terça-feira, 23 setembro 2025
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Justiça dá 18 meses para governo concluir obra da delegacia de Sena Madureira

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O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio da Promotoria de Justiça Cível de Sena Madureira, obteve decisão judicial determinando que o Estado do Acre conclua a reforma geral da Delegacia de Polícia Civil e entregue um prédio exclusivo para o Instituto de Criminalística, com salas destinadas à realização de perícias, custódia de evidências e laboratório separado.

Com a medida, o MPAC busca assegurar condições adequadas para o funcionamento da Delegacia de Polícia Civil de Sena Madureira e a efetiva prestação dos serviços de segurança pública no município.

A decisão decorre de ação civil pública ajuizada pelo MPAC em 2014 para regularizar as condições estruturais e de funcionamento da unidade. Ao longo do processo, foram realizadas diversas inspeções pela equipe do Núcleo de Apoio Técnico (NAT) do MPAC, cujos relatórios apontaram pendências nas obras e necessidade de adequação do espaço físico, bem como de efetivo para atendimento.

A decisão também reconhece que, apesar de algumas melhorias e contratação de servidores, não houve integral cumprimento dos compromissos assumidos pelo Estado, o que motivou o prosseguimento da ação e o julgamento do mérito.

A Vara Cível da Comarca de Sena Madureira fixou prazo de 18 meses para a conclusão das reformas e entrega do prédio do Instituto de Criminalística, sob pena de multa diária em caso de descumprimento.

Brasil tem mais gado do que pessoas, diz levantamento do IBGE

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Em 2024, o rebanho bovino superou em 12,7% o número estimado de pessoas no Brasil (211,7 milhões). A projeção populacional foi divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em agosto. Na pesquisa anterior, com dados de 2022, a quantidade de bovinos havia superado o número de habitantes em 11,4%.

Além disso, o rebanho bovino voltou a bater recorde no país em 2023. Segundo dados divulgados na quinta-feira (19) pelo IBGE, o efetivo alcançou 238,6 milhões de cabeças em 31 de dezembro, alta de 1,6% em relação ao fim de 2022 (234,9 milhões).

Em 2022, o crescimento havia sido de 4,6% frente a 2021 (224,6 milhões). Os números fazem parte da PPM (Pesquisa da Pecuária Municipal), cuja série histórica começou em 1974, quando o país tinha 92,5 milhões de cabeças — menos da metade do patamar registrado em 2023.

Ciclos da pecuária e estratégias de mercado

De acordo com o IBGE, a produção pecuária é marcada por ciclos. Entre 2019 e 2022, o setor viveu uma fase de retenção de fêmeas para criação de bezerros.

Em 2023, já foi possível notar os efeitos desse movimento. No entanto, o instituto apontou que uma inversão do ciclo começou a ocorrer, com aumento do abate de fêmeas.

Fonte: BPMoney

Mailza prestigia abertura do Festival do Milho em Porto Walter e reafirma compromisso com acesso por terra ao município

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A vice-governadora do Acre Mailza Assis participou, nesta quinta-feira, 18, da abertura da 10ª edição do Festival do Milho, em Porto Walter. Realizado pela prefeitura do município, com apoio do governo do Estado, Assembleia Legislativa (Aleac) e Sebrae, o evento se estende até sábado, 20, e reúne cultura, música, gastronomia e lazer, com programação na Rua Beira Rio e na Concha Acústica.

Mailza destacou a força da tradição e o papel do festival no fortalecimento da economia local. “O Festival do Milho é um momento de alegria, de valorização da nossa cultura e de estímulo à economia local. Parabenizo o prefeito César [Andrade] pela continuidade deste evento, iniciado pelo ex-prefeito e atual deputado federal Zezinho Barbary. É emocionante ver como o milho, tão presente na vida dos produtores, se transforma em pratos e oportunidades para toda a população. Assim como no Festival da Farinha, do Coco e do Açaí, vemos aqui a força da nossa identidade acreana”, afirmou.

