segunda-feira, 4 agosto 2025
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Síndromes respiratórias avançam no Acre durante período de seca e queimadas

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Mesmo com a redução dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em boa parte do Brasil, o Acre segue em estado de atenção. O alerta consta no boletim mais recente do Infogripe, divulgado na última quinta-feira (18) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que aponta níveis moderados a altos de internações causadas por infecções respiratórias no estado.

Segundo o médico alergista e pediatra Guilherme Pulici, a preocupação se intensifica com o período mais seco do ano, caracterizado pela queda da umidade e o aumento das queimadas.

“A gente sempre alerta nessa época do ano para a necessidade de hidratação. Tomar bastante líquido é fundamental, porque a tendência com as queimadas é que a umidade do ar caia bastante. A seca, somada aos focos de queimadas na região Norte, agrava ainda mais a situação”, afirma.

O especialista recomenda que a população dê preferência a alimentos naturais e ricos em água, como frutas, legumes e verduras, que fortalecem o sistema imunológico. Além disso, ele reforça a importância de hábitos saudáveis e medidas simples para manter o bem-estar respiratório.

“Evitar atividade física nas horas mais quentes do dia, manter bons hábitos de sono, e se possível, usar umidificadores ou métodos caseiros para melhorar a qualidade do ar dentro de casa, como toalhas úmidas ou baldes com água no ambiente”, orienta Pulici.

Vacinação e atenção às populações mais vulneráveis

A principal forma de prevenção contra os vírus respiratórios, segundo o médico, ainda é manter a vacinação em dia. “As vacinas contra a gripe, Covid-19 e até o sarampo estão disponíveis na rede pública. É importante que a população, principalmente os grupos de risco, esteja com o calendário vacinal atualizado.”

Entre os grupos mais suscetíveis às síndromes respiratórias estão crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas. O médico lembra que idosos tendem a demorar mais para perceber a sede, o que exige atenção redobrada dos cuidadores. “É importante lembrar de oferecer água com frequência, mesmo que eles não peçam”, alerta.

Apesar do cenário respiratório delicado, o Acre registrou apenas 92 focos de calor nos primeiros 20 dias de julho, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número é considerado um dos mais baixos do país neste período.

Ainda assim, o risco continua elevado. Com as temperaturas altas e a baixa umidade do ar, os efeitos sobre a saúde respiratória são potencializados. “O tempo seco irrita as vias aéreas. Medidas simples, como instilar soro fisiológico no nariz e usar colírios ou soro nos olhos, ajudam bastante”, acrescenta o médico.

Segundo a Fiocruz, mais de 7.600 pessoas já morreram por SRAG no Brasil só em julho, sendo a maioria por influenza A, seguida por Covid-19 e outros vírus respiratórios, como o vírus sincicial.

Diante disso, os especialistas reforçam: prevenção, informação e cuidado coletivo são essenciais para enfrentar o período crítico das doenças respiratórias no Acre e em todo o país.

Com informações agazeta.net

Pastor faz conversão em massa de traficantes e diz ter tirado mais de 5.000 pessoas do crime no Acre

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“Amigo, sou o pastor Arnaldo Barros”, o líder da acreana Igreja Geração Eleita se apresenta antes de anunciar uma missão para a câmera do celular. “Vamos desligar um jovem de uma certa facção, que ele tá baleado.”

Barros está no carro com dois homens que dizem ser ex-membros do PCC (Primeiro Comando da Capital), um rapaz que atendia pelo vulgo CFK, e outro do CV (Comando Vermelho), o Tubarãozinho. Ambos contam ter deixado essa vida bandida após aceitar Jesus Cristo no coração.

Chegam a uma casa. Agora é a vez de resgatar um homem que “tá de pulseira”, diz Barros, em referência à tornozeleira eletrônica, que ganha destaque na gravação. Ele participava do B13, o Bonde dos 13, uma facção local. Mostra cicatrizes de múltiplos tiros que levou -na coxa, no peito, no braço. Ficou “deficiente da perna”, segundo o pastor.

