quinta-feira, 10 julho 2025
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Coronavírus: idosa de 77 anos internada na UTI do PS já respira sem aparelhos

Uma idosa de 77 anos que foi internada a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Pronto Socorro de Rio Branco está reagindo bem ao tratamento contra coronavírus e já respira sem ajuda de aparelhos. A informação foi confirmada pela direção do hospital nesta segunda-feira (6).

De acordo com informações do PS, a paciente chegou à unidade de saúde em estado grave após testar positivo para a doença Covid-19. Ela foi entubada e internada na UTI.

Ainda segundo a direção, a paciente está reagindo bem e nos próximos dias pode receber alta. Se curada, a idosa passará a integrar o grupo de 27 pacientes que já foram curados do coronavírus no Acre.

CRM diz que coronavírus em Acrelândia é preocupante; cidade já tem 10 infectados

O Conselho Regional de Medicina do Estado enviou carta aberta ao governador Gladson Cameli reafirmando a importância do isolamento social no enfrentamento ao novo coronavírus e pedindo medidas mais efetivas na fiscalização durante a quarentena.

De acordo com representantes da Saúde do Município, Acrelândia registrou mais um caso na noite de domingo (5) e já chega a 10 casos confirmados da doença.

No documento, os conselheiros do CRM alertam que, caso o número de pessoas infectadas cresça de forma desordenadamente elevada, é alto o risco do sistema de saúde público e privado não ter condições de atender a toda a demanda, apesar de todos os esforços da Secretaria de Estado de Saúde e demais órgãos e entidades para aumentar a capacidade de atendimento.

O Conselho destaca ainda a preocupação com a situação no interior do estado, em especial na cidade de Acrelância, que tem nove casos confirmados em uma população de pouco mais de 15 mil habitantes, uma incidência cinco vezes maior que em Rio Branco.

De acordo com último boletim da Secretaria de Saúde do Acre, divulgado nesta sexta-feira (3), o estado tem 46 casos confirmados de Covid-19. Dos casos, 36 são na capital acreana, nove em Acrelândia e um em Porto Acre.

O CRM diz ao governador que, apesar de todas as recomendações a respeito da importância do isolamento social, ainda é possível verificar a livre movimentação de pessoas e aglomerações em áreas públicas e locais considerados essenciais que mantêm funcionamento durante a quarentena.

Com informações do Ac24horas

Bombeiros arrecadam cestas básicas e doam a famílias carentes no Acre

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Já foram doados mais de 300 sacolões, 250 kits de limpeza e 200 frangos a famílias de Epitaciolândia e Brasileia. Ação continua nas cidades do Alto Acre.

Sensibilizada com a situação de centenas de moradores que vivem em bairros carentes dos municípios de Brasileia e Epitaciolândia, no interior do Acre, a cabo Nângela Luna, do Corpo de Bombeiros, promove uma campanha para arrecadação de alimentos, produtos de higiene e limpeza para serem doados.

Em meio à pandemia do novo coronavírus, os moradores estão tendo que passar por isolamento social e muitos tiveram as atividades suspensas durante a quarentena. Para tentar ajudar, a militar resolveu unir forças e conseguiu ampliar as doações.

Já foram entregues mais de 300 sacolões, cerca de 250 kits de limpeza e mais de 200 frangos às famílias carentes. Os produtos são doados por comerciantes, empresário e população em geral.

“A gente começou as entregas no dia 27 de março e de lá para cá as doações vêm aumentando e, graças a Deus, conseguimos ajudar muitas pessoas. Nosso batalhão é muito unido e sempre fazemos esse tipo de ação. A ideia inicial era ajudar as pessoas que a gente já conhecia, mas quando divulgamos a ideia, muitos se sensibilizaram e a coisa tomou outra proporção. Tem dado muito certo”, disse a cabo.

Com a ajuda de outros colegas, ela busca as doações, monta os kits e sacolões e depois eles vão para as ruas entregar. Segundo ela, a ação não tem data para acabar e as pessoas podem continuar doando.

