segunda-feira, 4 agosto 2025
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Perícia refaz cena e analisa disparos de pistola para concluir laudo do atropelamento de Juliana Chaar

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O caso da morte da assessora jurídica Juliana Chaar Marçal, atropelada em Rio Branco no fim de junho, caminha para a fase de conclusão. Na noite da última quarta-feira (23), uma equipe do Instituto de Criminalística do Acre voltou à esquina onde o crime ocorreu, no bairro Isaura Parente, para refazer análises e reforçar os dados técnicos que vão compor o laudo oficial.

O trabalho incluiu medições detalhadas, simulações e verificação de elementos já levantados anteriormente. Técnicos também realizaram um mapeamento da trajetória de disparos de arma de fogo feitos no dia do crime. Segundo a equipe envolvida, essa etapa é essencial para fechar o conjunto de provas que será encaminhado à delegacia responsável.

A morte de Juliana, de 36 anos, mobilizou a opinião pública. Ela havia sido aprovada na prova da OAB e aguardava o resultado definitivo quando foi atingida por uma caminhonete. O principal suspeito, Diego Luiz Góis Passos, foi preso em 15 de julho, após passar quase um mês em fuga.

Com a prisão, a polícia também localizou o veículo usado no crime — uma Toyota Hilux preta — abandonado em uma área de mata no ramal do Brindeiro, zona rural da capital. Uma arma de fogo foi encontrada escondida na estrutura da caminhonete, o que ampliou as frentes de investigação.

A caminhonete passou por perícia no local onde foi encontrada e foi levada à sede da Divisão Especializada em Investigações Criminais (DEIC), onde permanece sob custódia. O inquérito deve avançar com a entrega do laudo final, esperado nos próximos dias.

Acidente com criança em praia do Acre expõe riscos causados por garrafas jogadas no rio

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Com a intensificação do calor típico do verão amazônico, muitos acreanos aproveitam os fins de semana para se refrescar nas praias naturais do estado, como forma de lazer com amigos e familiares. No entanto, um alerta feito por uma mãe nas redes sociais nesta semana chama a atenção para os riscos causados pelo descarte irresponsável de lixo, especialmente garrafas de vidro, nesses locais.

Segundo o relato da mãe, durante um momento de lazer com o filho em uma praia de rio, a criança acabou se ferindo gravemente ao pisar em uma garrafa de vidro quebrada que estava submersa. A imagem compartilhada por ela mostra cortes profundos no joelho do menino, causados pelo objeto descartado no ambiente de banho.

“Essa postagem não é uma crítica, mas um alerta importante para todos que frequentam a praia, especialmente os que levam crianças para se divertir”, escreveu a mãe. Ela ainda pediu mais responsabilidade por parte da população: “Por favor, não joguem garrafas ou qualquer tipo de lixo no rio. Atitudes como essa colocam em risco a segurança de todos.”

O apelo emocionado viralizou e reforça a necessidade de maior conscientização sobre a preservação dos espaços públicos e o cuidado coletivo. Pequenos gestos, como recolher o próprio lixo, podem evitar acidentes e preservar esses ambientes naturais que são tão importantes para o lazer da população.

Com informações Yaco News

Da rua ao acolhimento: como a Prefeitura de Rio Branco está atuando na garantia de direitos

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O trabalho realizado pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos tem garantido o acolhimento, a escuta e o acesso a direitos básicos para a população em situação de rua

A abordagem social tem se mostrado fundamental na vida de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Por isso, a Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, tem levado serviços essenciais a esse público, criando uma rede de apoio que muitos consideram como família.

O Serviço Especializado em Abordagem Social é uma das principais frentes dessa política de assistência social, atuando diretamente nas ruas e identificando pessoas em situação de rua e de vulnerabilidade social.

De acordo com Fernanda Monteiro, técnica de Referência do SEAS, o trabalho é realizado diretamente nos territórios — como são chamados os locais escolhidos por essas pessoas para moradia, muitas vezes sob pontes ou em áreas afastadas.