O convertido diz que vai cuidar da saúde e do filho. Endereça um recado aos antigos companheiros do crime: “Agradecendo a compreensão de todos vocês que entendem meu lado”.

“Agora ele vai estar congregando na igreja”, emenda Barros. E assim conclui o que, nas suas contas, já somam mais de 5.000 “desligamentos” que conduziu. É como ele define homens e mulheres que, sob sua batuta pastoral, abandonaram facções pela via da conversão evangélica.

Arnaldo Barros, 56, lidera o projeto Paz no Acre, que envolve usar a igreja para justificar, perante os chefões do tráfico, o afastamento dessa rotina infratora. “Quando chego para o cara e tiro ele do crime, ele me passa o número dos superiores dele, e eu mando o vídeo.”

Muitas organizações criminosas têm estatutos próprios que permitem a defecção de integrantes que passam a levar uma vida religiosa. Em geral evangélica.

O B13, por exemplo, prevê que “a saída é a igreja”, afirma o pastor. Ou o caixão. Ou seja, ou você morre, ou se converte.

Ele conversa com a Folha de S.Paulo por telefone, enquanto faz musculação na academia. “Um, dois, três”, conta o número da série de exercícios para, na sequência, discorrer sobre os milhares de desligamentos que diz ter promovido em seu estado. O Acre tem intensa atividade criminal por conta da fronteira com países vizinhos, ponto de escoamento para drogas.

Alguns dos vídeos captados por Barros vão parar nas redes sociais. Ex-vereador em Rio Branco pelo Podemos, com mandato de 2021 a 2024 e sem conseguir se reeleger, Barros tem cerca de 4.400 seguidores no Instagram, seu principal perfil digital.

Ele diz que a publicação dos depoimentos de ex-criminosos gera um impacto nem sempre positivo. Mas sempre pede permissão para divulgar as gravações. Tem quem não tope, e tudo bem, afirma. Dos que aceitam, “alguns perderam empregos, outros a família nem sabia que o cara era do crime, foi um choque.”

Ele envia a filmagem que fez com um homem que largou o B13. “Passou dez anos no presídio. Tentaram arrancar a cabeça dele, ele tem uma perfuração grande no pescoço. Falsificava dinheiro, era traficante. Fez muita coisa errada. Já falei com ele, ele está só aguardando a sua ligação. Vou mandar o número dele, tá?”

Antonio, 36, inicia seu contato com a reportagem pregando a “paz do Senhor Jesus a todos”. Então resume sua história de conversão. “Em 2020, conheci a palavra de Deus e resolvi me render aos pés d’Ele para largar toda a minha vida errada de prostituição, de engano. Tudo aquilo que eu fazia errado deixei para trás.”

Nos últimos cinco anos, diz, construiu uma família e conquistou uma habilitação de moto. “Deus tem derramado bênção transbordante sobre a minha vida.”

Rodrigo, 24, diz que procurou o pastor pois “não queria mais fazer parte da organização”, aí “ele fez o meu vídeo e mandou para os conselhos do CV”.

Respondia pelo vulgo Carioca. Começou naquela vida aos 14 anos. “Queria ter um celular, uma camisa de marca, um tênis da Nike também, e eu não podia porque não tinha condições.”

Vendia cocaína, crack e skank (uma espécie de supermaconha). Como não era viciado em nenhum desses, foi reconhecido pela competência e subiu rápido na hierarquia do crime. “Aí virei o gerente da boca em 2017, quando começou [um conflito entre facções]. Fui fazer parte do grupo de extermínio do Comando Vermelho. Era um clima de guerra muito sinistro. A gente não podia dormir com medo de ser encontrado e morto.”

Autor de “A Fé e o Fuzil – Crime e Religião no Brasil do Século XXI” e pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, Bruno Paes Manso diz que a entrada na igreja “é a única porta de saída” do tráfico, até porque muitos dos que conseguem envelhecer na carreira criminal acabam entendendo que tomaram uma decisão equivocada ingressando nela. “Você abandona seus laços afetivos mais importantes com esposa, filho, irmãos, mãe, e para viver na correria uma trajetória sofrida e vazia.”

