A Polícia Civil do Acre prendeu, nesta segunda-feira (1/12), dez pessoas apontadas como integrantes do Comando Vermelho (CV) que atuam no estado. A ação, conduzida pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), teve como alvo lideranças regionais responsáveis por recrutar novos membros, organizar punições internas e expandir o tráfico de drogas.
Foram oito prisões em Rio Branco, uma no Bujari e outra em Goiânia (GO), todas realizadas no mesmo dia. A operação contou com apoio da Polícia Civil de Goiás e do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), que forneceu logística para o cumprimento dos mandados.

Além das detenções, foram executadas dez buscas em diferentes pontos da capital, incluindo o Segundo Distrito, o Centro e o Calafate. Um dos apreendidos foi flagrado com drogas para consumo pessoal e responderá por meio de um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), documento que é usado para infrações de menor potencial ofensivo.
O delegado Gustavo Henrique da Silva Neves afirmou que a ofensiva mira diretamente o núcleo de comando das facções. “Entre os detidos estão lideranças regionais que tinham papel fundamental na engrenagem criminosa. Nosso objetivo é descobrir as entranhas dessas organizações e garantir a condenação dos envolvidos”, disse.

Segundo a polícia, os suspeitos ocupavam funções estratégicas dentro da facção. Entre eles, havia um responsável por aplicar as chamadas “disciplinas”, que são os castigos impostos a quem desrespeitava as regras internas. Outro atuava na expansão territorial do grupo, reforçando a disputa que, segundo os investigadores, ainda alimenta os índices de homicídio no Acre.
A ofensiva é parte de uma série de ações iniciadas na semana passada, quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão que resultaram na coleta de celulares e outros materiais considerados provas. Agora, os investigadores acreditam que os elementos reunidos podem levar à condenação dos suspeitos e abrir novas fases da operação.

O delegado Pedro Buzolin reconheceu que a capital acreana continua sendo palco de confrontos entre rivais. “O Acre ainda possui essa disputa territorial entre facções. Tanto a Draco quanto a Delegacia de Homicídios trabalham juntas para tentar reduzir os índices de homicídio no estado”, declarou.
Com a prisão das lideranças, a expectativa da PCAC é avançar na investigação sobre o funcionamento interno das organizações e reduzir a capacidade de articulação desses grupos.
