sábado, 9 agosto 2025
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‘É possível triplicar produção agrícola do Brasil sem derrubar uma árvore’, diz Marina Silva

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A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, voltou nesta quarta-feria (12/6) ao programa Bom Dia, Ministra para reforçar o alerta de que toda a sociedade e todos os setores produtivos devem fazer parte da construção de uma nova ordem econômica e ambiental.

A abordar o esforço e o êxito do Governo Federal na redução de 50% do desmatamento da Amazônia, a ministra ressaltou que é preciso também avançar para a preservação dos demais biomas, sobretudo o Cerrado, sob pena de o País matar “a galinha dos ovos de ouro”. Segundo ela, destruir biomas como Pantanal, Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pampas equivale a destruir também nossa capacidade de produção. Nesse sentido, afirma que o Brasil pode, inclusive, triplicar sua capacidade produção agrícola “sem derrubar uma árvore”.

Durante a entrevista, Marina foi questionada diversas vezes sobre como conciliar o desenvolvimento da atividade agrícola e o mesmo tempo acolher as demandas de um nova ordem global sustentável. Ela reforça o papel do Governo Federal em liderar a construção de um novo pacto ambiental na reformulação de um modelo econômico e também das gestões locais de estados e municípios. E acrescente que a preocupação com a sustentabilidade é também uma responsabilidade de todos os atores econômicos, e não só o setor agrícola. Ou seja, envolve o agro, mas também a indústria, os transportes, o setor de energia e serviços.

“O desmatamento virou sinônimo de desmantelamento do clima”

Como exemplo de adaptação das atividades humanas às exigências naturais, Marina citou a Caatinga. Lembrou que antigamente se criavam animais de grande porte, e peso, na região, afetando gravemente a qualidade do solo. E que aos poucos essa pecuária foi sendo substituída pela criação de caprinos. Ainda como modelo de ação proativa do Estado nas condições climáticas, citou a política de cisternas criada para região há 20 anos, ainda no primeiro governo Lula. A medida – voltada para tirar proveito dos curtos períodos de chuvas em benefício das comunidades nos longos períodos de estiagem – vem atendendo não apenas a necessidade de consumo humano como também a de produção agrícola.

Sobre o Pacto Interfederativo para o Combate a Incêndios no Pantanal e na Amazônia reforça a importância de ação coordenada e integrada entre Governo Federal e gestões estaduais para prevenção, controle e manejo do fogo. E observa que proteger biomas é também proteger seus potenciais econômicos e, sobretudo, social e humano.

Estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Amazonas, Maranhão, Tocantins, Acre, Amapá, Roraima e Rondônia já estão reconhecendo essa demandas ao aderir ao pacto. Por isso vêm somando esforços para suspender a emissão e a execução de autorizações de queima até o fim do período seco e também durante períodos de previsão de ondas de calor.

O pacto também determina o fortalecimento de instrumentos de autorizações ambientais e a definição de áreas e ações prioritárias para preservação e combate aos incêndios.

Cenário de guerra

A ministra voltou a citar o evento climático extremo que assolou o Rio Grande do Sul, lembrando que alertas disparados há décadas não foram ouvidos e ações de prevenção não foram executadas. Embora tenha noção de que prevenir é menos custoso do que remediar, socorrer e reconstruir, o cenário hoje encontrado no território gaúcho é resultado de uma “guerra do homem contra a natureza”.

Citou não só a destruição física (de vidas e patrimônios materiais e naturais) como a geração de grande quantidade de materiais não absorvidos pela natureza. E, ainda, a de resíduos biológicos, animais, expondo à população ao riscos de doenças. A ministra mencionou ainda o comprometimento de mais de R$ 85 bilhões do Governo Federal para responder à tragédia climática no estado.

Plano Clima

Entre os assuntos abordados pela ministra Marina está o Plano Clima, que define estratégias nacionais para reduzir emissões de gases de efeito estufa, que causam o aquecimento global, e promover a adaptação aos impactos das mudanças climáticas, que podem se traduzir em eventos extremos cada vez mais intensos e frequentes – haja as chuvas no Rio Grande do Sul e a seca na Amazônia. O plano, que vai guiar a política climática do país até 2035, está sendo elaborado por mais de 20 ministérios e terá diretrizes para todos os setores socioeconômicos.

