quinta-feira, 17 julho 2025
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Cruzeiro do Sul recebe mais 30 toneladas de massa asfáltica para reforçar recapeamento de ruas

A Prefeitura de Cruzeiro do Sul deve receber, ainda esta semana, mais 30 toneladas de massa asfáltica para reforçar o recapeamento de ruas. No momento, a operação segue no Bairro são José e na Rua de Alagoas, onde estão sendo aplicadas 30 toneladas de polímero.

Segundo o coordenador técnico da Secretaria de Obras, Josinaldo Batista, com a chegada do verão amazônico, as atividades de recapeamento e operação de tapa buracos serão intensificadas.

“Essa é a época do ano que mais temos condições de trabalhar. A medida que a operação tapa buracos vai avançando, vamos seguindo com o recapeamento. Conseguimos fazer entre 2 a 3 quilômetros com essa quantidade de material”, completou.

O prefeito Ilderlei Cordeiro destacou que seu compromisso é recapear o maior número possível de ruas no município.

“Hoje estamos realizando o recapeamento de ruas no bairro São José e aqui na Rua de Alagoas até o bairro do Remanso. Próxima semana estaremos lançando nosso programa de recuperação de ruas o “Verão em Ação” que irá ampliar nossos serviços de recuperação de ruas em nossa cidade. ”, disse o prefeito.

Ascom

Bestene diz que exames de coronavírus serão realizados por robô no Acre

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O deputado estadual José Bestene, do PP, declarou na sessão da Assembleia Legislativa desta terça-feira, 28, que o centro de exames Charles Mérieux, em Rio Branco, vai receber um robô para realização dos exames.

Segundo o progressista, a partir de amanhã vai ser mais acelerado o resultado dos exames de Covid-19. “Vai ser disponibilizado um robô para acelerar a realização dos exames”, ressaltou.

O parlamentar frisou que a medida além de ser importante para a realização de mais exames, vai ajudar os profissionais que estão sobrecarregados no estado.

Calegário cobra explicações de Tião Fonseca sobre suposta sabotagem no abastecimento de água

O deputado estadual Fagner Calegário (PL) solicitou durante a sessão, realizada online, desta terça-feira (28), que a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac) convoque, formalmente, o diretor-presidente do Depasa, Tião Fonseca, para prestar esclarecimentos sobre as acusações que pairam contra ele de ter sabotado o sistema de água para forçar o governo a pagar uma empresa que tem como acionista a própria esposa.

Calegário afirmou que mesmo sendo ainda suposições se tratam de denúncias graves feitas por fontes e reiteradas com comprovantes de pagamentos de que Fonseca usou a fonte 700, de arrecadação própria do órgão, para pagar a empresa de sua esposa e que, portanto, é necessário que o gestor esclareça os fatos.

“Se a Mesa Diretora não quiser eu mesmo farei o requerimento no final desta sessão, pois trata-se de uma denúncia gravíssima de que o presidente do Depasa supostamente está envolvido em sabotagem e outras irregularidades”, diz.

Na última semana, o jornal Folha do Acre trouxe com exclusividades denúncias munidas de provas contra Tião Fonseca e nesta terça-feira o Ministério Público do Acre sugeriu ao governo do Acre que afaste o gestor do Depasa do cargo.

‘Precisamos que resolvam a falta de água e de vergonha na cara’, diz Lene ao convocar diretor do Depasa a se explicar na Câmara

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A vereadora de Rio Branco pelo PSD, Lene Petecão, fez um duro discurso na sessão realizada online nesta terça-feira (28) a respeito da necessidade de tomar atitudes para que se resolva a questão da falta de água na capital e cobrou satisfações a respeito de supostas irregularidades praticadas pelo diretor-presidente do Depasa, Tião Fonseca.

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Diretor do Depasa é acusado de sabotar sistema de água para pressionar Gladson a pagar empresa da esposa

Lene apresentou um requerimento solicitando que Fonseca se explique à Câmara Municipal de Rio Branco.

“Que ele responda ou os órgãos de fiscalização fiscalizem. O diretor está sendo acusado de sabotar o sistema de água para forçar o governador a realizar um pagamento. Isso é gravíssimo e inaceitável. Precisamos resolver esta questão da falta de água e de vergonha na cara”, diz.