Compromisso com integração

Ao comentar sobre os desafios de Porto Walter, município que ainda não possui acesso terrestre, Mailza reafirmou o compromisso do governo em viabilizar a ligação por estrada com Cruzeiro do Sul.

“Estamos falando de um município distante, mas que tem grandeza, cultura e economia forte. A estrada é uma prioridade, uma luta do governo, do deputado Zezinho Barbary e do prefeito César. Já avançamos em tratativas para reduzir os impactos ambientais e tornar viável esse acesso, porque sabemos da importância para a população e para o desenvolvimento do Acre”, reforçou.

Vice-governadora destacou que o Festival fortalece a economia local e valoriza a cultura de Porto WalterFoto: Neto Lucena/Secom

Um ano após o bloqueio pela Justiça Federal da estrada conhecida como Ramal do Barbary, que liga Porto Walter a Cruzeiro do Sul, foi homologado um acordo entre o governo do Estado e Ministério Público Federal, estabelecendo uma série de requisitos para a construção da via.

Natural de Porto Walter e criador do festival quando prefeito, o deputado federal Zezinho Barbary destacou a importância do evento para a cidade e reforçou a defesa da estrada como anseio da população.

“É uma alegria imensa voltar à minha terra e ver essa festa crescer a cada edição. Nosso povo é sonhador, vive da agricultura familiar e precisa do direito de ir e vir. Seguimos trabalhando para que a estrada Porto Walter–Cruzeiro do Sul se torne realidade, com apoio do governador Gladson Camelí e do nosso governo. Houve os obstáculos de questões ambientais e agora foi homologado um acordo; a gente acredita que futuramente irá vencer e realizar esse grande sonho de poder tornar a Porto Walter um município com fácil acesso”, disse.

O prefeito César Andrade ressaltou que o povo de Porto Walter é aguerrido e acolhedor, e mencionou o impacto do festival para a economia local. “Quero agradecer a todos os visitantes que estão conosco neste 10º Festival do Milho. Esse evento movimenta a economia, atrai turistas e fortalece nossa cultura. Porto Walter é uma cidade acolhedora e tenho certeza que todos que nos visitam vão querer voltar”.

Também prestigiou a abertura do Festival o primeiro-secretário da Aleac, deputado Luiz Gonzaga.

Espaço foi montado no Festival para degustação de pratos derivados do milho. Foto: Neto Lucena/Secom

Empreendedorismo e tradição

O festival reúne 25 produtores locais e oferece ao público mais de 20 variedades de pratos à base de milho, fruto de capacitação em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Com decoração temática, um espaço foi montado especialmente para degustação dos visitantes.

Mônica Ferreira, merendeira e empreendedora, participou pela primeira vez do Festival e falou da experiência. “Tem de tudo: pamonha, mugunzá, canjica, torta, bolo de milho, milho cozido. É a primeira vez que estou participando e estou aproveitando essa oportunidade. Fiz curso e estou colocando em prática o que aprendi”, contou.

Até mesmo as Irmãs Dominicanas de Santa Maria Madalena marcaram presença, vendendo derivados de milho para apoiar suas ações sociais. “Estamos vendendo todos os derivados do milho e também terços e rosários que eu mesma faço. O recurso ajuda tanto a nossa ordem como a minha família. É uma alegria participar desse momento e contribuir com o festival”, disse irmã Fátima.

Programação

A abertura contou com corrida de pedestres e show gospel com Fabiano Barcelos. A programação segue com atendimento médico gratuito, escolha do Rei e Rainha do Festival e shows da banda Forró Boys e do cantor Alanzinho, além de apresentações culturais, esportivas e festa country.

Com pouco mais de 11 mil habitantes, Porto Walter é um dos quatro municípios acreanos ainda sem ligação terrestre. Apesar disso, a cidade demonstra força cultural e produtiva, tornando o Festival do Milho um símbolo de identidade e resistência. “Mesmo tão distante, o povo de Porto Walter prova sua riqueza cultural e sua força econômica. O milho, cultivado por tantas famílias, é aqui celebrado como alimento, renda e tradição. Esse é o Acre que acredita, que resiste e que constrói o futuro com união e esperança”, observou Mailza.