O Bom Dia, Ministra contou com a participação ao vivo de jornalistas das rádios Grupo Feitosa de Comunicação (Campo Grande/MS), Rádio Nacional da Amazônia (Brasília/DF), Rádio Difusora Acreana (Rio Branco/AC), Rádio Gaúcha Serra (Caxias do Sul/RS), Rádio CBN (Belém/PA), Rádio Agro FM (Lucas do Rio Verde/MT), Rádio Excelsior (Salvador/BA) e Rádio Mais 99 FM (São Luís/MA).

Motociclista morre em grave acidente na Estrada Transacreana; veja o vídeo

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Um trágico acidente envolvendo um motociclista, identificado como Edberto Souza Silva, de 33 anos, ocorreu na manhã desta quinta-feira (13) no km 3 da rodovia AC-90, conhecida como estrada Transacreana, em Rio Branco.

Edberto, que estava a bordo de uma motocicleta preta, com placa NAF 8G09, seguia no sentido zona rural/zona urbana quando foi atingido por outro veículo e possivelmente arrastado pela estrada.

O acidente ocorreu por volta das 5h da manhã e, infelizmente, não há testemunhas oculares do momento exato da colisão, pois o motorista responsável fugiu do local.

A cena do acidente chocou os transeuntes. O capacete foi arremessado da cabeça da vítima e estava gravemente danificado, enquanto fragmentos da motocicleta e do corpo do rapaz estavam dispersos pela estrada.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado por populares que passavam pelo local e se depararam com a situação, mas infelizmente, devido às múltiplas fraturas no corpo e na cabeça, a vítima foi declarada morta no local.

A perícia compareceu ao local e, após a conclusão do laudo pericial, será possível compreender a dinâmica completa do acidente.

O corpo de Edberto foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde passou por exames periciais e posteriormente foi liberado para a família.

Defesa da família de enfermeira morta por policiais cobra resultado do inquérito

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A defesa da família da enfermeira Géssica Melo de Oliveira, morta durante perseguição policial na BR-317 em dezembro do ano passado, cobra a conclusão do inquérito que está há seis meses na delegacia da Polícia Civil do Acre (PC/AC) do município de Senador Guiomard.

A enfermeira tinha 32 anos e morreu após ser baleada por policiais militares enquanto estava sob um surto psicótico e não atendeu o sinal de parada dos agentes de segurança. O caso ocorreu no dia 2 de dezembro de 2023, no município de Capixaba.

Uma investigação do Ministério Público do Acre (MPAC) apontou que foram disparados um total de 13 tiros de fuzil no carro de Géssica Oliveira quando ela dirigia na BR-317, durante uma crise psicológica.

Com várias perfurações no corpo, ela perdeu o controle do carro e invadiu o terreno de uma fazenda. Os policiais alegaram que ela estava armada e, por isso, atiraram. Após perceberem que a enfermeira estava morta, eles levaram o corpo para o hospital de Senador Guiomard. Além disso, sustentaram a tese de legítima defesa até que a investigação do MPAC mostrou que forjaram sobre a cena do crime.

O relatório do Ministério Público pede a condenação dos dois policiais. O texto também destaca que a arma encontrada no veículo não pertencia a enfermeira, pois o DNA encontrado era masculino. O inquérito da delegacia de Senador Guiomard pode apontar se outros policias também contra o carro.

Os sargentos da PMAC acusados pela morte foram presos, mas ganharam a liberdade e voltaram a trabalhar. A família agora busca uma resposta da delegacia do município no interior que não conclui o inquérito. O advogado de defesa disse que nem consegue falar com a delegado responsável e tem receio que a demora seja para proteger os envolvidos.

O juiz de Senador Guiomard já cobrou duas vezes da delegacia a conclusão do inquérito policial. Os pedidos foram feitos nos meses de março e maio e nenhum documento foi repassado ao Poder Judiciário.

