terça-feira, 17 junho 2025
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Foragido que matou o próprio irmão faz nova vítima e é morto em confronto com a PM em Porto Walter

Um foragido da Justiça acusado de matar o próprio irmão voltou a cometer atos de violência e acabou morto em confronto com a Polícia Militar na madrugada deste domingo, 15, na comunidade Natal, zona rural de Porto Walter, interior do Acre.

Segundo informações apuradas, o suspeito não possuía identificação civil formalizada e vivia escondido em regiões de difícil acesso, o que dificultava sua captura pelas autoridades. Apesar de procurado por homicídio, ele permaneceu por meses foragido, deslocando-se entre comunidades isoladas.

Na madrugada deste domingo, o homem voltou a agir com extrema violência. Ele atirou contra dois moradores da comunidade onde se escondia. Uma das vítimas morreu no local e a outra sofreu ferimentos leves, sendo socorrida por populares.

Após os disparos, o foragido invadiu uma residência e manteve moradores reféns, aumentando a tensão entre os moradores da região. A Polícia Militar foi acionada, cercou a área e deu início a uma operação para conter o criminoso. Durante a ação, houve troca de tiros, e o suspeito acabou sendo alvejado e morto pelos policiais.

O caso segue sob investigação da Polícia Civil. O corpo do homem foi removido do local e encaminhado para os procedimentos legais. As identidades das vítimas não foram divulgadas até o momento.

“Virou um campo de guerra. Ninguém aqui é bandido”, diz filha de produtor após prisões na Resex Chico Mendes

“O que era pacífico virou um caos, virou um campo de guerra, né?” O desabafo é de Rose Ribeiro, moradora da Reserva Extrativista Chico Mendes, no interior do Acre. Ela se refere à manifestação realizada no domingo (15), que terminou com a prisão de três moradores pela Força Nacional e pelo Exército Brasileiro, em meio a protestos contra a retirada de gado ilegal da unidade de conservação.

Segundo Rose, entre os detidos está seu próprio irmão. “Está preso na Polícia Federal como se fosse bandido”, afirmou em um vídeo compartilhado nas redes sociais.

A manifestação, que inicialmente reunia famílias extrativistas e pequenos produtores em frente à base do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Xapuri, terminou com confronto e prisões. De acordo com nota do ICMBio, os detidos foram flagrados com galões de gasolina e destruindo cercas. Horas antes, uma ponte nas imediações havia sido incendiada.

As ações fazem parte da Operação Suçuarana, iniciada em 5 de junho pelo ICMBio com o objetivo de remover rebanhos criados de forma irregular na reserva. Mais de 300 cabeças de gado já foram apreendidas, e dois produtores — Josenildo de Souza e Gutierrez Rodrigues — tiveram propriedades vistoriadas e interditadas.
Segundo a gerente regional do ICMBio, Carla Lessa, a operação visa áreas com histórico de desmatamento e ocupações ilegais, onde houve diversas notificações ignoradas. Segundo o órgão, a ação tem caráter educativo, mas é executada com apoio de forças de segurança federal devido ao acirramento dos conflitos.

Para muitos moradores, no entanto, a operação é vista como repressiva. A retirada do gado representa não apenas perdas econômicas, mas o temor de expulsão definitiva. “Ali, numa manobra bem desesperada para tentar impedir que levasse o gado do Gutiérrez e do Zé [sic]”, disse Rose. “Os manifestantes, no ímpeto ali do sangue, do sangue quente, do cansaço, da exaustão,tentaram, a qualquer custo, impedir que levasse o gado dos produtores rurais de maneira covarde [sic]”

As famílias dos fazendeiros envolvidos afirmam viver há mais de uma década na Resex e contestam a forma como a operação vem sendo conduzida. O ICMBio afirma que Josenildo foi notificado e desobedeceu ordem judicial para deixar a área. Já Gutierrez, segundo a assessoria do instituto, ainda possui um recurso pendente no processo que tramita na Justiça Federal.

A PRF declarou que sua atuação restringiu-se às rodovias. Já a PF confirmou que os presos foram detidos por equipes da Força Nacional e do Exército.

