segunda-feira, 22 dezembro 2025

Familiar de paciente acusa policiais de ação truculenta durante confusão no PS; denúncias foram formalizadas no MPAC e PM

Redação Folha do Acre

A ativista da área de Direitos Humanos, Sabrina Araújo da Silva, familiar de um paciente internado em estado grave no Pronto-Socorro de Rio Branco, solicitou espaço na imprensa para relatar e denunciar fatos ocorridos durante uma ação da Polícia Militar em frente à unidade de saúde, na última sexta-feira (19).

Segundo a denunciante, a ocorrência teve início com a chegada de policiais militares ao local e terminou com disparos de arma de fogo em um ambiente hospitalar, onde havia pacientes, acompanhantes, mulheres e crianças. Três pessoas foram atingidas pelos disparos, todas desarmadas. Uma das vítimas precisou passar por cirurgia para retirada de projétil, enquanto outra permanece internada.

Durante a mesma ocorrência, Sabrina Araújo foi presa e permaneceu detida de sexta-feira até o domingo, quando foi apresentada à audiência de custódia e liberada. Ela afirma que ficou por mais de três horas dentro de um camburão, algemada e exposta a forte calor, situação que, segundo relata, lhe causou abalo emocional e trauma psicológico.

Ainda de acordo com a entrevistada, já sob custódia, ela teria sido submetida a constrangimentos por integrantes da guarnição. Sabrina afirma que houve tentativa de obrigá-la a se despir completamente para realização de revista pessoal por policiais masculinos, além de ameaças de ser levada para uma cela escura.

Ela relata que se recusou a obedecer à ordem e exigiu que qualquer procedimento fosse realizado por uma policial feminina, conforme prevê a legislação e os protocolos de respeito à dignidade da mulher presa.

Em relato à reportagem do NH, Sabrina declarou que sofreu agressões físicas, apresentando marcas nas costas e nos braços, constatadas em exame de corpo de delito. Segundo ela, além das agressões, teria sido alvo de ameaças verbais e intimidações psicológicas durante todo o período de custódia, inclusive com afirmações de que os envolvidos “tiveram sorte” de não terem sido mortos durante a ação.

A denunciante também afirma que permaneceu detida por cerca de três dias em condições degradantes, relatando falta de acesso à água potável e tratamento desrespeitoso, situação que, segundo ela, agravou ainda mais seu estado emocional.

As denúncias já foram formalizadas junto à Corregedoria da Polícia Militar e ao Ministério Público, além de encaminhadas a órgãos federais de defesa dos Direitos Humanos. Os fatos estão em apuração. Diante da gravidade das acusações, Sabrina Araújo solicita que a imprensa trate o caso com responsabilidade, ética e respeito às vítimas, ressaltando a importância da apuração rigorosa dos fatos e do cumprimento dos direitos humanos.

Com informações Notícias da Hora

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