“A Justiça é falha. Não trata os desiguais na medida das desigualdades. Eles estão soltos, ela está enterrada para sempre e as crianças órfãs. O que nós queremos é que o inquérito seja concluído”, diz o advogado da família de Géssica, Walisson Reis.

O advogado quer saber por que a Corregedoria da PMAC ainda não abriu um processo para a apurar o caso e uma possível expulsão dos envolvidos. E acusa até o Judiciário e o Ministério Público do Acre de não cobrarem as medidas que são obrigatórias e necessárias nesse caso.

“A gente quer saber por que essa amorosidade. Por que a Corregedoria ainda não abriu o processo de exclusão desses policiais? Visto que um dele é envolvido com crimes anteriores, dentro da corporação. Foi muita covardia o que fizeram com essa mulher e, até agora, as autoridades e o sistema de Justiça aqui do Acre não dão uma resposta para a família”, afirma Reis.

Em contato com a TV Gazeta, o delegado de Senador Guiomard, Rômulo Barros, informou que na próxima segunda-feira (17) vai repassar o inquérito finalizado para o Judiciário. De acordo com ele, a demora se deu porque havia muitas testemunhas para serem ouvidas.

Matéria produzida em vídeo pelo repórter Adailson Oliveira para da TV Gazeta

Oportunidades e resultados da política de PD&I são destacados em Jornada da Suframa no Acre

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Programação vespertina da Jornada de Integração é marcada por palestras referentes às ações estruturantes para o desenvolvimento regional e ao funcionamento e oportunidades da política de PD&I, além dos investimentos feitos pelos programas prioritários na área.

As palestras relacionadas às ações estruturantes para o desenvolvimento regional e ao funcionamento e oportunidades da política de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), bem como os investimentos realizados pelos programas prioritários na área, nos estados da Amazônia Ocidental e Amapá, foram destacados durante a programação vespertina da Jornada de Integração Regional e Interiorização do Desenvolvimento do Acre – 2024, realizada nesta quarta-feira (12), no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac). O evento vai até quinta-feira (13) e tem transmissão pelo canal do YouTube do governo do Estado do Acre.

Além da apresentação das ações estruturantes, feita pelo técnico da Coordenação-Geral de Desenvolvimento Regional da Suframa, Doriel dos Santos, a engenheira e técnica da Coordenação de Articulação Tecnológica da Autarquia (ligada à Superintendente-Adjunta de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica-SDI), Taynara Bezerra, destacou a evolução das obrigações em PD&I, geradas pela produção de Bens de TIC por mais de 50 empresas dentro do Polo Industrial de Manaus (PIM).

“Para os Bens de TIC, só em 2023, esse é nosso dado atualizado, nós tivemos um faturamento de R$ 42 bilhões dessas empresas, que continua valor expressivo no PIM. E como obrigação, tivemos R$ 1,46 bilhão para investir em PD&I”, frisou Taynara, que precedeu as palestras do Banco da Amazônia (Basa) sobre Fundos de Inovação, e da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), referente ao Plano Regional de Desenvolvimento da Amazônia Legal 2024/2027.

Os programas prioritários são uma das modalidades em que as empresas do segmento de Bens de Informática podem investir os recursos da Lei n° 8.387/1991, conhecida como Lei de Informática, destinados a aplicação em atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) na Amazônia Ocidental e Amapá.

No Estado do Acre, os três programas prioritários somam R$ 6,30 milhões de investimentos, sendo a maioria concentrada em Rio Branco. “É importante que mais institutos e startups apresentem projetos que possam receber esses recursos de PD&I, por isso os programas estão organizando o Pitch Day, nesta quinta-feira, e assim consolidarmos a política de descentralização dos recursos para toda a Amazônia Ocidental e Amapá”, destacou o superintendente-adjunto de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica da Suframa, Waldenir Vieira.

PPBIO

O Programa prioritário de Bioeconomia (PPBIO), que é coordenado pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), foi apresentado pelo diretor de Inovação em Bioeconomia do Instituto, Carlos Koury. Ele apresentou os eixos e as áreas de atuação do PPBIO, que são em cadeias produtivas amazônicas, políticas para a Amazônia, bioempreendedorismo feminino e indígena, gestão de negócios para empresas investidoras e ativos para a indústria do Polo Industrial de Manaus (PIM).