Agência de Notícias do Acre

TJ mantém condenação de homem acusado por descumprir medida protetiva no Acre

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A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) decidiu manter, por unanimidade, a condenação de um homem acusado de descumprir medida protetiva de urgência, prevista no artigo 24-A da Lei Maria da Penha. O recurso de apelação criminal, interposto pela defesa, foi desprovido, e a sentença da 2ª Vara de Proteção à Mulher da Comarca de Rio Branco foi integralmente mantida.

O réu havia sido condenado a 5 meses e 18 dias de detenção, em regime aberto, com a obrigatoriedade de participação em ao menos 10 encontros de grupo reflexivo para autores de violência doméstica, além do pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 2 mil à vítima.

Segundo os autos, o homem foi formalmente intimado da decisão judicial que o impedia de se aproximar da ex-companheira, com quem tem filhos. Mesmo assim, ele descumpriu a medida protetiva ao ir até a residência da vítima. A materialidade do crime foi comprovada por boletim de ocorrência, inquérito policial, decisão judicial e o formulário nacional de avaliação de risco.

A autoria foi confirmada pelos depoimentos firmes da vítima e de sua irmã, além da confissão parcial do acusado, que alegou ter ido ao local por preocupação com os filhos. A apelação da defesa buscava a absolvição por ausência de dolo, argumentando que o réu não teve a intenção de descumprir a ordem judicial. De forma subsidiária, pediu a redução da indenização por danos morais e o afastamento da exigência de participação nos encontros reflexivos.

No entanto, o Tribunal entendeu que:

* Houve dolo na conduta do acusado, já que ele tinha pleno conhecimento da medida protetiva e, mesmo assim, optou conscientemente por descumpri-la. Conforme a Corte, o crime independe da existência de violência física ou ameaça direta, sendo suficiente a violação da ordem judicial.

* A indenização por danos morais foi considerada razoável e proporcional, conforme o Tema 938 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que autoriza a fixação de indenização mínima nesses casos, desde que haja pedido expresso da parte ofendida – o que ocorreu no caso analisado.

* A exigência de participação em grupo reflexivo para autores de violência foi validada com base no art. 22, VI, da Lei Maria da Penha, alterado pela Lei nº 13.984/2020, sendo considerada uma medida pedagógica, preventiva e reeducativa, compatível com o regime aberto.

O acórdão firmou as seguintes teses:

* O descumprimento de medida protetiva de urgência configura crime previsto no art. 24-A da Lei Maria da Penha quando demonstrado o dolo do agente, ainda que não haja violência física ou ameaça direta.
* É cabível a fixação de indenização por danos morais em ações de violência doméstica, mesmo sem instrução probatória específica, desde que haja pedido expresso.
* O comparecimento a grupos reflexivos constitui medida legítima de caráter educativo e preventivo, podendo ser determinada como condição ao regime aberto.

Com a manutenção da condenação, o réu deverá cumprir a pena de detenção em regime aberto, participar dos encontros do grupo reflexivo e realizar o pagamento da indenização à vítima, conforme sentença de primeira instância.

PEC da Blindagem pode barrar ações contra corrupção no uso de emendas

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A proposta de emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que proíbe a abertura de ações criminais contra deputados e senadores sem autorização do Parlamento, pode favorecer a corrupção no uso das emendas parlamentares. O alerta vem sendo feito por especialistas e organizações que trabalham com o combate à corrupção.

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), que reúne diversas entidades da sociedade civil, denunciou, em nota, que a PEC fortalece a impunidade e fragiliza a transparência, sobretudo “ao admitir o voto secreto em decisões que tratam da responsabilização de parlamentares”.

O diretor do MCCE, Luciano Santos, afirmou à Agência Brasil que o crescimento dos volumes de dinheiro das emendas parlamentares favoreceu o aumento da corrupção no país. Em 2025, o orçamento federal destinou cerca de R$ 50 bilhões para emendas, valor semelhante ao previsto para 2026.

