sábado, 9 agosto 2025
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“Um passo decisivo para o Acre e para o desenvolvimento regional”, diz Socorro Neri sobre ferrovia transoceânica

A deputada federal Socorro Neri celebrou, em suas redes sociais, o acordo firmado entre Brasil e China para o projeto de viabilidade da ferrovia bioceânica — que ligará o Oceano Pacífico ao Atlântico, atravessando o Acre e diversos estados brasileiros.

“Vitória para o Acre! Brasil e China firmam acordo para o projeto da ferrovia bioceânica, que ligará o Pacífico ao Atlântico passando pelo nosso estado. Um passo decisivo para o desenvolvimento regional”, publicou a parlamentar acreana.

O memorando de entendimento assinado entre os dois países prevê estudos técnicos, econômicos e ambientais para a construção da ferrovia transoceânica, conectando o Peru ao Brasil por meio do Acre, com ramificações que seguem por Rondônia, Mato Grosso, Goiás e até o porto de Ilhéus, na Bahia.

A iniciativa integra as Rotas de Integração Sul-Americana e representa uma das mais importantes estratégias de desenvolvimento regional dos últimos anos. “O Acre passa a ocupar uma posição central nesse corredor logístico, com impactos diretos sobre a economia local, o setor produtivo e a geração de empregos”, destacou Neri.

Ligação com a Rota Quadrante Rondon

A ferrovia bioceânica se conecta à chamada Rota 3 – Quadrante Rondon, corredor que integra Acre, Rondônia, Mato Grosso, Bolívia e Peru, e que vem sendo defendido por Socorro Neri como essencial para a integração física e comercial do Brasil com os países andinos.

A parlamentar já realizou diversas articulações com a ministra Simone Tebet para tratar da inclusão do Quadrante Rondon no PAC e em outros planos de infraestrutura

Também como parte desse esforço, a deputada Socorro Neri convidou a ministra para participar, por meio Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional (CINDRE), de reunião que acontecerá nesta quarta-feira, 9, às 10h (horário de Brasília), na Câmara dos Deputados.

A ministra deverá apresentar informações sobre os avanços nas Rotas de Integração Sul-Americana, incluindo a ferrovia bioceânica e o Quadrante Rondon.

Após surto de sarampo na Bolívia, governo do Acre toma medidas para evitar contaminações na fronteira

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Diante do aumento de casos de sarampo na Bolívia, o governo do Acre está em alerta para evitar a reintrodução da doença no estado, reforçando ações de vigilância epidemiológica nas fronteiras e convocando a população para manter a vacinação em dia. Por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), uma coletiva de imprensa foi realizada nesta terça-feira, 8, para informar a população acerca das estratégias adotadas.

Desde o ano 2000 o Acre não registra casos da doença. No entanto, o surto na Bolívia, país que faz fronteira com o Acre, preocupa: já foram confirmados 80 casos de sarampo, a maioria no Departamento de Santa Cruz.

Embora não haja nenhum caso confirmado no Acre, por ser uma doença altamente contagiosa, a Sesacre mantém equipes preparadas para a detecção imediata de casos suspeitos e para o envio de amostras ao Laboratório Central (Lacen), garantindo a rápida análise e contenção de possíveis casos.

A secretária adjunta de Atenção à Saúde da Sesacre, Ana Cristina Moraes, destaca que o momento exige atenção e colaboração de toda a população. “O sarampo é uma doença grave, altamente contagiosa, e que pode ser prevenida com a vacina, disponível em todas as unidades básicas de saúde do estado. Neste momento em que acompanhamos o aumento de casos na Bolívia, reforçamos nosso compromisso em proteger a saúde da população, mantendo a vigilância ativa nas fronteiras e em todo o Estado, mas precisamos da colaboração de todos. Então eu faço um apelo a todos os acreanos que busquem as unidades e procurem a vacinação contra o sarampo. A vacina salva vidas e é nossa melhor defesa para evitar que o sarampo volte a circular no nosso Estado”, afirma Ana Cristina Moraes.

Renata Meireles, responsável técnica das Doenças Imunopreveníveis da Sesacre, reforça a preocupação com a fronteira aberta. “É uma fronteira aberta Brasil-Bolívia. É um vírus que tem alta transmissibilidade. Ele é muito mais transmissível do que até a própria covid. Então nós precisamos ter muito, muito cuidado com relação a isso devido a justamente essa entrada e saída de pessoas. Por conta desse risco, nós precisamos manter nosso maior meio de prevenção em dia, que é através da vacinação”, reforçou Meirelles.

