atenção em Sena Madureira na tarde desta quinta-feira (3). Carlos D’ávila, responsável pela leitura das réguas linimétricas do rio Iaco, sofreu um acidente quando um jovem empinando bicicleta em uma roda só colidiu com sua motocicleta por volta das 17h30, na rua Piauí, próximo à residência do senhor Tião Flasena.

O servidor, que se deslocava para realizar a medição diária do nível do rio, foi surpreendido pela manobra imprudente do ciclista. Sem tempo para reagir, D’ávila foi arremessado ao chão, sofrendo múltiplas escoriações e hematomas, principalmente no braço. Ele foi atendido no Pronto-Socorro do Hospital João Câncio Fernandes e, felizmente, passa bem.

Alerta sobre segurança no trânsito:

O incidente reacendeu a discussão sobre os perigos de manobras arriscadas em vias públicas. D’ávila, ainda abalado pelo ocorrido, fez um apelo por maior conscientização:

“Hoje fui eu, mas amanhã pode ser alguém em situação ainda pior. É preciso agir antes que algo mais grave aconteça”, alertou o servidor, destacando a necessidade de medidas por parte das autoridades e maior atenção dos pais e responsáveis.

O caso serve como alerta para a comunidade sobre a importância da segurança viária e da responsabilidade compartilhada no trânsito.

Enquanto isso, Carlos D’ávila já se recupera do acidente e deve retomar suas atividades essenciais de monitoramento do rio em breve.

Com informações O Alto Acre

 

Estudante autista desaparece após deixar escola em Rio Branco; família busca ajuda para encontrá-lo

O adolescente autista Kaio Marques, 17 anos, está desaparecido após deixar a escola onde estuda no bairro Calafate, em Rio Branco.

Ele foi visto pela última vez ao sair da Escola Henrique Lima na tarde desta sexta-feira (4).

Kaio foi visto entrando em um ônibus do transporte coletivo com destino ao Terminal Urbano. Ele não conseguia pegar ônibus já que mora próximo à escola.

Familiares do adolescente estão buscando informações que levem ao paradeiro de Kaio.

Quem tiver informações do paradeiro de Kaio pode entrar em contato através do número: 6899969-5208.

Prefeito pede apoio a Nicolau Jr para incluir Assis Brasil na zona de livre comércio

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Ao receber pela primeira vez no exercício do mandato de prefeito de Assis Brasil, a visita oficial de um presidente do legislativo estadual, Jerry Correia colocou em pauta um assunto que classificou como injustiça.

O gestor recebeu na manhã desta sexta feira,4, no gabinete, o presidente da ALEAC Nicolau Jr e o líder do governo Manoel Moraes, numa agenda institucional. Jerry apresentou a equipe de secretários e pediu apoio para destravar o processo de inclusão de Assis Brasil em área de livre comércio.

“Assis Brasil é o município mais injustiçado do país. Estamos na fronteira de dois países e somos porta de entra e saída das exportações, mas não somos reconhecidos. Estou pedindo o apoio do presidente Nicolau e a união da bancada federal para corrigir essa injustiça “, pontuou o prefeito.

Jerry ainda solicitou uma audiência pública para debater a redefinição dos limites territoriais entre as cidades do Alto Acre e Sena Madureira. Segundo o gestor, tem prefeitura que construiu escola dentro da área de outro município.

O presidente Nicolau Jr agiu rápido e garantiu que na próxima semana já irá protocolar na ALEAC pedido para realização da audiência pública e garantiu que vai atuar no intercâmbio entre o parlamento estadual e a bancada federal para garantir que Assis Brasil também seja incluído na área de livre comércio.

“De fato estamos diante de uma injustiça. Uma cidade estratégica do ponto de vista geográfica não pode ser renegada como vem ocorrendo com Assis Brasil. Viemos aqui justamente para isso, ouvir as demandas e juntos, buscar soluções “, disse Nicolau.

Depois da reunião na prefeitura, Nicolau foi recepcionado pelos vereadores de Assis Brasil na Câmara Municipal onde apresentou o Centro de Apoio às Câmaras Legislativas.

O que é uma ZLC

Uma Zona de Livre Comércio (ZLC) é uma região onde países estabelecem acordos para reduzir ou eliminar barreiras comerciais. O objetivo é facilitar o comércio entre os países-membros.

Em Brasília, Bocalom pede ajuda à Secretaria Nacional para solucionar crise no abastecimento de água em Rio Branco

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O Governo do Estado e a Prefeitura de Rio Branco estão unindo forças para tentar resolver a crise no sistema de abastecimento de água da capital acreana. Nesta sexta-feira, 4, o prefeito Tião Bocalom e o secretário da Representação do Governo em Brasília, Fábio Rueda, participaram de uma reunião com o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, em Brasília, para pedir apoio federal em ações emergenciais.