“Territórios são os locais que eles escolhem como morada. Muitas vezes por diversos fatores como o rompimento de vínculos com a família ou questões relacionadas ao uso de substâncias. Eles saem de casa mesmo tendo uma rede de apoio, decidindo estar nos territórios”, explicou Fernanda.

Em Rio Branco, a equipe monitora atualmente cerca de oito territórios, incluindo a ponte do bairro Raimundo Melo e a ponte do Horto Florestal. As visitas são periódicas e envolvem diversas ações, como a retirada de documentos, entrega de alimentos e, principalmente, a escuta. Além da presença constante, o vínculo criado entre a equipe e as pessoas atendidas é um dos principais diferenciais do serviço.

“Eles têm o SEAS como família. Muitas vezes, nós, do Poder Público, somos o único amparo deles. Por isso, nos veem como uma rede de apoio, um setor que pode, muitas vezes, resgatá-los das drogas ou até mesmo de situações de violência. Essas pessoas contam com a nossa presença no território de forma diária, nos enxergam como família, não apenas como garantidores de direitos”, afirmou Fernanda.

Além do SEAS, a Prefeitura oferece outros dispositivos de apoio a esse público, como o Centro Pop, que oferece apoio psicológico e atividades de reintegração e o Restaurante Popular, com a oferta de refeições.

Gabriel Ferreira, coordenador do Centro Pop, destaca que mais de 600 pessoas estão cadastradas no serviço do espaço, o que evidencia a dimensão da demanda e a importância das políticas públicas voltadas para a população em situação de rua.

“O Plano Individual de Atendimento (PIA) é fundamental na política de saída das ruas, principalmente para conhecer as individualidades e as necessidades dessas pessoas. Quando me refiro aos ‘meninos’, estou falando das pessoas em situação de rua. Essa forma de chamá-los ajuda a criar vínculos mais próximos. Sabemos que essas pessoas muitas vezes sofrem estigmas, e para que se abram e sejam sinceras, é necessário tempo, paciência e comprometimento. O PIA existe justamente para nos ensinar e ajudar a ter comprometimento com a vida dessas pessoas”, explicou Gabriel.

O trabalho realizado pela prefeitura vai muito além da oferta de serviços: ele representa uma verdadeira chance de recomeço para aqueles que vivem à margem. Em meio aos desafios diários, a presença constante das equipes nos territórios reafirma o compromisso do poder público com a dignidade humana e demonstra que, mesmo nas situações mais difíceis, é possível construir caminhos de cuidado, respeito e transformação.

Assessoria

Aurora reage bem a tratamento para evitar amputação de dedos e família está confiante

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A bebê rescém-nascida Aurora Maria Mesquita Oliveira, que sofreu queimaduras durante banho na maternidade de Cruzeiro do Sul, vem reagindo bem ao tratamento e seu quadro clínico está evoluindo bem nos últimos dias. A informação foi confirmada pelos familiares da bebê, que usaram as redes sociais para atualizar sobre o quadro de saúde da pequena.

Aurora passou por um procedimento cirúrgico para evitar a amputação dos dedos. A evolução tem sido satisfatória, disse um dos familiares.

Os familiares também informaram a retirada da sonda utilizada para finalidades médicas, como alimentação e administração de líquidos e alimentos, o que sinaliza avanços. No dia 9 de julho, a pequena Aurora Maria Oliveira passou pelo procedimento de retirada do tecido necrosado e pelo enxerto, que consiste na transferência de um tecido de uma parte do corpo para outra, com o intuito de restaurar a área danificada.

Na semana passada, a criança já havia deixado a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital e transferida para a ala de queimados, onde os médicos continuam o tratamento. De acordo com a tia da bebê, Fátima Mesquita, a família deve receber boas notícias em breve. “A recuperação tem sido um sucesso e acreditamos que, em breve, ela irá receber alta”, disse.