Por isso, costumam respeitar quem os troca pela caminhada cristã, muito presente nas periferias.

Manso vê como natural a divulgação de histórias de convertidos. “Inclusive teve uma época, na Liberdade [região central de São Paulo], que você tinha uma loja de CDs com testemunhos de conversão. Eram vendidos por gravadoras pequenas, passados em rádios e nas próprias igrejas. Com a rede social isso ganha uma outra dimensão.”

Não que essa rota de fuga do tráfico funcione sempre. Para Christina Vital, que coordena o Laboratório de Estudos Socio-Antropológicos em Política, Arte e Religião na UFF (Universidade Federal Fluminense), há certa desconfiança, entre pares da ilegalidade, sobre a onda de convertidos.

“Se duas décadas atrás isso marcava uma divisão muito forte entre universos morais, o que a gente vê acontecendo agora é uma dúvida sobre se ocorrerá uma mudança radical na pessoa”, diz Vital, autora de “Oração de Traficante – Uma Etnografia”.

“Antes a conversão era chamada um novo nascimento.” Mas a expansão da cultura pentecostal no Brasil envolve a rotinização dessa religião”, daí um pé atrás se o sujeito de fato “nasceu de novo”, para usar uma linguagem tipicamente evangélica, ou se é fachada, e ele continua representando um risco para rivais. Um futuro deixado na mão de Deus.

Fonte: Folha de São Paulo

Acre registra queda de 16,7% nas mortes violentas em 2024, mostra levantamento

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Dados divulgados nesta quinta-feira, 24, pelo dados do Anuário de Segurança Pública mostram que o Acre teve uma redução de 16,7% nas mortes violentas intencionais em 2024, na comparação com o ano anterior. A taxa, que era de 24,4 homicídios por 100 mil habitantes em 2023, caiu para 20,3 em 2024.

O Amapá lidera o ranking de estados mais violentos do Brasil em 2024, com uma taxa de 45,1 mortes. Na sequência aparecem Bahia (40,6) e Ceará (37,5).

Apesar da posição no topo, o Amapá apresentou queda de 30,6% na taxa em relação a 2023, quando também ocupava a primeira colocação, com 64,9 mortes por 100 mil. Já São Paulo teve o menor índice de violência letal do país: 8,2 por 100 mil.

Por outro lado, dois estados da região Nordeste registraram aumento nos índices: o Maranhão, com alta de 12,1%, e o Ceará, com crescimento de 10,9% nas mortes violentas.

Com uma taxa de 79,9 mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes, Maranguape (CE) lidera o ranking das cidades com mais de 100 mil habitantes mais violentas do Brasil em 2024, segundo dados do Anuário de Segurança, divulgados nesta quinta-feira (24) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O Acre não tem nenhuma cidade entre as 20 mais violentas do país.

A vice-liderança do ranking ficou com Jequié (BA), que teve uma taxa de 77,6. Em seguida vêm Juazeiro (BA), Camaçari (BA) e Cabo de Santo Agostinho (PE). De acordo com o levantamento, as dez cidades mais violentas do país sofrem com disputas de facções pelo controle do tráfico de drogas. A Bahia concentra cinco das dez cidades mais violentas.

A cidade de Santana (AP), que liderava o ranking em 2023, caiu para o 18º lugar em 2024 após uma queda na taxa de violência, de 92,9 para 54,1 mortes por 100 mil habitantes. A maioria das cidades mais violentas também era da Bahia; seis entre as dez primeiras.

Ato contra o feminicídio no Acre será realizado nesta quinta-feira em frente ao Palácio do Governo

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Será realizado um ato público contra o feminicídio em frente ao Palácio do Governo, em Rio Branco, nesta sexta-feira (25), às 17h. A mobilização é organizada pelo Comitê de Mobilização Contra o Feminicídio no Acre e cobra respostas do poder público diante dos cinco casos registrados no estado somente em 2025.

