O gari Francisco Ferreira da Silva, de 47 anos, que foi agredido com uma tijolada no rosto por um morador enquanto ele fazia a coleta de lixo em novembro deste ano, em Rio Branco, ainda sente as sequelas dos ferimentos.
Segundo ele, o lado do rosto machucado no ataque está dormente. Além disso, Francisco afirmou que tem ingerido apenas alimentos pastosos.
“Ainda está tudo inchado e dormente, a minha situação não está melhor não. Nesse período, só consigo beber caldo, mingau, sopa, leite e suco. Mesmo depois da cirurgia, continuo com o queixo travado, não consigo mastigar nada”, lamentou.
O gari disse que ainda se recupera da agressão, mesmo após ter passado por uma cirurgia de osteossíntese, ocorrida em 17 de novembro, dias após a agressão. Na ocasião, foram colocados dois pinos que serviram para fixar a estrutura óssea do rosto do trabalhador que foi danificada.
“O médico me falou que a previsão para voltar a comer normal é após 40 dias de cirurgia, mas está chegando e nada. Não consigo nem colocar a dentadura na boca, porque se abrir muito já dói. Botaram parafuso no pé da gengiva e ainda está tudo costurado, com um monte de linha, os pontos que foram feitos por fora já foram tirados, mas dentro da boca, não”, afirmou.
A reportagem entrou em contato com uma nora do suspeito de agredir Francisco, que preferiu não ser identificada. Conforme a mulher, o homem presta auxilio financeiro ao gari.
Ela é quem tem intermediado o contato entre eles.
“Foi pago um vale alimentação de R$ 790, remédios, vale transporte para a esposa dele ir trabalhar, além de uma feira com os alimentos que o médico receitou, e as parcelas no valor de R$150 para um celular novo, visto que acabou danificando o aparelho no dia do ocorrido”, relatou.
Dificuldades
Na casa onde moram cinco pessoas, as despesas são dividas entre ele e a esposa, que trabalha como doméstica. Agora, sem trabalhar, a companheira é a única que tem arcado com os gastos, visto que a perícia por Incapacidade Temporária do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), só será feira no dia 6 de fevereiro.
“A empresa [Limpebras] pagou o salário cheio do mês de novembro que recebi em dezembro e já me direcionou ao INSS, mas agora, só vou receber após a perícia. A empresa até tentou adiantar, mas não tinha mais vaga. Então, já estou na certeza que em janeiro não vou ter de onde tirar sustento”, contou.
Agora, o homem disse que, para retomar a normalidade em sua vida, espera ter os danos reconhecidos na Justiça. “Quero que ele [agressor] pague uma indenização, não quero que vá preso, mas que a polícia intime ele a pagar. Faz mais de um mês que me agrediu e o meu rosto continua inchado, estou restrito de comer direito, mas sigo esperando pela Justiça”, argumentou.
Informações G1
