Conhecida nacionalmente por ter o açaí com qualidade superior em relação aos produzidos em outras localidades do país, espessura consistente e sabor adocicado, a cidade de Feijó, no interior do Acre, terá a primeira indústria com Indicação Geográfica (IG) da fruta no Brasil. Com a concessão de terreno no Polo Industrial do município feita pelo governo do Estado no sábado, 16, para a Cooperativa de Produtores, Coletores e Batedores de Açaí de Feijó (Açaicoop), a entidade beneficiada já garantiu um aporte de R$ 6 milhões para executar a construção da planta industrial.
O recurso será enviado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que firmou parceria com a Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict) para viabilizar os trâmites necessários para fazer o investimento. A previsão do órgão federal é de que a verba seja aplicada em duas etapas, a primeira nos próximos meses e a segunda no início de 2026, para que espaço de processamento seja concretizado. A expectativa é que o projeto aumente o número de empregos de forma significativa na região, além de agregará valor ao produto natural.
Chefe do Executivo acreano, Gladson Camelí pontua que a iniciativa é fruto de uma articulação entre Estado, a partir da Seict, Governo Federal, com a ABDI, Prefeitura de Feijó e a Açaicoop. A concessão faz parte da política de fomento ao desenvolvimento do estado. “Essa é uma agroindústria de um fruto característico do Acre que já possui registro de Indicação Geográfica. Com ela, teremos um produto de alto valor agregado, atualmente comercializado como commodity, que gerará empregos, novos investimentos e levará a imagem do Acre ao mundo”.
O selo de Indicação Geográfica (IG) para o açaí de Feijó foi o primeiro do Brasil concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Para o secretário da Seict, Assurbanípal Mesquita, o envio de recursos para viabilizar a agroindústria representa a concretização de um sonho antigo. “Será a industrialização da biodiversidade acreana, diversificando cadeias produtivas e mostrando que o Acre está preparado para competir em novos mercados com muita qualidade. Essa conquista traduz o lema da gestão Gladson Cameli: liberdade para produzir”, fala.
Segundo a presidente da Açaicoop, Júlia Gomes, a indústria terá capacidade de processar mais de 60 toneladas de açaí por mês, gerará ao menos 50 novos empregos diretos e ampliará o número de famílias na cadeia produtiva de 500 para 1 mil. “Transformaremos o açaí, símbolo da nossa cultura, em uma potência capaz de aumentar o número de empregos na cidade. Uma conquista que traz muita alegria e que mudará a vida de centenas de pessoas em Feijó. É uma satisfação muito grande celebrar essa concessão de terreno do governo e o envio de recursos da ABDI”, diz.
A diretora da ABDI, Perpétua Almeida, celebra a parceria da instituição com a Seict e reforça o compromisso do Governo Federal em viabilizar o projeto, que mudará a vida de milhares feijoenses: “Estamos investindo R$ 6 milhões, em duas etapas, para apoiar a construção e o funcionamento desta indústria. Trata-se de uma parceria essencial que vai transformar uma cooperativa em uma grande indústria. Nossa ideia é que este empreendimento processe a produção de açaí tanto em Feijó como também em Tarauacá e de toda a região do Envira”, afirma.
Railson Ferreira, prefeito de Feijó, ressaltou o impacto direto do novo empreendimento industrial, que modificará toda a economia do município e a vida da população. “É uma honra receber este anúncio tão importante para a nossa sociedade. Este investimento beneficiará não apenas os produtores, mas toda a nossa cidade, criando novas oportunidades de emprego e renda para quem mais precisa. É um avanço que fortalecerá a economia local de maneira estrutural e contínua”.