Vacinas estão disponíveis nas unidades de saúde

A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde do Acre. Apesar do esforço do governo do Estado, através da Sesacre, o Acre ainda possui municípios com cobertura vacinal abaixo da meta de 95% recomendada pelo Ministério da Saúde. Em 2025, o Estado atingiu 96,67% de cobertura na primeira dose em crianças, mas apenas 70,32% na segunda dose, o que reforça a importância de a população buscar as doses pendentes.

Renata Quiles, coordenadora estadual do Programa Nacional de Imunizações, destaca que o cenário seria de tranquilidade se a população estivesse vacinada contra o sarampo. No entanto, este ainda é um desafio para a saúde pública. “Com o cenário de casos de sarampo na Bolívia e agora iniciando no Peru, estaríamos em situação de conforto se nossas coberturas vacinais estivessem adequadas. No ano de 2024 e 2025, entre crianças menores de 2 anos, a cobertura da primeira dose está satisfatória, mas a segunda dose está abaixo da meta de 95%. Além disso, há muitos adultos jovens que não sabem se estão vacinados. O sarampo é uma doença perigosa, altamente transmissível, principalmente em crianças, e só existem duas formas de prevenção: pegando a doença (que deixa sequelas graves ou pode levar ao óbito) ou se vacinando, que é o meio mais seguro e eficaz”, frisou Quiles.

Além da vacinação, é importante estar atento aos sintomas: em caso de febre alta, manchas avermelhadas na pele, tosse, coriza e conjuntivite, procure a unidade de saúde mais próxima imediatamente.

“É uma doença aguda. A transmissão se dá através de gotícula, quando o pessoal tosse, fala, espirra, um período de incubação vai até 14 dias e as manifestações clínicas são febre, dor de cabeça, mancha no corpo, pode ter uma conjuntivite. E o interessante é que ela pode evoluir para um quadro muito mais grave, com pneumonia, com meningite e até óbito. É importante evitar aglomerar, porque o maior risco de transmissão é quando você tem muita gente próxima. Se você tiver algum sintoma, como febre, manchas no corpo, fique em casa, evite expor outras pessoas ao vírus e procure atendimento médico, porque essa essa doença pode evoluir com complicações”, esclareceu a médica infectologista Cirley Lobato.

Com informações Agência de Notícias do Acre

Energisa esclarece que pedido para ligação provisória em ônibus da Hemoacre foi feito com menos de 24h de antecedência

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A Energisa divulgou nota de esclarecimento após o imbróglio envolvendo a ligação provisória de energia a um ônibus da Hemoacre durante ação solidária organizada pela Câmara de Rio Branco.

A empresa disse que o pedido para ligação provisória ocorreu em menos de 24h antes do evento, o que dificultou a atuação dos técnicos da concessionária de energia.

Confira a nota:

Nota

A Energisa esclarece que recebeu o pedido de ligação provisória por e-mail na véspera do evento, com menos de 24 horas de antecedência.

A empresa reforça que, conforme orientações previamente repassadas e regulamentação vigente, todos os pedidos de ligação provisória devem ser formalizados com, no mínimo, 48 horas de antecedência. Esse prazo é fundamental para garantir o devido planejamento e o atendimento adequado pelas equipes operacionais.

A Energisa informa ainda que já alinhou a situação com a responsável do Hemoacre, reforçando os procedimentos corretos para solicitações futuras. Mesmo com o curto prazo, uma equipe foi enviada ao local para realizar a ligação.

Aleac fará audiência com bancada federal para tratar de operação contra produtores rurais

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Durante pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado estadual Tanízio Sá (MDB) anunciou que será instalada ainda nesta terça-feira (8) a Frente Parlamentar dos Embargos, com o objetivo de unir esforços em defesa dos produtores rurais afetados por embargos ambientais. A criação da frente foi aprovada por unanimidade pelos 24 deputados da Casa há dez dias.

O parlamentar destacou a importância de garantir ampla participação dos colegas parlamentares na comissão, para fortalecer o debate em torno da agricultura familiar e do agronegócio, setores que, segundo ele, representam a base do desenvolvimento do estado.

