Após sessão tensa na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o Instituto de Gestão de Saúde do Acre (Igesac) foi aprovado pela maioria dos deputados estaduais na noite desta quarta, 3, por meio da plataforma digital.
O embate foi conduzido pelo presidente da Casa, Nicolau Júnior (PP), por videoconferência. O líder do governo travou batalha com a oposição que foi guerreira, mas, não tinha maioria na Casa.
Antes da aprovação do instituto, foram realizadas audiências públicas com sindicatos e representações ligadas ao sistema de saúde do Estado. Cerca de 40% das unidades de saúde vai ser gerida pelo instituto.
O projeto tem por objetivo garantir o emprego de cerca de mil servidores contatados em 2008, na gestão de Binho Marques.
Pesquisa que invalidou cloroquina não apresenta argumentos, afirma OMS
Após a análise de um estudo publicado pela revista médico-científica The Lancet, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciou hoje (3) durante coletiva de imprensa que o grupo responsável retomará os protocolos com a cloroquina e sua variante mais recente, a hidroxicloroquina.
“Como vocês sabem, na última semana o Grupo Executivo dos Testes de Solidariedade [nome dado ao grupo de pesquisa que busca medicamentos eficazes contra o SARS-CoV-2] decidiu suspender o ramo de testes com hidroxicloroquina por preocupação no uso da droga. Essa foi uma decisão de precaução. Com base nos dados disponíveis, os membros recomendaram que não há razões para suspender o protocolo de testes”, afirmou Tedros.
A suspensão durou 10 dias (o anúncio foi feito em 25 de maio). Os testes com a hidroxicloroquina serão retomados com 3.500 pacientes em 35 países, informou o diretor-geral. Vários especialistas do mundo inteiro já haviam se manifestado contra a metodologia de mineração de dados usada pela Surgisphere – empresa responsável por coletar números para o estudo. “A OMS está comprometida em acelerar o desenvolvimento de terapias eficazes, vacinas e diagnósticos [contra a covid-19] como parte do nosso compromisso em servir o mundo com ciência, resolução de problemas e solidariedade”, complementou.
Durante entrevista ao jornalista Saimo Martins, do site ContilNet Notícias, o governador do Acre, Gladson Cameli (PP), afirmou que pensa em disputar a reeleição.
“Quem decide é a população, é Deus, mas eu penso sim em disputar uma reeleição ao governo. Estou amando ser governador, já envelheci 30 anos, mas sempre gostei do Executivo”, diz Cameli.
O governador explicou que o cargo de chefe do Executivo tem seus desafios e momentos ruins, mas ele pensa em disputar novamente o cargo.
“Não é facil você se preocupar e saber que tem 1 milhão de pessoas dependendo da sua decisão, tem o fogo amigo, tem os problemas políticos, mas penso sim em disputar a reeleição”, diz.
O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), afirmou durante entrevista ao site ContilNet que não vai declarar apoio a nenhum candidato à Prefeitura de Rio Branco antes do dia 13 de junho, data em que o governo vai flexibilizar as medidas de isolamento social contra a pandemia de coronovírus.
“Não posso tratar sobre eleições neste momento, pois não tenho tempo para nada além de tratar sobre o combate a Covid-19. Depois do dia 12 de junho, quando vamos flexibilizar as medidas, posso começar a tratar sobre o assunto. Não sou candidato a nada, sou candidato a derrotar a Covid”, diz.
Gladson elogiou o trabalho da prefeita Socorro Neri (PSB), a quem classificou com uma “ótima gestora”.
“Ela (Socorro Neri) tem trabalhando de forma silenciosa, calada, como uma professora, e tem feito um ótimo serviço”, diz.
Sobre candidatura própria do PP à prefeitura da capital, Gladson diz que vai conversar com a executiva do partido para tratar sobre uma possível candidatura da sigla rumo à prefeitura. O governador afirmou que se o partido resolver lançar um nome à disputa ele vai apoiar.
A prefeita de Rio Branco, Socorro Neri, divulgou nota informando que a prefeitura não foi notificada de nenhuma operação da Polícia Federal.
Confira a nota:
NOTA OFICIAL
A Prefeitura de Rio Branco informa que, até o momento, não recebeu notificação, vistoria ou qualquer ação relativa à Operação Off-Label deflagrada pela Polícia Federal, nesta quarta-feira, dia 3.
