Projeto prevê bolsas de até US$ 5,5 mil para jovens da rede pública; críticos apontam luxo, governo fala em democratização
A Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) se debruça nesta quarta (17/12) sobre uma política pública que promete abrir fronteiras para estudantes da rede pública estadual. Batizado de “Acre no Mundo”, o programa de intercâmbio internacional foi apresentado pelo Poder Executivo e prevê enviar até 100 jovens por ano para países estrangeiros, com bolsas de referência de US$ 5.500 (cerca de R$ 30 mil), pagas em reais conforme o câmbio oficial.
O texto da lei estabelece que os alunos selecionados devem ter entre 14 e 17 anos, estar matriculados no 9º ano do ensino fundamental ou em qualquer série do ensino médio, além de comprovar proficiência em inglês ou espanhol. A média escolar mínima exigida é de 7 em todas as disciplinas. O governo promete garantir pelo menos um estudante por município, desde que haja candidato apto.
As bolsas cobrirão despesas de viagem e estadia, que duram de 30 a 60 dias, com hospedagem em casas de família ou residências estudantis cadastradas. A gestão é de responsabilidade da Secretaria de Estado de Educação (SEE), que fica autorizada a firmar convênios dentro e fora do país.
O impacto direto nos cofres públicos dependerá do número de alunos selecionados. Se o limite de 100 bolsas for atingido, o gasto anual pode chegar a US$ 550 mil (aproximadamente R$ 3 milhões). O governador Gladson Camelí (PP) defende que o retorno virá na forma de capital humano qualificado. Para ele, a capacitação de jovens com domínio de línguas estrangeiras e experiência internacional serão capazes de ampliar horizontes e contribuir para o desenvolvimento do Acre.
