Produtores rurais da Reserva Extrativista (Resex) se reuniram nesta semana no Colégio Agrícola, na Transacreana, para mais uma vez reforçar a mobilização contra os embargos impostos pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O encontro contou com a presença da advogada e representante Raimunda Queiroz, além de dezenas de famílias diretamente impactadas pelas restrições.

Hoje, mais de 300 propriedades estão embargadas em diferentes regiões do Acre, o que impede centenas de famílias de produzir, comercializar e manter suas atividades de subsistência.

Um dos produtores, que por medo de retaliações prefere não se identificar, relatou a forma como a medida foi aplicada: “Mais de 300 propriedades foram embargadas por meio de um edital publicado de forma fria, sem qualquer comunicação prévia com os produtores. Não entregaram carta, não fizeram visita, não deram explicação. Só um carimbo genérico, tratando locais como a colônia ‘Meu Pedacinho de Chão’ como se fosse a maior ameaça ambiental do país”, afirmou.

Raimunda Queiroz destacou a importância da união e da persistência nesse momento delicado: “Não é uma luta de um ou de outro. É uma luta coletiva, porque cada produtor que está com sua terra embargada está, na verdade, lutando pela sobrevivência de todos nós. Só unidos vamos conseguir ser ouvidos e alcançar a justiça.”

A expectativa agora se volta para o final de outubro, quando será realizada uma audiência pública sobre o tema. Produtores aguardam que o debate abra caminho para soluções concretas e justas, capazes de devolver segurança jurídica e dignidade a quem vive da produção rural.

A mobilização já conta também com apoio político. O deputado federal Coronel Ulysses (União/AC) tem se posicionado ao lado dos produtores, chegando a apresentar o Projeto de Lei 2850/2025, que prevê a suspensão dos embargos e a anistia das sanções administrativas desproporcionais no Acre.

Com isso, os produtores seguem firmes na luta, confiantes de que a união entre comunidades, representantes legais e apoio político poderá garantir avanços decisivos na audiência de outubro.

Familiares e amigos de José Carlos Silva Sousa, de 34 anos, se despedirão do acreano que foi vítima de um ataque brutal em Sinop, Mato Grosso. O corpo de José Carlos chega à capital acreana na manhã desta quarta-feira (17), dando início aos atos de velório e enterro.

O velório será realizado em uma igreja no bairro Preventório, com início previsto para as 9h. Já o enterro está marcado para quinta-feira (18), às 16h, no Cemitério Morada da Paz. A família convida amigos e conhecidos para acompanhar a despedida de José Carlos, que deixa dois filhos, uma menina de 15 anos e um menino de 12, que moram em Curitiba com a mãe.

José Carlos morava em Sinop há oito anos, onde trabalhava como motorista de aplicativo em busca de novas oportunidades. Sobre a perda do filho, a mãe, Antônia Maria Nogueira da Silva, se emocionou: “Meu filho era uma pessoa maravilhosa, todo mundo amava ele, lá e aqui em Rio Branco. Todo mundo”.

O crime aconteceu no último domingo (14), quando José Carlos foi atacado com 11 facadas dentro de seu apartamento. De acordo com informações da família e da polícia, o principal suspeito é o ex-companheiro da namorada da vítima. “O cara invadiu o apartamento dele e ele estava de costas. Furou o meu filho pelas costas, deu 11 facadas”, relatou Antônia.

Após o homicídio, a família iniciou uma campanha para trasladar o corpo de José Carlos até Rio Branco. “O assassino tirou a vida do meu filho covardemente. Os dois filhos dele estão inconsoláveis”, disse a mãe, destacando a dor da perda e a importância do momento de despedida.

A sessão da Câmara Municipal de Rio Branco desta terça-feira (16) ficou marcada pelo embate protagonizado pelo vereador Neném Almeida (MDB) contra o presidente da Casa, Joabe Lira (UB).

Em tom duro, Neném acusou o presidente de articular o encerramento antecipado da sessão da semana passada, o que, segundo ele, teria cerceado seu direito de fala.

“Não foi justo o que aconteceu. O presidente participou de um acordo que me impediu de usar a palavra”, disparou o parlamentar logo no início de sua fala. Almeida elevou ainda mais o tom ao criticar a postura de Lira, a quem chamou de “capitão do mato” e “feitor”.

O vereador foi além e afirmou que o presidente teria participado, junto com o prefeito Tião Bocalom, de situações que resultaram em agressões a garis.

“Aqui não, o senhor respeite minha fala. Aqui (na tribuna) o senhor não me cala”, afirmou Neném Almeida, sob olhares atentos dos colegas.

A resposta de Joabe Lira veio na mesma intensidade. O presidente rebateu as acusações e desafiou o adversário a comprovar o que disse: “Eu quero que o senhor (Neném) prove. Que prove na Justiça que eu protejo assediador ou que ajudei a agredir garis, como foi dito”, reagiu Lira.

O clima de tensão deixou clara a divisão interna entre os parlamentares e reforçou a postura combativa de Neném Almeida, que tem se destacado pelas críticas incisivas ao comando da Câmara e a atual gestão municipal.