“Quando eu divulguei meu número para receber as doações, comecei a receber também pedidos de ajuda. Então, a gente vai na casa, faz essa triagem, procura os bairros mais carentes e também por indicação das pessoas mesmo. É muito gratificante poder ajudar, vendo tantas realidades, a gente se sente grato e privilegiado, e ao mesmo tempo é só nossa obrigação mesmo”, afirmou a militar.

A dona de casa Lenilda Mendes, de 26 anos, foi uma das contempladas pelas doações. Ela, que mora com o marido e uma filha de 5 anos no bairro Liberdade em Epitaciolândia, disse que a situação está complicada e que a ajuda veio em boa hora.

“Eu recebo Bolsa Família, meu marido é diarista e não está trabalhando por conta desse negócio do vírus. Quando fiquei sabendo que estavam doando, entrei em contato e pedi ajuda. Eles entregaram de tudo um pouco e ajudou demais”, contou Lenilda.

G1

Morre no Pronto Socorro jovem baleado com 3 tiros durante emboscada

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Morreu neste domingo, 5, no Pronto Socorro de Rio Branco, Raidyson Dantas Arantes, de 23 anos, natural de Manoel Urbano. Ele foi vítima de vários tiros, na noite de sábado para domingo, na região da Baixada, em Manoel Urbano, onde morava.

Transferido pelo Serviço Móvel de Urgência e Emergência de Rio Branco (Samu) o jovem não resistiu aos ferimentos e teve o óbito declarado início por volta do meio dia deste domingo, na capital.

O corpo estava no necrotério para posterior traslado a Manoel Urbano, onde será sepultado com a família.

Raidyson foi atingido com tiros na perna esquerda, braço direito e no peito, que teria trasfixado seu corpo. Segundo a família, Raidyson havia acabado de chegar em casa e estava na varanda quando pelo menos 6 encapuzados chegaram atirando no mesmo.

As policias militar e civil de Manoel Urbano apreenderam um menor de 15 anos e prenderam Anderson Padilha Jaminawa (19), e Rafael Lucas de Oliveira Souza. Outros três envolvidos são procurados pelas autoridades locais.

Mais de 80% das empresas do AC preveem demitir até 20 funcionários por conta da crise

Pesquisa da Acisa e Federacre ouviu 90 empresários do Acre entre os dias 1 e 2 de abril.

Uma pesquisa da Associação Comercial, Industrial de Serviços e Agrícola do Acre (Acisa) e Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Acre (Federacre) mostrou que 87,2% dos empresários acreanos preveem demitir até 20 funcionários por conta da crise causada pela pandemia de Covid-19.

Foram ouvidos 90 empresários dos setores do agronegócio, agricultura, pecuária, comércio, indústria e serviço do estado entre os dias 1 e 2 de abril.

Conforme a pesquisa, 60% dos empresários entrevistados têm faturamento acima de R$ 1 milhão por ano. Segundo os dados, 10,5% das empresas preveem a demissão de 30 a 50 funcionários.

O presidente da Acisa, Celestino Bento, disse que a ideia da pesquisa era tentar compreender a situação da economia e mostrar o impacto sofrido no mercado diante da pandemia.

Ele afirmou ainda que a prorrogação do decreto que suspende as atividades comerciais e serviços públicos vai afetar ainda mais a economia acreana. O governo prorrogou o decreto por mais 15 dias.

“Se a gente tinha dúvida, com essa prorrogação agora a certeza é absoluta de que isso vai afetar diretamente o emprego, algumas empresas dificilmente retornarão às suas atividades. Enfim, vai ser um colapso generalizado na economia do nosso estado. A gente tinha uma expectativa de 10% a 15% do aumento do desemprego no setor privado e agora passa aí para 30%, tranquilamente. Agora é tentar cuidar da saúde da empresa e infelizmente o trabalhador vai pagar essa conta também”, disse Bento.

Entre as medidas tomadas de forma imediata por conta da pandemia, 47,8% dos empresários responderam que deram férias coletivas aos funcionários, outros 47,8% adotaram ações de higienização de ambientes e adequações.

Ainda com relação às medidas, 22,2% implantaram o home office e 12,2% demitiram funcionários já no primeiro momento. A maioria dos empresários acredita que a crise vai durar 90 dias. Outros 26,1% acreditam que pode levar de 3 a 6 meses.