No requerimento apresentado à Mesa Diretora da Câmara Municipal de Rio Branco, Lene Petecão solicita que Tião Fonseca compareça, via online, na sessão de 5 de maio para esclarecer as questões que envolvem o desabastecimento de água na capital e interior.

“Considerado que milhares de pessoas estão sem abastecimento de água nessa cidade, a situação da pandemia poderá se agravar ainda mais. Água é bem essencial, ainda em uma situação de calamidade dessas onde a higinenização é forma de combater uma doença contagiosa”, diz.

Outros vereadores também seguiram a mesma linha de Lene Petecão e solicitaram que a questão do abastecimento seja resolvido urgente. O vereador Mamed Dankar (PT) afirmou que é preciso que Tião Fonseca, acusado de sabotar o sistema de água do Depasa, defenda-se ou que seja imediatamente investigado pelos órgãos de controle.

“Isso precisa de uma atenção e uma resposta urgente. Que ele diga o que acontece, defenda-se do que é acusado ou que os orgãos fiscalizem imediatamente. O que não podemos é ficar sem água”, diz.

O vereador emedebista Emerson Jarude sugeriu que o governador Gladson Cameli (PP) tome uma atitude urgente e dispolitize o órgão.

“Falta de água numa pandemia dessa é de uma gravidade imensa. É importante despolitizar o Depasa e resolver esta situação de uma vez por todas”, diz.

O médico infectologista e vereador Eduardo Farias (PCdoB) cobrou um plano de contigência e alertou para os perigos de falta de água diante de uma crise sanitária como a que está sendo atravessada.

“A falta de água em momento deste joga por terra toda as atitudes que devem ser levadas a cabo durante uma pandemia dessas. Por que não temos um plano de contigência?”, questionou.

Acre registra mais 2 mortes por coronavírus e chega a 16 vítimas da doença

O Governo do Estado do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Saúde do Acre, informa que duas pessoas morreram em decorrência do agravamento por Covid-19, na noite desta segunda-feira, 28, no estado. Desse modo, subiu de 14 para 16 o número de óbitos pela doença, sendo um homem, de 45 anos, e uma mulher de 57, que estavam internados em unidades hospitalares de Rio Branco.

D. L. L., 45 anos, era assistido na Sala de Emergência Clínica Covid-19, do Pronto-Socorro de Rio Branco. O homem deu entrada na unidade no dia 26 deste mês com os sintomas de contaminação pela doença.

D. L. L. é o primeiro caso de morte por coronavírus em que a vítima não apresentava outra comorbidade.

A mulher de 57 anos, cujas iniciais do primeiro nome são E. M. J., estava internada na Unidade de Terapia Intensiva do Pronto-Socorro de Rio Branco, e tinha como agravantes hipertensão e diabetes.

Com essas mortes, o estado registra 16 óbitos causados pela pandemia de Covid-19 até o momento.

Jesus Sérgio anuncia o pagamento de R$ 1 milhão para a Saúde de Cruzeiro do Sul

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O deputado federal Jesus Sérgio (PDT) anunciou nesta terça-feira (28) o pagamento de R$ 1 milhão para investir na saúde de Cruzeiro do Sul, neste período de pandemia do novo coronavírus. Os recursos, de origem do Fundo Nacional de Saúde, já estão na conta da Prefeitura. Além disso, o parlamentar também anunciou o empenho de R$ 300 mil, valor que também foi enviado para custear os postos de saúde do município.

E, ainda há mais recursos destinados pelo deputado Jesus Sérgio para Cruzeiro do Sul. Dentre estes recursos está uma emenda parlamentar, no valor de R$ 500 mil, para ampliação do Hemonúcleo do município e mais R$ 100 mil, para aquisição de equipamentos do Hospital Regional da cidade.

” Neste período de crise na saúde por causa da Covid-19 temos que buscar recursos para investir e melhorar o atendimento à população. Com estes recursos o município poderá usar no combate ao vírus e também adquirir material de proteção para os profissionais de saúde”, destacou Jesus Sérgio.

Vale ressaltar que Cruzeiro do Sul é um município polo que também atende pacientes de cidades vizinhas.