Com o lema “Parem de nos matar! Chega de silêncio! Chega de violência!”, o protesto quer chamar a atenção para a violência letal contra as mulheres e exigir políticas públicas de prevenção, proteção e justiça.

O comitê convida toda a população a participar da manifestação, trazendo cartazes e se vestindo de coragem. Segundo o convite, a mobilização é um grito coletivo por justiça e pelo fim da violência contra as mulheres.

O ato acontece no Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, e pretende reunir familiares de vítimas, movimentos sociais, profissionais da rede de proteção e apoiadores da causa.

A advogada Tatiana Martins, que integra a organização do protesto, destaca que os dados sobre tentativas de feminicídio acendem um alerta importante.

“Embora o Acre tenha apresentado uma redução nos índices de feminicídio consumado, os dados do Anuário da Segurança Pública de 2025 também revelam uma realidade alarmante: lideramos o ranking nacional de aumento nas tentativas de feminicídio”, afirma.

Martins revela que em 2024 o Acre ocupou a segunda posição no ranking e reforça:

“Não podemos aceitar que o crime tentado seja ignorado apenas porque não terminou em morte. Cada tentativa representa uma vida em risco, uma mulher que sofreu violência extrema e continua vulnerável”, finaliza.

Canais de ajuda

A denúncia e o rompimento do ciclo de violência são passos desafiadores, mas necessários, que demandam suporte de familiares, amigos e instituições especializadas. O acolhimento da vítima é essencial para romper o ciclo de violência e desvincular-se do agressor.

As vítimas podem procurar a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) pelo telefone (68) 3221-4799 ou a delegacia mais próxima.

Também podem entrar em contato com a Central de Atendimento à Mulher, pelo Disque 180, ou com a Polícia Militar do Acre (PM-AC), pelo 190.

Outras opções incluem o Centro de Atendimento à Vítima (CAV), no telefone (68) 99993-4701, a Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), pelo número (68) 99605-0657, e a Casa Rosa Mulher, no (68) 3221-0826.

Prefeitura de Capixaba publica retificação no edital do processo seletivo simplificado

A Prefeitura Municipal de Capixaba, no Acre, divulgou nesta quarta-feira (23) uma retificação do Edital nº 02/2025 referente ao processo seletivo simplificado para contratação temporária dos cargos de mediador escolar, assistente educacional, merendeira, auxiliar de serviços gerais, motorista escolar categoria “D” e monitor escolar. A alteração diz respeito exclusivamente ao item 10, que trata da tabela de pontuação de títulos, permanecendo inalterados os demais itens do edital original.

No caso do mediador escolar, a pontuação máxima permanece em 100 pontos, sendo que o certificado de ensino superior em licenciatura plena vale 30 pontos, o certificado de pós-graduação lato sensu na área da educação, 20 pontos, e os cursos de formação com carga mínima de 120 horas, realizados nos últimos cinco anos, até 35 pontos. A principal mudança refere-se à experiência em sala de aula, que agora recebe cinco pontos a cada três meses de atuação, até o limite de 15 pontos.

Para os cargos de assistente educacional, auxiliar de serviços gerais, merendeira, motorista escolar categoria “D” e monitor escolar, também houve ajustes na pontuação. O diploma de conclusão do ensino médio passa a valer 20 pontos, enquanto o diploma de ensino fundamental recebe 10 pontos. Cada certificado ou declaração de cursos técnicos, livres ou capacitações com carga mínima de 60 horas realizados nos últimos cinco anos vale cinco pontos, podendo ser apresentados até cinco comprovações. Já a experiência mínima de três meses no cargo pretendido vale cinco pontos por comprovação, limitados a 15 pontos no total.

O documento foi assinado pelo prefeito Manoel Maia Beserra e publicado para conhecimento público nesta data. Os candidatos devem observar as novas regras de pontuação, que terão impacto direto na classificação final do processo seletivo simplificado.