A Reserva Extrativista Chico Mendes, conhecida como Resex Chico Mendes, é uma unidade de conservação federal de uso sustentável localizada no estado do Acre, na região Norte do Brasil. Criada em 1990, a reserva foi nomeada em homenagem ao líder seringueiro Chico Mendes, assassinado em 1988 por sua atuação em defesa da floresta e dos direitos das populações tradicionais da Amazônia.

Situada em uma área que abrange aproximadamente 931 mil hectares de floresta amazônica, a Resex Chico Mendes compreende territórios de vários municípios acreanos, como Xapuri, Assis Brasil, Brasiléia, Sena Madureira, Capixaba e Rio Branco. O principal objetivo dessa unidade de conservação é garantir a subsistência das populações tradicionais que vivem na região, por meio da extração sustentável de recursos naturais, como a borracha, a castanha e a madeira manejada de forma autorizada.

Estima-se que cerca de 10 mil pessoas, organizadas em mais de 40 comunidades, habitam a reserva. Essas famílias são compostas principalmente por seringueiros, extrativistas e pequenos agricultores que preservam seus modos de vida e sua cultura enquanto utilizam os recursos naturais de maneira racional e sustentável.

A Reserva Extrativista Chico Mendes tem como objetivo representar um modelo de conservação que busca conciliar a proteção ambiental com o direito dessas populações tradicionais de viverem e produzirem em seus territórios. Contudo, nos últimos anos, a área tem enfrentado desafios significativos, como a presença de criação de gado ilegal, desmatamento e conflitos fundiários entre moradores antigos e novos ocupantes.

Saerb anuncia projeto para construção de reservatórios e medidas contra desperdício de água na capital

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O Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb) anunciou que uma equipe técnica especializada chegará ao Acre nas próximas semanas para iniciar os estudos de viabilidade para a construção de grandes reservatórios de água. A iniciativa integra um plano estratégico voltado à garantia do abastecimento da capital durante períodos de estiagem severa, cada vez mais frequentes nos últimos anos.

De acordo com o presidente do Saerb, Enoque Pereira, o projeto prevê a implantação de reservatórios capazes de abastecer a cidade por até oito meses, mesmo em caso de colapso do Rio Acre. Para isso, será necessária a identificação de áreas com mais de 300 hectares, onde a lâmina d’água alcance até três metros de profundidade.

“Não é qualquer açude que sustenta o abastecimento de uma capital como Rio Branco. A estrutura precisa ser dimensionada com base em estudos técnicos detalhados. Essa equipe nos dará suporte para definir a melhor localização e a viabilidade da obra”, explicou Pereira.

A proposta é que os reservatórios funcionem como uma alternativa de segurança hídrica, com captação de água do Rio Acre nos períodos de cheia, garantindo reserva suficiente para os meses de seca. Além disso, o plano conta com o apoio técnico da Sanasa, empresa pública de Campinas (SP), que realiza um diagnóstico completo da rede de distribuição da capital acreana. O objetivo é corrigir deficiências provocadas pelo crescimento urbano acelerado, que sobrecarregou sistemas antigos.

Outra medida anunciada pelo Saerb é o combate ao desperdício. A partir do dia 7 de agosto, será obrigatória a instalação de boias nas caixas d’água das residências de Rio Branco. A ação visa reduzir as perdas e contribuir para que o município cumpra as metas estabelecidas pelo Marco Legal do Saneamento até 2033.

“O maior desafio que enfrentamos hoje é tanto estrutural quanto ambiental. A dependência do Rio Acre, que tem seu curso iniciado fora do Brasil, nos deixa vulneráveis a fatores externos, como a eventual construção de uma represa na Bolívia. Precisamos nos antecipar e planejar soluções duradouras”, concluiu o presidente do Saerb.

Com informações do ContilNet

Acre está entre os piores estados no ranking de democracia ambiental

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Um levantamento inédito da Transparência Internacional divulgado nesta segunda-feira (16) coloca o Acre entre os piores estados do país no que diz respeito à democracia ambiental. A análise faz parte do Índice de Democracia Ambiental (IDA), que avaliou o desempenho dos nove estados que compõem a Amazônia Legal em quatro áreas-chave: proteção a defensores do meio ambiente, transparência de informações, participação da sociedade e acesso à Justiça.