Assessoria

Mecânico morre por Covid-19 e número de mortes pela doença sobe para 15 no Acre

O mecânico Denis Lopes, 45 anos, que estava internado no Pronto Socorro de Rio Branco foi a óbito na madrugada desta terça-feira (28) vítima de coronavírus. Denis é a 15ª vítima do coronavírus no Acre.

O caso foi confirmado pelo governo e também pela Secretaria de Saúde do estado (Sesacre).

O paciente, segundo a família, não tinha outras doenças que o colocassem no grupo de risco. O exame com o resultado positivo para Covid-19 saiu na noite de segunda-feira (27), mas a mulher dele conta que Lopes estava internado na UPA do Segundo Distrito desde sábado (25).

Oficialmente a Secretaria de Saúde do Acre não sabe precisar se foi 1 ou dois óbitos pela doença nas últimas 24 horas.

Os números da Sesacre podem estar subnotificados. Oficialmente, o órgão declarava até segunda-feira (27) 14 óbitos, mas aguardava seis exames de outros mortos que estavam com suspeitas da doença o que pode levar para 20 o número de vítimas em Rio Branco.

Família que foi despejada por não ter dinheiro para aluguel recebe lar na capital

“Deus colocou muitos anjos nas nossas vidas. Não sei como agradecer”, disse a dona de casa

A solidariedade foi tanta que a dona de casa Maria Luzia Barbosa, que foi despejada da residência que morava com 8 crianças e 4 adultos, por não conseguiu pagar os meses de aluguel que devia, nesta segunda-feira (28), logo conseguiu um outro espaço para ficar com a família nos próximos dois meses.

Maria foi para a calçada com todos os seus pertences, no bairro João Eduardo, quando começou a receber várias doações em dinheiro e cestas básicas. No mesmo dia, uma pessoa se disponibilizou a pagar dois meses de aluguel para a família se hospedar.

“Deus colocou muitos anjos nas nossas vidas. Não sei como agradecer. Recebemos inúmeras doações em dinheiro e cestas básicas e, finalmente, uma casa para morar e abrigar as crianças. Eu sou muito agradecida por cada um que olhou para nossa situação e nos ajudou”, disse.

A dona de casa explicou que as ligações foram tantas que, infelizmente, ela não conseguiu atender todas, mas que reconhece a força de vontade das pessoas que acompanharam sua situação.

Neste momento, Maria pede a doações de fraldas descartáveis para um recém-nascido, além de roupas para criança de 1 ano. Os interessados podem ligar no (68) 99924-1409.

ContilNet

Anvisa libera testes rápidos para coronavírus em farmácias

Segundo a diretoria do órgão, é necessário que haja profissionais capacitados nesses estabelecimentos para realizar os exames

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, nesta terça-feira (28/04), por unanimidade, a utilização de testes rápidos para diagnóstico de coronavírus em farmácias. A medida foi aprovada pela diretoria colegiada do órgão temporariamente e em caráter excepcional.

Apesar da liberação, é necessário que haja profissionais capacitados nesses estabelecimentos para realizar os testes.

Segundo o diretor-presidente do órgão, Antonio Barra Torres, que foi o relator da questão, a autorização de realização desses testes em farmácias é importante para aumentar o acesso da população ao diagnóstico da doença e ampliar as frentes de detecção do vírus.

O relator destacou que a medida perde a validade automaticamente assim que o Ministério da Saúde suspender o estado de situação de emergência em saúde pública de importância nacional.

Devido à urgência do tema, alguns trâmites usuais na aprovação de processos como esse foram dispensados, como a realização de análise de impacto e a abertura de consulta pública sobre o tema.

Metrópoles

Música, cárcere e greve de fome

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Por Ana Lemos Lovisaro

Ana Lemos Lovisaro

Mais uma notícia terrificante nos invade e estremece. A morte, por greve de fome, de integrantes de um grupo musical turco, veiculada pelo canal televisivo de notícias RaiNews24.

O início de tudo. Quatro amigos e então estudantes da Universidade de Marmara decidiram formar um grupo musical em 1985 chamado Grup Yorum, cujo significado na língua turca é comentário, porque as letras de suas músicas eram dirigidas ao compromisso com a democracia e com a liberdade de imprensa. Com 25 álbuns, mais de dois milhões de cópias vendidas, já não se apresentavam há anos, conforme noticiado pelo quotidiano La Repubblica.