Porto Acre abre crédito suplementar para reforço orçamentário em áreas sociais e infraestrutura

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A Prefeitura de Porto Acre, no Acre, anunciou a abertura de crédito suplementar no valor de R$ 478.051,95 para o orçamento municipal de 2025. O decreto nº 167, publicado em 30 de junho, detalha a destinação dos recursos para reforço de despesas da Secretaria Municipal de Assistência Social e da Secretaria Municipal de Infraestrutura.

Na Secretaria de Assistência Social, o crédito suplementar de R$ 46.251,95 será aplicado principalmente em vencimentos e vantagens fixas para o pessoal civil, totalizando R$ 43.841,00, além de R$ 2.410,95 para obrigações patronais. Também estão previstos R$ 4.800,00 para serviços de terceiros ligados ao Programa Bolsa Família.

Já para a Secretaria de Infraestrutura, o reforço orçamentário soma R$ 431.800,00, distribuídos entre materiais de consumo, serviços de terceiros e ações específicas. Dentre os programas contemplados estão a manutenção do gabinete da secretaria, construção e manutenção de estradas vicinais, limpeza pública, e manutenção e recuperação de veículos, máquinas e implementos.

O crédito suplementar será coberto por anulação parcial de outras despesas orçamentárias, conforme especificado no decreto. Entre os cortes estão R$ 46.251,95 da manutenção da Secretaria de Assistência Social, R$ 4.800,00 para o Programa Bolsa Família e R$ 382.000,00 de diversas rubricas vinculadas à Secretaria de Infraestrutura.

O prefeito Máximo Antônio de Souza Costa assinou o decreto que entrou em vigor na data de sua publicação, revogando disposições em contrário. A medida visa garantir o adequado funcionamento das secretarias e a continuidade dos serviços públicos essenciais no município.

Começa nesta quinta-feira reembolso de descontos ilegais do INSS

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Começa nesta quinta-feira a devolução dos descontos indevidos feitos por entidades associativas nos benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social. Ao todo, 533 mil beneficiários serão contemplados ainda nesta semana.

Estão aptos a receber o reembolso, os beneficiários que aderiram, até a última segunda-feira (21), ao acordo proposto pelo governo federal. Aposentados e pensionistas que ainda não aderiram ao acordo têm até o dia 14 de novembro para fazê-lo.

O reembolso será feito na conta em que o benefício é pago, por ordem de adesão – quem aderiu primeiro, receberá primeiro. O pagamento será em parcela única, com correção pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial do país.

Segundo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mais de um milhão de pessoas (1.052.128) já formalizaram o pedido de ressarcimento.

Novo canal de aviso

Para reforçar a comunicação com quem ainda não aderiu ao acordo, os bancos que pagam os benefícios também começaram a avisar os aposentados e pensionistas sobre a possibilidade de pedir o ressarcimento.

“Escolhemos meios seguros para nos comunicarmos com os aposentados e pensionistas: a partir de agora, quem ainda não aderiu será avisado pela instituição financeira de que tem uma pendência. Isso foi feito para proteger quem mais precisa e garantir que ninguém fique sem o valor de volta”, destacou o presidente do INSS, Gilberto Waller.

Vantagens da adesão

Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), na semana passada, o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, destacou algumas vantagens para quem aderir ao acordo.

A primeira delas é não ser necessário, ao aposentado, gastar dinheiro com advogado. Outra vantagem é a possibilidade de o aposentado entrar com ações contra as associações que fizeram a cobrança indevida.

“[Ao aderir ao acordo,] ele se compromete a não entrar na Justiça contra o governo, mas ele pode entrar contra as associações. Por exemplo, se ele acha que merece receber uma ação por dano moral, ele pode entrar regressivamente contra as associações para receber esse dinheiro”, disse ele durante o programa.