“Vamos deixar aberto para que o maior número de deputados participe dessa frente parlamentar, porque todos têm interesse nesse tema. O setor produtivo é o principal motor da nossa economia”, afirmou.

O emedebista também informou que, na próxima sexta-feira (11), será realizada uma audiência pública sobre o tema, com a presença confirmada de ao menos dois senadores, três deputados federais e diversos representantes de órgãos de controle, como ICMBio, Ibama, Ministério da Agricultura, Sema e outros.

“Essa audiência vai ser decisiva para definirmos um rumo para a economia do Acre. Os produtores não podem continuar sendo ameaçados constantemente. Precisamos encontrar uma solução para quem trabalha para alimentar a população”, defendeu.

Ainda durante sua fala, o deputado solicitou à direção da Aleac o encaminhamento de um ofício à presidente do Deracre solicitando informações detalhadas sobre as pontes de madeira construídas em 2024 e as previstas para execução em 2025. O pedido inclui dados sobre as empresas contratadas, os locais das obras e a metragem total executada.

Ascom Aleac

Deracre impulsiona Operação Verão com envio de rolos compactadores a sete municípios do Acre

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O governo do Acre, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária (Deracre), reforçou nesta terça-feira, 8, as ações da Operação Verão com o envio de rolos compactadores para atender demandas de prefeituras e regionais em todo o estado. A presidente do Deracre, Sula Ximenes, explica que o envio dos equipamentos atende ao planejamento definido para acelerar as frentes de trabalho durante o verão.

“Estamos garantindo mais estrutura para que as regionais e as prefeituras tenham condições de executar os serviços. É um compromisso do governador Gladson Camelí com a infraestrutura do nosso estado”, afirmou a presidente.

No total, foram enviados oito rolos compactadores para intensificar os serviços de recuperação de ramais, aplicação de revestimento primário e melhoria de acessos. Um rolo compactador foi enviado para a Prefeitura de Manoel Urbano, um para a Prefeitura de Brasileia e um para a Prefeitura de Mâncio Lima.

As regionais do Deracre também foram contempladas: um rolo foi direcionado para Sena Madureira, um para Xapuri, um para Brasileia e dois para a Regional do Juruá, em Cruzeiro do Sul. A Operação Verão envolve a atuação direta do Deracre em parceria com as prefeituras para ampliar a trafegabilidade nos ramais, assegurar o transporte escolar e facilitar o escoamento da produção rural.

Agência de Notícias do Acre

Energisa não liga energia de ônibus e ação solidária de doação de sangue é cancelada em Rio Branco

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O que era para ser uma manhã dedicada à solidariedade acabou marcada por mais um episódio de descaso envolvendo a Energisa. Uma ação de doação de sangue promovida pela Câmara Municipal de Rio Branco, nesta terça-feira (8), foi praticamente inviabilizada após a empresa não enviar um técnico responsável por ligar o ônibus do Hemoacre à rede elétrica.

Sem energia, os equipamentos do veículo — essenciais para climatização, coleta e análise do sangue — não puderam ser ligados, e dezenas de parlamentares, assessores, jornalistas e convidados ficaram impossibilitados de doar.

O episódio não é isolado. Um representante do Hemoacre, que preferiu não se identificar, afirmou que essa não é a primeira vez que o serviço itinerante do órgão sofre prejuízo por conta da lentidão da empresa de energia.

A sessão da Câmara, inclusive, precisou ser suspensa para permitir a participação dos vereadores na ação. Mas o esforço dos parlamentares e da equipe organizadora acabou esbarrando em um problema crônico: a ineficiência da concessionária.

Vereadores encerram sessão mais cedo para participarem da ação de doação de sangue que foi cancelada por falta de energia/Foto: Correio Online

Segundo a assessoria da Casa, o ofício solicitando apoio técnico foi enviado à Energisa com antecedência. Mesmo assim, a empresa não enviou o técnico responsável.

O caso reacende o debate sobre a qualidade dos serviços prestados pela concessionária no Acre, frequentemente alvo de críticas por cortes injustificados, tarifas abusivas e falta de agilidade até mesmo em situações emergenciais ou de interesse coletivo.

A reportagem tentou contato com a Energisa através do número disponibilizado na internet, mas até o fechamento desta edição não conseguiu contato com a empresa. O espaço segue aberto para os devidos esclarecimento da concessionária responsável pelo serviço no estado.