Na avaliação, o Acre recebeu a classificação mais baixa possível — “péssima” — acompanhando Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins. A nota geral média dos estados amazônicos foi de apenas 34,5 pontos, em uma escala de 0 a 100, evidenciando um cenário de deficiências estruturais graves na região.

O ponto mais crítico apontado no estudo diz respeito à segurança de quem atua em defesa do meio ambiente. No Acre, segundo a entidade, não existem programas consolidados de proteção, tampouco estrutura adequada para garantir a integridade física de lideranças comunitárias, indígenas e ativistas. Canais de denúncia são escassos, e faltam protocolos de atuação em conflitos socioambientais.

Além da ausência de proteção aos defensores, o levantamento aponta que o Acre falha em permitir que a população participe efetivamente das decisões sobre o uso e preservação do meio ambiente. Conselhos com baixa representatividade, audiências públicas raramente realizadas e ausência de informações acessíveis à população marcaram negativamente o desempenho do estado.

Indicadores como desmatamento, licenciamento e regularização fundiária não são divulgados de forma transparente, o que, segundo o relatório, impede o controle social e favorece a impunidade em casos de degradação ambiental.

A divulgação do índice ocorre em um momento estratégico para o Brasil, que será sede da COP-30, principal conferência climática da ONU, em novembro, na cidade de Belém. O evento colocará a Amazônia no centro das discussões globais sobre mudanças climáticas e políticas ambientais.

Nesse contexto, o desempenho dos estados amazônicos — em especial daqueles classificados como “péssimos” — levanta preocupações sobre a capacidade do país de liderar pelo exemplo. A falta de estruturas mínimas de proteção, transparência e inclusão social ameaça comprometer a credibilidade do Brasil no cenário internacional.

Entre as soluções apontadas pela Transparência Internacional estão a criação de programas efetivos de proteção a defensores ambientais, o fortalecimento dos canais de participação social e a ampliação do acesso a informações públicas relacionadas ao meio ambiente. A entidade também defende que o Congresso aprove a ratificação do Acordo de Escazú, tratado internacional que obriga os países da América Latina a garantirem acesso à Justiça e segurança a defensores ambientais.

Com 22 municípios e uma das maiores proporções de floresta preservada do país, o Acre é um dos estados mais emblemáticos da Amazônia. Ainda assim, o resultado do IDA mostra que, no campo da governança ambiental, o estado ainda tem um longo caminho a percorrer.

História, identidade e esperança: Nicolau Júnior exalta trajetória do povo acreano

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Uma solenidade tradicional, com a presença de diversas autoridades e da população acreana, marcou a celebração dos 63 anos de emancipação política do Acre, neste domingo, 15. O presidente da Assembleia Legislativa do Acre (ALEAC), deputado estadual Nicolau Júnior compareceu ao ato que foi conduzido pelo governador do Estado, Gladson Cameli, no Calçadão da Gameleira em Rio Branco, e que contou com a presença de diversas autoridades. Em seu discurso o presidente do Poder Legislativo destacou o orgulho de ser acreano.

“Antes de ser presidente da Assembleia Legislativa, eu sou um cidadão acreano, essa é a minha identidade, e assim como cada um de vocês, sonho todos os dias com um Acre mais justo, mais desenvolvido, mais humano”.

Já o governador Gladson fez questão de mencionar os avanços, lembrar dos desafios que o Estado ainda tem e mencionou algumas das grandes personalidades acreanas que ajudaram a construir a história do Acre.

“Aqui, antes da chegada dos europeus, já viviam mais de uma dezena de povos indígenas, muitos dos quais nos deixaram sua genética, conhecimento e costumes. Somos parte dessa herança ancestral”, disse.

