O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que pretende “dar uma surra” na disputa contra a extrema direita nas eleições de 2026. Durante o discurso, Lula também voltou a criticar a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia da covid-19, atribuindo a maior parte das cerca de 700 mil mortes registradas no país ao negacionismo e à falta de respeito com a vida. A declaração foi feita durante o tradicional Natal dos Catadores de Materiais Recicláveis, realizado no Pavilhão do Anhembi, na zona norte de São Paulo, na última sexta-feira (19).
“Estou terminando o governo num momento muito bom. Sei que tem muita gente já pensando nas eleições de 2026. Eu ainda não posso pensar porque ainda tenho que trabalhar. Mas deixa eles pensarem. E, quando quiserem, venham. Porque vamos dar uma surra em quem se meter a achar que a extrema direita vai voltar a governar este país”, afirmou o presidente.
Lula também responsabilizou setores da extrema direita pelas mortes ocorridas durante a crise sanitária. “Este país não pode permitir que a extrema direita fascista e negacionista, que foi responsável pela morte de mais de 700 mil pessoas, a maioria delas por falta de respeito, por não acreditar em vacina, não comprar vacina e não comprar oxigênio, que essas pessoas voltem a governar o país com mentira pela internet”, disse.
Em outro trecho do discurso, o presidente defendeu a preservação da democracia e voltou a citar os desdobramentos dos atos golpistas. “É da nossa obrigação não permitir que a democracia dê um passo para trás. Pela primeira vez na história deste país, temos um presidente preso por tentativa de golpe. Pela primeira fez, temos quatro generais de quatro estrelas presos neste país por tentativa de golpe”, continuou.
Lula ainda reafirmou que irá vetar o Projeto de Lei da Dosimetria, que prevê a redução de penas para envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e na trama golpista investigada pela Justiça.
“E eles agora querem anistia. Com todo o respeito aos deputados e senadores que votaram a lei da redução da pena. Quero dizer para vocês que vou vetar essa lei. E se eles quiserem, que derrubem meu veto. Mas temos que ensinar esse pessoal a respeitar. Eu perdi três eleições. Perdia e voltava para casa. Me preparava para outra. Nunca houve um ato de tentativa de golpe nosso, nunca tentamos tomar o poder de assalto. Eles têm que aprender que na democracia vence quem tem mais voto. Vence e toma posse”, concluiu o presidente.