Nos últimos anos, as margens do Rio Acre vêm sofrendo com o desbarrancamento, comprometendo a estrutura das duas Estações de Tratamento de Água (ETA) que abastecem a cidade. Em março, parte das bombas da ETA II foi arrastada por balseiros, o que agravou ainda mais a situação e deixou muitos bairros sem água.

“Precisamos de bombas de captação mais potentes para normalizar o sistema. Na reunião, conseguimos encaminhar uma solução e esperamos a liberação de recursos nos próximos dias. Agradeço ao secretário Wolnei e à equipe pela atenção com Rio Branco”, disse Bocalom.

Wolnei Wolff garantiu que o governo federal está ciente da gravidade da situação e se comprometeu a liberar, já na próxima semana, a segunda parcela dos recursos destinados à obra. “Conseguimos entender os entraves e agora vamos destravar esse processo”, afirmou.

O secretário Fábio Rueda reforçou que o governo estadual está acompanhando de perto a situação. “É uma orientação direta do governador Gladson Cameli. Água é essencial e a população tem direito a um serviço digno”, destacou.

Para o diretor-presidente do Saerb, Enoque Pereira, os investimentos prometem devolver à ETA II sua capacidade total de operação. “Já passamos por um colapso há um ano. Agora, com os recursos, vamos montar os equipamentos e operar com força total”, garantiu.

A Defesa Civil do município também está envolvida. Segundo o coordenador do órgão, a prefeitura decretou situação de emergência em abril do ano passado e segue trabalhando na execução das obras e aquisição de novos equipamentos para evitar que o abastecimento volte a colapsar.

Gonzaga entrega máquinas compradas com emenda de sua autoria para beneficiar cafeicultores no Juruá

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O deputado estadual Luiz Gonzaga (PSDB), primeiro-secretário da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), entregou nesta sexta-feira (4) equipamentos agrícolas que vão beneficiar produtores de café da Comunidade Virgíneo, em Mâncio Lima.

Entre os maquinários adquiridos com emenda destinada por Luiz Gonzaga para auxiliar no desenvolvilmento econômico do Juruá estão um microtrator tobata, carreta para o microtrator e aparador de grama.

De acordo com o parlamentar, os equipamentos serão usados para auxiliar no plantio e colheita de café e outras culturas em Mâncio Lima, o que vai gerar ainda mais emprego e renda aos cafeicultores da região.

“A agricultura familiar é responsável por grande parte da produção do Acre e temos que valorizar e apoiar isso. Aqui em Mâncio Lima temos uma cooperativa de café, presidida por Jonas Lima, que realmente ajuda o homem do campo. Ela é um dos exemplos de cooperativa do Acre. Sinto alegria em ajudar pessoas que ajudam outras e querem fazer o Acre crescer”, disse o deputado.

O presidente da Coopercafé, ex-deputado Jonas Lima, parabenizou o Luiz Gonzaga pelo apoio ao produtor rural de Mâncio Lima.

“O deputado Gonzaga está de parabéns por incentivar o homem do campo. Pode ter certeza que esse trator e demais equipamentos vão ajudar dezenas de famílias aqui na nossa região. Hoje ele poderão mecanizar a produção e gerar ainda mais renda para o Município”, disse Jonas.

A produtora rural Lúcida, filha da dona da propriedade onde os esquipamentos foram entregues, ficou emocionada ao falar sobre o apoio do deputado Gonzaga e a luta enfrentada pelos pais para se manterem firme na agricultura familiar.

“Fico emocionada ao receber os equipamentos comprados com emenda do deputado Gonzaga, pois sempre acompanhei a luta dos meus pais para trabalharem no campo. A palavra de hoje é de gratidão a Deus e ao deputado que contribuíram com esse projeto. Lembro de quando eles irrigavam o café com carrinho de mão e hoje isso é um sonho concretizado”, disse Lúcida.

Corpo é encontrado boiando no Rio Acre; vítima pode ser homem baleado na Ponte Metálica

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Um corpo foi encontrado boiando nas águas do Rio Acre na tarde desta sexta-feira, 4, nas proximidades do bairro Cadeia Velha, em Rio Branco. De acordo com informações, há suspeita de que o cadáver pertença a um homem que desapareceu na última terça-feira, 1º, após ser baleado na ponte Juscelino Kubitschek – mais conhecida como Ponte Metálica.

Testemunhas relataram que a vítima foi atacada por dois indivíduos e, durante a agressão, foram ouvidos dois disparos de arma de fogo. Em seguida, o homem teria caído no rio. Ainda segundo relatos, ele foi visto lutando para se manter à tona e chegou a pedir socorro, mas acabou sendo levado pela correnteza e desapareceu.

Na ocasião, equipes do pelotão náutico do Corpo de Bombeiros realizaram buscas utilizando embarcação e iluminação, porém, não conseguiram localizar a vítima.