“Temos clareza de que se está buscando exatamente uma blindagem por conta dessas investigações sobre as emendas. Não faz o menor sentido fazer essa blindagem dos políticos, especialmente sabendo que existem diversas investigações em curso”, destacou o especialista.

Luciano argumenta que falta mais controle, transparência e rastreabilidade na execução desses recursos públicos.

“É de fora que tá vindo o controle. É o Supremo quem está exigindo que o Congresso e o Executivo possam ter práticas e medidas para evitar que aconteçam os desvios nas emendas. Não dá para fazer uma lei onde a autorização precisa vir do Congresso. A história demonstra que isso não dá certo”, disse.

Nos últimos anos, as emendas parlamentares têm sido alvos de diversas operações da Polícia Federal (PF) e de inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal (STF) por falta de transparência no uso desses recursos.

Para o advogado e jurista Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, a grande motivação para a aprovação da PEC está nas investigações sobre pagamentos dessas emendas.

“Eles já estão blindados, de alguma forma, pela falta de transparência. A PEC, na verdade, vai trazer uma tranquilidade a mais. É quase uma ação entre amigos. Quase todos, ou boa parte, está envolvida em ações suspeitas no pagamento de emendas. Eles vão ter interesse de se proteger mutuamente”, avalia o advogado.

Inviabilizar o país

O coordenador da Central das Emendas, plataforma que reúne dados sobre a execução das emendas parlamentares, Bruno Bondarovsky, afirmou à Agência Brasil que essa PEC dificulta que o dinheiro público liberado por emendas seja bem aplicado.

“A transparência já é limitada devido ao modelo atual, que pulveriza os recursos sem o devido controle. A eficiência alocativa é baixa por haver poucas restrições técnicas. Se as investigações de corrupção ficarem limitadas, essas emendas serão um ralo que pode inviabilizar o país”, alertou.

No final de agosto, o ministro do STF Flávio Dino mandou a PF investigar 964 emendas individuais de parlamentares de transferência especial, chamadas “emenda Pix”, que somam R$ 694 milhões.

Emendas parlamentares vêm sendo alvo de bloqueios bilionários. Em dezembro de 2024, Dino suspendeu o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas por suspeitas de irregularidades.

Nesta semana, Dino suspendeu o repasse de “emendas Pix” para nove municípios. Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) em dez cidades só não encontrou irregularidade em um município.

A execução das emendas parlamentares é um dos principais motivos de disputa entre o Supremo e o Congresso. Em março deste ano, o Parlamento aprovou novas regras para emendas a partir das orientações do STF, mas críticos apontam que as mudanças não foram suficientes para dar transparência e rastreabilidade aos recursos.

Em nota, a Transparência Internacional, outra organização que trabalha com o tema da corrupção, lembrou que, entre 1998 e 2001, o Congresso barrou 253 investigações, autorizando apenas uma. Nessa época, vigorou a regra da autorização do Parlamento para abertura de ações penais contra parlamentares.

“[Deputados e senadores] se mostram avessos a qualquer tipo de medida de transparência ou controle [sob emendas parlamentares] e se preocupam mais com a possibilidade de responsabilização pelos desvios do que com a necessidade de interrompê-los. A urgência da blindagem se origina justamente no avanço das investigações sobre esses desvios, que já alcançam quase uma centena”, afirmou a entidade.

Por sua vez, o Instituto Não Aceito Corrupção afirmou que a PEC tem a pretensão “óbvia” de se obter impunidade assegurada pela legislação.

“O que se propõe, a partir desta ignominiosa iniciativa, é a criação de uma verdadeira casta com alcunha jocosa de prerrogativa parlamentar para um nobre grupo de intocáveis, de pessoas acima do bem e do mal, afrontando-se também o princípio da isonomia constitucional”, disse a organização.

