O ex-governador de Pando, Leopoldo Fernández, reapareceu nesta quarta-feira, 6, em um ato de campanha da Aliança Livre para declarar apoio à chapa liderada por Jorge Tuto Quiroga e seu vice, Juan Pablo Velasco.

O retorno de Fernández à cena política ocorre após decisão do Supremo Tribunal de Justiça da Bolívia, que anulou o julgamento em que ele havia sido condenado pelo massacre de Porvenir, ocorrido em Pando.

O ex-governador foi recebido com abraços, aplausos e gritos por uma multidão durante um grande ato da Aliança Popular, realizado no município de Cobija, capital do departamento de Pando.

Considerado um dos políticos mais influentes e com maior número de seguidores na região, Fernández se consolida como um dos principais aliados de Tuto Quiroga nesta reta final da campanha eleitoral no país vizinho.

Segundo as pesquisas mais recentes, Quiroga é um dos favoritos na disputa pelas eleições gerais, marcadas para o próximo dia 17 de agosto.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi declarado “persona non grata” em Belém, capital do Pará que vai sediar a próxima Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30). A medida foi aprovada nesta quarta-feira (6/8) pela Câmara Municipal da cidade.

A medida foi proposta pelo vereador Alfredo Costa (PT), em razão do tarifaço de Trump contra o Brasil, e os consequentes impactos negativos para a economia do país. A proposta foi aprovada pela Câmara Municipal de Belém por 12 votos favoráveis, nove contra e duas abstenções.

Um dia antes, nessa terça-feira (5/8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que deve ligar e convidar Donald Trump para a COP30 em Belém. Até o momento, o líder norte-americano ainda não deu sinais sobre uma possível participação na conferência.

O líder brasileiro, no entanto, afirmou que a conversa vai girar em torno da questão climática, foco principal do evento que será realizado entre os dias 10 e 21 de novembro.

A tarifa de 50% sobre exportações de produtos brasileiros, contudo, não deve estar na pauta. De acordo com Lula, o presidente dos EUA não tem se mostrado aberto ao diálogo sobre a guerra tarifária contra o Brasil.

A medida, anunciada no início de julho, não possui apenas um plano de fundo econômico, como aconteceu com outros países. Em carta, Trump confirmou que a taxação era uma tentativa de interferir no julgamento de Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente é acusado de liderar uma organização criminosa que teria planejado um golpe de Estado no Brasil, em 2022.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira, 6, que o Brasil poderia responder ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos com a taxação de produtos americanos, mas optou por não adotar medidas retaliatórias. “Não quero ter o mesmo comportamento”, declarou o presidente, em entrevista à agência Reuters.

A declaração vem no mesmo dia em que entrou em vigor uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA. O aumento se soma a uma tarifa recíproca de 10%, elevando a carga tributária total para 50%. Apesar da medida, a Casa Branca excluiu 694 itens da lista de sobretaxa, entre eles aviões da Embraer, suco de laranja e petróleo.

Lula afirmou que o governo brasileiro pretende esgotar todas as possibilidades de diálogo antes de adotar qualquer tipo de retaliação. “Vamos gastar tudo o que for possível de negociação”, disse.

Preocupado com os impactos econômicos sobre empresas nacionais, o presidente adiantou que sua equipe está mobilizada para encontrar soluções. “Estamos trabalhando para saber como vamos lidar com empresas brasileiras que terão prejuízos. Temos que cuidar da manutenção de empregos e ajudar empresas a procurar novos mercados”, pontuou.

O governo brasileiro também aposta na articulação com empresários dos Estados Unidos para frear os efeitos da medida. Lula afirmou que o Palácio do Planalto está empenhado em convencer o setor privado norte-americano a se posicionar contra o tarifaço imposto pela gestão de Donald Trump.

Ao ser questionado sobre um plano de contingência, o presidente garantiu que o país tomará todas as providências possíveis dentro do que permite a economia brasileira, sem abrir mão da responsabilidade fiscal.