Com informações de Marcela Jansen, do Correio Online

Acre registra queda de 55% nas mortes por arma de fogo nos últimos anos, diz relatório

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O estado do Acre apresentou uma das maiores reduções no número de homicídios por arma de fogo no Brasil entre os anos de 2018 e 2023. De acordo com o Atlas da Violência 2023, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o total de mortes caiu de 311 para 137 no período, representando uma diminuição de 55,9%.

A taxa de homicídios por 100 mil habitantes também sofreu queda significativa, passando de 36,5 para 15,0, abaixo da média nacional registrada no mesmo ano, que foi de 15,2. O resultado posiciona o Acre entre os estados com melhor desempenho na redução da violência armada recente.

Apesar do avanço, o relatório aponta que, em 2023, 63,1% dos homicídios no estado ainda foram cometidos com armas de fogo, um aumento de 6,6% em relação ao ano anterior. Esse dado supera a média brasileira, que foi de 71,6%, e reforça o alerta para a persistência da circulação de armas ilegais e da letalidade associada a elas.

O cenário positivo observado nos últimos cinco anos contrasta com o comportamento da década anterior. Entre 2013 e 2023, o Acre acumulou um aumento de 44,2% no número absoluto de homicídios por arma de fogo, demonstrando que a violência armada no estado seguiu uma trajetória instável ao longo dos anos.

Em comparação com outras unidades da federação, o Acre apresenta atualmente índices mais baixos que estados como Amapá e Bahia, que registraram, respectivamente, taxas de 48,3 e 36,6 homicídios por 100 mil habitantes.

Michelle cobra inclusão de metas para produção rural, valorização dos servidores e previdência na LDO

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A deputada Michelle Melo, criticou durante sessão ordinária, realizada na manhã desta terça-feira, 8, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), a ausência de metas e prioridades claras apresentadas pelo governo estadual no debate sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício de 2026.

A parlamentar afirmou que o governo ainda não apresentou diretrizes objetivas, o que compromete o processo de discussão e a possibilidade de inserção de propostas relevantes. Segundo ela, o secretário de Estado informou que as metas só serão detalhadas com o envio da Lei Orçamentária Anual (LOA), previsto para setembro.

“Sentimos falta de um debate mais profundo. Não conseguimos ver um governo que trouxe metas e prioridades. Isso nos deixa com pouquíssimo tempo para discutir e propor alterações na LDO”, afirmou Melo.

Michelle Melo anunciou que irá protocolar emendas à proposta de LDO com foco em três áreas prioritárias: produção rural, valorização dos servidores públicos e previdência estadual.

Entre as propostas, está a inclusão de um inciso no artigo 2º da LDO que assegure o fortalecimento da produção rural sustentável, com ênfase na agricultura familiar, produção agroecológica, regularização fundiária, acesso a mercados e investimento em infraestrutura logística rural.

“Estamos debatendo dia após dia os problemas enfrentados pelos produtores rurais, mas essa pauta sequer aparece como linha estratégica da administração estadual”, destacou a parlamentar.

Outra emenda prevê a criação de dotação específica para um programa de valorização dos servidores públicos, incluindo espaço orçamentário para reajuste salarial, gratificações por desempenho e qualificação profissional.

“Precisamos garantir que o orçamento de 2026 inclua, de fato, a valorização dos nossos servidores, que seguem sendo negligenciados nas peças orçamentárias”, ressaltou a deputada.

Por fim, Michelle defendeu que o problema da previdência estadual (Acreprevidência) seja tratado de forma transversal e institucional. Ela citou proposta semelhante apresentada pelo deputado Emerson Jarude em 2024, que sugeria vincular a previdência ao planejamento estratégico de governo.

“Precisamos entender a previdência como um tema que afeta todas as áreas e que deve ser pensado dentro de cada eixo de desenvolvimento humano e institucional”, completou.

Vereador diz que pesca predatória em Boca do Acre não deixa peixes subirem para rios acreanos

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Aiache, parlamentar de Rio Branco, chama prática tradicional de pesca de “predatória” e afirma que atividade prejudica comunidades no Acre

Uma fala do vereador de Rio Branco (AC), Aiache, causou polêmica, hoje, sexta-feira (4), ao acusar a pesca realizada em Boca do Acre (AM) de ser “predatória” e de causar prejuízos aos ribeirinhos acreanos que dependem do pescado nos rios Acre e Purus. A declaração ocorreu durante o início da piracema do Mandim e do Surubim — fenômeno que movimenta pescadores e abastece os mercados regionais.

