Com ações integradas e implementação de projetos sustentáveis nas comunidades do estado, o Acre alcançou um resultado importante na sua trajetória de conservação e preservação ambiental, atingindo, pelo 4º ano consecutivo, a redução da taxa de desmatamento. A conquista é fruto do compromisso do Estado, em parceria com o Programa REM Acre, na implementação de políticas públicas e ações coordenadas de fiscalização e monitoramento, além do fortalecimento das cadeias produtivas sustentáveis.
Com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), por meio do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal (Prodes), do governo federal, o Acre registrou uma queda de 27,62% na taxa de desmatamento no período florestal 2024/2025, passando de 449 km² (2023/2024) para 325 km².
Com investimentos do Estado, do governo federal e do Programa REM Acre, o Grupo Operacional do Comando e Controle, sob a coordenação da Secretaria de Estado da Casa Civil (Secc), tem o objetivo de intensificar o combate ao desmatamento ilegal e às queimadas, fortalecendo a presença do Estado nas áreas de floresta.
Para o coordenador da Secc, Ítalo Medeiros, as ações integradas são fundamentais para a fiscalização do combate ao desmatamento: “Quando unimos gestão, inteligência e presença territorial, ampliamos nossa capacidade de prevenir e combater ilícitos ambientais, garantindo mais eficiência e alcançando resultados exitosos”.
As ações envolvem o uso de tecnologia para monitoramento remoto, missões aéreas e operações de campo realizadas de forma integrada entre os órgãos estaduais e federais, como a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema); o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac); o Batalhão de Policiamento Ambiental, da Polícia Militar do Estado (BPA/PMAC); o Centro Integrado de Operações Aéreas, da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Ciopaer/Sejusp); o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Na Fase 2 do Programa REM Acre, foram 445 operações integradas de fiscalização e monitoramento realizadas em diferentes regiões do estado, resultando em 2.467 autos de infração lavrados e 121 sobrevoos em áreas críticas do avanço do desmatamento, garantindo a identificação de pontos de pressão e auxiliando as equipes de forma precisa e eficaz.
Além das ações repressivas, o projeto também investe na prevenção e capacitação das comunidades, tendo sido 307 brigadistas comunitários formados e equipados com kits de combate a incêndio, compostos por bomba costal, abafador e pá. A iniciativa busca fortalecer a resposta local aos focos de calor e reduzir os riscos de grandes queimadas no período de estiagem.
Segundo o presidente do Imac, André Hassem, as ações do grupo de Comando e Controle têm se consolidado como uma forte estratégia da política ambiental no Estado: “Unimos tecnologia a presença institucional e participação social, para juntos reafirmar o compromisso de uma sociedade em prol da prevenção e do combate ao desmatamento”.
Sustentabilidade aliada ao desenvolvimento
O sucesso do Acre na redução do desmatamento vai além das ações de Comando e Controle, refletindo o trabalho contínuo dos projetos implementados pelo Programa REM, que, em parceria com os órgãos governamentais, têm transformado o modo de produzir nas comunidades locais.
A coordenadora-geral do Programa REM Acre, Marta Azevedo, afirma que aliar práticas sustentáveis à fiscalização é essencial para a redução do desmatamento, sem prejudicar os produtores.
“As práticas sustentáveis são fundamentais para que a produção avance sem pressionar a floresta. Quando unimos essas iniciativas a uma fiscalização eficiente, criamos um modelo capaz de combater o desmatamento e, ao mesmo tempo, gerar renda para as pessoas que vivem nas florestas e das florestas”, destaca.
O fortalecimento das comunidades indígenas tem garantido manejo sustentável dos recursos naturais e ampliado a segurança alimentar. Os projetos incluem assistência técnica, formação de agentes agroflorestais e sistemas produtivos de baixo impacto. As iniciativas reforçam o papel dos povos indígenas como guardiões da floresta e asseguram maior autonomia e protagonismo.
As ações alcançam produtores familiares, extrativistas e seringueiros, que recebem capacitação, apoio técnico e insumos para práticas sustentáveis. O objetivo é aumentar a produtividade sem necessidade de desmatamento, fortalecendo a agricultura familiar e garantindo a permanência nas comunidades.
As iniciativas também beneficiam pequenos pecuaristas, com novas técnicas de criação de gado leiteiro e recuperação de áreas degradadas, por meio de insumos voltados à melhoria da alimentação animal. Os resultados incluem menor pressão pela abertura de novas pastagens, maior produtividade e aumento da renda dos produtores.
Gildeon Chavier, produtor beneficiário do REM, destaca que o apoio recebido foi fundamental para a mudança de pensamento em relação à floresta em pé. “A gente, como produtor pecuarista, tinha outra mentalidade. Quando faltava alimentação para o rebanho, ia à floresta e abria mais pastos, mas o projeto mostrou algo totalmente diferente, que não era preciso desmatar. Hoje em dia, entendemos que precisamos preservar, para o nosso futuro e da próxima geração. Então, nossa visão mudou completamente; agora pensamos na pecuária e na floresta caminhando juntas”, conta.
A combinação de fiscalização e monitoramento com a execução de práticas sustentáveis nas comunidades e propriedades têm demonstrado que é possível conciliar o desenvolvimento econômico com a conservação ambiental, permitindo que o Acre mantenha o desmatamento sob controle e garantindo que a floresta continue de pé. O resultado demonstra que o Acre mantém seu compromisso como um modelo de desenvolvimento sustentável, em que a proteção da floresta e a valorização das populações que vivem nela caminhem lado a lado.
Agência de Notícias do Acre