OAB/AC realiza audiência pública sobre protocolo de julgamento com perspectiva de gênero

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A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Acre (OAB/AC) promove, por meio da Comissão da Mulher Advogada, uma audiência pública para debater a proposta de suspensão do Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero, norma que orienta magistrados a considerarem desigualdades de gênero, raça e outras vulnerabilidades em processos. O debate será em torno do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) nº 89/2023, que visa sustar os efeitos da Resolução nº 492/2023 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O evento será realizado na sexta-feira, 25 de julho, às 9h, na sede da instituição.

O protocolo é uma ferramenta reconhecida por ampliar a sensibilidade do Judiciário frente às desigualdades vividas por mulheres, meninas e outras pessoas em situação de vulnerabilidade. A medida orienta magistrados e magistradas a considerarem fatores como gênero, raça e etnia em ação judicial.

Segundo a vice-presidente da OAB/AC, Thaís Moura, a audiência não se restringe a um debate jurídico. Trata-se de uma mobilização em defesa da dignidade humana e da equidade de direitos. “É sobre garantir que essas pessoas sejam vistas, ouvidas e respeitadas nos tribunais”, destacou.

O encontro será aberto à participação da sociedade civil, de representantes de instituições públicas e privadas, de movimentos sociais, de juristas e demais interessados no tema.

MPF quer entrega de cartões bancários a produtores do Programa de Aquisição de Alimentos nas comunidades

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O Ministério Público Federal (MPF) enviou recomendação ao Banco do Brasil e ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) para assegurar a entrega dos cartões bancários dos fornecedores do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do Governo Federal em suas comunidades, sem necessidade de deslocamento a agências bancárias.

De acordo com a Lei nº 14.628/2023, que regulamenta o PAA, ainda que o programa possa ser executado por órgãos e entidades da administração estadual ou municipal mediante termo de adesão, o pagamento aos beneficiários fornecedores deve ser efetuado diretamente pelo Governo Federal por meio das instituições financeiras oficiais ou de cooperativas de crédito e, no caso específico das execuções realizadas por meio do termo de adesão, o pagamento deve ser realizado via Banco do Brasil.

O MPF aponta, na recomendação, que o contrato firmado entre o Banco do Brasil e o MDS não especifica como os cartões devem ser entregues aos beneficiários, apenas indicando que essa é uma obrigação assumida pelo Banco do Brasil.

Em documento encaminhado ao MPF, o Banco do Brasil afirmou que, conforme Instrução Normativa Interna, que trata da liberação de cartão no âmbito do banco, a habilitação de cartões – que consiste na entrega do cartão, no cadastramento de senha pelo usuário e na liberação do cartão pelo banco – somente pode ser feita dentro do ambiente institucional. Assim, todos os beneficiários fornecedores do PAA devem se dirigir à agência do Banco do Brasil mais próxima para habilitar seus cartões e, efetivamente, poder utilizar os recursos recebidos.

Desafios no deslocamento – O MPF destaca, na recomendação os impactos dessa exigência para os produtores de comunidades tradicionais. “Essa rotina, embora possa não implicar maiores dificuldades aos beneficiários residentes em áreas urbanas que contam com agências do Banco do Brasil ou em áreas rurais próximas a elas, representa um enorme empecilho, muitas vezes intransponível, para inúmeras comunidades tradicionais que vivem a grandes distâncias de centros urbanos atendidos pelo Banco, colocando em risco a própria eficácia do PAA”, afirma trecho do documento.

No Acre, por exemplo, a Secretaria de Agricultura do Estado do Acre (Seagri) indicou como um obstáculo à execução do programa no estado a necessidade de que os mais de 160 indígenas beneficiários da Terra Indígena Alto Purus – localizada nos municípios de Santa Rosa do Purus e Manoel Urbano– se deslocassem de suas aldeias, por longas distâncias (vencidas após dias de barco, a depender da embarcação utilizada), até a agência mais próxima do Banco do Brasil, localizada em Sena Madureira, para receber os cartões habilitados.

O mesmo ocorreu com os produtores da TI Kaxinawá/Ashaninka do Rio Breu, localizada em Marechal Thaumaturgo, distante vários dias de barco de Cruzeiro do Sul – cidade que conta com agência do BB mais próxima.