Segundo o vereador, enquanto órgãos ambientais se concentram em fiscalizar pequenos produtores, a pesca em Boca do Acre segue livre de fiscalização. “O rio Acre está tapado de redes, e isso acarreta que os ribeirinhos ficam sem pesca. E Sena Madureira também não sobe, porque a pesca predatória em Boca do Acre não deixa esses peixes se reproduzirem”, afirmou Aiache.

A piracema do Mandim, do Surubim e de outras espécies é considerada um evento natural e culturalmente significativo para a economia local — e, até hoje, não foi considerada predatória por nenhum órgão de fiscalização ambiental, como o Ibama ou o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM).

Peixe do Amazonas alimenta o Acre

O município de Boca do Acre é também responsável por parte expressiva do abastecimento de peixe nos mercados do Acre. Diariamente, dezenas de geleiras saem da cidade levando toneladas de pescado fresco para feiras livres e supermercados de Rio Branco, Sena Madureira e demais localidades acreanas.

“Essa crítica ignora o que é tradição e o que é sustento de milhares de famílias”, comentou um comerciante de pescado da região. “A pesca é feita com autorização e dentro dos períodos permitidos. É a fonte de renda de muita gente honesta que trabalha dia e noite para alimentar dois estados.”

A Prefeitura de Boca do Acre e a Colônia de Pescadores ainda não emitiram nota oficial, mas a repercussão deve pressionar lideranças políticas locais a se manifestarem em defesa da atividade pesqueira da região.

Deputado diz que ferrovia bioceânica é a oportunidade para o Acre se tornar “protagonista de uma nova rota de desenvolvimento”

Durante sessão realizada nesta terça-feira, 8, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado estadual Edvaldo Magalhães destacou o potencial transformador da ferrovia bioceânica, cuja rota deve passar obrigatoriamente pelo Acre. Segundo o parlamentar, trata-se de uma oportunidade histórica para o estado, com impacto direto no desenvolvimento logístico, industrial e econômico da região.

“Essa é a oportunidade da nossa geração. A ferrovia não vai passar pelo Acre porque o estado lutou por isso, infelizmente, não foi. Ela vai passar porque a nova geografia da disputa comercial mundial exige. E precisamos estar preparados para tirar o melhor proveito disso”, afirmou Magalhães.

O deputado se referiu ao termo de cooperação assinado entre o Ministério dos Transportes do Brasil e a estatal chinesa de ferrovias, que prevê o estudo de viabilidade da ferrovia bioceânica, ligando o Brasil ao Peru e, de lá, ao Oceano Pacífico. O projeto, que está em discussão desde o início da década de 2010, poderá reduzir em até 12 dias o tempo de exportação para os mercados asiáticos, fortalecendo o papel do Brasil e do Acre no comércio internacional.

“O porto de Chancay, no Peru, já está pronto, com investimento de US$ 3,5 bilhões. A ferrovia será o elo que falta para transformar o Acre em um verdadeiro corredor de exportação. Com ela, também ganhamos a chance de ativar a ZPE [Zona de Processamento de Exportação] e atrair cadeias produtivas para o estado”, reforçou o deputado.

Magalhães também fez críticas à capacidade de execução do atual governo estadual, afirmando que o Acre tem sofrido com baixo investimento público e falta de preparo para conduzir projetos estruturantes. Diante disso, ele propôs que a própria Aleac lidere os debates sobre o papel do estado no projeto da ferrovia.

“Não acredito que o governo tenha hoje a capacidade instalada para responder a um desafio dessa magnitude. Mas a Assembleia pode e deve assumir essa missão. Podemos ser a casa que promove o debate com qualidade técnica, ouvindo especialistas, discutindo industrialização, integração regional e os rumos do Acre dentro da nova ordem econômica mundial”.

Para o deputado, esse é um momento decisivo para o futuro do estado, e a atuação política precisa estar à altura do desafio.

“O Acre precisa se posicionar com ousadia, com planejamento e com visão estratégica. Essa ferrovia é a chance de nos tornarmos protagonistas de uma nova rota de desenvolvimento, que vai muito além do discurso”, concluiu.