No Acre, o PPBIO, possui três projetos que somam R$ 1,56 milhões em investimentos. Durante a apresentação, Koury entregou um certificado de investimento ao CEO fundador da startuo Hylaea, acompanhada pela incubadora do CIDE, no valor de R$ 530 mil para obtenção e comercialização do insumo farmoquimico Voacangina, produzido a partir de matéria-prima vegetal amazônica sustentável, para transferência ou licenciamento da sua tecnologia de obtenção no segmento farmoquímico.

Outro projeto, já em andamento, é o desenvolvimento de formulação e elaboração de um dermocosmético à base da seiva sangue de dragão para atenuar cicatrizes e queloides, no valor de R$ 500 mil.

O terceiro projeto está relacionado a tecnologias de biorremediaçao tratamento e reaproveitamento de resíduos, com a criação do Sistema de Descontaminação de Castanha-do-brasil por UV#C Modulada (FLAFREE), que propõe a utilização de luz ultravioleta para a eliminação de microrganismos e para a degradação de aflatoxinas em castanha-do-brasil, no valor de R$ 538,5 mil.

Também foi apresentado o case de sucesso do Wood-chat, chatbot orientado ao diálogo no WhatsApp API Oficial para a identificação de madeira da Floresta Amazônica baseada em visão computacional.

PPI 4.0

A gestora de Novos Negócios do Centro Internacional de Tecnologia de Software (CITS), Vania Vial, apresentou o Programa Prioritário Indústria 4.0 e Modernização Industrial (PPI4.0), coordenado pela instituição.

O CITS conta com 55 empresas investidoras no PPI4.0, 58 parceiros executores do programa com mais de 200 projetos ativos e mais R$ 300 milhões em projetos, entre os já finalizados e em execução. “Convido vocês a irem a Manaus para conhecer as empresas do Polo Industrial, que são os investidores, detentores dos recursos da Lei de Informática. O CITS tem o papel de articulador entre os investidores e os executores, com o desafio de transformar a Amazônia Ocidental e Amapá”, afirmou.

No Acre, o CITS conta com quatro projetos em andamento, todos no desenvolvimento de Recursos Humanos e que foram apresentados durante o evento.

O primeiro é o projeto de iniciação tecnológica “Eu programo robôs”, no valor de R$ 1,29 milhão em aportes, que oferece dois cursos de extensão, conforme o estágio desejado de maturidade da formação, visando à iniciação tecnológica de estudantes e professores em programação aplicada à robótica.

O segundo é o projeto “Mão na Massa na Indústria 4.0”, para promover o aprendizado e o desenvolvimento de habilidades necessárias acerca da modernização e digitalização da indústria para jovens estudantes do Instituto Federal do Acre (IFAC) e da comunidade de Rio Branco, no valor de R$ 747 mil.

Há, ainda, os projetos de capacitação em Robótica + IoT, no valor de R$ 956,56 mil, com quatro turmas e 200 alunos; e de capacitação IoT para a Indústria 4.0, no valor de R$ 1,29 milhão, com 600 alunos em três trilhas: inteligência artificial, IoT e manufatura aditiva, ambos com a execução da Universidade Federal do Acre (Ufac).

PPEI

O Programa Prioritário de Fomento ao Empreendedorismo Inovador (PPEI), coordenado pela Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), foi apresentado pelo coordenador da Softex, Renato Vernaschi. A Softex Amazônia conta com 20 instituições executoras e 39 projetos executados em 19 cidades da Amazônia Ocidental e Amapá. “São mais de R$ 50 milhões investidos 7,7 milhões de pessoas impactadas com os projetos”, destacou.

 

‘Meu coração dizia que ele não tinha morrido’, diz mãe que reencontrou filho sequestrado após 34 anos

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“A gente nunca deve desistir”, a frase que poderia soar clichê se dita por outra pessoa, vinda de Iraci Feitosa da Silva, de 67 anos, é apenas o resumo da história dela e do filho, o vigilante acreano Francisco Josenildo da Silva Marreira Tigre. Dos 48 anos de vida, ele ficou 34 anos desaparecido, separado da família biológica e, principalmente, da mãe que, mesmo após três décadas, nunca desistiu da possibilidade de reencontrá-lo.