A solenidade homenageou acreanos que com seu trabalho, por meio de suas histórias de vida, contribuíram para o desenvolvimento do estado. Eles receberam a mais alta honraria – a Ordem da Estrela do Acre. Foram eles: o ginecologista obstetra, Labib Murad; o Padra Mássimo Lombardi; o empresário Narciso Mendes; o empresário Aldenor Araújo da Silva; o reitor da Uninorte Ricardo Leite; Osmir de Albuquerque Lima; o empresário de Cruzeiro do Sul Adauto José Batista (in memorian); e o servidor público Messias dos Santos Paiva.

Polícia Militar inicia Operação Vértice na parte alta de Rio Branco

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A Polícia Militar do Acre (PMAC) deu início a Operação Vértice, na área do 3º Batalhão, na tarde deste sábado, 14. A ação tem como objetivo intensificar o patrulhamento nos bairros da parte alta de Rio Branco e por em prática os conhecimentos dos alunos do Curso de Habilitação a Oficial Administrativo (CHOA) 2025.

A operação tem como objetivo viabilizar os conhecimentos adquiridos na disciplina “técnicas de comandante de patrulha”, pelo corpo de alunos do Curso de Habilitação a Oficial Administrativo (CHOA) 2025. Para isso, a região escolhida foi a do 3º Batalhão da PMAC, que corresponde aos bairros da parte alta de Rio Branco, como São Francisco, Vitória, Tancredo Neves e demais localidades da região.

Para o subcoordenador do CHOA 2025, tenente Rosenilton Martins, a operação finaliza um etapa importante na vida dos alunos. “Hoje estamos finalizando a disciplina por meio da Operação Vértice, que visa capacitar os futuros oficiais administrativos para comandarem as operações policiais militares. Aqui é o momento deles porem em prática todo o conhecimento adquirido, dirimir dúvidas e compartilhar conhecimentos”, disse o oficial.

No total, 21 policiais militares formaram diversas equipes, atuando diretamente nos bairros realizando abordagens, patrulhamento em áreas estratégicas e policiamento ostensivo desembarcado em escolas, unidades de saúde e área comercial. Ainda no início da noite deste sábado, o efetivo contou com o apoio do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), que atuou junto às equipes no policiamento aéreo noturno.

O aluno CHOA, Ricardo Leorne, destacou a relevância da operação. “Analisamos cada etapa dessa operação. Fizemos uma análise da área do 3º Batalhão para mapearmos os pontos mais críticos dessa região com objetivo não somente de finalizar mais uma fase do nosso curso, mas também o de realizar um policiamento de qualidade em nossa cidade. Hoje é o momento de por em prática o que aprendemos”, destacou o aluno CHOA.

Assessoria PMAC

 

Duarte critica Marina Silva por celebrar aniversário do Acre em meio a conflitos na Reserva Chico Mendes

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Durante as comemorações pelos 63 anos de criação do Estado do Acre, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, publicou uma mensagem exaltando o orgulho por sua terra natal. No entanto, a fala da ministra logo gerou reação, especialmente diante da crise envolvendo produtores rurais na Reserva Extrativista Chico Mendes, alvo da recente Operação Suçuarana, deflagrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

O deputado federal Roberto Duarte (Republicanos) utilizou as redes sociais para ironizar a declaração da ministra, afirmando que, enquanto Marina celebrava o aniversário do Estado, moradores da reserva eram “presenteados com invasões, destruição, gado apreendido e multas absurdas”.

“Marina Silva diz ter orgulho do Acre e celebra o aniversário do Estado. Enquanto isso, sua gestão presenteia os moradores da Reserva Chico Mendes com invasões, destruição, gado apreendido e multas absurdas. Parabéns, Acre. O presente veio com selo do Ibama e do ICMBio.”, criticou o parlamentar.

A publicação foi acompanhada de imagens de protestos realizados por produtores rurais, que bloquearam vias e pediram respeito ao trabalhador do campo, com cartazes com mensagens como “Campo pede solução, não promessas” e “Queremos respeito ao homem do campo”.

Durante a operação, dezenas de cabeças de gado foram apreendidas e áreas de pastagem embargadas, sob a justificativa de ocupação ilegal em território protegido. Os produtores, por sua vez, alegam que dependem da atividade para sobreviver e cobram regularização fundiária e diálogo com o governo federal.

