Ícone do site Folha do Acre

Professora denuncia atraso de 6 meses no pagamento de rescisões e critica Bocalom

Uma denúncia feita por uma professora da rede municipal de ensino de Rio Branco, que pediu para não ter a identidade revelada, aponta atrasos no pagamento de rescisões trabalhistas de servidores temporários das áreas da educação e da saúde. O relato foi encaminhado ao vereador André Kamai (PT), acompanhado de mensagens e áudios, e divulgado pelo parlamentar em suas redes sociais.

Segundo a professora, ao procurar a Secretaria Municipal de Educação (SEME) na última segunda-feira, 22, para obter informações sobre o pagamento da rescisão contratual, ela foi informada de que o valor só deverá ser pago em fevereiro de 2026, devido à falta de recursos financeiros. No relato, a servidora afirma que há colegas desligados desde julho deste ano que ainda não receberam qualquer valor referente à rescisão.

Em áudio enviado ao vereador, a professora critica declarações públicas do prefeito Tião Bocalom, nas quais ele afirma que a situação financeira do município estaria equilibrada. De acordo com a denunciante, a realidade vivida pelos servidores é diferente. “O prefeito está pregando uma coisa que não é verdade. Ele diz que está tudo bem, mas a prefeitura está entrando em colapso”, afirma no áudio.

A professora também denuncia que, além das rescisões, há servidores que não receberam salários e nem o décimo terceiro, enquanto, segundo ela, a gestão municipal mantém gastos considerados elevados com ações promocionais.

“Enquanto o que é de direito do trabalhador não está sendo pago, a gente vê gastos absurdos de dinheiro público”, diz, acrescentando que o prefeito estaria “fazendo campanha” e “showzinho” nas redes sociais, enquanto compromissos básicos com os servidores permanecem pendentes.

Diante da denúncia, o vereador André Kamai declarou que servidores têm medo de denunciar irregularidades por possíveis retaliações. “Infelizmente, se tem uma coisa que essa turma da prefeitura é boa, é em perseguir pessoas, fazer perseguição política, ameaça e coação”, afirmou.

Kamai também criticou os gastos da prefeitura com ações de cunho promocional e eleitoral. Segundo o vereador, o município teria gasto quase R$ 8 milhões com iluminação decorativa, uso de drones e distribuição de brindes. Para o parlamentar, parte desses recursos poderia ter sido destinada ao pagamento das rescisões ou ao fortalecimento da economia local, por meio da valorização de artistas e produtores culturais do município. “Não dá para dizer que não teve dinheiro. Quem está dizendo que tem dinheiro para tudo é o prefeito, não sou eu”, afirmou.

O vereador informou ainda que irá acionar órgãos de controle, como o Tribunal de Contas, o Ministério Público e o Ministério do Trabalho, para que o caso seja apurado. “É um absurdo o que esse prefeito está fazendo com os trabalhadores. Pessoas desligadas há cinco ou seis meses continuam sem receber o que é de direito”, declarou.

Sair da versão mobile