A história começou quando o pai de Josenildo foi assassinado em Rio Branco, em 1983. O menino, que tinha 11 anos quando foi raptado enquanto vendia salgados, é o mais velho entre os sete filhos da técnica de enfermagem aposentada Iraci Feitosa da Silva, que tinha 31 anos quando ele desapareceu.

Naquela época, ele tinha o desejo de vingar a morte do pai. Ela, porém, tentava tirar a ideia de vingança da cabeça do menino a todo custo, parecia prever a trama que os separaria, em 1987.

“Ele encontrou com essa mulher que disse que era a mãe dele, que não era eu. Ele botou na cabeça que queria vingança pela morte do pai dele. E eu tentava tirar da cabeça dele, dizendo: ‘seu pai não vai voltar se você fizer isso, você vai complicar sua vida, você é criança, pare com isso’. Ela levou ele, e ele fugiu dela, e daí ficou andando pra cima e pra baixo”, disse a mãe ao g1.

A mulher, cuja identidade e paradeiro são desconhecidos, é apontada como responsável pelo rapto do menino, que vendia salgados em frente ao hospital onde a mãe biológica trabalhava. A promessa ao menino era de que ela conhecia a história dele e que levaria Josenildo até o local onde o pai foi morto, para que ele pudesse “acertar as contas” com o homem que matou o pai.

“Foi isso que me levou a acompanhá-la. Eu disse: ”Então eu vou’. Ela me prometeu que me levava. Chegamos na rodoviária, permanecemos em um hotel, no dia seguinte a gente pegou o ônibus e fomos pra Porto Velho. Chegando lá, esse senhor [dono de uma carreta com a qual ela tinha conversado no dia anterior] já estava lá esperando, e de lá seguimos com ele pra Florianópolis”, disse Josenildo.

Ao chegarem à cidade do Sul, ela deixou o menino brincando em um local e sumiu. A partir de então, ele começou a perambular pela cidade atrás dela, mas não a encontrou.

“Aconteceu tanta coisa na minha vida que fiquei com o intuito de voltar para o Acre, porque eu tinha lembrança de Porto Velho e Acre. Fiquei procurando voltar. Pedia para umas pessoas para me trazer, algumas não queriam, então eu subia nas carretas, nos estepes e para onde Deus me levava eu ia. Fiquei rodando até chegar no Acre de volta”, relembrou.

Trajetos

De fato, as paradas de Josenildo foram várias. De caronas a idas irregulares e perigosas nas partes traseiras dos caminhões, ele chegou a Cáceres (MT), a mais de 2 mil km de Florianópolis. De lá, seguiu rumo a Cacoal (RO), onde conseguiu uma carona com um caminhoneiro que iria à cidade rondoniense.

Ao chegar a Porto Velho (RO), ele viu uma carreta com o nome “ACRE”. Após receber uma recusa na carona, ele viajou escondido no veículo até chegar ao estado acreano e encontrar uma mulher que o viu sozinho na rodoviária pedindo comida. Até aí, quase sete anos já haviam se passado desde o rapto.

“Ela perguntou se eu morava na rua. Eu disse que morava sozinho, na rua. Ela perguntou se eu não queria ir morar com ela, para o rumo de Brasiléia [distante mais de 230 km da capital Rio Branco]. Eu fui”, falou.

Enquanto isso, Iraci seguia na busca pelo filho primogênito. Ela descreve como ‘desesperadora’ a procura por Josenildo que, até então, sem ela saber, havia cruzado o país em busca de vingança.

“Eu sempre tive muita fé em Deus que eu ia conseguir ver meu filho de volta. Eu nunca achei que tivessem matado ele, ou que ele havia morrido. Pedi muito a Deus e a Nossa Senhora que trouxesse meu filho de volta. Eu andava por todo canto, falei nas rádios, na PM”, disse, mesmo estando mergulhada em sentimentos depressivos naquela época.