Proteger o Parlamento

Os defensores da PEC 3 de 2021 afirmam que a proposta visa proteger o exercício do mandato parlamentar contra interferências indevidas do Judiciário e contra supostas “perseguições políticas”, conforme argumentam parlamentares da oposição.

O relator da PEC na Câmara, deputado Claudio Cajado (PP-BA), rejeita o argumento de que a proposta limite as ações criminais contra parlamentares.

“Isso aqui não é uma licença para abusos do exercício do mandato, é um escudo protetivo da defesa do parlamentar, da soberania do voto e, acima de tudo, do respeito à Câmara dos Deputados e ao Senado”, justificou.

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) defendeu que o Congresso Nacional não barraria investigações contra quem cometeu crimes.

“Quem cometer crime vai pagar, uai. É simples assim, a gente vota e a gente mostra que essa casa é contra criminoso”, disse Nikolas durante a sessão.

Na avaliação do diretor do MCCE, Luciano Santos, o argumento dos parlamentares não é válido porque, quando valeu a regra de autorizar investigações contra deputados e senadores, quase todos os processos foram barrados.

“É absolutamente impossível acreditar que isso aconteça. Nós vimos parlamentares que foram cassados pelo Judiciário e que dependiam de votação no Congresso, e que isso leva muito tempo e o corporativismo efetivamente protege. A autoproteção ali é enorme”, finalizou.

Fonte: Agência Brasil

Trabalho infantil no país cai 21,4% em oito anos, mostra IBGE

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O Brasil reduziu em 21,4% o número de crianças e adolescentes no trabalho infantil no intervalo de oito anos. Em 2016, eram 2,1 milhões de pessoas de 5 a 17 anos nessa situação, contingente reduzido a 1,65 milhão em 2024.

Em termos de proporção, também houve queda. Em 2016, quando o país tinha 40,6 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, 5,2% deles faziam trabalho infantil. Em 2024, a marca ficou em 4,3% dos 37,9 milhões de brasileiros nessa faixa etária.

Os dados fazem parte de uma edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A série histórica do levantamento foi iniciada em 2016.

Ao comparar apenas os dois últimos anos da pesquisa, o número de pessoas no trabalho infantil cresceu 2,1% (eram 1,616 milhão), e o percentual da população nessa situação subiu 0,1 ponto percentual.

No entanto, o analista do IBGE Gustavo Geaquinto Fontes relativiza o aumento. “Foi uma variação de 2,1%. Não foi uma variação muito acentuada”, diz.

Tendência de queda

Segundo Fontes , o patamar ainda está “em nível bastante baixo”. Ele lembra que o menor resultado foi em 2023, ano que apresentou queda de 14,7% ante 2022.

“A gente observa que permanece certa tendência de queda, apesar dessa oscilação positiva de 0,1 ponto percentual. Eu acho que está cedo para afirmar se isso é uma reversão de tendência”, completa.

O analista acrescenta que o aumento no último ano se concentrou principalmente no grupo de 16 a 17 anos e entre homens. “Para as crianças mais novas, permaneceu próximo à estabilidade”.

Ao longo de oito anos, o percentual de trabalho infantil apresentou tendência de queda até 2019. Nos anos 2020 e 2021, por causa da pandemia de covid-19, a pesquisa não foi realizada. Em 2022, o percentual mostrou crescimento.

Percentual de pessoas no trabalho infantil

2016: 5,2%

2017: 4,9%

2018: 4,9%

2019: 4,5%

2022: 4,9%

2023: 4,2%

2024: 4,3%

O que é trabalho infantil

Para classificar o trabalho infantil, o IBGE segue orientações da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que o conceitua como “aquele que é perigoso e prejudicial à saúde e o desenvolvimento mental, físico, social ou moral das crianças e que interfere na sua escolarização”. Acrescentam-se à classificação atividades informais e com jornadas excessivas.

Dessa forma, nem todas as atividades laborais de crianças e adolescentes são consideradas trabalho infantil. A legislação brasileira impõe delimitações:

– até os 13 anos, é proibida qualquer forma de trabalho.

– de 14 a 15 anos, trabalho é permitido apenas na forma de aprendiz.