Gladson Cameli torna padre Massimo e Aldenor Araújo comendadores

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Durante a solenidade de 63 anos de emancipação política do Acre realizada na tarde de domingo (15), na Gameleira, em Rio Branco, o governador do Acre, Gladson Cameli, homenageou com a mais alta insígnia  do Acre diversas personalidades acreanas.

Entre os homenageados para receber a insígnia no Grau de Comendador da Ordem da Estrela do Acre estavam nomes como Labib Murad, que foi ex-governador na gestão de Orleir Cameli, além padre Massimo Lombardi, os ex-deputados constitucionalistas Narciso Mendes e Osmir Lima. Também constavam na listas nomes como dos empresários Fábio Ricardo Leite, o Rico da Uninorte, e Oldenor Araújo. Outros homenageados foram Adauto Batista (in memorial) e Messias dos Santos Paiva.

Entre os homenageados estava o padre Massimo que se torna comendador a partir da homenagem com publicação em diário oficial. “O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE, no uso da atribuição que lhe confere o art.78, inciso XIV, da Constituição do Estado do Acre, e tendo em vista o disposto no Decreto nº 11.496, de 13 de junho de 2024, na qualidade de Grão-Mestre da Ordem da Estrela do Acre, RESOLVE: Art. 1º Conceder ao Padre MÁSSIMO LOMBARDI a insígnia no Grau de Gran-de Oficial da Ordem da Estrela do Acre. Art. 2° Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação”, diz a publicação. 

O governador Gladson Cameli também homenageou e prestou reconhecimento aos integrantes da banda da Polícia Militar do Acre.

Em discurso pelos 63 anos de emancipação do Acre, Gladson destaca avanços, faz apelo por união política e entrega honrarias a personalidades acreanas

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Durante a solenidade oficial em comemoração aos 63 anos de emancipação política do Acre, realizada neste sábado, 15 de junho, o governador Gladson Cameli fez um pronunciamento carregado de simbolismo, dados de gestão, reconhecimento histórico e um claro apelo por pacificação política no estado.

Falando para autoridades, convidados e representantes da sociedade civil, o governador iniciou sua fala com um agradecimento ao povo acreano pela oportunidade de governar e conduzir o estado em um período desafiador.

Logo no início do discurso, Gladson ressaltou que o Acre não começou apenas há seis décadas. Ele fez questão de lembrar das raízes indígenas, dos povos originários que já habitavam a região há mais de 2.500 anos, e destacou a importância do legado histórico deixado por eles.

“Temos registros no solo que podem ter mais de 2.500 anos. O Acre é maior, é ancestral, é generoso e aguerrido”, afirmou o governador.

Retrospectiva da gestão: segurança, saúde e educação

Ao apresentar os avanços de sua gestão, Gladson citou como principal feito a redução histórica dos índices de homicídio nos últimos seis anos. “Realizamos a maior redução de homicídios da história, melhorando a segurança pública que antes era crítica”, disse.

Na saúde, destacou a inauguração de hospitais no interior, os mutirões de atendimento e o andamento das obras de um novo Hospital de Emergência e de uma nova maternidade.

Na educação, o governador reconheceu que há muito a ser feito, mas ressaltou as ações já realizadas, como a entrega de uniformes, materiais escolares, tablets e a implementação de uma refeição extra para os alunos em grande parte das escolas públicas.

Gladson também anunciou o início das obras para a criação da tão sonhada Universidade Pública Estadual, um dos projetos mais ambiciosos de sua gestão.

No setor de geração de empregos, o governador lembrou que seu governo realizou mais de 4 mil contratações por meio de concursos públicos, além de ampliar o apoio ao produtor rural, historicamente alvo de perseguições, segundo ele.