Nesta sexta-feira, o corpo foi avistado sendo arrastado pela correnteza e acabou sendo resgatado. Ele foi levado até o porto do bairro Base e, posteriormente, encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde passará por identificação e exames periciais. Até o momento, a identidade da vítima não foi oficialmente confirmada.

Corregedor e juiz da Corregedoria de Justiça visitam Iteracre

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Na manhã de sexta-feira (4), o corregedor-geral da Justiça, desembargador Nonato Maia, e o juiz auxiliar da Corregedoria da Justiça, Anastácio Menezes, visitaram a sede do Instituto de Terras do Acre (Iteracre), em Rio Branco.

Na ocasião, a presidente do Iteracre, Gabriela Câmara, apresentou aos membros do Judiciário os setores do Iteracre e todos os programas do governo para regularização fundiária, incluindo o programa Minha Terra de Papel Passado, Igreja Legal e o Iteracre na Minha Casa, que atende pessoas com limitações físicas.

“Além dos projetos também apresentamos o plano de trabalho que está em andamento neste ano de 2025. O governador Gladson Cameli tem um grande desejo no coração de mudar a realidade de milhares de famílias acreanas e pra isso estamos trabalhando e buscando parcerias importantes para construir as soluções”, disse Gabriela.

Na ocasião, os membros do Judiciário e a presidente do Iteracre trataram sobre a importância da integração com os cartórios e  o importante papel que os cartórios desenvolvem desde a identificação das matrículas até os registros dos títulos.

“Frisamos o quanto o governador Gladson Cameli tem priorizado a questão da regularização fundiária como uma pauta prioritária em seu governo e assim fazer valer o que a Constituição Federal trata sobre o direito da propriedade”, afirmou Câmara.

Outro tema tratado foi sobre o quanto a regularização fundiária é importante para trazer desenvolvimento social e econômico para o Acre.

Na ocasião da visita, o desembargador Nonato reforçou o compromisso com a pauta da regularização. Gabriela disse que isso a motiva ainda mais a seguir com o trabalho de transformar o Acre em uma terra de proprietários, diminuindo as diferenças e oferecendo segurança jurídica a todos.

“Agradecemos a visita do nobre desembargador e reforçamos nosso compromisso em trabalhar sem medir esforços para colocar o Acre como referência nesta pauta de regularização fundiária e para isso estamos buscando parcerias com instituições sérias e que, comprovadamente, tenham experiência na política pública de regularização”, concluiu Gabriela Câmara.

No Folha do Acre, Taiane Santos destaca, em artigo, as lutas das mulheres: “Do Medo à Força: As Marcas Invisíveis da Mulher”

O Peso invisível: As dores que uma mulher carrega

Há um fardo que nenhuma balança mede. Ele não se traduz em números, não se vê a olho nu, mas pesa nos ombros, na alma, na pele. Infiltra-se nos sorrisos forçados, nas noites mal dormidas, nos sonhos adiados. Esse fardo é a soma de todas as dores que uma mulher carrega — físicas, emocionais e sociais.

A dor do corpo: quando a carne grita

Desde o primeiro ciclo menstrual até o último sopro da maturidade, o corpo da mulher é uma arena de batalha. Cólicas que retorcem o ventre como lâminas invisíveis. As dores do parto, um limiar entre a vida e a morte. As enxaquecas que latejam após um dia exaustivo de trabalho e cobranças. As marcas da violência — muitas vezes escondidas sob a maquiagem, sob o silêncio, sob o medo.

A dor física de uma mulher não é só sua. É normalizada, ignorada, minimizada. “É frescura”, dizem. “É exagero.” Mas nenhuma dor deve ser desmerecida, pois cada uma conta uma história de resistência.

A dor da emoção: A alma que sangra

Dentro da mente feminina, travam-se guerras invisíveis. O medo de não ser suficiente. A culpa por escolher a si mesma antes dos outros. A pressão para ser perfeita — boa filha, boa mãe, boa esposa, boa profissional. A solidão no meio de uma multidão. O luto pelo que nunca aconteceu, pelos sonhos deixados para trás, pelas versões de si mesma sacrificadas para agradar ao mundo ou alguém que, na primeira oportunidade, virou as costas levando sua paz, seus sonhos, sua juventude.

A ansiedade que acelera o coração sem motivo aparente. A depressão que consome a alegria, mesmo quando tudo ao redor parece bem. A exaustão emocional de ser julgada o tempo todo — pelo que veste, pelo que diz, pelo que sente, pelo que escolhe.

A dor social: O mundo que aprisiona

Ser mulher é andar com medo. É atravessar a rua ao notar passos atrás. É carregar chaves entre os dedos, como armas improvisadas. É medir cada palavra para não parecer “agressiva demais” nem “submissa demais”. É ver seu valor reduzido ao corpo, à idade, à aparência, à sua utilidade.

