A Polícia Civil do Acre deflagrou nesta quarta-feira (3) a Operação Desmonte, com o objetivo de desarticular facções criminosas que atuam em Rio Branco, especialmente o Bonde dos 13 e o Comando Vermelho. A ação, coordenada pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), resultou em prisões, apreensões de dinheiro e na retenção de um veículo.
Durante a coletiva de imprensa realizada na Divisão Especializada em Investigação Criminal (DEIC), o delegado e deputado Pedro Paulo Buzolin destacou os efeitos das ações: “Hoje nós deflagramos uma operação pela DRAC, onde demos cumprimento a 12 mandados de busca e apreensão de investigação de combate ao crime organizado. Quero aqui ressaltar que essas ações têm surgido grandes efeitos porque, mesmo sendo pontuais, vêm gerando grande repercussão na redução dos índices de criminalidade aqui no Estado do Acre, principalmente aqui na capital Rio Branco. Nosso objetivo é, com essas ações inclusive, reduzir os índices de homicídio praticados na capital. Esses índices vêm caindo ano a ano e a nossa intenção é que reduzam cada vez mais”.
O delegado Gustavo Neves, da Draco, detalhou os resultados da operação: “A operação de hoje tinha por objetivo atuar nas lideranças das duas principais facções que atuam aqui no Estado do Acre. Como resultado, nós conseguimos efetuar uma prisão em flagrante por posse ilegal de arma de fogo e munição e também apreender R$ 7 mil em espécie”.
Neves explicou que o dinheiro apreendido seria proveniente das atividades ilícitas das facções. “Dinheiro esse que a gente acredita que seja oriundo das atividades das organizações criminosas. Foram realizadas as demais buscas e apreensões e foi arrecadado o material que será utilizado para a investigação”.
Ele também detalhou que todos os alvos da operação tinham histórico criminal: “Foi presa uma pessoa, é uma das lideranças de uma das facções, e todos os alvos já tinham histórico criminal, alguns com condenação, outros inclusive estavam no semiaberto monitorados por tornozeleira eletrônica”.
Os mandados cumpridos abrangeram diferentes regiões da capital e também a zona rural, próxima à divisa com o município de Porto Acre. “Como envolvia duas organizações criminosas, não era pontual em uma região específica. Ontem também demos cumprimento a dois mandados na zona rural, visando coletar informações sobre o envolvimento de organizações criminosas também no interior”, afirmou o delegado Buzolin.
O delegado ressaltou que a disputa pelo controle das rotas de tráfico de drogas é um fator determinante para a violência no estado. “Normalmente é direcionado ao tráfico de drogas. É de conhecimento público a rota do tráfico aqui no Acre, e o interesse das organizações em dominar essas rotas gera um índice de violência alarmante, principalmente com relação à prática de homicídios”.
Ele lembrou que, nos anos de 2016 e 2017, o Acre figurou entre os estados mais violentos do país devido à disputa territorial entre facções. “Hoje já conseguimos reduzir de forma muito significativa esses índices de homicídios combatendo as organizações criminosas”.
Além da Draco, outras delegacias também apresentaram resultados recentes. O delegado Yvens Dixon, da Delegacia de Combate a Roubos e Extorsões (Decor), informou que três pessoas foram presas nesta semana: “Foram dois menores que estavam na prática de ato infracional dos crimes de roubo majorado e extorsão, e um maior pelo crime de roubo. São ações que, apesar de pontuais, confirmam a redução cada vez maior dos números de roubo aqui na cidade”.
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) esclareceu um homicídio antigo, relacionado à morte de Thiago Frota dos Santos, de 28 anos. Segundo registros do Centro Integrado em Operações de Segurança Pública (Ciosp), Santos foi morto a tiros na noite de terça-feira (15) em uma rua ao lado do shopping de Rio Branco, enquanto cuidava de veículos. Dois homens em uma motocicleta efetuaram os disparos.
“A DHPP representou pela prisão do autor do homicídio, que foi preso pela Polícia Militar logo após a expedição do mandado. Estamos com uma força-tarefa para a resolução dos homicídios antigos, principalmente dos anos de 2016 e 2017, quando houve um elevado número de mortes”, explicou o delegado responsável. Segundo ele, a iniciativa busca concluir investigações que não puderam ser finalizadas na época devido à grande quantidade de crimes violentos.