Ele explica que o governo está apurando para diferenciar as entidades associativas que são idôneas, das que não são. “Essas associações [não idôneas] só voltarão a funcionar após o pente fino que estamos fazendo. Vamos atrás de cada centavo dessas associações que fraudaram o INSS, para ressarcir o Tesouro. Inclusive já bloqueamos R$ 2,8 bilhões dessas associações, por meio de ações judiciais na justiça”.

Quem pode aderir?

Podem aderir ao acordo os aposentados e pensionistas que contestaram os descontos indevidos e não receberam resposta da entidade ou associação após 15 dias úteis. Atualmente, mais de 3,2 milhões de pedidos de 1,9 milhão de pessoas já superaram o prazo para receber resposta das associações e entidades que representam aposentados, por isso, podem aderir ao acordo.

A adesão é gratuita e, antes de assinar o acordo, os aposentados e pensionistas podem consultar o valor que têm a receber. A adesão pode ser feita exclusivamente pelos seguintes canais:

– Aplicativo ou site Meu INSS;

– Agências dos Correios em mais de 5 mil municípios;

A central telefônica 135 está disponível para consultas e contestações, mas não realiza adesão ao acordo.

Como aceitar o acordo pelo aplicativo Meu INSS?

1- Acesse o aplicativo Meu INSS com CPF e senha;
2- Vá até “Consultar Pedidos” e clique em “Cumprir Exigência” em cada pedido (se houver mais de um);
3- Role a tela até o último comentário, leia com atenção e, no campo “Aceito receber”, selecione “Sim”;
4- Clique em “Enviar” e pronto. Depois, basta aguardar o pagamento

Como funciona o processo até a adesão ao acordo?

1- O beneficiário registra a contestação do desconto indevido;
2- Aguarda 15 dias úteis para que a entidade responda;
3- Se não houver resposta nesse prazo, o sistema abre a opção para adesão ao acordo de ressarcimento.

Síndromes respiratórias avançam no Acre durante período de seca e queimadas

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Mesmo com a redução dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em boa parte do Brasil, o Acre segue em estado de atenção. O alerta consta no boletim mais recente do Infogripe, divulgado na última quinta-feira (18) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que aponta níveis moderados a altos de internações causadas por infecções respiratórias no estado.

Segundo o médico alergista e pediatra Guilherme Pulici, a preocupação se intensifica com o período mais seco do ano, caracterizado pela queda da umidade e o aumento das queimadas.

“A gente sempre alerta nessa época do ano para a necessidade de hidratação. Tomar bastante líquido é fundamental, porque a tendência com as queimadas é que a umidade do ar caia bastante. A seca, somada aos focos de queimadas na região Norte, agrava ainda mais a situação”, afirma.

O especialista recomenda que a população dê preferência a alimentos naturais e ricos em água, como frutas, legumes e verduras, que fortalecem o sistema imunológico. Além disso, ele reforça a importância de hábitos saudáveis e medidas simples para manter o bem-estar respiratório.

“Evitar atividade física nas horas mais quentes do dia, manter bons hábitos de sono, e se possível, usar umidificadores ou métodos caseiros para melhorar a qualidade do ar dentro de casa, como toalhas úmidas ou baldes com água no ambiente”, orienta Pulici.

Vacinação e atenção às populações mais vulneráveis

A principal forma de prevenção contra os vírus respiratórios, segundo o médico, ainda é manter a vacinação em dia. “As vacinas contra a gripe, Covid-19 e até o sarampo estão disponíveis na rede pública. É importante que a população, principalmente os grupos de risco, esteja com o calendário vacinal atualizado.”

Entre os grupos mais suscetíveis às síndromes respiratórias estão crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas. O médico lembra que idosos tendem a demorar mais para perceber a sede, o que exige atenção redobrada dos cuidadores. “É importante lembrar de oferecer água com frequência, mesmo que eles não peçam”, alerta.

Apesar do cenário respiratório delicado, o Acre registrou apenas 92 focos de calor nos primeiros 20 dias de julho, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número é considerado um dos mais baixos do país neste período.