– aos 16 e 17 anos, há restrições ao trabalho sem carteira assinada, noturno, insalubre e perigoso

Remuneração

A Pnad identificou que as crianças e os adolescentes envolvidos no trabalho infantil tinham remuneração média mensal de R$ 845.

Os pesquisadores verificaram que a maior parte (41,1%) tinha jornada de até 14 horas semanais. Para 24,2%, a carga ficava de 15 a 24 horas, 18% trabalhavam de 25 a 39 horas e 11,6% gastavam 40 horas ou mais nas atividades.

Quanto maior a carga horária, maior a remuneração. Entre os que trabalhavam 40 horas ou mais, a remuneração média era de R$ 1.259.

Ramos de atividades

Ao separar por atividades que mais absorvem a mão de obra infantil, o IBGE constatou:

– comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas: 30,2%

– agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura: 19,2%

– alojamento e alimentação: 11,6%

– indústria geral: 9,3%

-serviços domésticos: 7,1%

– outras atividades: 22,7%

Concentrado na adolescência

O IBGE classifica os resultados em três faixas etárias. Assim, a pesquisa revela que mais da metade (55,5%) do trabalho infantil estão concentrados na faixa de 16 a 17 anos. As faixas de 5 a 13 anos e de 14 e 15 anos representam cerca de 22% cada.

Analisando o universo de adolescentes de 16 e 17 anos, o percentual deles em situação de trabalho infantil passou de 14,7% para 15,3% no período de 2023 para 2024. Em 2022, eram 16,4%.

Pretos e pardos

Assim como em outros indicadores socioeconômicos, a população preta ou parda enfrenta condições mais desfavoráveis em relação à branca.

Enquanto 59,7% da população de 5 a 17 anos é preta ou parda, na hora de analisar o universo do trabalho infantil, eles representam 66,6%, ou seja, dois terços.

Já os brancos, 39,4% dessa população jovem, são 32,8% das crianças e adolescentes que vivenciam o trabalho infantil.

Os dados evidenciam que o trabalho infantil engloba mais os homens que as mulheres. Eles são 51,2% da população de 5 a 17 anos, mas 66% das pessoas em situação de trabalho infantil.

Regiões

A pesquisa revela desigualdades regionais. O Sudeste é a única região com percentual de trabalho infantil abaixo da média nacional (4,3%).

Norte: 6,2%

Nordeste: 5%

Sudeste: 3,3%

Sul: 4,4%

Centro-Oeste: 4,9%

Tarefas domésticas

Os pesquisadores aproveitaram a visita aos lares da amostra da Pnad para buscar informações sobre atividades domésticas, que incluem tarefas como lavar louça, fazer comida, cuidar da limpeza, fazer compras e cuidar de outras pessoas.

Da população de 37,9 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos no Brasil, pouco mais da metade (54,1%) realizam algum afazer doméstico (20,5 milhões de pessoas) em 2024.

Nove em cada dez (89,8%) deles gastavam até 14 horas por semana nessas atividades.

Diferentemente do trabalho infantil ─ no qual os homens são maioria ─ nas atividades de casa, as mulheres predominam: 58,2% delas contra 50,2% dos homens.

Condenação de policial penal por assassinato é resposta da sociedade contra abusos, diz promotora

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O policial penal Raimundo Nonato Veloso da Silva Neto foi condenado a quase 20 anos de prisão pelo assassinato de Wesley Santos da Silva. Após o julgamento, a promotora de Justiça Maísa Arantes afirmou que a decisão representa uma resposta firme da sociedade contra a violência e os abusos cometidos por quem deveria zelar pela segurança pública.

Em um discurso marcado pela emoção, Maísa declarou que a condenação mostra que a justiça foi feita, mesmo que não seja possível reparar a perda da vítima. Segundo ela, o crime foi cometido com uma arma adquirida com recursos públicos, fruto do esforço dos cidadãos do Acre, o que torna a situação ainda mais grave.