O Grup Yorum vinha enfrentando crescente repressão, com seus membros acusados de propaganda terrorista pela suposta afiliação ao Dhkp-c (sigla turca para Devrimci Halk Kurtuluş Partisi-Cephesi, ou seja, Frente revolucionária para a libertação do povo), organização considerada terrorista na Turquia. O último show ao vivo do grupo remonta a 2015, antes de ser definitivamente impedido de tocar pelo governo turco, apesar de os seus integrantes terem negado qualquer afiliação à organização política, consoante teor do artigo de Eliot Bates, publicado pela Oxford University Press.

Com base em tais acusações, o grupo musical foi proibido de realizar shows e parte de seus integrantes foi detida meses antes do início dos respectivos processos. Em maio passado, a vocalista Helin Bölek e o guitarrista İbrahim Gökçek iniciaram uma greve de fome para pedir: o fim das batidas policiais no Centro Cultural İdil – um local por eles reputado como ponto de encontro e de referência cultural do distrito de Okmeydanı Istambul, alvo contínuo de ataques policiais e de destruição de equipamentos e móveis; a remoção dos nomes dos integrantes do Grup Yorum das listas de procurados; a eliminação da proibição de o grupo musical apresentar-se em público; o cancelamento dos processos movidos contra os seus membros e a libertação de todos os integrantes atualmente presos, conforme notícia divulgada no site de informação político-internacional L’AntiDiplomatico.

Assim, dos integrantes do grupo musical submetidos ao cárcere, alguns deles permaneceram obstinadamente imbuídos dos valores em que acreditavam, decidindo por adotar a greve de fome em protesto contra o que alegavam ser uma ilegítima e injusta prisão. Após 288 dias sem comer, a cantora turca Helin Bölek morreu no início deste mês aos 28 anos de idade. E ao amanhecer de sexta-feira, 24 de abril, também morreu İbrahim Gökçek, após 297 dias sem alimentação, consoante veiculado pelo site de notícias DinamoPress.

Verdadeiras ou não as alegações de injustiça e de ilegitimidade das persecuções e prisões perpetradas contra os referidos musicistas, alguns fatos são certos: a notoriedade da instabilidade política na Turquia, a perseguição gigantesca pelo governo turco de seus opositores e da demissão de centenas de juízes naquele país, conforme consta na decisão colegiada da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal – STF, do dia 6 de agosto de 2019, que indeferiu o pedido de extradição n. 1578, formulado pelo governo da Turquia em face do empresário Ali Sipahi. O pedido de extradição estava baseado na acusação de que o empresário, naturalizado brasileiro, integraria organização terrorista. O Ministro relator da decisão explicitou, inclusive, a justificada dúvida quanto às garantias de que o extraditando (imputado) seria efetivamente submetido a um tribunal independente e imparcial, num quadro de normalidade institucional, a salvo de instabilidades e pressões, ao invés de responder perante um tribunal ou juízo de exceção.

Ainda sobre a criticidade no território Turco, um relatório do Conselho Nacional Forense italiano, intitulado: A perseguição em massa dos advogados na Turquia – prisões e condenações arbitrárias (2016-2020), trouxe à luz os casos de violência e repressão contra advogados. Muitos ameaçados, feridos e injustamente presos e condenados, apenas em razão de terem exercido escrupulosamente e autonomamente o mandato defensivo. Segundo consta no rapport, um grande número deles está preso nesse país e alguns condenados a longas penas ao final de julgamentos arbitrários levados a efeito sem qualquer observância das garantias processuais e de regras previstas em convenções internacionais.

Diante do quadro exposto, não seria desarrazoado acreditar que os musicistas perderam a liberdade, os sonhos e, por fim, a vida, em silencioso e excruciante protesto contra a opressão e a violação dos direitos humanos em seu país. E como bem costumava lembrar o economista e filósofo indiano Amartya Sen, os direitos humanos pertencem a cada um de nós enquanto pessoa, independentemente da cidadania e da legislação territorial. Portanto, direitos de inescusável observância por quem quer que seja e em qualquer lugar.