Os dados mostram que somente 4,3% consideram que sua empresa está preparada para a crise. Outros 32,6% acreditam que a empresa vai ter grandes dificuldade, mas passará pela crise.

Em relação às medidas econômicas anunciadas pelo governo do estado para tentar amenizar os impactos da pandemia, 48,9% dos empresários consideram ruins e que precisam ser revistas. Além disso, 35,9% consideram insuficientes e de pouco impacto.

O presidente da associação criticou as medidas publicadas pelo governo do estado no último dia 30 de março para minimizar os impactos econômicos causados pelo novo coronavírus.

No decreto, o governo estendeu por 60 dias prazos de contribuintes empresariais e suspendeu por 90 dias a práticas de alguns atos referentes a cobrança de ICMS. A medida porém, não exime as empresas do recolhimento do ICMS nos prazos estabelecidos.

“A pesquisa mostrou que essas medidas anunciadas pelo governo estadual e municipal não geraram nenhuma expectativa positiva para o empresariado. O governo foi muito amargo no primeiro decreto e não colocou medida nenhuma para aliviar o mercado. O mínimo que a gente esperava era que fossem prorrogados todos os tributos e impostos até a coisa dá uma aliviada”, reclamou o presidente.

Decreto governamental

No último dia 20 de março, o governador Gladson Cameli, determinou o fechamento de shoppings, bares, lanchonetes, restaurantes, centro culturais, igrejas, academias e outros estabelecimentos no estado.

Apenas supermercados, distribuidoras de água e gás, postos de combustíveis, mercados, farmácias, padarias e outros serviços essenciais podiam ficar abertos durante a pandemia.

Seis dias depois, dia 26, Cameli editou o decreto e incluiu alguns serviços na lista de prioridades. A medida foi tomada após reuniões entre o governador e representantes Acisa e da Federação das Indústrias do Acre (Fieac). A ideia era buscar um meio termo entre a saúde e a economia.

Na sexta-feira (3), o governo prorrogou por mais 15 dias o decreto que suspende atividades comerciais e o serviço público.

Além dos serviços essenciais, também podem funcionar os seguintes estabelecimentos:

transporte fluvial em balsas;
restaurantes localizados em rodovias;
oficinas localizadas em rodovias;
agropecuárias;
lavanderias;
borracharias;
call center;
chaveiros;
bancos e lotéricas;
construção civil;
hotéis, para os clientes já hospedados ou para novos, desde que no interesse da administração pública;
funerária;
telecomunicações e manutenção de redes elétricas e de telefonia e internet;
Com prévio agendamento do cliente e redução do número de funcionários no local, as empresas dos seguintes ramos também vão poder voltar ao funcionamento;
óticas;
concessionárias de veículos;
oficinas mecânicas urbanas;
pet shops.

G1

Comércio fechado, aglomerações dispersadas e medidas mais duras são adotadas pela Polícia Civil

Passada duas semanas de ações educativas levando informações a respeito da pandemia do Coronavírus e também do Decreto nº 5.465 assinado pelo governador Gladson Cameli que dispôs sobre as medidas temporárias adotadas em âmbito estadual para o enfrentamento emergencial da Covid-19 e que estabelece fechamento de comércios que não trabalham com gêneros alimentícios e de primeira necessidade, além de normas de isolamento social, a fim de se evitar uma maior contaminação pela doença, a partir de agora serão adotadas medidas mais duras.

Sanções jurídicas para quem descumprir o que versa o Decreto do Governo do Acre estão entre as medidas que serão adotadas pela Polícia Civil que realiza fiscalização diuturnamente.

Somente no sábado, 4, cerca de 20 estabelecimentos foram fechados durante a fiscalização realizada pela Polícia Civil. Dois delegados e 10 agentes percorreram dezenas de bairros da capital e constataram diversas irregularidades praticadas por comerciantes e populares.

Um conhecido bar localizado no Conjunto Tanguará, bairro da Estação Experimental, foi flagrado com clientes em seu interior e na calçada sendo atendidos normalmente, se aglomerando em mesas bebendo e comendo, numa clara violação ao Decreto.

