sexta-feira, 12 dezembro 2025

EUA recuam e retiram sanções contra Alexandre de Moraes: bolsonaristas sofrem derrota após pressão internacional

Por Alessandro Silva, da Folha do Acre

O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta sexta-feira, 12, a retirada das sanções impostas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, à esposa dele, Viviane Barci de Moraes, e à empresa da família, aplicadas com base na Lei Magnitsky. A decisão representa um revés direto ao grupo bolsonarista, que vinha utilizando as punições como instrumento político para atacar o ministro, tendo como principal intermediário o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL/SP).

A reversão ocorreu após articulação diplomática do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que solicitou ao presidente norte-americano, Donald Trump, a revisão das medidas. A Casa Branca, então, recuou oficialmente.

As sanções haviam sido impostas em julho deste ano, em meio à crise desencadeada pela decisão de Moraes que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 4 de agosto. À época, o governo Trump reagiu de forma agressiva e passou a discutir uma série de ações retaliatórias contra o Brasil: ampliação de tarifas comerciais, novas sanções a integrantes do STF, além da suspensão de vistos de juízes auxiliares, autoridades da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República e até parlamentares próximos ao Supremo.

A retirada completa das punições sinaliza o esvaziamento das investidas internacionais bolsonaristas e consolida uma vitória diplomática do governo brasileiro. Nos bastidores da política americana e brasileira, a leitura é de que o gesto dos EUA desmonta o discurso do grupo de Bolsonaro, que tentava transformar as sanções em munição para atacar as instituições brasileiras, e agora vê sua narrativa ruir.

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