Não é à toa que a linguagem dos direitos humanos, a partir do texto da Declaração universal, é uma resposta reativa à memória recente de horror e de crueldade, cujo exemplo paradigmático resta sendo o holocausto do povo hebreu. Assim, tal linguagem é intrinsicamente conexa à memória do mal. E qualquer que seja a interpretação da manifestação nociva que campeia em nossos dias, o respeito pelos direitos humanos não poderia jamais claudicar, sob pena de não conseguirmos neutralizar a capacidade danosa ligada à nossa própria espécie e da qual é impossível se desfazer, pois, para eliminá-la, precisaríamos mudar de espécie, segundo já asseriu o filósofo búlgaro Tzvetan Todorov.

Muitas coisas horríveis vêm acontecendo aos olhos de todos, é parece que a cognição do mal há simplesmente precedência sobre a interpretação do bem. A minimização do sofrimento socialmente evitável parece ser preferível à maximização de uma boa ação. Deveríamos ficar preocupados com isso e não indiferentes, até porque sabedores de que o léxico dos direitos humanos, colocando acento sobre a inviolabilidade fundamental da pessoa, pressupõe que o reconhecimento devido à propriedade de prerrogativas morais consiste, justamente, no respeito aos confins desses apanágios naquele espaço de escolha que cada um pode fazer. Qualquer invasão a tais limites outra coisa não é senão a prática, o tratamento e a política da crueldade e da opressão.

Está mais do que na hora de se alcançar a consciência da necessidade de expor inequivocamente o próprio posicionamento e postura contestadora a anômalos exercícios de poder e de autoridade política. Os valores da democracia, da igualdade e do respeito pelos direitos humanos são primordiais para a consecução e manutenção da paz e de um viver digno. Da mesma forma, inexistirá paz e estabilidade enquanto houver opressão e repressão. Além disso, não encontra abrigo em um Estado democrático de direito a prevalência de um interesse individual em violação ao interesse de uma coletividade. Sem falar que é abominável a prisão ou a permanência nos cárceres de milhares de pessoas em razão de terem manifestado a própria forma de pensar. Infelizmente, tortura e prisão motivadas por questões políticas, muitas vezes sem julgamento, são ações corriqueiras, praticadas e toleradas mesmo em algumas nações consideradas “democráticas”.

A respeito, convém lembrar que em um dado momento, na década seguinte à queda do muro de Berlim, a democracia parecia ter ganhado lugar na história como uma forma política triunfante e indiscutível. Tal fenômeno, inclusive, foi identificado pelo cientista político Samuel Huntington como terceira onda de democratização que fizeram com que regimes ditatoriais e autoritários fossem substituídos por sistemas democráticos. Hoje, trinta anos depois da queda do muro, a sensação é de que a humanidade está caminhando aturdidamente em direção ao restabelecimento de regimes iliberais ou à transformação nocente da própria democracia.

E como exemplos de “democracias iliberais”, faz-se oportuno citar também a Hungria e a Polônia, onde existe um nítido controle político da magistratura. Controle esse alcançado com a vigorosa redução da idade para aposentadoria e que propiciou a renovação de mais de 2/3 de juízes em um curto espaço de tempo (6 meses), sobretudo das altas cortes, ao passo que a modalidade de nomeação dos juízes também foi alterada, de modo a sujeitá-los à influência do poder político mesmo em caso de seleção por concurso, já que o candidato proveniente do governo contaria com larga pontuação no certame. Acresça-se a isso o controle dos meios de comunicação público e privado, dada a aprovação e adoção de algumas leis voltadas a disciplinar a liberdade de informação e a regulamentar o sistema de serviços multimídia, os produtos de imprensa e de comunicação. Tudo agora submetido a uma Authority desprovida de composição pluralista que contemple as diversas orientações presentes na sociedade, a teor do artigo de Maria Angela Orlandi, publicado na Revista de Diritto pubblico comparato ed europeo.

Enfim, o horizonte cinzento é este. Vidas e sonhos estão sendo perdidos ou sacrificados desgraçadamente em “pseudodemocracias”. A partida, contudo, ainda está a decorrer, resta saber quem se esforçará mais para ganhar o jogo. Que os exemplos de países como a Turquia, a Hungria, a Polônia e tantos outros sirvam como alerta ao mundo inteiro em relação à causa democrática e de direitos humanos.

Ana Lemos Lovisaro é advogada e doutoranda na Università di Roma “Tor Vergata”