Ainda assim, o risco continua elevado. Com as temperaturas altas e a baixa umidade do ar, os efeitos sobre a saúde respiratória são potencializados. “O tempo seco irrita as vias aéreas. Medidas simples, como instilar soro fisiológico no nariz e usar colírios ou soro nos olhos, ajudam bastante”, acrescenta o médico.

Segundo a Fiocruz, mais de 7.600 pessoas já morreram por SRAG no Brasil só em julho, sendo a maioria por influenza A, seguida por Covid-19 e outros vírus respiratórios, como o vírus sincicial.

Diante disso, os especialistas reforçam: prevenção, informação e cuidado coletivo são essenciais para enfrentar o período crítico das doenças respiratórias no Acre e em todo o país.

Com informações agazeta.net

Pastor faz conversão em massa de traficantes e diz ter tirado mais de 5.000 pessoas do crime no Acre

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“Amigo, sou o pastor Arnaldo Barros”, o líder da acreana Igreja Geração Eleita se apresenta antes de anunciar uma missão para a câmera do celular. “Vamos desligar um jovem de uma certa facção, que ele tá baleado.”

Barros está no carro com dois homens que dizem ser ex-membros do PCC (Primeiro Comando da Capital), um rapaz que atendia pelo vulgo CFK, e outro do CV (Comando Vermelho), o Tubarãozinho. Ambos contam ter deixado essa vida bandida após aceitar Jesus Cristo no coração.

Chegam a uma casa. Agora é a vez de resgatar um homem que “tá de pulseira”, diz Barros, em referência à tornozeleira eletrônica, que ganha destaque na gravação. Ele participava do B13, o Bonde dos 13, uma facção local. Mostra cicatrizes de múltiplos tiros que levou -na coxa, no peito, no braço. Ficou “deficiente da perna”, segundo o pastor.

O convertido diz que vai cuidar da saúde e do filho. Endereça um recado aos antigos companheiros do crime: “Agradecendo a compreensão de todos vocês que entendem meu lado”.

“Agora ele vai estar congregando na igreja”, emenda Barros. E assim conclui o que, nas suas contas, já somam mais de 5.000 “desligamentos” que conduziu. É como ele define homens e mulheres que, sob sua batuta pastoral, abandonaram facções pela via da conversão evangélica.

Arnaldo Barros, 56, lidera o projeto Paz no Acre, que envolve usar a igreja para justificar, perante os chefões do tráfico, o afastamento dessa rotina infratora. “Quando chego para o cara e tiro ele do crime, ele me passa o número dos superiores dele, e eu mando o vídeo.”

Muitas organizações criminosas têm estatutos próprios que permitem a defecção de integrantes que passam a levar uma vida religiosa. Em geral evangélica.

O B13, por exemplo, prevê que “a saída é a igreja”, afirma o pastor. Ou o caixão. Ou seja, ou você morre, ou se converte.

Ele conversa com a Folha de S.Paulo por telefone, enquanto faz musculação na academia. “Um, dois, três”, conta o número da série de exercícios para, na sequência, discorrer sobre os milhares de desligamentos que diz ter promovido em seu estado. O Acre tem intensa atividade criminal por conta da fronteira com países vizinhos, ponto de escoamento para drogas.

Alguns dos vídeos captados por Barros vão parar nas redes sociais. Ex-vereador em Rio Branco pelo Podemos, com mandato de 2021 a 2024 e sem conseguir se reeleger, Barros tem cerca de 4.400 seguidores no Instagram, seu principal perfil digital.

Ele diz que a publicação dos depoimentos de ex-criminosos gera um impacto nem sempre positivo. Mas sempre pede permissão para divulgar as gravações. Tem quem não tope, e tudo bem, afirma. Dos que aceitam, “alguns perderam empregos, outros a família nem sabia que o cara era do crime, foi um choque.”

