Durante entrevista concedida na noite deste sábado, 2, à Folha do Acre, nos estúdios instalados no Parque de Exposições Wildy Viana, a vice-governadora Mailza Assis (PP) comentou o atual cenário político acreano diante da proximidade da sucessão ao governo estadual em 2026. A declaração foi dada durante a oitava noite da Expoacre 2025.

Mailza, que também é titular da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), deverá assumir o comando do Estado em abril de 2026, quando o governador Gladson Cameli (PP) deixará o cargo para concorrer ao Senado. Questionada sobre o ambiente de articulações políticas e a antecipação de debates internos sobre possíveis candidaturas, a vice-governadora disse considerar a movimentação normal, mas reforçou que ainda é tempo de focar na gestão.

“A campanha sempre se antecipa, e a política é assim: muito dinâmica. A gente precisa estar preparado para tudo. Mas o fato é que estamos em 2025, ainda há muito trabalho a ser feito. Cada candidatura precisa ser muito bem pensada e avaliada pela população,” afirmou.

Mailza destacou que sua candidatura ao governo deve ser entendida como parte de um processo natural, diante da posição que ocupa no Executivo estadual.

“Estou vivendo um ciclo natural da política. Sou vice-governadora e, com a saída do governador para disputar o Senado, assumirei o governo do Estado. Ainda há um tempo até o período eleitoral. É normal que outras pessoas coloquem seus nomes à disposição. Essa especulação faz parte do processo,” declarou.

Apesar das movimentações já em curso nos bastidores, Mailza afirmou que o debate eleitoral será apropriado no tempo certo. “O ano que vem é que teremos eleições. Aí sim será o momento de discutir as propostas e construir um projeto de governo com seriedade e responsabilidade,” concluiu.

Na manhã deste domingo, 3, manifestantes bolsonaristas se reuniram em Brasília, e em diversas capitais do país, incluindo Rio Branco, em um ato contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A mobilização, que integra uma série de protestos organizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em diversas regiões do país, contou com a presença de lideranças políticas de todo o país, ligadas à ala bolsonarista.

Um dos maiores defensores do movimento bolsonarista, senador Márcio Bittar (União Brasil), discursou em apoio ao ex-presidente e defendeu a concessão de anistia a condenados por atos relacionados ao 8 de janeiro de 2023. Em sua fala, o parlamentar criticou a exclusão de Bolsonaro do processo eleitoral de 2026.

“Eu não poderia deixar de comparecer a esse evento para dizer, em nome do Acre, que o verdadeiro golpe é não ter Bolsonaro na eleição do ano que vem,” afirmou.

Bittar também prestou apoio ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, e ressaltou o papel do parlamentar na articulação do movimento bolsonarista.

“Quero aqui fazer um reconhecimento ao deputado Eduardo Bolsonaro, que tem feito um trabalho sacrificando a sua vida e sua família em nome de todos nós. Eles achavam que, prendendo Bolsonaro, o movimento acabaria. Mas hoje não há apenas um Bolsonaro: somos milhões esparramados por todo o país,” declarou.

O senador encerrou o discurso pedindo pacificação política e defendendo a aprovação da anistia aos condenados do 8 de janeiro.

“Está na hora de o país se pacificar, e a única maneira de isso acontecer é com a aprovação da anistia já,” concluiu.

O ato foi acompanhado por um grande número de apoiadores. Em Rio Branco, a manifestação contou também com um número considerável de bolsonaristas, incluindo o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL) vestindo as cores da bandeira do Brasil e portando faixas e cartazes com críticas ao governo federal e ao Judiciário. No Acre, até o momento não foram registrados incidentes durante a manifestação.

Um grupo formado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniu neste domingo (3), em frente ao Palácio Rio Branco, em protesto contra as medidas tomadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com os organizadores da manifestação, o ato ocorreu em resposta às medidas cautelares que o STF impôs a Bolsonaro e se insere em uma estratégia mais ampla da direita, que visa pressionar o Senado e avançar pautas como a anistia para aqueles condenados pelos eventos de 8 de janeiro, o impeachment de Moraes e a tramitação da PEC 333/2017, que propõe limitar o foro privilegiado.

Entre os participantes do ato está o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom. De acordo com ele, a manifestação serviu para erguer a voz em favor da direita e princípios da democracia e liberdade.

“Aqui estamos, em frente ao Palácio do Governo, erguendo a nossa voz em defesa da DIREITA, dos PRINCÍPIOS que regem nossa vida e, acima de tudo, do DIREITO de vivê-los em LIBERDADE! Basta de perseguições! Este é um país DEMOCRÁTICO e numa democracia, os pesos e medidas devem ser iguais, independentemente da ideologia. Seguimos firmes na luta! Como diz um trecho do nosso hino: ‘Verás que um filho teu não foge à luta’. Avante, Brasil!”, escreveu o prefeito nas redes sociais.

Um dos momentos mais emocionantes da Expoacre 2025 foi registrado na noite deste sábado, 2, com a realização do Casamento Coletivo, que uniu oficialmente 380 casais em uma grande cerimônia no Parque de Exposições Wildy Viana, em Rio Branco. O evento celebrou os 50 anos da feira agropecuária e também os 30 anos do Projeto Cidadão, iniciativa que promove cidadania, acesso à Justiça e inclusão social no Acre.

Presente na cerimônia, o governador Gladson Camelí destacou o simbolismo do ato e reforçou que a Expoacre vai além do agronegócio, sendo também um espaço de fortalecimento da família e dos laços comunitários.

“O que desejo de coração é que este momento sirva de exemplo, mostrando que a união faz a força. Me sinto emocionado, porque isso aqui não é apenas uma feira de agronegócio, é também um reencontro de famílias e um tempo de celebrar o amor. Além disso, estamos valorizando um projeto que ajuda a levar o Estado de Direito a quem mais precisa. Precisamos criar essas pontes”, afirmou Camelí.

O Casamento Coletivo é uma das ações de maior destaque do Projeto Cidadão, programa que há três décadas aproxima o Poder Judiciário da população, por meio de serviços como emissão de documentos, atendimentos jurídicos e formalização de uniões civis. A ação é fruto da parceria entre o Tribunal de Justiça do Acre, o Governo do Estado e diversas instituições públicas.

Durante o evento, o chefe do Executivo estadual também destacou a importância do compromisso firmado entre os casais.

“Cada matrimônio celebrado aqui hoje é uma vitória da fé, do amor e da esperança. Que esses lares se fortaleçam com sabedoria e paz, e que nunca falte a presença de Deus na vida de cada um dos casais”, declarou o governador.

A cerimônia foi marcada por emoção, aplausos e a presença de familiares e amigos que testemunharam o início de uma nova etapa na vida de centenas de acreanos. Para muitos, a noite de sábado na Expoacre se transformou em um verdadeiro conto de amor coletivo.