Informa ainda que apoia todas as medidas de combate à corrupção.
Na tarde dessa quarta-feira (03/06) a Deputada Federal Mara Rocha promoveu uma reunião remota, entre diretores da Administração Aduaneira da Receita Federal e representantes dos comerciantes de Epitaciolândia e Brasiléia, para tratar sobre as dificuldades no comércio naquela região de fronteira.
O encontro contou com a presença do empresário Sr. José Carlos Castilho, da Frios Vilhena; do Dr. Bruno Lameira Itani, Advogado e representante dos comerciantes de Epitaciolândia;do Dr. Fausto Vieira Coutinho, Subsecretário de Administração Aduaneira da Receita Federal do Brasil; e da parlamentar tucana.
A reunião foi uma solicitação dos comerciantes de Epitaciolândia que, a partir do fechamento das fronteiras por conta da pandemia do novo Coronavírus, têm enfrentado dificuldades para continuar promovendo o comércio com a cidade de Cobija, na Bolívia.
Segundo o Sr. José Carlos, com o fechamento das fronteiras, os bolivianos estão fazendo os pedidos de compras por telefone e as mercadorias são entregues na fronteira, onde é feito o transbordo, sempre respeitando o limite de 2 mil dólares por transação. “Infelizmente, a Receita Federal não aceitou essa forma de comércio e, através do Ofício No 0015/IRF/EPI/AC, determinou que esse modelo não se configura comércio fronteiriço, e sim, modalidade de exportação. Estamos tentando reverter isso, pois os volumes de venda são pequenos, e o processo de exportação é extremamente burocrático, inviabilizando nossos negócios”.
A determinação da Receita Federal, gerou uma queda drástica nas vendas, uma vez que 90% dos alimentos consumidos na cidade de Cobija na Bolívia, são provenientes do comércio brasileiro.
Muitos empresários já estão enfrentando dificuldades para pagar os funcionários e já cogitam fechar seus empreendimentos. Mara Rocha solicitou uma solução, levando em conta esse momento excepcional: “Compreendo que a Receita Federal precisa garantir que não está havendo fraudes ou evasão de divisas, mas, em um momento tão delicado, temos que encontrar uma solução, que atenda aos comerciantes da região e à população boliviana, que depende dessas mercadorias. Acredito que a Receita pode encontrar um meio termo, garantindo que o comércio fronteiriço continue ocorrendo, nos moldes simplificados que já existem”.
O Subsecretário de Administração Aduaneira garantiu que buscará, juntamente com o representante da Receita na 2a Região Fiscal, uma solução que garanta o pleno funcionamento do comércio naquela região: “Estou tomando conhecimento dessa situação e minha equipe irá buscar uma solução que atenda aos interesses dos comerciantes daquela área, sem descuidar dos interesses da Receita Federal. Compreendo o momento excepcional que estamos vivendo e, no menor tempo possível, entrarei em contato com a Deputada Mara para trazer uma resposta a essa demanda”.
“Estou satisfeita com esse primeiro contato, em que representantes dos comerciantes da fronteira puderam expor sua reclamação diretamente ao representante da Receita Federal e tenho certeza de que será encontrada uma saída equilibrada para o impasse. Isso é medida de justiça econômica para os comerciantes do Acre e de sensibilidade humanitária para a população de Cobija”, finalizou Mara Rocha.
O médico urologista, João Luiz Angelim, acaba de falecer no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco. O paraense, que morava há muitos anos em Cruzeiro do Sul, estava internado no Hospital do Juruá há três semanas. Mas foi transferido no último sábado, 30, para a capital acreana.
Angelim testou positivo para Covid-19 e seu estado de saúde se agravou na última semana.
Natural de Belém, o médico morou boa parte da vida no Rio de Janeiro. Foi vereador em Rio Branco de 2000 a 2004 e, em seguida, se mudou para trabalhar em Cruzeiro do Sul, onde morava atualmente.
“Minha mãe tem 86 anos e não sabe q estou na linha de frente! Escondo dela a verdade pra não preocupa-la”, com esse relato, nossa homenageada de hoje abriu a conversa com o AGORAACRE relatando um pouco da batalha que o coronavirus impõe aos profissionais da saúde.