Ele envia a filmagem que fez com um homem que largou o B13. “Passou dez anos no presídio. Tentaram arrancar a cabeça dele, ele tem uma perfuração grande no pescoço. Falsificava dinheiro, era traficante. Fez muita coisa errada. Já falei com ele, ele está só aguardando a sua ligação. Vou mandar o número dele, tá?”

Antonio, 36, inicia seu contato com a reportagem pregando a “paz do Senhor Jesus a todos”. Então resume sua história de conversão. “Em 2020, conheci a palavra de Deus e resolvi me render aos pés d’Ele para largar toda a minha vida errada de prostituição, de engano. Tudo aquilo que eu fazia errado deixei para trás.”

Nos últimos cinco anos, diz, construiu uma família e conquistou uma habilitação de moto. “Deus tem derramado bênção transbordante sobre a minha vida.”

Rodrigo, 24, diz que procurou o pastor pois “não queria mais fazer parte da organização”, aí “ele fez o meu vídeo e mandou para os conselhos do CV”.

Respondia pelo vulgo Carioca. Começou naquela vida aos 14 anos. “Queria ter um celular, uma camisa de marca, um tênis da Nike também, e eu não podia porque não tinha condições.”

Vendia cocaína, crack e skank (uma espécie de supermaconha). Como não era viciado em nenhum desses, foi reconhecido pela competência e subiu rápido na hierarquia do crime. “Aí virei o gerente da boca em 2017, quando começou [um conflito entre facções]. Fui fazer parte do grupo de extermínio do Comando Vermelho. Era um clima de guerra muito sinistro. A gente não podia dormir com medo de ser encontrado e morto.”

Autor de “A Fé e o Fuzil – Crime e Religião no Brasil do Século XXI” e pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, Bruno Paes Manso diz que a entrada na igreja “é a única porta de saída” do tráfico, até porque muitos dos que conseguem envelhecer na carreira criminal acabam entendendo que tomaram uma decisão equivocada ingressando nela. “Você abandona seus laços afetivos mais importantes com esposa, filho, irmãos, mãe, e para viver na correria uma trajetória sofrida e vazia.”

Por isso, costumam respeitar quem os troca pela caminhada cristã, muito presente nas periferias.

Manso vê como natural a divulgação de histórias de convertidos. “Inclusive teve uma época, na Liberdade [região central de São Paulo], que você tinha uma loja de CDs com testemunhos de conversão. Eram vendidos por gravadoras pequenas, passados em rádios e nas próprias igrejas. Com a rede social isso ganha uma outra dimensão.”

Não que essa rota de fuga do tráfico funcione sempre. Para Christina Vital, que coordena o Laboratório de Estudos Socio-Antropológicos em Política, Arte e Religião na UFF (Universidade Federal Fluminense), há certa desconfiança, entre pares da ilegalidade, sobre a onda de convertidos.

“Se duas décadas atrás isso marcava uma divisão muito forte entre universos morais, o que a gente vê acontecendo agora é uma dúvida sobre se ocorrerá uma mudança radical na pessoa”, diz Vital, autora de “Oração de Traficante – Uma Etnografia”.

“Antes a conversão era chamada um novo nascimento.” Mas a expansão da cultura pentecostal no Brasil envolve a rotinização dessa religião”, daí um pé atrás se o sujeito de fato “nasceu de novo”, para usar uma linguagem tipicamente evangélica, ou se é fachada, e ele continua representando um risco para rivais. Um futuro deixado na mão de Deus.

Fonte: Folha de São Paulo

Acre registra queda de 16,7% nas mortes violentas em 2024, mostra levantamento

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Dados divulgados nesta quinta-feira, 24, pelo dados do Anuário de Segurança Pública mostram que o Acre teve uma redução de 16,7% nas mortes violentas intencionais em 2024, na comparação com o ano anterior. A taxa, que era de 24,4 homicídios por 100 mil habitantes em 2023, caiu para 20,3 em 2024.

O Amapá lidera o ranking de estados mais violentos do Brasil em 2024, com uma taxa de 45,1 mortes. Na sequência aparecem Bahia (40,6) e Ceará (37,5).