No conjunto Tucumã o proprietário de uma distribuidora tentou burlar a fiscalização. O comercio estava com as portas fechadas e aparentemente atendendo dentro das normas, mas os policiais perceberam que o comerciante disponibilizou mesas e cadeiras na calçada do outro lado da rua onde havia aglomerado de pessoas bebendo. O comerciante foi notificado e teve que fechar o estabelecimento.

Já no conjunto esperança a Polícia Civil teve que dispersar vários grupos de pessoas que se aglomeravam as margens da via principal, próximos a uma distribuidora de bebidas. Os grupos tiveram que se desfazer e sair da via publica. Praças, quadras de esportes e locais públicos com aglomerações também foram visitados pelos policiais civis.

Abordagem a veículos e a pessoas suspeitas também foram realizadas pelos policiais, como também locais de incidência de crimes e de tráfico de drogas tiveram uma atenção especial por parte da polícia.

O Delegado Geral da Polícia Civil, José Henrique Maciel Ferreira afirmou que quem for flagrado descumprindo as determinações do Decreto governamental será penalizado e terá problemas no instante em que for renovar a legalização de seus estabelecimentos.

“Tivemos duas semanas de atuação mais educativa do que punitiva. Percorremos toda Rio Branco explicando sobre os perigos de Covid-19, sobre as determinações do Decreto nº 5.465. O próprio governo divulgou sobre o Decreto, nos meios de comunicação e nas redes sociais foi amplamente divulgado, então não tem como dizer que não estavam sabendo, agora quem descumprir será penalizado. Será realizado a ordem de fechamento e elaborado um relatório que consta todas as informações do estabelecimento, um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e o proprietário responderá por crime de desobediência. Paralelo a isso será encaminhado documento ao Fundo Estadual de Segurança Pública (Fundeseg) que é um dos órgãos que regulamente esses estabelecimentos, portanto, quem descumprir as determinações do Decreto terá problemas para renovar a regularização de seu comercio”, explicou Henrique Maciel.

O Delegado Geral enfatizou também que o descumprimento das determinações do Decreto além de crime de desobediência é um crime contra a saúde pública.

“Estamos vivendo um momento delicado, pessoas estão morrendo no mundo inteiro por causa desse vírus, estão morrendo no Brasil e enquanto Segurança Pública não vamos admitir que meia dúzia de pessoas ponha em risco a saúde de milhares de acreanos com medidas irresponsáveis. Entendemos a situação complicada que muitos comerciantes estão passando, não é nossa intenção prejudicar ninguém, mas o momento é de cuidarmos uns dos outros, de cuidarmos da saúde de todos. Nós, policiais civis estamos pondo em risco nossa saúde para cuidarmos da sua, portanto vamos fazer valer o que determinar o Governo do Acre”, destacou.
As ações de fiscalização estão sendo realizadas diuturnamente e só encerrarão por determinação superior.

Secom

Carro capota em avenida de Rio Branco e passageiros fogem após acidente

A PM ainda foi acionada para verificar se o veículo era roubado, o que não foi confirmado

Um carro capotou na noite deste domingo (5), na Avenida Amadeo Barbosa, na região do Segundo Distrito de Rio Branco. Os passageiros do veículo fugiram do local após o acidente.

Segundo informações da polícia, um carro modelo Honda Civic, de cor cinza e placa OVG-9408, estava trafegando, supostamente, em alta velocidade, no sentido 4° Ponte – Arena Acreana, quando o condutor não conseguiu fazer a conversão em uma rotatória e bateu no meio fio, fazendo o carro capotar por cinco vezes, até parar em uma área de mata.

Após o acidente, segundo testemunha, três pessoas saíram do veículo, aguardaram a chegada de outro carro e fugiram do local. A Polícia Militar ainda foi acionada para verificar se o veículo era roubado, o que não foi confirmado.

O Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTrans) esteve no local do acidente e isolou a área para a chegada da perícia, onde foi confeccionou um boletim de ocorrência de trânsito.

O veículo foi removido por um guincho para o pátio do Detran. O caso será investigado pela Polícia Civil.