É precisar trabalhar o dobro para ser reconhecida. Ganhar menos pelo mesmo esforço. Ter sua voz interrompida em reuniões, suas ideias apropriadas por outros. Ser questionada sobre a maternidade antes mesmo de ser perguntada sobre seus sonhos.

E, talvez, a dor mais silenciosa e cruel de todas: a de não ser ouvida. De gritar e ser chamada de histérica. De chorar e ser chamada de fraca. De lutar e ser chamada de exagerada.

Os medos que nos definem

O medo de não ser amada. O medo de ser traída. O medo de envelhecer. O medo de não dar conta. O medo de não ser mãe. O medo de ser mãe e falhar. O medo de falar e ser atacada. O medo de calar e se perder de si mesma.

O medo de sair à noite. O medo de ser julgada. O medo de ser rejeitada. O medo de nunca ser suficiente. O medo de ser esquecida.

O medo de existir em um mundo que constantemente tenta diminuir o espaço das mulheres.

Mas ainda assim, resistimos

Mesmo com todas essas dores, há algo indestrutível dentro de cada mulher. Uma força ancestral vinda de todas as que vieram antes, das que caíram e levantaram, das que gritaram quando ninguém queria ouvir.

Cada cicatriz é um testemunho de sobrevivência. Cada lágrima que secou se transformou em aprendizado. Cada medo enfrentado se tornou um grito de liberdade.

A dor existe, mas não define. A mulher é muito mais do que seu sofrimento. Ela é resistência, é vida, é poder.

E mesmo que o mundo tente esmagá-la, sempre haverá uma centelha dentro dela pronta para reacender o fogo que nunca deveria ter sido apagado.

Taiane Santos é presidente municipal do Solidariedade, e Diretora na Secretaria de Estado da Casa Civil

“Têm pessoas que já foram presas até 15 vezes”, diz coronel da PM sobre moradores de rua do Centro Pop

Durante audiência pública realizada na manhã desta sexta-feira (4), no auditório do Ministério Público do Acre, a coronel Jokebed Taveira, representante do Comando Geral da Polícia Militar do Estado, apresentou um panorama contundente sobre os desafios enfrentados pelas forças de segurança em relação à população em situação de rua no centro de Rio Branco. A fala foi marcada por críticas à ausência de políticas estruturais e por uma defesa firme do papel da saúde pública na resolução do problema.

Segundo a coronel, há uma incompreensão generalizada sobre o papel da Polícia Militar. “Muitas vezes as medidas que a gente toma para a manutenção da ordem são antipáticas. Elas são mal interpretadas por alguns aspectos de militância política […] A atuação da Polícia Militar não despreza os direitos humanos.”

Ela destacou que parte significativa das pessoas em situação de rua já teve passagens criminais, o que aumenta a complexidade do atendimento policial. “A gente sempre observa que tem pessoas que já foram conduzidas ao presídio até 15 vezes”, disse, mencionando as dificuldades de identificação por falta de documentos e múltiplas identidades.

A fala da coronel também jogou luz sobre uma realidade pouco discutida: os riscos de saúde aos quais os agentes estão expostos. “Tem pessoas com problema de saúde mental, e esses são muito mais agressivos e descontrolados […]. Tem diversas doenças, que o nosso efetivo policial também está sujeito a adquirir.”

Outro ponto crítico apontado foi a região do Papoco, tratada como uma “favela que é um buraco”. De acordo com a coronel, a falta de urbanização no local impede até mesmo a emissão de mandados judiciais. “Quando a gente pede a um juiz uma andada de busca para uma residência lá no Papoco, nós nunca vamos conseguir, porque nós não conseguimos dizer para o juiz qual é a casa.”

Ela reforçou que a presença da polícia, embora necessária, não é a solução definitiva. “O encarceramento não é a solução, mas o tratamento. […] Nós não temos como ser uma barreira entre a população de rua e os comerciantes. Esse lugar é de saúde, essa barreira tem que ser o tratamento de saúde.”

A coronel também fez um apelo por políticas públicas que tratem a questão de forma sistêmica. “Pessoas precisam ser acolhidas, mas comerciantes precisam ter um ambiente saudável para gerar o seu negócio. Então a gente vai colapsar o centro da cidade.”

Sua participação encerrou-se com um posicionamento claro sobre os limites da atuação policial. “Nós não somos os protagonistas. Mas estamos aqui, continuamos disponíveis para trabalhar essa temática no que nos compete.”

A audiência pública foi convocada para discutir o projeto de lei do vereador Leôncio Castro, que propõe a criação de políticas públicas municipais voltadas à população em situação de rua. Além da Polícia Militar, estiveram presentes vereadores, representantes da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos e da Assembleia Legislativa do Acre.