Apesar da posição no topo, o Amapá apresentou queda de 30,6% na taxa em relação a 2023, quando também ocupava a primeira colocação, com 64,9 mortes por 100 mil. Já São Paulo teve o menor índice de violência letal do país: 8,2 por 100 mil.

Por outro lado, dois estados da região Nordeste registraram aumento nos índices: o Maranhão, com alta de 12,1%, e o Ceará, com crescimento de 10,9% nas mortes violentas.

Com uma taxa de 79,9 mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes, Maranguape (CE) lidera o ranking das cidades com mais de 100 mil habitantes mais violentas do Brasil em 2024, segundo dados do Anuário de Segurança, divulgados nesta quinta-feira (24) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O Acre não tem nenhuma cidade entre as 20 mais violentas do país.

A vice-liderança do ranking ficou com Jequié (BA), que teve uma taxa de 77,6. Em seguida vêm Juazeiro (BA), Camaçari (BA) e Cabo de Santo Agostinho (PE). De acordo com o levantamento, as dez cidades mais violentas do país sofrem com disputas de facções pelo controle do tráfico de drogas. A Bahia concentra cinco das dez cidades mais violentas.

A cidade de Santana (AP), que liderava o ranking em 2023, caiu para o 18º lugar em 2024 após uma queda na taxa de violência, de 92,9 para 54,1 mortes por 100 mil habitantes. A maioria das cidades mais violentas também era da Bahia; seis entre as dez primeiras.

Ato contra o feminicídio no Acre será realizado nesta quinta-feira em frente ao Palácio do Governo

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Será realizado um ato público contra o feminicídio em frente ao Palácio do Governo, em Rio Branco, nesta sexta-feira (25), às 17h. A mobilização é organizada pelo Comitê de Mobilização Contra o Feminicídio no Acre e cobra respostas do poder público diante dos cinco casos registrados no estado somente em 2025.

Com o lema “Parem de nos matar! Chega de silêncio! Chega de violência!”, o protesto quer chamar a atenção para a violência letal contra as mulheres e exigir políticas públicas de prevenção, proteção e justiça.

O comitê convida toda a população a participar da manifestação, trazendo cartazes e se vestindo de coragem. Segundo o convite, a mobilização é um grito coletivo por justiça e pelo fim da violência contra as mulheres.

O ato acontece no Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, e pretende reunir familiares de vítimas, movimentos sociais, profissionais da rede de proteção e apoiadores da causa.

A advogada Tatiana Martins, que integra a organização do protesto, destaca que os dados sobre tentativas de feminicídio acendem um alerta importante.

“Embora o Acre tenha apresentado uma redução nos índices de feminicídio consumado, os dados do Anuário da Segurança Pública de 2025 também revelam uma realidade alarmante: lideramos o ranking nacional de aumento nas tentativas de feminicídio”, afirma.

Martins revela que em 2024 o Acre ocupou a segunda posição no ranking e reforça:

“Não podemos aceitar que o crime tentado seja ignorado apenas porque não terminou em morte. Cada tentativa representa uma vida em risco, uma mulher que sofreu violência extrema e continua vulnerável”, finaliza.

Canais de ajuda

A denúncia e o rompimento do ciclo de violência são passos desafiadores, mas necessários, que demandam suporte de familiares, amigos e instituições especializadas. O acolhimento da vítima é essencial para romper o ciclo de violência e desvincular-se do agressor.

As vítimas podem procurar a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) pelo telefone (68) 3221-4799 ou a delegacia mais próxima.

Também podem entrar em contato com a Central de Atendimento à Mulher, pelo Disque 180, ou com a Polícia Militar do Acre (PM-AC), pelo 190.

Outras opções incluem o Centro de Atendimento à Vítima (CAV), no telefone (68) 99993-4701, a Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), pelo número (68) 99605-0657, e a Casa Rosa Mulher, no (68) 3221-0826.