ContilNet

Homem é morto a pauladas após bebedeira em ramal de Rio Branco

Um homem, ainda não identificado, mas que aparenta ter 40 anos, foi morto a pauladas, na noite deste domingo (5), após uma bebedeira no Ramal do Pica Pau, na região do Bairro Amapá, em Rio Branco.

Segundo informações da polícia, a vítima recebeu várias pauladas na cabeça, após ter se desentendido com um “amigo” no momento em que saia do local da bebedeira.

O corpo foi localizado por moradores da região que viram o homem caído, e ao se aproximar, viram que na verdade a vítima estava morta.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ainda foi acionado, mas quando os socorristas chegaram no local, só puderam constatar que a vítima já estava sem vida.

A área foi isolada para os trabalhos da perícia. Agentes do Instituto Médico Legal (IML) recolheram o corpo e levaram para a sede, onde serão realizados os devidos exames cadavéricos.

Policiais Militares estiveram no local do ocorrido, colheram informações sobre o autor do crime e fizeram buscas na região, mas ninguém foi encontrado até o momento.

Ainda não se sabe a motivação do crime. O caso será investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Alerta Acre

Sobe para 48 o número de casos de coronavírus no Acre

A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), por meio do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), informa que mais dois casos testaram positivo para coronavírus, subindo de 46 para 48 o número de casos confirmados no estado, neste domingo, 5, com base nas informações do Centro de Infectologia Charles Mérieux, em Rio Branco.

Os dois casos confirmados são de duas mulheres aposentadas, uma de 81 anos e outra de 75. As duas tiveram contato com outros casos positivos.

O número de casos notificados subiu de 617 para 628. Dos casos, 477 foram descartados, ou seja, que testaram negativo para Covid-19. O número de casos em análise diminuiu de 106 para 103, neste domingo.

Mais três pessoas receberam alta da doença, além das 23 já divulgadas anteriormente. Assim, o Estado registra que de 48 pessoas com Covid-19, 26 delas já não apresentam o vírus no organismo.

“Não precisamos esperar morrer alguém para entender a gravidade do momento”

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Entrevistamos Simone Fernandes, irmã da advogada Isabela, que esteve entre a vida e a morte na UTI do PS, e que teve alta neste sábado, 4; Simone, que é fisioterapeuta, também está na linha de frente do combate à pandemia

Depois de ficar entre a vida e a morte, por seis dias, na Unidade de Terapia Intensiva do 5º andar do Pronto-Socorro e, quatro dia antes, ter sobrevivido a uma parada cardiorrespiratória que durou dez minutos, a advogada Isabela Fernandes, 37 anos, obteve alta na tarde deste sábado, 4, avalizada pela médica Íris Ferraz, intensivista-chefe das UTIs do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco.

O último teste chegou na manhã e deu negativo para Covid-19, encerrando uma luta pela vida que começou no dia 7 de março, quando ela chegou de Fortaleza (CE) com sintomas leves da doença. Isabela foi um dos primeiros três casos confirmados de contaminação por coronavírus no Acre.

A AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DO ACRE conversou com a irmã da advogada, a fisioterapeuta Simone Fernandes, que também acompanhou os dias difíceis para toda a família, já que integra a equipe de profissionais da UTI Covid-19 – como é chamado o andar do hospital que dispõe de dez leitos de UTIs para pessoas que eventualmente precisarem ser internadas em estado grave, como foi o caso de Isabela.

Leia os principais trechos da entrevista

“Deus ali operou e ela voltou”

“No dia 7 de março, minha irmã chegou de Fortaleza, com sintomas leves. Mas piorou, e já no dia 15, apresentou febre. Foi à uma clínica particular e fez os exames. Voltou pra casa e ficou de quarentena. Seis dias depois, já no dia 21 de março, foi internada com febre e dispneia [dificuldade de respirar caracterizada por respiração rápida e curta].

Da madrugada do dia 22 para o dia 23, uma segunda-feira, ela foi entubada e foram sete dias de muita angústia, pra mim como família, e também como profissional. E nesta mesma segunda-feira, ela teve uma parada cardiorrespiratória de dez minutos.

Não tínhamos certeza da vida dela e graças a Deus foi um milagre. Deus ali operou e ela voltou. Tudo foi primeiro com Deus e, em segundo, com os profissionais.