Pedido de união e equilíbrio político

Um dos momentos mais marcantes do discurso foi quando o governador fez um apelo direto por paz e equilíbrio na política local, num claro recado aos recentes conflitos institucionais e embates entre órgãos de controle, governo e outros poderes. “Os detentores de cargos públicos não podem e não devem sucumbir ao calor da fogueira de egos, movidos por interesses de grupos políticos. Ações intempestivas, tomadas pelo sentimento de vingança ou pelo desejo de poder, prejudicam o Estado, sua população e o seu destino.”

O trecho foi interpretado por muitos presentes como uma resposta aos embates recentes envolvendo o governo estadual e o Tribunal de Contas.

Gladson encerrou o discurso com um tom de otimismo, dizendo que o Acre seguirá avançando: “Nomes e pessoas passam. Sempre irão passar. O Acre, esse, sempre existirá”.

Comendador Narciso Mendes: trajetória de empresário, político e cronista é reconhecida com a maior honraria do Acre

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Em uma cerimônia marcada por simbolismo e reconhecimento, o empresário, ex-deputado e cronista político Narciso Mendes de Assis foi agraciado com a insígnia no Grau de Grande Oficial da Ordem da Estrela do Acre, a maior honraria concedida pelo Estado. A comenda, que também o eleva à condição de Comendador, foi entregue pelo governador Gladson Cameli, Grão-Mestre da ordem.

A homenagem reconhece não apenas a história de Narciso como empreendedor e político, mas também sua trajetória como uma das vozes mais ativas e influentes da comunicação e da crônica política acreana. 

Narciso Mendes de Assis é ex-deputado federal constituinte. Como parlamentar ele participou das comissões e debates que moldaram os Direitos e Garantias Fundamentais – blocos-chave da nova Carta Magna.

Uma vida multifacetada: de engenheiro a político, de empresário a comunicador

Natural de Patu, no Rio Grande do Norte, Narciso Mendes nasceu em 18 de julho de 1946. Formado em Engenharia Civil pela UFRN, construiu uma carreira marcada por transições que o levaram da construção civil à política, e depois à comunicação.

Chegou ao Acre como empreendedor e, junto com o irmão, fundou a Construtora Mendes Carlos, responsável por importantes obras públicas no estado e que chegou a empregar mais de mil trabalhadores em seu auge.

Na política, elegeu-se deputado estadual pelo PDS em 1982 e, em seguida, deputado federal constituinte em 1986, integrando a bancada que participou da elaboração da Constituição de 1988. Mais tarde, migrou para o PFL e disputou cargos no Legislativo, incluindo o Senado, mas foi na comunicação que sua presença se consolidou de forma definitiva.

O maior complexo de comunicação do Acre

Em uma de suas decisões mais estratégicas, Narciso assumiu o comando do Jornal O Rio Branco, fundado originalmente por Assis Chateaubriand em 1969. A partir daí, ampliou o grupo, criando a TV Rio Branco, que por décadas foi afiliada ao SBT e, atualmente, retransmite a programação da TV Cultura.

Sob seu comando, o complexo se tornou um dos principais polos de informação do estado, responsável por coberturas que marcaram a história política local.

Fora dos cargos públicos, Narciso nunca se afastou dos debates. Atualmente, mantém uma coluna política onde assina análises críticas, provocações e bastidores da política local.

Com estilo direto e muitas vezes ácido, não poupa críticas nem elogios a qualquer governo, independente de bandeira partidária. Seu olhar é respeitado e temido nos bastidores, com artigos que costumam movimentar os meios políticos do estado.

Reconhecimento merecido

A Ordem da Estrela do Acre é concedida a personalidades que prestam serviços relevantes ao estado e que deixam um legado para as futuras gerações. No caso de Narciso, a honraria vem coroar uma história de protagonismo, polêmicas, mas também de contribuições inegáveis ao desenvolvimento político, social e comunicacional do Acre.

Com o título de Comendador, Narciso Mendes reforça sua posição como uma das figuras públicas mais influentes e multifacetadas da história recente do estado.

Legado em movimento

Empresário, cronista, ex-deputado, ex-policial rodoviário federal, empreendedor e, agora, Comendador. Narciso segue como protagonista de sua própria narrativa e, ao que tudo indica, continuará sendo uma voz incômoda, provocadora e essencial no debate público acreano.