quinta-feira, 11 dezembro 2025

Márcio Bittar diz que aconselhou Jair Bolsonaro a escolher o filho como candidato a presidente do Brasil

Por Mirlany Silva, da Folha do Acre

Durante entrevista ao programa Gazeta Entrevista, da TV Gazeta, nesta quinta-feira, 11, o senador Márcio Bittar (PL) fez uma longa defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que seu apoio para a sucessão presidencial está fechado com o senador Flávio Bolsonaro (PL/RJ).

Bittar afirmou que, embora evite dar “palpites” ao ex-presidente, decidiu aconselhá-lo pessoalmente sobre quem deveria disputar a Presidência caso Bolsonaro permaneça inelegível. Segundo o senador, sua orientação foi direta: “Se eu fosse o senhor, eu botava o Flávio”.

“Eu, no lugar do senhor, se não pudesse ser candidato, botava um Bolsonaro. Quem criou tudo isso foi o senhor. Quem tirou os conservadores do armário, quem tirou os liberais na economia do armário foi o senhor. E está pagando um preço pessoal e familiar como nenhum outro. Se o senhor escolhe outra pessoa, qualquer que seja, vai pegar um poder que é seu, que o senhor criou, e passar para alguém que esse poder depois não volta mais”, declarou Bittar.

Para o senador acreano, seria injusto Bolsonaro repassar a liderança construída ao longo dos últimos anos para outro nome que “não teria como devolver esse capital político”. Flávio, afirma Bittar, seria o herdeiro natural desse espaço.

O parlamentar relatou ainda que estava em Cruzeiro do Sul quando recebeu a confirmação de que Bolsonaro havia oficializado o nome do filho como pré-candidato, e que, antes de acreditar, pediu para checar se não se tratava de fake news. Após confirmar, disse ter sentido “alívio” e afirmou que já organiza uma agenda para levar Flávio à Amazônia no início de 2026, para conhecer aldeias indígenas e compreender melhor as pautas da região.

“Minha convicção é absoluta: o próximo presidente do Brasil ou é Lula, ou é Flávio, e eu sou Flávio. Vou trazê-lo aqui no começo do ano que vem, ele já disse que quer conhecer. Estou preparando um documento com um consultor ligado a mim sobre a Amazônia. Quero ajudar o Flávio, que é carioca, a compreender um pouco mais sobre a região. Ele já me disse que quer ir a uma aldeia indígena para ver a realidade dos indígenas da Amazônia. Vou levá-lo à aldeia do Mato Grosso, que é uma experiência única no Brasil. Estou feliz e aliviado”, destacou.

Bittar também voltou a exaltar Jair Bolsonaro, a quem disse ter “amor”, e classificou a indicação de Flávio como um gesto de grandeza do ex-presidente. Segundo ele, integrantes do Centrão tentaram convencer Bolsonaro a abrir mão de indicar um sucessor em troca de vantagens políticas, mas o ex-presidente teria recusado.

“Bolsonaro mostrou mais uma vez a alma grande que tem. Está claro que não faltavam pessoas do tal Centrão querendo fazer acordo para favorecê-lo na questão da anistia ou qualquer outra coisa, desde que ele abrisse mão de uma candidatura dele ou de alguém indicado por ele. Mesmo preso por um crime que não cometeu, ao indicar o Flávio, ele expôs um monte de gente que no silêncio queria o voto do Bolsonaro, mas não queria o Bolsonaro”, afirmou.

Para Bittar, o silêncio de parte da classe política após o anúncio revelou quem realmente apoia o ex-presidente.

“Quando Bolsonaro lança seu filho, seu primogênito, ele expôs muita gente que não era nada, que hoje é governador, senador. Um monte de gente que ficou em silêncio por uma semana. E o que esse silêncio demonstra? Que queriam o voto do Bolsonaro, sem o Bolsonaro”, concluiu.

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