O governador Gladson Camelí recebeu nesta terça-feira, 22, a visita da ministra da Mulher, Márcia Lopes, no Palácio Rio Branco. No encontro, o chefe de Estado, falou sobre a importância das mulheres em cargos políticos e de liderança. Durante a recepção, o governador destacou que a gestão estadual do Acre conta com a participação e a liderança de muitas mulheres que comandam pastas importantes para o desenvolvimento social, econômico, de pastas estruturantes, de saúde e segurança.

“Nas principais pastas temos mulheres guerreiras que estão fazendo um grande trabalho e quem diz não é o governador Gladson Camelí, são as pesquisas de aprovação das secretarias nas quais vocês mulheres ocupam os cargos”, destacou o governador.

Gladson Camelí disse que o governo tem dado espaços importantes para as mulheres e que elas têm se destacado nessa gestão. “Conto com o apoio e a lealdade da minha vice-governadora, Mailza Assis, que também ocupa simultaneamente a pasta estadual de Assistência Social. No meu governo criamos a Secretaria Extraordinária de Povos Indígenas, que tem a Francisca Arara como gestora e a Nedina Yawanawa como diretora, que são importantes lideranças indígenas do Acre”, salientou Camelí.

Atualmente liderando o Ministério da Mulher, Márcia Lopes é assistente social com especialização na área de Criança e Adolescente e com mestrado em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. Foi professora do Curso de Serviço Social da Universidade de Londrina (UEL) por 30 anos. Ela foi ministra de Estado do Desenvolvimento Social e Combate à Fome em 2010, durante o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também foi secretária-executiva da pasta e secretária Nacional de Assistência Social entre 2004 e 2007.

Em sua fala, a ministra que veio ao Acre participar de conferências voltadas para mulheres e mulheres indígenas, falou sobre as ações do ministério e do apoio aos estados, na criação de políticas para as mulheres e combate à violência.

“Depois de 10 anos sem conferência, nós realizaremos a 5ª Conferência Nacional de Política para as Mulheres e, antecedendo essa conferência, as conferências municipais e estaduais. Fiquei muito feliz hoje, viu, governador? Porque o Acre é um dos estados que vai realizar a conferência em todos os municípios, nos 22 municípios”, afirmou a ministra.

Márcia Lopes também destacou as conferências são um espaço de escuta, de diálogo, de construção coletiva, de poder sonhar com um outro mundo de paz, sem violência, um cotidiano em que as mulheres se sintam protegidas, valorizadas.

“E o Acre está sendo exemplo disso. Estive também na Conferência Regional das Mulheres Indígenas, porque nós teremos agora, no início de agosto, a 1ª Conferência Nacional de Mulheres Indígenas. Então, foi um prazer estar aqui. Gostaria de ficar mais tempo, mas eu volto nesse estado maravilhoso e dizer que, se a gente trabalha junto, não há dúvida de que os resultados são sempre muito melhores”, pontuou a ministra.

Camelí também enalteceu a parceria com o governo federal, que possibilitou a criação de centros de referência. “Ministra quero destacar, ainda, que em parceria com o seu ministério a nossa Secretaria da Mulher já inaugurou dois centros de Referência da Mulher Brasileira nas regionais do Juruá e Alto Acre e revitalizamos um Centro Especializado de Atendimento à Mulher, em Sena Madureira. Por meio da Secretaria da Mulher temos desenvolvido programas de prevenção e combate ao feminicídio e de inserção de mulheres no mercado de trabalho através de capacitação técnica. Então ministra, posso afirmar que no Acre as mulheres têm tido um grande espaço e destaque na gestão. E nada melhor do que gestoras femininas para tocarem políticas públicas para mulheres que possam diminuir as diferenças sociais no nosso estado”, frisou Gladson.

“Nosso governo é  muito preocupado com o combate à violência doméstica e vem exercendo várias políticas públicas para isso acontecer, e isso só demostra o seu compromisso com as mulheres acreanas. O Acre foi o primeiro estado a aderir ao Pacto Nacional de Prevenção ao Feminicídio e fomos o primeiro estado a aprovar o Plano de Metas ao Enfrentamento de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher”, acrescentou a diretora de Políticas Públicas para as Mulheres, em exercício, Laura Cristina Souza.

“Aproveitando a oportunidade de reafirmar o nosso compromisso do governo do Estado com as políticas voltadas para as mulheres. Um bom homem, ele cuida das mulheres. Então, que fique aí o desafio: dia 11 de agosto vamos participar da nossa conferência estadual aqui em Rio Branco, na nossa capital, para que a gente possa cada vez mais diminuir as diferenças e construir aí um estado novo, um país cada vez mais digno”,  ressaltou o governador.

Na ocasião, a secretária Francisca Arara falou sobre as ações estaduais de apoio ao povos indígenas e sobre o fortalecimento das ações, por meio dos órgão federais, na promoção de politicas públicas. O governador também acrescentou que o Estado criou o calendário dos festivais indígenas, para fortalecer e promover a cultura regional.