Pediatra, com residência em terapia intensiva, dra. Eliza é o que podemos chamar de “anjo da guarda”. Ela contou que desde que aceitou o desafio para atuar na linha de frente no enfrentamento ao coronavirus, sua vida mudou completamente. A rotina, os pacientes, os amigos, a família, tudo tem exigido hábitos que antes não eram necessários.
“Sempre trabalhei com pacientes graves, e me ofereci pra dar plantão na uti covid no PS! Com os dias fui vendo a dificuldade de conseguir plantonistas, e a uti corria o risco de fechar por isso! Meu nível de stress com certeza aumentou muito, o cansaço físico e mental é enorme! Mas quando dou um plantão e vejo as pessoas melhorando saio cansada mas feliz e com o coração leve! Quando perco um paciente me sinto derrotada e triste”,. contou ela.
Praticamente morando dentro do hospital, ela conta que já vivenciou situações de cortar o coração, mas que mesmo abalada, é preciso seguir em frente combatendo essa pandemia que vem dizimando famílias.
” Todos sofremos com as perdas, muito pacientes são conhecidos da equipe, parentes. Uma técnica nossa cuidou do marido na uti que infelizmente veio a falecer. Sabemos que nossa responsabilidade é enorme e nos doamos com muito amor e responsabilidade”, disse.
Em outro trecho da conversa, a médica revelou o medo de contaminar sua família e detalhou até os hábitos que adotou para proteger seus familiares.
“Durmo até de máscara, vivo em constante vigilância com limpeza, tomo banho ao sair do plantão e novamente ao chegar em casa! Não uso nenhuma peça de roupa mais de uma vez, não entro com sapato em cada! Deixei uma bacia com água e sabão q colocamos os sapatos de molho ao chegar em casa! Trocamos os sapatos por bota de borracha! Dou banho de álcool diariamente e toda vez q chego em casa no celular, chaves, oculos! Troquei a bolsa por um saco plástico! Nunca mais reparti um alimento ou bebida com meus filhos! Uso copo descartável em casa! Quando chego do plantão noturno ponho os lençóis e cobertor direto na máquina! Durmo de máscara no plantão! E as vezes até em casa! Só espero que isso não dure mais muito tempo! Tenho medo de não aguentar! Medo de pegar o vírus??? Tenho sim, mas não fico pensando nisso toda hora! Me protejo como posso e rezo”, finalizou.
O prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro, disse na tarde desta quarta-feira (3), coletiva de imprensa, que se houve superfaturamento de remédios adquiridos pelo município ele quer que se comprove para ajudar a punir os responsáveis.
A Polícia Federal deflagrou nesta data a operação Off-Label para investigar pagamentos de medicamentos com preços superiores aos praticados no mercado em oito cidades acreanas. Uma única empresa teria recebido mais de R$ 70 milhões. Metade desse valor seria fruto de superfaturamento, diz a acusação.
Ao se manifestar sobre a ação, o prefeito da segunda maior cidade do Acre chorou e disse que não viu necessidade de agentes irem até sua casa e constranger sua família. De acordo com o gestor, ele já havia enviado documentos solicitados pela PF, Ministério Público do Acre (MPAC) e Controladoria-Geral da União (CGU) e se colocado à disposição das investigações.
“Levaram meu celular, um relógio de ouro do meu pai, um cordão e até o carro da minha esposa. Qual a necessidade disso?”. Ele questionou também por que Cruzeiro do Sul foi escolhida para dar início à operação enquanto que outras cidades também estão na mira da operação. Entre elas, Rodrigues Alves, Marechal Thaumaturgo, Xapuri, Epitaciolândia, Bujari, Rio Branco e Jordão, além de Boca do Acre, Pauiní e Guajará, no Amazonas.
Cordeiro negou que tenha havido fraude em licitação da empresa e disse que a acusação de superfaturamento é apenas uma suposição da polícia. “O procedimento licitatório é público e transparente. Ganha sempre quem oferece o menor preço”.
Ele aproveitou para falar sobre o programa de aquisição de remédios em Cruzeiro do Sul, a Central Única de Medicamentos. “Nenhum prefeito fez o que eu fiz: disponibilizar itens para todos os postos de saúde da cidade. Nunca teve tanto remédio em Cruzeiro do Sul. Mas se tiver alguma coisa errada, eu quero que confirmem pra eu poder punir”.