A promotora enfatizou que nenhuma decisão judicial é capaz de amenizar totalmente o sofrimento dos familiares. Ela lembrou que os entes queridos de Wesley, como sua mãe Rita, carregarão para sempre as marcas dessa tragédia. No entanto, frisou que o veredito serve como uma resposta clara de que a sociedade não aceitará mais a violação de direitos, o abuso de autoridade ou a quebra da confiança depositada nas instituições.

Carro capota várias vezes na BR-317 e família sofre ferimentos leves

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Um grave acidente de trânsito deixou uma família ferida na BR-317, no trecho entre Xapuri e Epitaciolândia, na quinta-feira (18). O motorista do carro perdeu o controle da direção e o veículo capotou várias vezes.

Segundo informações levantadas no local, a família seguia sentido Rio Branco/Epitaciolândia quando o condutor teria cochilado ao volante, fazendo com que o veículo saísse da pista. Após percorrer alguns metros fora da estrada, o carro capotou.

Imagens registradas pelo jornalista Almir Andrade mostram o veículo bastante danificado fora da rodovia. Apesar da gravidade do acidente, todos os ocupantes sofreram apenas ferimentos leves. Um deles precisou ser encaminhado ao hospital para avaliação médica, ficando em observação até receber alta.

Adolescente é baleado em Brasiléia e é transferido às pressas para Rio Branco

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Um adolescente de 17 anos foi baleado na noite desta quarta-feira (17), no bairro Samaúma, em Brasiléia, e precisou ser transferido para o Pronto-Socorro de Rio Branco. O caso é investigado pela polícia como tentativa de homicídio.

De acordo com informações preliminares, quatro suspeitos chegaram em duas motocicletas, pararam em frente a uma residência e efetuaram vários disparos contra a vítima, que foi atingida na região do tórax.

O jovem, identificado pelas iniciais A.S.D.F., recebeu atendimento de uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e foi encaminhado ao Hospital Regional Raimundo Chaar, onde foi estabilizado. No entanto, devido à gravidade do ferimento e à necessidade de retirada do projétil, foi transferido para a capital após a meia-noite.

Até o momento, não há informações oficiais sobre seu estado de saúde, mas ele passaria por cirurgia emergencial ainda na madrugada desta quinta-feira (18). Nenhum suspeito foi preso até o fechamento desta reportagem.

Com informações O Alto Acre

Detran notifica suspensão de CNHs de 82 condutores no Acre

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O Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN/AC) publicou no Diário Oficial do Estado (DOE) desta sexta-feira, 19 de setembro de 2025, o Edital de Notificação de Aplicação da Penalidade de Suspensão do Direito de Dirigir, informando sobre a suspensão e, em alguns casos, a cassação do direito de dirigir de 82 condutores no estado. A penalidade foi imposta devido ao descumprimento de prazos ou indeferimento de defesa por parte dos motoristas envolvidos.

De acordo com a notificação, as penalidades foram fundamentadas no art. 256, inciso III, do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que trata da suspensão e cassação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Os condutores notificados não atenderam aos prazos estabelecidos ou tiveram suas defesas indeferidas, o que resultou na imposição das sanções.

Os motoristas notificados têm até o dia 19 de outubro de 2025 para entregar a CNH física na Divisão de Suspensão e Cassação de CNH, localizado na Av. Estrada Dias Martins nº 894, Bairro Jardim Primavera, ou, caso desejem contestar a decisão, apresentar recurso junto à Junta Administrativa de Recursos de Infrações (JARI) do DETRAN-AC. O recurso também pode ser interposto nas CIRETRANS, conforme os horários e datas de atendimento de cada unidade.

O não cumprimento de qualquer uma das exigências – seja a entrega da CNH ou a interposição do recurso até o prazo estipulado – resultará no bloqueio da CNH no sistema RENACH, a partir de 03 de novembro de 2025. A execução da penalidade de suspensão do direito de dirigir será imediatamente aplicada, o que pode comprometer a possibilidade de os condutores circularem legalmente pelas vias do estado.