No encontro, o gestor falou sobre as líderes femininas do Estado, citando que no setor de Obras e Infraestrutura está à frente da mais importante autarquia operacional do governo, o Deracre, a presidente Sula Ximenes, que tem se notabilizado pela atuação, que é responsável pela coordenação de obras estruturantes como estradas vicinais, pontes, recuperação de vias urbanas, entre outros atributos.

No Departamento de Trânsito do Acre (Detran/AC), desde a primeira gestão, o governador conta com a presidente Taynara Martins. Na área de Saúde pública, a presidente da Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo (Fundhacre), Sóron Steiner; na Secretaria de Saúde, a secretária adjunta de Atenção à Saúde, Ana Cristina Moraes e a secretária adjunta executiva, Andréa Pelatti se destacam na eficiência; na comunicação do Estado, a equipe está sob a liderança da secretária Nayara Lessa; a secretaria da Mulher do Acre tem como gestora Márdhia El-Shawa, que junto com a equipe atua no desenvolvimento de políticas públicas para o público feminino.

Estiveram presentes no encontro a secretária Nacional de Promoção de Direitos Indígenas, Giovana Mandulão, secretária Extraordinária dos Povos Indígenas, Francisca Arara, comandante-geral da Política Militar do Estado do Acre, coronel Marta Renata, a diretora de Políticas Públicas para as Mulheres, em exercício, Laura Cristina, a coordenadora da Delegacia da Mulher, Elenise Carvalho, secretária Adjunta de Atenção à Saúde, Ana Cristina Moraes, secretária de Povos Indígenas do Ceará, Juliana Alves, representante da Terra Indígena do Xingu (MT), Watatakalu Animiga; secretária de Gestão Ambiental e Territorial Indígena do Ministério dos Povos Indígenas do Brasil, Ceiça Pitaquari; e a presidente da Funai, Joênia Wapichana.

Agência de Notícias do Acre

Encontro reuniu representantes de movimentos sociais, governo e órgãos de controle

Na tarde desta terça-feira, 22 de julho, o Movimento de Mulheres do Acre teve encontro com a ministra de Estado das Mulheres, Márcia Lopes. A atividade aconteceu na sede do Tribunal de Contas do Estado do Acre e foi intitulada como “SOS Mulheres do Acre – Grito de Socorro”, e teve como objetivo apresentar à ministra a grave situação da violência contra as mulheres no estado, com foco no crescente número de feminicídios.

Estiveram presentes representantes de coletivos feministas, organizações da sociedade civil, e instituições públicas como: Assembleia Legislativa do Estado do Acre; Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); Ministério Público do Estado do Acre; Câmara Municipal de Rio Branco; Mulheres de Religiões de Matriz Africanas; Associação das Mulheres com Deficiência; Associação das Travestis e Transexuais do Acre; Instituto de Mulheres da Amazônia; Conselho Estadual do Direito da Mulher; Associação das Mulheres Negras do Acre; entre outras.

O momento é considerado decisivo pelas lideranças locais, que buscam dar visibilidade à escalada da violência de gênero e cobrar ações concretas do poder público. Somente até o dia 14 de julho de 2025, seis feminicídios já foram registrados no estado, nos municípios de Mâncio Lima, Rio Branco, Capixaba, Senador Guiomard e Tarauacá. Em 2024, foram oito mortes; em 2023, 10 feminicídios consumados e 17 tentativas.

Cenário alarmante de violência contra a mulher no Acre

O Acre vive um cenário alarmante de violência contra a mulher. De acordo com dados do Feminicidômetro do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), entre janeiro de 2018 e 15 de junho de 2025, o estado contabilizou:

• 82 feminicídios consumados
• 158 tentativas de feminicídio

A maioria das vítimas são mulheres jovens, negras e moradoras de bairros periféricos da capital e do interior — um retrato que reforça a necessidade de políticas públicas interseccionais, voltadas à promoção da igualdade de gênero e ao combate ao racismo estrutural.

A violência doméstica também continua em patamares preocupantes. Conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, o Acre figura entre os estados com maior número proporcional de denúncias de violência contra a mulher por 100 mil habitantes. Somente em 2022, mais de 5 mil ocorrências relacionadas à Lei Maria da Penha foram registradas em Rio Branco, segundo dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp/AC).

*Compromisso com a vida das mulheres*

Durante o encontro, representantes de coletivos feministas, organizações da sociedade civil,e instituições públicas apresentaram dados, relatos e propostas para o fortalecimento da rede de proteção às mulheres. A ministra Márcia Lopes ouviu as lideranças e reforçou o compromisso do Governo Federal com o enfrentamento da violência de gênero:

“Este é um momento de urgência e escuta ativa. As mulheres do Acre estão em situação de alerta, e nossa presença aqui reafirma o compromisso do Governo Federal com a vida das mulheres brasileiras, tudo o que ouvi aqui, todas as reivindicações, serão levadas à presidência da República, aos ministérios devidos, acredito com somente com a união de esforços de todos os entes da federação, vamos conseguir superar essa realidade tão preocupante no tocante as mulheres”, declarou a ministra.