Família adotiva

Antes de ser, definitivamente, adotado, Josenildo passou por duas famílias anteriores, que ele não se adaptou. Em uma das desavenças com a segunda família que o recepcionou, ele conheceu o seringueiro Sebastião Tigre, que o chamou para morar junto com ele e a família.

Com emoção, ele relembra dos momentos felizes que viveu com os pais adotivos em um ambiente familiar onde foi registrado no cartório, cresceu e se criou. Inclusive, destacou que a mãe adotiva, Zinha Tigre, foi a maior incentivadora para que ele relembrasse seu passado e procurasse a mãe biológica, já que os traumas vividos na adolescência fizeram com que ele “deletasse da mente” os traumas vivenciados com tão pouca idade.

“Eles fizeram o que eu sou hoje, minha mãe me criou, foi tudo para mim. Foi tanta coisa que eu passei que fiquei na mente que ela tinha me largado. Só que minha mãe adotiva conversava comigo, forçava minha mente para que ela pudesse me ajudar a encontrar a minha mãe biológica. Mesmo eu não gostando, ela conversava comigo dizendo que eu tinha que saber da minha história, que ninguém ia me tirar dela, até porque ela já tinha me registrado, e ficava me lembrando dessas coisas”, disse.

Zinha teve câncer, anos depois, e após seis anos de tratamento, morreu no final da década de 1990, quando ele tinha entre 18 a 20 anos. As datas não são muito claras nas lembranças de Josenildo, que diz não guardar épocas específicas na mente.

Depois que ela faleceu, há 25 anos, ele desistiu de procurar saber do passado. Até que, já casado e com filhos, teve um sonho que consistia na mãe adotiva dizendo o nome da mãe biológica e pedindo para que ele fosse atrás. Naquele momento, Josenildo acordou atordoado lembrando do local onde a família morava — e mora até hoje. Coincidência ou não, ele já havia passado pelo local outras vezes. Em 2014, então, resolveu reiniciar a saga de procura pela família biológica.

O reencontro

“Eu ia passando de frente à casa, me veio a lembrança de que era ali. Eu parei, minha tia saiu de casa, me viu e eu voltei. Ela ficou olhando, eu fui até ela, perguntei se ela conhecia a pessoa, que no caso é a minha mãe. Falei o nome e ela perguntou se eu era o Josenildo. Ela já desconfiou, eu fiquei sem jeito, já me chamou para dentro, e ficou no corre-corre. Fizemos o exame de DNA e deu certo”, diz.

A tia a quem Josenildo se refere é Clarice Feitosa da Silva, de 75 anos, que chamou a mãe para tirar a “prova dos nove”.

Ao vê-lo pessoalmente, precisou ser socorrida por médicos, já que não aguentou a emoção que sentiu no momento. Agora ela está com a família completa: os sete filhos e oito netos, sendo quatro só de Josenildo.

“Passei mal, mas é assim mesmo, coração é fraco. Quando eu vi e abracei ele, eu não aguentei, desmaiei. Fui pro hospital, mas voltei. Estamos todos felizes. Agora estamos uma família unida, pobres mas humildes. Um apoia o outro. Graças a Deus estamos com essa vitória. Ele já voltou foi com esposa, dois filhos. Aumentou foi a família”, disse.

G1

Justiça determina demissões por nepotismo na Prefeitura de Tarauacá

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Na última quarta-feira (12), a juíza Rosilene de Santana Souza, da Comarca de Tarauacá, emitiu uma decisão determinante contra práticas de nepotismo na gestão pública municipal. A magistrada ordenou que a prefeita Maria Lucinéia realize a exoneração de diversos cargos de confiança na Prefeitura de Tarauacá, incluindo assessores jurídicos, secretários municipais e chefes de gabinete, todos parentes próximos da chefe do executivo ou do vereador Chico Batista.

A decisão judicial estabelece um prazo máximo de 30 dias para que as exonerações sejam efetivadas. Caso a prefeitura não cumpra a determinação dentro do prazo estipulado, estará sujeita a uma multa diária de R$ 1.500,00 por cada cargo não exonerado.