O MPF aponta, na recomendação, que essa situação sujeita os indígenas, econômica e socialmente vulneráveis, a diversos riscos, pois muitas vezes o custo com o combustível, para ir e voltar do território, supera o valor a ser recebido; frequentemente, não há recursos disponíveis para fazer frente aos gastos com alimentação e hospedagem, o que os obriga a ficar em acampamentos improvisados, nas praias dos rios; ficam sujeitos a riscos como exposição a álcool e a assaltantes; a desproteção do território aumenta com a saída de muitos de seus moradores e rotina de trabalho de execução de atividades comunitárias é prejudicada, dentre outras dificuldades.

Entrega dos cartões nos territórios – A Seagri e o MDS chegaram a atuar para que houvesse a entrega dos cartões, habilitados para uso, aos produtores indígenas em seus territórios – inclusive com o oferecimento de toda a estrutura e logística necessárias, porém o Banco do Brasil se recusou a implementar a medida, alegando que a habilitação dos cartões só pode ser feita em agências bancárias, por conta de normativas internas.

Para o MPF, o atual modelo de pagamento dos fornecedores beneficiários do PAA viola os princípios da eficiência e da igualdade, bem como os direitos fundamentais que o programa busca promover – como os direitos à alimentação, à saúde, à educação etc.

A recomendação do MPF é para que, em 30 dias, o MDS e o Banco do Brasil apresentem um plano para garantir a entrega dos cartões aos produtores beneficiários do PAA, já devidamente habilitados para uso, nos territórios em que vivem esses beneficiários, quando se tratar de povos e comunidades tradicionais (indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pescadores artesanais etc.), adotando todas as medidas necessárias para tanto.

Em dez dias, o MDS e o Banco do Brasil devem se manifestar sobre o acatamento da recomendação, com as medidas adotadas para o cumprimento ou com as razões para a negativa.

Além disso, foi proposta a realização de reunião entre o MPF, o MDS e o Banco do Brasil para discutir a melhor forma de cumprimento da recomendação.

Ascom MPF

Acre terá quinta-feira de tempo firme e possibilidade de chuvas isoladas, segundo Friale

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A quinta-feira (24) será marcada por tempo seco e temperaturas elevadas em grande parte do Acre. A previsão é do pesquisador meteorológico Davi Friale, divulgada em seu site de notícias climáticas O Tempo Aqui. Segundo ele, o calor predomina em todo o estado, com tempo firme no leste e sul, e possibilidade de pancadas rápidas de chuva em pontos isolados do centro-oeste acreano.

Nas microrregiões de Rio Branco, Brasileia e Sena Madureira, o dia será de sol forte, calor intenso e umidade relativa do ar em níveis críticos durante a tarde, variando entre 23% e 33%. Pela manhã, os índices sobem, podendo chegar a 85%. Não há previsão de chuva para essas regiões. Os ventos sopram entre fracos e calmos, vindos do sudeste, com variações do sul e sudoeste.

Já no centro e oeste do estado, que inclui as microrregiões de Cruzeiro do Sul e Tarauacá, o tempo será quente, com predomínio de sol e possibilidade de chuvas rápidas em áreas isoladas. A probabilidade de temporais é considerada muito baixa. A umidade mínima à tarde deve ficar entre 30% e 40%, com máxima entre 85% e 95% nas primeiras horas do dia. Os ventos, também fracos, sopram do sudeste, com variações do sul e do leste.

As temperaturas continuam elevadas em todas as regiões acreanas. Em Rio Branco, Senador Guiomard, Bujari e Porto Acre, os termômetros devem variar entre 18°C e 20°C nas mínimas e entre 33°C e 35°C nas máximas. Em Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri, Capixaba, Assis Brasil e Santa Rosa do Purus, as mínimas ficam entre 17°C e 19°C, com máximas também entre 33°C e 35°C.

