O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou o Decreto nº 12.797/2025, que fixa o novo valor do salário mínimo no Brasil a partir de 1º de janeiro de 2026. Conforme o texto, publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 24, o piso nacional passará a ser de R$ 1.621,00.
Atualmente, o salário mínimo é de R$ 1.518,00, o que representa um reajuste de R$ 103,00 no valor mensal, representando um aumento de 6,79%. Com a atualização, o valor diário do salário mínimo será de R$ 54,04, enquanto o valor da hora trabalhada passa a ser de R$ 7,37 para trabalhadores com carteira assinada, aposentados e beneficiários.
O novo valor começa a valer em janeiro de 2026, mas só aparecerá no bolso do trabalhador no pagamento de fevereiro, seguindo a regra tradicional do calendário salarial.
O aumento foi fechado após a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), indicador usado oficialmente no cálculo do salário mínimo em 2026. Em novembro, o índice teve variação de 0,03% e acumulou alta de 4,18% em 12 meses.
Apesar do aumento, o valor ainda está longe do que seria considerado suficiente para cobrir as despesas básicas de uma família. De acordo com um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo ideal em janeiro deste ano deveria superar R$ 7 mil.
De acordo com o estudo, um trabalhador precisaria ganhar R$ 7.156,15 para sustentar uma família de quatro pessoas. O cálculo usa como base a cesta básica mais cara do país, registrada em São Paulo, que custou R$ 851,82 no último mês analisado.
O Dieese lembra que a Constituição determina que o salário mínimo deve ser suficiente para cobrir gastos com alimentação, moradia, saúde, educação, transporte, vestuário, higiene, lazer e previdência. Hoje, o valor pago representa menos de um quinto do que seria necessário para atender todas essas despesas.