Além das exonerações imediatas, a juíza proibiu terminantemente a nomeação de cônjuges, companheiros e parentes de até terceiro grau de prefeitos, vereadores, vice-prefeitos, secretários municipais e outros servidores em cargos de direção, chefia ou assessoramento. A proibição inclui qualquer tipo de ajuste mediante designações recíprocas entre familiares.

A magistrada enfatizou que, caso a decisão não seja cumprida no prazo estipulado, todos os atos administrativos de nomeação que estejam em desacordo serão suspensos automaticamente. Os requeridos foram intimados a tomar ciência e a cumprir a decisão, além de terem sido citados dos termos da petição inicial, tendo um prazo de 30 dias para apresentar contestação.

Homem mata o próprio irmão a golpes de foice por causa de herança no Acre

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Na manhã desta quarta-feira (12), uma disputa familiar por terras acabou em tragédia em uma propriedade rural localizada no km 30 do Ramal da Pinda, próximo ao km 59 da BR-317, conhecida como Estrada do Pacífico, na zona rural de Brasiléia, no Acre. Rosinildo da Silva Amaral, 25 anos, foi brutalmente assassinado com um golpe de foice, sendo o principal suspeito seu próprio irmão, Mariano da Silva Amaral.

Segundo relatos dos pais da vítima, Rosiene e Maricil Moreira do Amaral, os irmãos estavam trabalhando juntos na roçagem da área e discutiam a divisão das terras que seriam parte de sua herança. A discussão acalorada teria começado quando Mariano discordou da divisão igualitária e reivindicou uma parte maior para si.

Durante o conflito, Rosinildo teria ordenado que Mariano deixasse o local e virado as costas, momento em que foi atacado com extrema violência. Mariano, armado com uma foice utilizada na roçagem, desferiu um golpe certeiro no pescoço de Rosinildo, atingindo a veia jugular e causando ferimentos fatais. A brutalidade do golpe foi tão severa que quase decapitou a vítima.

Os pais, testemunhas horrorizadas da tragédia, relataram ter presenciado o momento em que um filho tirou a vida do outro. Após o crime, Mariano fugiu do local em uma motocicleta, que foi posteriormente encontrada na casa da família em Brasiléia. Relatos de familiares indicam que Mariano teria expressado profundo arrependimento durante a fuga, afirmando ter “acabado com sua vida”.

Autoridades locais, incluindo policiais militares, civis e auxiliares de necropsia, foram mobilizadas para o local do crime, onde realizaram os procedimentos de perícia e recolheram o corpo de Rosinildo. O cadáver foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) em Rio Branco para exames cadavéricos antes de ser liberado para velório e sepultamento pela família.

A equipe de investigação da Polícia Civil, liderada pelo delegado Ricardo Castro, iniciou diligências na área de fronteira para localizar Mariano, mas até o momento o acusado não foi encontrado.

Soja impulsiona exportações do Acre em 2024

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A soja tem desempenhado um papel crucial no recorde de exportações do Acre em 2024. Nos primeiros cinco meses do ano, o estado registrou um crescimento expressivo nas exportações desse produto agrícola, que alcançaram mais de US$ 20 milhões, representando um aumento de quase 77% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços revelam que a soja foi responsável por uma significativa parcela das exportações acreanas em abril e maio. Em abril, a cultura representou impressionantes 61,3% do total exportado pelo estado, enquanto em maio, essa participação foi de 45%.

Esse crescimento pode ser atribuído não apenas à qualidade da produção de soja no Acre, mas também às condições favoráveis de mercado e à demanda internacional crescente. No entanto, espera-se que a participação da soja nas exportações diminua no segundo semestre devido ao ciclo sazonal da safra.

O deputado estadual Luiz Gonzaga (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa do Acre, destacou a importância estratégica da soja para a economia do estado durante recentes discussões sobre políticas de exportação. Ele enfatizou a necessidade de investimentos contínuos na infraestrutura e logística para garantir que o Acre possa maximizar seu potencial como um dos principais produtores de soja da região.

Com projeções otimistas para o setor agrícola, o Acre está posicionado para continuar expandindo suas exportações de soja e diversificar ainda mais sua base econômica no mercado global.

