terça-feira, 2 dezembro 2025

Vacina contra bronquiolite chega ao Acre nesta quarta-feira

Por André Gonzaga, da Folha do Acre

Primeiro lote com 3,8 mil doses será aplicado em gestantes para proteger recém-nascidos

O Acre se prepara para receber nesta quarta-feira (3/12) o primeiro lote da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), responsável pela bronquiolite em bebês. Foram enviadas pelo Ministério da Saúde (MS) 3.800 doses, que serão aplicadas em mulheres a partir da 28ª semana de gravidez. A imunização garante a transferência de anticorpos da mãe para o filho, protegendo os recém-nascidos contra formas graves da doença.

A distribuição faz parte de um envio nacional de 673 mil doses, que alcança todos os estados. Segundo o MS, a adesão é gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e busca reduzir internações e mortes de crianças de até seis meses, que é o grupo mais vulnerável às complicações respiratórias. O ministro Alexandre Padilha afirma que a chegada do imunizante representa “um passo decisivo para proteger gestantes e recém-nascidos de uma das infecções mais graves do período neonatal”.

A Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), por meio do Programa Nacional de Imunizações, organiza a logística para receber e armazenar as vacinas em Rio Branco. A partir daí, as doses serão distribuídas às unidades básicas de saúde, onde as equipes também vão atualizar o calendário vacinal das grávidas, incluindo influenza e covid-19, já que a nova vacina pode ser aplicada junto a outros imunizantes.

O VSR é responsável por cerca de 75% dos casos de bronquiolite e 40% das pneumonias em crianças menores de dois anos. Em 2025, até novembro, o Brasil registrou mais de 43 mil casos de síndrome respiratória aguda grave causada pelo vírus, sendo 82% em crianças dessa faixa etária. Como não existe tratamento específico para a bronquiolite, a prevenção por meio da vacinação é considerada essencial.

O imunizante, que na rede privada pode custar até R$ 1,5 mil, passa a ser oferecido gratuitamente graças a um acordo entre o Instituto Butantan e o laboratório produtor, que garantiu a transferência de tecnologia para fabricação no Brasil. Estudos clínicos, como o internacional Matisse, apontam eficácia de 81,8% na prevenção de quadros graves nos primeiros três meses de vida.

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