Entrevista exclusiva com o secretário Leonardo Carvalho destaca ações da pasta durante a feira e os desafios ambientais do Acre
Durante a oitava noite da Expoacre 2025, realizada neste sábado, 2, o secretário de Estado de Meio Ambiente, Leonardo Carvalho, participou de uma entrevista exclusiva nos estúdios da Folha do Acre, no Parque de Exposições Wildy Viana, em Rio Branco. Na ocasião, ele apresentou as principais atividades desenvolvidas pela pasta no evento e comentou os desafios ambientais enfrentados pelo Acre, especialmente em relação ao desmatamento, às queimadas e às mudanças climáticas.
Segundo o secretário, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) participa da feira com três estandes localizados na Fazendinha. Um deles é voltado exclusivamente à educação ambiental, desenvolvido em parceria com o Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC) e o Instituto de Mudanças Climáticas (IMC). No espaço, crianças e adolescentes percorrem um roteiro educativo com temas relacionados à biodiversidade, às unidades de conservação e ao zoneamento ecológico-econômico do estado.
“Temos um projeto chamado Gente Ambiental Mirim, no qual as crianças participam de atividades, aprendem sobre a conservação ambiental e recebem um broche simbólico ao final do percurso. É uma forma de envolver o público jovem nas pautas ambientais desde cedo”, afirmou.
Outro destaque da participação da Sema na Expoacre é o Viveiro da Floresta, que, segundo Carvalho, irá realizar a distribuição de mais de 3 mil mudas de 50 espécies diferentes, entre frutíferas e nativas. A ação tem como objetivo estimular a recomposição vegetal e promover a arborização urbana e rural.
O terceiro estande é um espaço institucional onde são abordadas as principais políticas públicas da área ambiental, com mesas temáticas em parceria com o IMC e o IMAC. Entre os temas apresentados estão as campanhas de combate às queimadas, a atuação dos brigadistas e os impactos das mudanças climáticas no estado.
Durante a entrevista, Leonardo Carvalho também falou sobre os efeitos das mudanças climáticas na região. De acordo com ele, o Acre já vivencia eventos extremos causados pelo aquecimento global, com períodos alternados de secas e cheias severas em intervalos curtos de tempo.
“O que se discutia há 15 anos, hoje é uma realidade. O Rio Acre, que agora está com aproximadamente 1,5 metro, há poucos meses registrava cheia. Isso evidencia a necessidade de ações concretas de mitigação e adaptação às novas condições climáticas”, declarou.
No que diz respeito ao combate ao desmatamento e às queimadas, o secretário destacou que a Sema tem adotado uma postura integrada, por meio de um Grupo Operacional de Comando e Controle coordenado pela Casa Civil. O grupo reúne mais de 20 instituições estaduais, federais e municipais.
“Ano passado, enfrentamos uma situação crítica, com aumento significativo das queimadas, elevação dos casos de doenças respiratórias e Rio Branco entre as capitais mais poluídas do mundo. Este ano, iniciamos o planejamento ainda no período chuvoso, antes do Carnaval. Já estivemos em municípios como Feijó e Acrelândia e, na próxima semana, teremos operações na região do Juruá”, informou.
Carvalho reforçou que, além das ações fiscalizatórias, a secretaria também atua na orientação e regularização ambiental. Segundo ele, o Estado tem promovido mutirões voltados à regularização de produtores que incorreram em infrações ambientais, garantindo alternativas legais para adequação à legislação vigente.
“A atuação da Sema não é apenas repressiva. Buscamos mostrar caminhos para que os produtores se regularizem e contribuam para a preservação ambiental de forma sustentável”, concluiu.