Jovem é baleado enquanto tomava tereré na frente de casa com amigos, no Taquari

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Na noite desta quarta-feira (12), o bairro Taquari, situado no Segundo Distrito de Rio Branco, foi palco de um episódio de violência que deixou a comunidade em alerta. Pedro Henrique Lima Alves, de 20 anos, foi vítima de disparos de arma de fogo em frente à sua residência na Rua São Paulo.

De acordo com informações da polícia, Pedro estava acompanhado de seus irmãos e amigos, desfrutando de um momento de descontração em frente à sua casa, quando foram surpreendidos por criminosos armados que se aproximaram a pé. Os agressores abriram fogo contra o grupo, atingindo Pedro com um disparo que perfurou sua coxa direita e se alojou na região abdominal.

Apesar dos ferimentos, Pedro demonstrou bravura ao conseguir correr até a Rua João Paulo, buscando abrigo em uma área de mata próxima. Felizmente, seus irmãos e amigos escaparam ilesos do ataque.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado imediatamente, enviando uma ambulância básica para prestar os primeiros socorros. Devido à gravidade do ferimento, foi necessária a intervenção de uma equipe de suporte avançado, que estabilizou Pedro antes de transferi-lo para o pronto-socorro de Rio Branco. Seu estado de saúde é considerado estável, mas requer monitoramento devido ao potencial de complicações.

A Polícia Militar do 2° Batalhão respondeu rapidamente à ocorrência, colhendo informações e características dos criminosos para iniciar as buscas. Até o momento, os suspeitos não foram localizados.

O caso está sob investigação inicial da Equipe de Pronto Emprego (EPE) da Polícia Civil e será posteriormente transferido para a Delegacia de Homicídios e Prote

Calegário busca implementar programa de habitação acessível para trabalhadores terceirizados

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Em uma iniciativa pioneira e de grande impacto social, o Deputado Estadual Fagner Calegário, acompanhado pela atual presidente do Sindicato das Empresas Terceirizadas (SEAC), Aldeneide Batista, e pelos empresário Bruno Moraes e Raimundo Silva, se reuniu com representantes do banco Caixa Econômica Federal. O objetivo do encontro foi discutir a criação de um plano de moradia popular que será destinado aos trabalhadores terceirizados.

A proposta é que a Caixa desenvolva um programa habitacional acessível, permitindo que esses trabalhadores conquistem a tão sonhada casa própria. “Esse é o início de algo que estamos planejando há bastante tempo. Muitos trabalhadores terceirizados não têm moradia própria e, se tudo ocorrer conforme planejado, eles poderão adquirir uma casa por um preço que cabe no orçamento deles. É mais uma ação que realizamos visando a construção de uma sociedade mais igualitária e a melhoria das condições de vida dos terceirizados”, afirmou o Deputado Calegário.

Reconhecido como um dos principais defensores dos trabalhadores terceirizados dentro e fora da Assembleia Legislativa, Calegário tem uma trajetória marcada por significativas conquistas para o segmento. Entre essas vitórias, destaca-se a reinstauração do pagamento do auxílio alimentação para os terceirizados, uma medida que trouxe alívio e melhores condições de trabalho para muitos.

Além disso, o parlamentar também foi um dos idealizadores da Festa do Trabalhador Terceirizado, uma celebração que ocorre anualmente em comemoração ao Dia Estadual do Trabalhador Terceirizado, instituído por uma lei de sua autoria. Este evento se tornou uma importante data no calendário dos trabalhadores, promovendo reconhecimento e valorização da categoria.

O empresário Bruno Moraes, reforçou a importância de lutas como estas. “Se bem-sucedida, está iniciativa de um plano habitacional pode transformar a vida de milhares de famílias, oferecendo para esses trabalhadores não apenas um lugar para morar, mas também dignidade e segurança”, disse Moraes.

A expectativa é de que, com um plano habitacional bem estruturado e acessível, muitos trabalhadores que hoje vivem em condições precárias possam sonhar com uma moradia própria. “Estamos apenas começando, mas a nossa esperança é grande. Queremos proporcionar a esses trabalhadores a chance de uma vida melhor, com mais qualidade e segurança”, concluiu o Deputado.