Cidades como Plácido de Castro, Acrelândia, Sena Madureira e Manoel Urbano seguem com mínimas de 18°C a 20°C e máximas entre 33°C e 35°C. Em Tarauacá e Feijó, o calor pode ser ainda mais intenso, com máximas de até 36°C.

No Juruá, que inclui Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Jordão, as mínimas oscilam entre 19°C e 21°C, com máximas chegando a 35°C.

Diante do tempo seco e das altas temperaturas, Friale alerta para os riscos à saúde, especialmente em relação à desidratação e problemas respiratórios. Ele recomenda evitar exposição prolongada ao sol, manter hidratação constante e redobrar cuidados com crianças e idosos.

Acre tem o pior desempenho em inglês do Brasil, aponta estudo internacional

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O Acre registrou o pior desempenho do país em proficiência em inglês em 2024, segundo o estudo EF EPI (English Proficiency Index), elaborado pela organização internacional EF Education First. Com 443 pontos, o estado ficou não apenas na última posição no ranking nacional, como também foi o único da Região Norte classificado na faixa de “muito baixa proficiência”.

Entre os estados do Norte, o Acre ficou atrás de todos os vizinhos. Roraima foi o melhor colocado da região, com 487 pontos, seguido pelo Pará (464), Rondônia e Tocantins (ambos com 458), Amazonas (455) e Amapá (445). Ainda que o Amapá também tenha sido classificado com proficiência muito baixa, sua pontuação foi ligeiramente superior à do Acre. Todos os demais estados nortistas ficaram na categoria de baixa proficiência.

A média nacional brasileira foi de 466 pontos, já abaixo da média global de 477. Enquanto estados do Sul e Sudeste como Santa Catarina (535), Distrito Federal (532) e Minas Gerais (519) apresentam níveis moderados de proficiência, o Acre enfrenta obstáculos históricos. A combinação de baixo investimento, escassez de professores especializados, dificuldade de acesso a cursos de idiomas e limitações tecnológicas contribui para o resultado preocupante.

A baixa proficiência em inglês pode afetar diretamente o acesso da população a oportunidades de estudo, trabalho e informação, além de limitar a inserção do estado em redes acadêmicas e profissionais globais.

Densa fumaça toma conta do Conjunto Tucumã em Rio Branco e preocupa moradores

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Na noite de 23 de julho de 2025, por volta das 21 horas, moradores do Conjunto Tucumã, em Rio Branco, enfrentaram uma situação preocupante causada por uma densa camada de fumaça que cobriu os bairros Tucumã 1, Tucumã 2 e áreas vizinhas. O estudante de Geografia pela Universidade Federal do Acre (UFAC), João Pedro Mendes, registrou o momento em vídeo publicado em seu Instagram @jotap_mendes, alertando para a gravidade do problema.

No vídeo, João Pedro descreve a situação: “Não dá para sair sem máscara de casa e está uma densa fumaça por aqui. Não é à toa que a iluminação está até um pouco fosca por conta da fumaça, que está bem densa na parte superficial do chão. E essa é a vida do Rio Branquense.” Ele destaca a baixa visibilidade e a qualidade do ar praticamente irrespirável.

Na legenda do vídeo, o estudante detalhou o alerta de fumaça: “Uma densa camada de fumaça tomou conta dos bairros Tucumã 1, Tucumã 2 e áreas vizinhas nesta noite. A situação é preocupante: ruas encobertas, baixa visibilidade e ar praticamente irrespirável.” Ele ainda informa que a filmagem foi feita usando máscara, devido à alta concentração de partículas no ar.

João Pedro também ressaltou que nenhum aplicativo de monitoramento estava registrando a real qualidade do ar (PM2.5) ou o nível de visibilidade na região, embora a situação fosse evidente para os moradores. Ele recomendou que a população local evite sair de casa, mantenha portas e janelas fechadas e use proteção respiratória quando necessário, principalmente crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios.

O estudante alertou para a causa do problema, relacionada às queimadas urbanas e rurais que ocorrem na região, e que devem se agravar nos próximos dias, aumentando os riscos à saúde pública.