O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Acre (Fapac), Moisés Diniz, se pronunciou nesta segunda-feira, 1º, sobre o caso do menino Daniel, de 8 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que foi retirado de um voo da Gol no trecho Cruzeiro do Sul–Rio Branco sem aviso prévio à mãe. O caso gerou prejuízos e indignação e motivou o registro de boletim de ocorrência pela família.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Diniz, idealizador do Programa Mentes Azuis — iniciativa que atua no apoio e na inclusão de crianças atípicas — classificou a atitude da companhia aérea como “absurda” e “inaceitável”, defendendo que o episódio requer providências imediatas das autoridades competentes.
“Como idealizador do Programa Mentes Azuis, que busca trabalhar cuidados com a criança atípica, nós queremos nos posicionar sobre o que aconteceu com o garoto Daniel. Consideramos um absurdo, inaceitável, e precisa ter providências da Justiça”, afirmou.
Diniz destacou que, em ambientes educacionais, há ampla estrutura e profissionais preparados para lidar com crianças autistas, e defendeu que o mesmo padrão de acolhimento deveria existir em empresas aéreas.
“Nas nossas escolas, em cada sala de aula, tem um mediador. Às vezes, numa sala com 30 alunos, tem quatro mediadores; numa creche com 20 alunos, tem cinco. Como uma companhia poderosa como a Gol não pode ter um profissional de educação especial ou alguém preparado para lidar com comportamentos desafiadores? Não cabe discurso de colocar culpa no pai ou na mãe que embarca uma criança sozinha”, disse.
O presidente da Fapac ressaltou que a responsabilidade de acolher pessoas com TEA deve ser prioridade em qualquer ambiente público ou privado. “A empresa precisa estar treinada para lidar com crianças e adolescentes autistas, seja numa companhia aérea, num posto de saúde, hospital, supermercado, em qualquer lugar do Brasil. Essa é a luta do Programa Mentes Azuis, um programa da Fapac do governo do Acre”, concluiu.