E começamos essa batalha para abrir a UTI, que estava ainda em processo. No dia 27, uma sexta-feira, ela deu entrada na verticalização da ‘UTI Covid-19’ do Pronto-Socorro, quando foi totalmente assistida por profissionais mais indicados, profissionais muito competentes, e que por isso, me deixaram um pouco mais tranquila.

Logo depois, retiraram os tubos da Isabela, para que respirasse espontaneamente. Ela ainda estava com o pulmão muito prejudicado, muito confusa, mas a equipe continuou cuidando dela, com todas as medidas necessárias.

Foi evoluindo e melhorando, até que na quinta-feira, 30, apresentou uma melhora extremamente significativa.

Foi aí que o milagre foi completo, porque hoje vendo os exames dela, nem parece que é uma pessoa que há uma semana estava à beira da morte.

Ontem a dra. Íris deu alta, e, mais uma vez, o Sistema Único de Saúde aprovou um leito no 4º andar aqui do PS, que em meia hora estava pronto para recebê-la.

Ela desceu para o quarto andar e hoje está em casa, tranquila, comendo e se alimentando, depois do exame deste domingo ter dado negativo”.

O estigma da infecção por coronavírus

“Minha irmã sofreu muito, tanto com a doença quanto pelo preconceito. Foi estigmatizada pelas pessoas que não entendiam direito a situação. A culpavam toda hora nas redes sociais por estar doente, e a acusavam de trazer risco para as pessoas. Mas não entendiam que ela também foi vítima da pandemia. Algo tudo muito novo até agora para todos nós.

Chegaram a divulgar uma foto dela como se estivesse morrido, tamanho é o desrespeito das pessoas com o sofrimento dos outros”.

Paciente de risco

“A Isabela tomava remédio controlado por conta de um quadro depressivo que ela trata há muito tempo. E nos últimos dois anos, teve uma perda de peso acentuada. Os remédios antidepressivos a deixaram com a imunidade alterada, muito baixa mesmo. E ela estava nesse tratamento. Vivia assim: com muita enxaqueca, com muita gripe, tudo por conta da imunidade pelo uso de medicação controlada.

E quando ela foi para esse congresso, ela teve contato com outra pessoa lá em Fortaleza que, provavelmente, foi de onde veio a contaminação.

O perfil do vírus da Isabela era de um perfil bem complexo. A gente pode dizer que é o mais agressivo, mas a recuperação também foi muita rápida. Da mesma maneira que ela ficou muito mal, ela melhorou muito bem.

Hoje ela continua em tratamento pulmonar. Não tem sequelas nos pulmões, mas precisa melhorar a capacidade total deles. Isso leva algum tempo, mas hoje ela não tem mais o vírus”.

O apelo de uma profissional de Saúde

“Eu falo agora como uma fisioterapeuta que está na linha de frente desta guerra contra um vírus, e também posso falar enquanto membro de uma família que viu um dos seus quase morrendo.

As pessoas precisam respeitar as recomendações de ficar em casa, porque hoje a gente vê muitos dando pouca importância a um procedimento tão importante para salvar vidas.

Não precisamos esperar morrer alguém para entender a gravidade do momento que estamos vivendo hoje.

A gente está numa situação de pandemia atípica, em que todo mundo está medindo esforços, a equipe de saúde, eu enquanto fisioterapeuta, todos se colocando em risco. Estamos nos preparando para isso muito antes da minha irmã ter ficado doente.

E hoje, quando a gente sai nas ruas e vê pessoas se aglomerando, pessoas não dando importância, como se isso não fosse real. Então, como profissional e como família, eu digo que é muito real, e que se a gente não se cuidar, a pessoa que está lá na rua pode ser a próxima.

E vamos estar preparados aqui para cuidar, mas se puderem evitar ao máximo não precisamos chegar ao extremo de ter que escolher de quem vamos cuidar, se a coisa se agravar.

O Estado, o Ministério da Saúde, está todo mundo se organizando para atender ao maior número de pessoas, mas a gente não sabe qual é a proporção disso. Não sabemos quantas pessoas serão atingidas, mas estaremos a postos, deixando as nossas famílias, cuidando para que elas fiquem em casa”.

SECOM